História Destiny - Insegurança

Aproveitei para ligar pra ela, já observando que devido ao horário ela já deveria estar acordada.

A ligação Chamou até cair, mandei uma mensagem e esperei por alguns minutos mas não obtive resposta, pensei em ir até o hotel, mas parei para analisar a situação, e me perguntar se seria o certo, se eu não estaria sendo muito evasivo, antes que eu tomasse alguma decisão o celular tocou.

- Oi cole, tudo bem? - Disse docemente, e senti a minha ansiedade se esvair.

- Bom dia Katherine. Estou bem e você? 

- Estou bem. Queria falar comigo? 

- Han... queria - Suspirei. Eu queria mas não tinha em mente o que falar -  Pra onde quer ir hoje? 

- Ah então - A voz dela mudou de tom rapidamente - Eu tenho compromisso hoje.

- Tem? Com quem? - Senti uma tensão toma conta dos meus músculos - Quer dizer, ah, então tá bom a gente se fala amanhã - Digo sem conseguir disfarçar meu tom de mal humor.

- Amanhã não vai dar também - Agora não era tensão, eu estava frustrado.

- Ah ok. Me liga quando quiser me ver - Cuspi as palavras desgostoso e decepcionado.

- Está bravo? - Perguntou.

- N-Não - Menti.

- Está sim. Me desculpa.

- Tá tudo bem - Não, não tá tudo bem! 

- Eu não quero que pense algo ruim de mim, não tem nada haver com você.

- Então o que é? Foi algo que eu fiz? Foi o que aconteceu entre nós ontem? Se quiser a gente finge que nada aconteceu...

- Cole... - Interrompeu - Não é nada disso - tentava explicar enquanto eu andava de um lado para o outro pela sala, acompanhado do meu cachorro que me olhava fixamente - Lembra sobre o que eu falei sobre Orlando?

- Lembro.

- Então, você acredita que Gabriel conseguiu os ingressos pela metade do preço, eu não posso perder essa oportunidade - Tinha que ter o dedo da mejera.

- E ele vai junto suponho?! 

- Sim. - Ouve silêncio - Eu volto segunda-feira cedinho. 

- Está tudo bem - Eu ainda estava bravo - Boa viagem e divirta-se.

- Obrigada. E você tenta se manter ocupado, vai te fazer bem.

- Vou tentar. Beijos.

- Beijos. Se cuide! - Desligou. 

- AH DROGA! - Gritei irritado jogando o celular no sofá, que caiu sobre o mesmo quicando e caindo no chão.

- Hey o que houve? - Dylan aparece nas escadas com a cara de espanto.

- Argh, aquele cara tá flertando com a Katherine - Tentei me explicar sem conseguir conter o quanto eu tava bravo.

- O Gabriel? 

- Esse mesmo - Sentei no sofá bufando - Agora deu pra irem pra Orlando juntos - Digo tentando afastar  o que minha mente estava imaginando.

- Como assim? Pensei que ela estivesse ficando com você  - Desceu os últimos degraus e pegou meu celular sentando-se do outro lado do sofá.

- E está. Quer dizer eu ... - Suspirei profundamente - Pra mim, nós estamos.

- Ah não - Havia um tom desanimador quando ele disse - Você não disse à ela que está apixonado? 

- Disse - Arqueou as sobrancelhas me olhando duvidoso - Quase... - Admiti - Eu não disse com essas palavras né, não fui direto, mas ela sabe.

- Aprenda uma coisa - Gesticuliou número 1 com o dedo - Por mais que uma mulher saiba o que você sente, você tem que ser direto e claro, caso contrário não tem nada entre vocês.

- Eu sei disso - revirei os olhos - Mas com ela é diferente, ela foge de mim, não sabe o quanto eu pensei antes de beija-la. Cada ato meu, eu tinha que me colocar sempre no lugar dela pra não fazer merda e deixar o desejo estragar tudo. 

- Imagino o quanto seja complicado mesmo - curvou-se apoiando os cotovelos sobre as pernas - Tem toda a história da Katy antes né?! 

- Sim - Digo

- E como se sente? Digo, com relação a Katy? 

- Eu nunca pensei que a dor fosse passar - murmurei ao lembrar do quanto eu sofri - Parecia que eu ia enfrentar uma luta eterna com relação à isso, mas a medida que o tempo passava a dor se acomodava, não doía tanto quanto no início e depois da Katherine, não sinto mais - Até parece egoísmo - É como se tivesse desencadeado algo, como se eu tivesse achado a peça do quebra cabeça, a única peça que faltava. Eu agora consigo compreender o que Katy disse antes de partir “ Que foi necessário ela dar início, pra eu e Katherine ficasse juntos.

Me encolhi ao lembrar como tudo, absolutamente tudo se encaixava, eu já tinha refletido brevemente sobre esse assunto, mas agora pensando com mais calma... 

- Lili também disse sobre cada pessoa ter uma missão na vida do outro - Ele me observava atentamente, prendido em uma conversa que até eu estava assustado por tudo parecer tão óbvio agora - Eu te falei sobre isso lembra? 

- Lembro. Que quando duas pessoas estão juntas mas não são alma gêmeas elas tem tipo um prazo de validade digamos assim, tipo uma missão...

- Isso. Assim como minha missão na vida da Lili, meu amor tirou ela da depressão, Katy teve na minha vida para me aproximar de Katherine...

- Que então, seria a sua alma gêmea? 

Estávamos confuso.

- É, cada um teve uma grande importância na vida um do outro, não que tenha sido mentira o que viveram, mas não era pra ser pra sempre.

- Cara que sinistro - Diz ele surpreso - E você acredita nisso? 

- Não acreditava, mas tudo parece se encaixar, não seria coincidência demais? 

- Isso se chama destino! 

- Que louco! 

-  Seria tão mais fácil se a vida não fizesse a gente de idiota - Comentou irônico - Pra que dar voltas e voltas, nos apresenta logo pra pessoa né, ao invés de ficar pregando peças. Que graça teria? 

- Sei lá, mas evitaria corações partidos.

Eu não quis dizer, mas também evitaria despedidas de uma vida toda, como o que houve com Katy.

Recordando-me de como ela estava serena e calma minutos antes de partir, acredito que ela deve estar feliz ao ver eu e katherine tão próximos, era tudo o que ela queria. 

(...)

As horas pareciam não passar quando eu não estava com  katherine, era agonizante não poder saber o que ela estava fazendo com Gabriel.

O almoçou seguiu menos alegre do que nos dias anteriors, eu até tentei manter a postura, mas eu não conseguia enganar a minha familia, eu não tinha gostado nem um pouco dela ir viajar com aquele cara e não fazia mais questão de disfarçar isso.

Como conselho da minha mãe fui visitar algum amigo que eu não via a dias, que por sinal era KJ. Passei no seu apartamento onde me recepcionou alegre porém supreso, já que fazia dias que a gente não se falava. 

Expliquei a ele o motivo do meu sumiço e ele foi muito compreensivo, aliás ele sempre é quando o assunto é mulher.

Ele riu de mim quando me apaixonei por Lili, e lembro bem do quanto eu fui motivo de piadinhas, KJ era o tipo de cara que não se prendia a ninguém, paixão pra ele não passava de uma semana, e no máximo um mês, ele era o homem da mulherada, e eu achava ridículo a forma como ele era tão astuto com relação a isso.  

Nunca o juguei, eu nessa idade não era muito diferente dele, mas sempre preferi um namoro do que uma vida solteiro, que não acrescentava em nada, a não ser na lista telefônica. 

Mas estranhei ao comentar de katherine, não fiz questão de esconder que o motivo do meu sumiço era ela, e esperava ser motivo de chacota novamente, mas não, pelo contrário, ele disse que a melhor coisa na vida de um homem era ter um amor. 

Não era possível que ele estava falando aquilo só pra me agradar, eu notei que havia mesmo um brilho diferente no olhar dele,  não que eu fosse um expert no amor, mas tudo se concretizou quando o celular dele tocou, ele atendeu com certa urgência, disse que era uma amiga, mas amiga nenhuma deixava um cara de 21 anos sorrindo enquanto conversava, com um tom mais animado que o comum, e o que foi aquele risinho baixo no canto dos lábios dele? 

- Amiga, sei - Bufei debochado.

- De você não dá pra esconder né? - Perguntou já abrindo o jogo quando balancei a cabeça negativamente - O nome dela é Hilary, 20 anos, pele clara, cabelo castanho, alta e magra, divertida, mora aqui em Los Angeles mesmo e é maquiadora - Definiu brevemente - Ah, logo você vai conhecer ela, é a mais nova contratada da CW.

- Você tá apaixonado pela maquiadora de Riverdale? - Disse incrédulo - Daonde surgiu essa menina? 

- A Ashley pediu transferência pra Nova York - Informou sobre nossa antiga maquiadora - E um mês depois de você ter se afastado contrataram ela, e você sabe dai né...

- E você não perdeu tempo -  Disse com deboche - Logo você que zombava por eu ter me apaixonado nas gravações - Gargalhei - Lei do retorno meu camarada, agora você vai ver, vou te fazer passar vergonha na frente dela, seu pau no cu - Sorri triunfante.

- Eu mereço - Gesticulou as mãos em rendição - tá pensando em voltar quando? 

- Vou hoje mesmo conversar com eles - Digo.

- Que beleza! Posso ir junto se quiser.

- Quero sim. Pelo menos assim eu me distraio.

- Eu só te digo uma coisa, com tudo isso que você me contou dessa mulher que você gosta, não adianta demonstrar que você tá com ciúmes daquele cara, não vai adiantar em nada, vocês nem tem nada sério, tu vai se sair por chato, paranoico e intrometido. 

- E eu não sei?! - Bufei mal humorado.

- Se ela gosta de você Cole como eu acredito que deve gostar, fica na sua,  acalma essa ansiedade e respira. 

- Eu vou pirar! - Confessei 

- Vai nada - Riu - Não estou te reconhecendo, cadê seu ego? 

- É que com ela é tudo tão intenso - Expliquei - Me sinto um idiota quando estou perto dela. 

- Idiota você sempre foi - Disse divertido - Eu também me sinto assim, mas vá por mim, ciúmes não adianta nada, e seguindo o conselho de um amigo meu aí “Seja você mesmo”.

- Fui eu quem te disse isso babaca.

Ficamos por um tempo na casa dele conversando sobre isso, era um tanto estranho. 

O que a tal da Hilary fez com ele? Abduziu e depois devolveu esse cara aí no lugar dele, que toda vez que falava nela ficava com uma cara de retardado.

Cheguei a me questionar se eu fazia a mesma cara sempre que falava de katherine. Espero do fundo do meu coração que não.