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História Para o alto da montanha! - Deu tudo errado no início do meu sonho


Escrita por: uarmyhppe e Pjmcity_

Notas do Autor


Muito bem gente, estou aqui no meu debut no projeto. Espero que gostem da fic, fiz com muito amor e carinho pra vocês! <3

Capítulo 1 - Deu tudo errado no início do meu sonho


Fanfic / Fanfiction Para o alto da montanha! - Deu tudo errado no início do meu sonho

— Eu tenho certeza que isso vai dar certo! — exclamo animado para meu melhor amigo, Taehyung, que insiste em dizer que eu estou cego em não ver as falhas de meu plano.

— A previsão diz que vai chover — argumenta ele, olhando pra tela de seu celular. O jeito que Taehyung tenta me convencer com a voz claramente desinteressada é diferente, sabe?

— E daí? — Arqueio a sobrancelha, não sabendo onde ele quer chegar com isso. Vou chamar Namjoon hyung pra acampar, então é óbvio que vou estar preparado pra chuva.

— Chuva torrencial na montanha, Jimin! — Irritado, Taehyung levanta a voz por alguns segundos, fazendo as veias de seu pescoço saltarem.

— Não vai ser tão forte assim, Tae, relaxa — digo-lhe sorridente. Eu não sei porque, mas sinto que todo meu plano vai dar certo, mesmo com todos os sinais indicando o contrário.

Não é apenas a previsão do tempo, como também todo o resto! Outro dia, descobri que eles vão soltar bem menos fogos que ano passado. Meu colchão inflável que uso pra acampar está furado e eu tive que remendar com fita adesiva, e gastei quase um rolo todo. Minha barraca para quatro pessoas sumiu e eu comprei outra, que não chegou ainda. Enfim, é uma lista de coisas que estão dando errado e eu olhando e rindo na cara do perigo.

— Pelo menos me diz que você vai fazer uma trilha segura. — Com a mão na testa, como se estivesse com a cabeça nas mãos, Taehyung fica muito parecido com o pai quando vem enxaqueca.

— Sim — minto só pra ele ficar quieto. A verdade é que eu comprei cordas de escalada junto com uma barraca nova e grande, caso dê tudo certo e a gente poder escalar coisas.

— Ufa — murmura ele suspirando bem alto.

Felizmente, Taehyung não me incomoda mais, finalmente me deixando babar nas fotos conceituais do Instagram de Namjoon, meu futuro namorado.


[...]


Sinto minhas costas baterem na parede fria ao lado da porta que acabei de fechar. A boca cheinha de Namjoon vem direto na minha, sem perder tempo, me envolvendo num clima tão gostoso que não sinto vontade de fazer mais nada além de retribuir o beijo gostoso.

Meus braços envolvem sua cintura enquanto os seus se encontram em meus cabelos e pescoço, apertando e puxando ambos entre dedos e unhas enquanto nossas línguas estão juntas numa missão de nos dar ainda mais prazer.

— Nammie — tento falar em um dos momentos em que nos separamos pra buscar por ar, mas ele me ignora completamente, voltando a me beijar fervorosamente. — Nam, rapidinho — peço, mesmo que o puxando pela camisa pra mais perto de mim.

Namjoon apenas larga de minha boca para que eu possa falar, seguindo uma trilha de beijos molhados até meu pescoço, quase atrás de minha orelha, dando leves mordidinhas na pele. Eu sou tão sensível nesse lugar que nem quero me conter, gemer baixinho com cada uma de suas carícias.

— Eu estava pensando... — Mas sou interrompido por um chupão no meu ombro. Não é forte, mais pela surpresa mesmo, Namjoon gosta de me deixar desconcertado assim. — D-da gente ir ver a queima de fogos lá do alto da montanha Odae — termino de falar suspirando novamente, pois uma nova trilha de beijos é distribuída do meu ombro, onde recebi o chupão, até meu queixo. 

— Odaesan, é? — Justo quando achei que ia ganhar um beijo de novo e esquecer esse assunto, Namjoon pergunta só pra me fazer ficar ainda mais desejoso.

— Sim. Do ponto certo, tem uma vista linda da cidade. Podemos acampar e ver a queima de fogos de lá. — Eu preciso muito que Namjoon hyung aceite ir comigo, senão todo o meu plano vai pro ralo. 

— Oh, isso parece divertido, Jimin. — E quando seu sorriso se abre, eu o acompanho, deixando todo o nervosismo sair de meu corpo e me sentindo aliviado. — Temos que ver todo o equipamento de sobrevivência, barraca e essas coisas. Mas parece ser uma ideia bem legal. — Só pela sua confirmação, já fico mais feliz.

Sério, eu passei muito tempo planejando isso, e eu ficaria pessoalmente ofendido se não desse certo. Acho que usaria minnha licença poética pra surtar bonito de tanto ódio.

— Não precisa se preocupar com essas coisas, hyung, eu tenho equipamentos em casa. Se eu precisar de algo, falo com você — digo numa tentativa de não demonstrar como estou ansioso ou que gastei mais dinheiro que o necessário pra essa viajem.

— Tudo bem. — Não prolongamos demais o assunto já que Nammie volta a me beijar com paixão.


[...]


Namjoon e eu estamos subindo a montanha pela trilha. Por causa da insistência de Taehyung, acabei comprando um mapa daqui a estamos seguindo pelo caminho mais seguro, porém nem tão rápido assim. Por causa disso, tivemos que sair mais cedo, são nove da manhã de um sábado.

Como estou com o mapa, Namjoon hyung pegou a faca e os binóculos pra subir na frente, observando pássaros e cortando mato que crescera na trilha. Não é um trabalho muito difícil, visto que este mapa tem praticamente a indicação do caminho inteiro até o "avistamento da cidade", ponto onde quero chegar, então eu estou apenas indicando Namjoon sobre as curvas que devemos tomar. E é um trabalho muito difícil, devo admitir.

Não sou a melhor pessoa pra fazer leituras de mapa, estava com de cabeça pra baixo tem meia hora e o hyung quem me mostrou o lado certo.

— Certo, Jimin-ssi, pra onde? — pergunta Namjoon parado bem no meio de uma biforcação. O problema é que essa não aparece em meu mapa, talvez estejamos perdidos?

— Só um minuto. — Sorrio tentando disfarçar meu medo, enfiando a cara por detrás do papel gigante em minhas mãos, virando se costas a Namjoon só pra garantir que ele não veja minha carranca de pavor.

Sim, eu fiz merda e estamos presos em algum lugar que não éramos nem pra chegar perto, esse é meu nível de bobice perto de Namjoon. Não fui capaz de seguir uma trilha simples.

Raciocinando o mais rápido em toda a minha vida chata, encontro uma forma de voltarmos pro caminho certo e, de quebra, sem parecer que eu nos perdi no meio de uma montanha.

— Esquerda, Nam — digo a ele, voltando a me virar, mas sem tirar o mapa da frente da cara. Eu não quero que Namjoon perceba nada, muito menos quero perder a gente mais ainda esquecendo essa trilha improvisada que eu acabo de inventar.

— Ok. — O mais alto então segue pelo caminho indicado sem fazer maiores observações, voltando a subir pelas pedras e me ajudar. Por algum motivo estúpido, não quis deixar Nam carregar a mochila de suprimentos da noite, e ela está bem pesada, então preciso que me puxem pra cima às vezes.

Continuamos em direção ao topo sob minhas ordens, parando apenas quando o Kim pega seus binóculos, observando algum pássaro numa árvore distante. É tão fofo quando ele está concentrado assim, seus lábios ficam retos em concentração e, as vezes, ele passa a língua a fim de umidece-los. Eu acho isso tão sexy, quer dizer, Kim Namjoon é o homem mais sexy do mundo, e eu tenho o privilégio de beijar essa boquinha quando eu tiver afim.

Quando, enfim, chegamos no "observador da cidade", Namjoon e eu corremos pra montar a barraca enorme que comprei pra hoje, pois já está anoitecendo e corremos risco de ficar molhados devido a chuva.

— Alguém precisa encher o colchão — falo, só então me lembrando dele dobrado dentro da mochila. O problema é que estamos os dois juntos numa missão quase suicida tentando prender os ferros dessa barraca uns nos outros e no chão pra poder largar tudo e ir encher um colchão. Estou segurando uma das estacas com todo o peso do meu corpo para que Namjoon possa prender num outro ferro aí. Eu juro que não entendi o manual.

— Depois a gente faz isso, segura isso aí! — pede ele, quase desesperado ao rosquear uma porca, eu acho, entre as estacas as prende não juntas. — Acho que deu. — Com cuidado, nós dois saímos de cima das pontas juntas, rezando pelo melhor acontecer, mesmo Namjoon sendo ateu.

Mas uma coisa que com certeza estaria no roteiro de Gente Grande acontece: uma das estacas que estava enterrada simplesmente se solta, tanto da outra peça como do chão, voando pra longe. Tudo que consigo fazer é me jogar na grama com medo de perder um olho, sei lá. Só levanto minha cabeça quando escuto o canto se um pássaro, que parece horrorizado ao voar. Namjoon também se jogou no chão, e ele parece olhar na direção em que aquele ferro foi, ou seja, aquela coisa ia me acertar.

— Jimin, você está bem? — indaga ele ao se aproximar de mim, checando todas as partes visíveis do meu corpo, principalmente rosto.

— S-sim — respondo-lhe com dificuldade, afinal Namjoon está segurando minha cara de um jeito que força meus lábios a formar um bico de peixe.

— Que ótimo. — Ele me dá um selinho em meu biquinho pra me tranquilizar, levantando do chão logo em seguida e me oferecendo a mão. Poxa, acho que boiolei. — Melhor eu tentar entender aquele manual. Quer ir enchendo o colchão?

— Pode ser — concordo, caminhando até minha mochila gigante. Na verdade não é minha, eu apenas pedi emprestado a um colega porque não tinha mais dinheiro pra gastar com coisas de sobrevivência. Gastei meu último real comprando repelente.

Namjoon pega toda as folhas do manual e se senta embaixo de uma árvore, onde nós tínhamos colocado nossas coisas. Me aproximo dele apenas pra pegar a bomba de ar da bicicleta de Namjoon, ele emprestou pra viagem, e o colchão dobrado dentro de um saco de mercado verde. Não consegui achar a embalagem preta e chique em que ele veio, então peguei o primeiro saco que achei num outro saco grande na cozinha.

O primeiro passo de encher um colchão inflável é desdobrar e encontrar a boca da bomba nele, prestem atenção, pois essa é uma etapa muito importante. Quem não acha a bomba a logo fica parece não um idiota que nunca acampou na vida, assim como eu na frente do Kim. Fiz um trabalho tão bom ao dobrar esse colchão que nem acho um círculo vermelho nele, sinceramente, eu sou uma piada a mim mesmo.

A segunda coisa ao encher o colchão de ar é não sorrir que nem um bocó quando você achar a boca da bomba, ou você quer que te achem doido? Isso vai de cada um, mesmo eu nunca vendo tudo querer isso. Temos que ter cuidado, também, pra não ferir o dedo colocando o bico da bomba de bicicleta no lugar certo. Afinal, não queremos nenhum acidente.

Mas, crianças, esse é o passo mais importante de todos, não tente encher o colchão de ar num lugar que pode molhar de água da chuva. Por isso, é melhor montar a barraca antes de começar a cair o temporal.

Só que eu e Namjoon ainda não entendemos como funciona essa barraca, e a chuva fica muito forte muito rápido.

— Jimin, tá caindo o céu! — exclama Namjoon. Quando me viro para olhá-lo, o homem está usando o forro colorido da nossa barraca para se abrigar da água fria. Tudo bem, não era a manhã mais quente do ano nem nada, mas também não parecia que ia chover desse jeito.

— Temos que montar a barraca logo — grito de volta, pois o barulho das grossas gotas de água batendo nas folhas das árvores é realmente alto.

— Isso! — Namjoon, então, se levanta do chão lamacento, pegando todas as estacas de ferro pra segurar as lonas, caminhando até uma área um pouco mais plana.

Eu me volto ao colchão de ar, segurando a pequena bomba metálica com minhas mãos, me preparando pra fazer o maior esforço de minha vida quando, do nada, um som alto e um clarão tomam o céu. Relâmpagos e trovões!.

Não tenho medo de tempestades, apenas de morrer por causa de um raio! Essas coisas são muito perigosas. E parece que Namjoon compartilha do mesmo desejo por viver que eu, pois, assim que o olho de novo, ele está mais perplexo que eu.

— A gente tem que sair daqui! — E essa é a deixa que Namjoon precisava. Num momento, ele estava parado olhando o céu, e no outro o cara já tá com a mochila nas costas me esperando.

Com pressa, pego o colchão e o embolo de qualquer jeito, segurando a bomba na outra mão e seguindo pro meu futuro boy.

— Temos que encontrar um lugar seguro — fala ele enquanto eu enfio tudo dentro da mochila, fechando o zíper logo em seguida. Eu nem sei se tem para-raios por aqui, olha o risco que eu tô correndo.

— Peguei mapa. — Infelizmente, ele é de papel e se desfaz na água. Andando com o Kim me guiando pelo braço, vou decorando um caminho mais ou menos seguro até o único lugar próximo de nós que é potencialmente longe de raios.

— Jimin, pra onde? — pergunta ele, mas meu foco está no estrondo há alguns metros de nós, onde um raio acerta uma árvore média.

— Meu deus — sussurro, sentindo todo o medo se apossar de meu corpo. Não tenho tempo pra distrações ou brincadeiras, dessa vez quem assume a frente da corrida sou eu e não estou nem aí se lugar que achei era tipo uma caverna escondida.

Namjoon se deixa ser puxado o caminho todo sem reclamar, até a gente chegar num outro ponto da montanha, um mais baixo que onde estávamos, mas ainda bem no alto da montanha.

Entramos, quase não vejo a placa com o nome do local de tão cedo que eu tô. Apenas eu e a caverna existem. E, claro, o braço que puxo.

Corremos caverna adentro até lugar ficar tão escuro que nem mesmo conseguimos achar o caminho de volta. É apenas nesse momento que largo do braço de Nam hyung, percebendo a péssima ideia dois segundos depois porque eu odeio escuro e me esqueci disso por causa da adrenalina do momento.

Sorte a minha que o hyung, inteligentemente, liga a lanterna de seu celular. A primeira coisa que vejo são seus pés calçados em botas de escalada muito lindas, depois, sigo o feixe de luz dele por toda a caverna, reparando que estamos num tipo de sala? Desculpa, não sou conhecedor dos nomes de cavernas diferentes que existem. Mas é um espaço grande até, e plano.

Tem mais ou menos o tamanho da sala de minha casa, a altura um pouco maior que dois Namjoons e meio. Felizmente, essa parte não é molhada como lá na frente, mesmo o desnível do chão sendo bem visível, o que nos dá um ambiente seco pra poder dormir num lugar e acordar nele mesmo.

— Sem sinal — resmunga Namjoon hyung, fazendo-me virar em sua direção só então notando que ele não estava olhando pra parede e sim checando algo no aparelho. O hyung olha pra mim também, como que fazendo uma pergunta muda, apenas sua sobrancelha se move no ato. Viu só? Temos uma comunicação silenciosa como nos livros de romance.

— Ahn — murmuro pra ganhar tempo ao pegar meu próprio celular do bolso, tentando liga-lo mas o pior clichê de desenhos animados acontece. Uma mensagem que não consigo nem ler aparece por alguns segundos e o telefone desliga. — Sem bateria — digo ao colocar meu celular de volta no bolso de minha calça.

— Isso parece muito apenas um show. Me sinto o Mordecai. — Namjoon hyung então se senta numa das pedras não pontudas ao canto da parede da caverna, vasculhando minha mochila.

— O que te faz pensar que você seria o Mordecai e eu o Rigby? — questiono ao caminhar para seu lado afim de o ajudar com as coisas. Olhando pelo lado bom, o hyung ao menos não tá colocando a culpa dessa tragédia em mim.

— Por que eu sou mais alto e mais forte? — fala ele em tom de pergunta, claramente debochando de minha cara. Mas que abusado! Se eu não gostasse tanto de Namjoon hyung já o teria enchido de porrada.

— Mais alto tudo bem, mas mais forte? Nem ferrando, meu caro. — Movido pela irritação, falo com a pior cara que consigo fazer. Minha vontade era de virar o Jiraya e meter uma espada olímpica na cara de Namjoon.

— Aí que gracinha, Jimin-ssi! — Rindo, o hyung larga tudo que tem em mãos pra apertar minhas bochechas redondas. Mas que descarado, safado, salafrário…

— Sai maluco, todo dia — digo ao msg minhas mãos até às suas em minha cara, mas não esperava que Namjoon hyung estaria fazendo tanta força, pois eu não consigo às tirar de mim.

— Jimin, você é tão fofo que eu até esqueço que quase fomos atingidos por um raio. Aquilo foi assustador. — Seu foco muda por alguns segundos, observando o nada ao lembrar dos momentos lá fora. Não deve ter sido nem cinco minutos de corrida, mas eu senti que estava na maior maratona do mundo.

Aproveitando a deixa, pois sinto suas mãos afrouxando um pouco, tento forçá-las a me largar mais uma vez. E as próximas coisas acontecem muito rápido, já que eu tiro as mãos do hyung de meu rosto e ele volta sua atenção a mim, abraçando meu corpo de qualquer jeito, nos fazendo cair da pedra em que estávamos sentados.

Então, num minuto, eu estava dividindo uma pedra como assento com Namjoon, e no outro seu peito é meu travesseiro e estamos no chão frio.

— Ai — murmura ele de olhos fechados, aparentemente sentindo dor. Eu saio de cima dele na hora. Meu deus, deixei que meu incrível peso caíssem em cima dele e agora Nam hyung sente dor. Que saco!

— Me desculpa — peço, já sentado ao lado dele que continua com as pernas por cima da pedra. É até engraçado essa pose. Se meu celular tivesse bateria, eu tirava uma foto dele.

— Não, fui eu que cai — diz ele ao se sentar no chão também, fazendo carinho nas costas.

— Não, eu… — Namjoon hyung é do tipo fofo e gentil, ele provavelmente brigaria comigo pra ver quem tem a culpa. Melhor me poupar desse estresse. — Melhor a gente montar acampamento aqui, né? — Decido por perguntar, evitando que Nam fale mais alguma coisa sobre ele ter se jogado ou sei lá.

— Parece que os trovões vão continuar por um tempo, então é melhor ficar aqui mesmo. Uma pena, porque eu queria ver os fogos. 

Merda, o meu plano infalível! Então é assim que o cebolinha se sente? Frustrado? Não gostei disso, é horrível sentir meus planos irem pra casa do caixa prego.

Eu só queria pedir Namjoon em namoro enquanto os fogos pipocavam no céu, mas, aparentemente, é pedir demais.

— Vamos continuar então. Você vai encher o colchão? — pergunta Namjoon. Eu nem tinha começado quando veio o temporal.

— Sim, a gente tem que dormir no conforto pelo menos — respondo-lhe ao levantar do chão, procurando pelo embolado preto que é o colchão inflável e a bomba de bicicleta.

— Tudo bem. Eu vou lá na frente tentar pegar um sinal pra avisar o pessoal. Liga a lanterna — pede Namjoon, já de pé. Ele fica apenas o suficiente pra eu achar a minha lanterna gigante e a ligar, então ele sai pelo caminho meio molhado até mais para perto da entrada da caverna.

É verdade que estamos em perigo ainda, não iminente, mas não se sabe o que pode acontecer. O buraco da caverna pode fechar, essa "gruta" pode encher de água, enfim, muitas coisas. É melhor que alguém de fora saiba onde estamos pra nos procurarem caso não voltemos. E não é pensando o pior, sabe, é só questão de se precaver mesmo.

Seguindo as mesmas regras de antes, começo a encher o colchão com a bomba, percebendo que não faz quase diferença nenhuma por ter acabado de começar. Se bem que eu queria ter aquelas bombas de ar elétricas pra encher ele, só que tipo, eu ia ter que ligar no relâmpago pra poder funcionar, não tem tomada na caverna. E a Barbie faz parecer tão fácil, que saco!

Não sei quanto tempo eu fico nessa, se passam segundos, minutos ou horas, só sei que o único indicativo de tempo é quando Namjoon retorna pra cá, desligando a tela de seu aparelho celular.

— Consegui falar com o meu amigo. Se amanhã a gente não chegar até às cinco da tarde, é pra ele chamar a polícia, bombeiro, exército da salvação e tudo mais — fala ele com um sorriso aliviado. Eu também sorrio, afinal, nem tudo está perdido, né?

— Isso é ótimo — falo com extrema dificuldade por causa do esforço que faço, o colchão tá começando a parecer meio cheio agora.

— Jimin parece cansado, quer que eu troque de lugar com você? 

— Agora. — Eu só não solto essa bomba porque vai voltar o ar pra fora.

— Tá bom. — Namjoon então segura o puxado, trocando de lugar comigo para que eu possa descansar meus braços.

Por meia hora, eu não consigo fazer absurdamente nada. Meus braços doem demais. E pensar que eu teria que encher ele todo e sozinho. Não sei se ia conseguir, é muito ar pra pouco braço.

Enquanto Namjoon hyung faz o esforço físico, eu cato dentro de minha mochila nossos lanches saudáveis. Eu achei que seria legal entrar na vibe mato se a gente comesse coisas naturais, então tem batata fritas, frutas e, segundo a embalagem, suco natural e quente. Daqui a pouco é hora da bóia e acho que a gente merece comer bem, assim como achei quando montei essa mochila, e coloquei comida pra umas cinco refeições. Exagerado, eu sei. É que eu não sabia o que Namjoon gosta de comer.

— Tá com fome? — Abro um dos potes, encontrando sanduíches de patê de frango. São meus favoritos.

— Sim — fala mas não faz uma mínima menção a deixar seu posto de encher o colchão. Posso ver daqui o suor descendo pela sua pele conforme executa o esforço.

Mas eu não reclamo, longe disso, amo ver um macho forte mostrando seus músculos. Me sinto hipnotizado pela contração causadas pelo movimento. É uma coisa tão linda, sabe, ainda mais que a camisa branca de Namjoon molhou na chuva, deixando a peça transparente. Pelo frio, seus mamilos se encontram endurecidos através do pano, os quais eu só consigo ver por causa da lanterna virada na sua direção, estrategicamente colocada por mim mesmo pra poder enxergar onde que eu tava botando o bico da bomba.

Acho que nunca me senti tão sortudo por nada na vida. Tudo bem que eu já tenha visto Namjoon sem roupas, mas essa visão é tão linda, que não tenho nem palavras.

Quando o Kim finalmente termina de encher o colchão, ele fecha a boca vermelha e, pra minha morte, suspende a camisa já úmida pra secar o suor da testa. Nam hyung não é do tipo que gosta de se exibir, mas sempre que qualquer parte de seu corpo é exposta eu me sinto vermelho como se estivéssemos nus.

Felizmente, ou infelizmente, essa visão não demora mais de trinta segundos. Ele se senta ao meu lado, procurando entre os potes alguma coisa de seu agrado. Isso pode parecer ridículo, mas eu fico em expectativa sobre o que ele vier a escolher. Eu espero que alguma coisa que trouxe seja de seu gosto.

A escolha é um potinho de uvas roxas que eu comprei hoje na feira. Puts, nunca imaginei que Nammie gostasse de frutas frescas, sempre achei que ele gostasse mais de frutas geladas.

— Gostoso — fala ele, colocando mais uvas na boca. Já eu, tento ao máximo tirar minha atenção de sua boquinha gostosa.

— Elas são mesmo. — Mordo meu pão só pra disfarçar e desviar de seu olhar. Porque toda vez que estamos sozinhos, Namjoon tem que me olhar desse jeito tão…? Sabe?

— Jimin, você pegou minha blusa de frio no carro? Acho que vou ficar resfriado com essa roupa molhada — comenta após alguns segundos em puro silêncio, apenas me observando com um olhar que me deixa envergonhado.

— Acho que sim, vê na mochila. — Esse modelo cabe praticamente uma pessoa dentro, e eu, claro, enchi de tralha.

Além dos objetos excenciais de sobrevivência, também precisei deixar várias coisas pra Namjoon não achar uma caixinha de madeira preta, assim como essa que ele acaba de abrir…

Pera, que?

— J-j-ji-jimin? — Namjoon quase não consegue terminar de falar meu nome, os olhos totalmente aberto em surpresa pelo conteúdo da caixa. São dois anéis de prata com as inscrições internas "PJM KNJ", portanto, incrivelmente caras e eu basicamente tive que dar meus olhos por eles.

— N-nammie? — pergunto todo cagado de medo. Não era desse jeito que eu tinha planejado. Primeiro que nem no lugar certo estamos, mas eu pelo menos queria me declarar oficialmente a Namjoon e depois dele aceitar meu pedido, lhe dar os anéis.

E sua face indecifrável não me ajuda em meu total desespero. Com os olhos ainda arregalados, os lábios juntos numa linha reta e as sobrancelhas igualmente retas só me fazem crer que eu não deveria ter nem tentado.

Eu sinto que deveria ter esperado mais alguns meses pra tentar pedi-lo. Céus, se for a rejeição, porque não sou rejeitado logo de uma vez? Porque Namjoon demora tanto pra falar que não quer nada além de meu corpo? Eu entenderia, mas esse silêncio está me matando!

— O que… Significa isso? — Com o cantos dos olhos, posso ver Namjoon pegar um dos anéis de dentro da caixa com uma delicadeza sem igual. Eu ainda consigo ver quando sua face muda para um de estranheza com o pequeno círculo em mãos.

— Bem, eu…

— Isso é Park Jimin e Kim Namjoon? — volta a perguntar, não deixando eu terminar de dar minhas explicações.

— Humm, sim, de sobre isso…

— Eu aceito namorar com você! — Mais uma vez minha fala é cortada por ele. Perplexo, não consigo dizer nada enquanto Namjoon analisa as alianças, buscando descobrir qual é a maior.

— O que? — Um baixo sussurro escapa de meus lábios assim que o Kim segura minha mão visivelmente menor que a sua pra botar o anel menor em mim.

— Jimin, eu não sei se percebeu, mas eu também gosto de você. Não tinha te pedido antes porque achei que você só quisesse o meu corpinho nu, que nem quando me olhava encher aquele colchão. — Sorrindo que nem um idiota, ainda mais por estar envergonhado por ter sido flagrado, deixo que minha mão seja erguida por ele. — Mas agora, com essas alianças de compromisso, eu sei que você quer tanto quanto eu esse namoro. Estou errado? — Com sua pergunta, o anel é encaixado perfeitamente em meu dedo, me deixando extremamente emocionado.

É exatamente como tinha planejado. Namjoon me aceitando como seu namorado, sorrindo, e colocando o anel em minha mão. Me sinto tão feliz que nem cabe em mim, preciso externalizar isso.

Segurando delicadamente em seu rosto, me aproximo de seus lábios num selo carinhoso, um pouco diferente de todos os outros cheios de segundas intenções que já trocamos lá cidade. Sinto suas mãos caminhando pelos meus braços, fazendo um carinho gostoso em minha pele por cima do casaco que uso, não que seja empedimento pra eu não me arrepiar. Nosso beijo não dura muito, acho que nós dois estamos felizes demais com o namoro recente.

Nos abraçamos logo em seguida, compartilhando um diz,ia de sentimentos bons. Eu não poderia defini-los, pois eu estou sentindo tanta coisa que meus olhos simplesmente enchem de água. Deve ser o momento mais feliz de minha vida, eu nunca tive um namorado.

Passo minhas mãos por seu pescoço, enxergando o anel bonito, percebendo uma coisa de errado nele.

— Nammie, você colocou o anel na mão errada.

— Oh! Eu não sou muito bom nessas tradições — explica ele, afastando-se de mim pra poder colocar meu anel no dedo certo. Dessa vez, além do extremo cuidado comigo, Namjoon também deixa um beijo sobre a prata, o que faz meu coração errar umas batidinhas.

— Namjoon, você sabe que eu quero me casar na igreja? — pergunto só de zoação, pegando a outra aliança dentro do suporte.

— Ai, Jimin, não acredito. Eu quero casar na praia. — Estende sua mão pra mim. Engraçado, se eu não o conhecesse, diria que Namjoon tá ansioso para que eu bote o anel em seu dedo.

Então eu, logicamente, faço isso o mais lento possível. Pego sua mão e faço questão de deixar um selar na costa antes de encaixar o brilhante na pontinha de seu dedo. É tão divertido ver Namjoon impaciente uma vez na vida, agora terei muito tempo pra provoca-lo de todas as formas.

Enfim, o anel se acomoda em seu devido lugar, deixando Namjoon todo bocó, com um sorriso pequeno, bem felizinho. E, sério, essa é a melhor vista de todas.



Notas Finais


Meus caros agradecimentos a @xxpujinxx pela capa e banner bonitos e monocromáticos. Adorei, de verdade!


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