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História Para Sempre Seu - Capítulo 9


Escrita por: NaNaNat

Capítulo 9 - Capítulo 9


Estou a alguns segundos esperando Grimmjow abrir a porta. Mas ele não aparece. Fico em pé ali no corredor por alguns minutos, perguntando-me se ele está em sua cobertura. Depois de um tempo, encosto o ouvido na superfície branca e consigo ouvir um som vindo de dentro do apartamento. Parece ser música. Coloco as mãos sobre a maçaneta de ferro e a pressiono. Entro no apartamento, hesitante. Esperava que não houvesse nenhum problema em entrar sem avisar. Assim que empurro a porta o som fica mais nítido. Era o som de um piano. Provavelmente deve ser Grimmjow, apesar de eu não saber que ele tocava aquele instrumento

''E por que ele teria um piano se não soubesse tocar ?'' - uma parte de mim pergunta para a outra metade mais burra - '' ás vezes você é tão estúpido''.

Fecho a porta lentamente para não produzir nenhum som e sigo cautelosamente pelo apartamento gigantesco. Planejo meus movimentos com cuidado, antecipando qualquer objeto no meu caminho. Dou a volta pela sala e sigo pela direita. Passo pela cozinha toda decorada em preto e branco. O balcão de madeira estava incrivelmente limpo. Continuo avançando enquanto o som fica mais sólido a cada instante. Tropeço em um pequeno degrau que não havia notado mas consigo me segurar na parede. Prendo o fôlego, temendo ter sido descoberto e paro para ouvir atentamente. A música continuava tocando. Solto a respiração, aliviado. Essa havia sido por pouco.

Recompondo-me, continuo a avançar pelo apartamento e paro quando chego até imensa área da mesa de jantar. Há vários sofás espalhados e algumas portas, onde suponho que sejam os banheiros. Na parte de trás do ambiente há uma grande varanda com uma pequena mesinha de madeira redonda e algumas poltronas. As estrelas cintilavam sobre a vastidão escura do céu. Abaixo delas, as luzes da cidade se estendiam ao longe. Aquela era uma vista magnífica. Meus olhos se dirigem até o canto direito da sala e de costas para mim, está Grimmjow. Minha respiração se acelera mas mesmo assim continuo a seguir, usando a parede para tentar me esconder.

Quanto mais eu me aproximava, mais detalhadamente eu o enxergava. Grimmjow usava uma camisa social branca e calça jeans. Parei a alguns metros dele e fiquei apreciando a performance. Suas mãos movia-se graciosamente pelo teclado, produzindo sons distintos que de alguma forma se encaixavam no ritmo daquela cantiga. Seus ombros se arqueavam toda vez que tocava uma nova nota, os músculos de suas costas eram visíveis sobre o tecido da roupa. Ele conseguia ser lindo até mesmo tocando piano. Fechei os olhos, deixando aquela doce melodia entrar pelos meus ouvidos. Grimmjow realmente parecia entender sobre o assunto, pois não errava uma nota sequer. Foi quando ele começou a cantar, seguindo o ritmo do piano.

Seu tom era suave, mas ao longo da música se tornava mais forte. Era a primeira vez que eu o escutava cantando, ele tinha um timbre incrível e sua voz era linda. Eu podia sentir a melancolia naquela canção, como se ela de alguma forma falasse do passado do Grimmjow. A letra falava de um pessoa que pediu ao anjo que a levasse embora, para longe da vida de angústia e tristeza que vivia. A música mencionava sobre a pessoa achar a libertação nos braços do anjo. Por um motivo que não sei, meu olhos ficaram marejados. Senti vontade de chorar mas me segurei. Não sei se o que mais me emocionava era a música ou Grimmjow tocando. Foi quando ele começou a cantar, seguindo o ritmo do piano.

Me sinto culpado por entrar sem avisar. Agora não tem mais jeito. Ele precisa saber da minha presença ali. Respiro fundo e fecho os olhos por um momento, preparando-me para o que virá. Termino de dar o primeiro passo quando a música cessa.
- Oi Ichigo - sua voz congela meus movimentos - pode aparecer agora.
Arregalo os olhos, perguntando-me como ele notou minha presença lá. Eu não havia feito nenhum barulho e mesmo tocando piano, ele havia me percebido. Hesitante, sigo em sua direção em passos lentos. Grimmjow se vira para mim e me fita com aqueles olhos intensos.

- Oi - digo, com a voz trêmula - desculpa por entrar assim sem avisar.
- Não tem problema - Grimmjow sorri e me indica o banco no qual está sentado - eu estava esperando você.
Sento-me ao seu lado e franzo o cenho, perguntando-me se aquilo não havia sido planejado por ele.
- Como foi qu..
- Eu descobri que você estava aqui ? - Grimmjow arqueia as sobrancelhas, parecendo achar graça de algo
- É - respondo. -  Por um momento, penso em perguntar como ele sempre consegue adivinhar o que vou dizer. Mas decido guardar a dúvida para mim. Seria muito irônico se Grimmjow adivinhasse a minha pergunta sobre como ele consegue adivinhar minhas palavras. Ele aponta para uma tela que eu não havia notado antes. Parecia uma televisão, só que um pouco maior. O equipamento estava embutido na parede acima do piano. A tela estava dividida em vários quadrados, cada um mostrando uma área da cobertura. Havia uma câmera que mostrava o corredor que dava para a cobertura e também uma outra que exibia a entrada do edifício. 

- Então você já tinha me visto chegando no edifício ? - pergunto.
- Sim  - ele responde - foi quando eu comecei a tocar piano.
Olho para ele, surpreso. Era impressão minha ou Grimmjow tinha tocado piano para que eu ouvisse ?
- Está dizendo que tocou piano para mim ? - pergunto, uma parte de mim temendo a resposta.
- Toquei - ele desliza suas mãos sobre as minhas - você gostou ?
Me lembro da canção melancólica que eu estava escutando a alguns segundos atrás. Nunca tinha ouvido algo como aquilo antes. Realmente, aquela música tinha mexido comigo.
- Você tem uma voz incrível - dou um sorriso gentil para ele - aquela música é linda, apesar de ser triste.
A expressão no olhar de Grimmjow muda. É como se ele estivesse se lembrando de uma vida passada.
- Obrigado - ele se volta para mim novamente e sorri - quer comer alguma coisa ?
Faço que não com a cabeça. Percebo que ele está tentando fugir do assunto, provavelmente não quer me contar nada. Mas eu preciso saber. Inspiro e expiro calmamente. Agora é a hora de conversar.

- Quer me contar ? - é a única coisa que pergunto.
Nossos olhares se encontrar e o clima do ambiente parece mudar. Por um momento me pergunto se aquilo é mesmo uma boa ideia. Lembrar daquilo talvez causasse muita dor em Grimmjow. Por mais que seja difícil tanto para mim quanto para ele, precisamos falar sobre nossos passados. 
- Eu não sei - seu olhar fitam o nada - Meu passado não é uma coisa da qual eu gosto de lembrar.
Baixo os olhos. Fitando o tapete branco sobre meus pés. Eu não podia forçar ele a me contar nada. No fundo eu desejava que ele pudesse confiar em mim, por que eu confiava nele. Mesmo sem saber muito sobre ele, meu coração dizia que Grimmjow era uma pessoa boa. O tipo de pessoa que aprende sobre a vida da forma mais difícil.

- Olha para mim - eu digo, colocando uma de minhas mãos sobre o rosto de Grimmjow e virando-o para mim - você não precisa me contar, se não quiser.
Ele me fita, sua expressão é de dor. Faço carinho nos seus cabelos, a fim de tranquiliza-lo. Grimmjow fecha os olhos e encosta o rosto sobre minha mão. Seus olhos se voltam novamente para os meus e eles parecem procurar algo que não consigo identificar. Refúgio ? Proteção ?. Era como se ele estivesse perdido na escuridão e a luz fosse eu.
- Você sabe que uma relação se baseia em confiança. Eu sei que é difícil para você lembrar do passado e não quero te forçar a nada. - eu o olho gentilmente, enquanto deslizo meus dedos pelo seu rosto. - Eu queria que você confiasse em mim para podermos fazer isso dar certo. Como podemos levar isso adiante se não sabemos quase nada um do outro ?
- Mas eu confio em você, Ichigo - ele responde, voltando a me olhar nos olhos depois de um bom tempo - só não quero que você mude sua visão sobre mim.

Então essa era a raiz do problema. Ele tinha medo de que eu não o visse mas da mesma forma. Era por isso que ele tanto hesitava em me contar. 
- Eu não vou julgar você, se é isso o que você está pensando - afago seus cabelos azuis - Eu não estou em posição de fazer isso. Nada que me diga vai me afastar de você, tá ?
Ele balança a cabeça em concordância. Fico sentado ao lado dele, esperando ele estar pronto para me contar.
- A primeira coisa que você tem que saber é que eu sou gay desde criança - ele diz, depois de ficar em silêncio por alguns minutos.
- Tudo bem - digo
- Quando eu era criança, meus pais morreram num acidente de carro - ele me diz, sua voz era rouca - nunca cheguei a conhecê-los. 
Por um momento, consigo sentir a sua dor. Eu também havia perdido minha mãe, então eu sabia bem o que ele estava sentindo. A saudade é tanta que seu coração parece estilhaçar. Para Grimmjow a dor deve ser maior, pois não poder ter os pais ao nosso lado durante nossa infância é algo que nos destrói.

- Eu sei bem o que é isso. Eu também perdi minha mãe quando eu era criança.
A expressão em seu rosto muda, ele parece surpreso. Eu nunca falava sobre a morte da minha mãe a não ser com pessoas próximas. Mesmo assim, eu confiava no Grimmjow e eu sabia que podia me abrir com ele.
- Sinto muito, Ichigo - seu olhar é sincero - deve ter sido muito difícil para sua família.
- Na época foi - digo, me lembrando daquela noite a nove anos atrás - minhas irmãs muito pequenas e meu pai não sabia como contar para elas.
A memória me vem a cabeça. Lembro me das sirenes. As luzes azuis e vermelhas girando enquanto os médicos socorriam minha mãe. Meu pai segurava minhas duas irmãzinhas no colo. Os médicos me examinaram mas não encontraram nenhum ferimento. Mesmo depois de eles levarem o corpo, eu fiquei parado ali na calçada da minha casa. As manchas de sangue no asfalto duro.

Tiro a imagem da cabeça antes que as lágrimas caiam. Eu tentava ao máximo não pensar muito no que tinha acontecido. Mas sempre que o rosto dela surgia na minha mente, meu peito parecia explodir e as lágrimas desciam. 
- O que aconteceu depois que... - tento encontrar as palavras certas 
- Quando meus pais faleceram, o conselho tutelar me entregou para um instituto que cuidava de crianças abandonadas e fiquei lá por nove anos.
''Caramba, nove anos é muito tempo. Ainda mais em um lugar que você não conhece''
- Como era lá ? - perguntei 
- No começo era estranho - ele fitou um ponto distante do apartamento - havia muitas crianças, a maioria por volta dos 6 anos. Recebíamos alimentos e cuidados médicos toda semana, cada um tinha uma cama para dormir.

Tento reproduzir a situação em minha mente. Grimmjow pequeno, sendo cuidado por pessoas estranhas em um lugar estranho. Pergunto-me como foi que ele acabou se acostumando a tudo aquilo. Realmente, sua vida não tinha sido fácil.
- Você disse que ficou lá por nove anos - eu digo - o que aconteceu depois disso ?
- Um dia, eu estava brincando com as crianças do instituto - ele continuava distante - quando uma das proprietárias me chamou e disse que havia um casal interessado em me adotar.
Eu fico sem palavras.
- Quer dizer que você foi adotado ? - pergunto, embasbacado
- Sim - sua voz parece mais um sussurro - eu fui.
Não tenho a mínima ideia do que dizer a ele. Nunca me passou pela cabeça que Grimmjow podia ter sido adotado. Sua mente deve ter ficado tão confusa naquela época. Um garotinho pequeno e solitário.
- Era esse o casal que tinha a empresa no ramo publicitário ?
- Era - ele responde de maneira sutil - foi quando eu passei a ter uma vida cheia de benefícios e oportunidades.

Apesar de ter sido uma situação difícil, eles haviam ajudado Grimmjow a ter uma vida melhor. Olhando para ele naquele momento, eu não conseguia enxergar o tipo de vida que ele tinha antes.
- Pelo menos eles te ajudaram - falo, colocando minhas mãos sobre as suas
- É , acho que sim - ele murmura, distante.
Ficamos em silêncio por alguns instantes. Mas a curiosidade me abate.
- Posso perguntar uma coisa ?
- Claro - ele olha para mim - o que ?
- Qual foi o motivo da adoção ?
Grimmjow me olha por um momento e depois se levanta, caminhando até a varanda. Vou atrás dele e o encontro observando as luzes da cidade.
- Quando eles me contaram sobre a adoção, eu não fiquei curioso para saber o motivo - ele explica, enquanto observa a paisagem a sua frente - na verdade, uma parte de mim meio que já sabia.
Fito Grimmjow por alguns minutos. Ele era tão forte e seguro de si, que parecia que seu eu de agora era completamente diferente da sua versão do passado. Duas pessoas completamente distintas.
- Quando eu fui adotado - ele continua - a Nelliel tinha apenas cinco anos. O meu pai adotivo se recusava a passar a herança da família para a filha mulher.

Então o pai adotivo de Grimmjow  o tinha adotado, para que ele pudesse receber a herança.
- Quer dizer que ele te adotou para que você recebesse a herança da família ? - pergunto e ele afirma com a cabeça - Mas só achei que a herança podia ser passada apenas para o filho legítimo.
- Bom - Grimmjow dá um meio sorriso, o que me pega de surpresa - meu pai era um homem muito poderoso. Então ele tinha certa influência sobre seus contatos. Ele só teve que mexer alguns pauzinhos para fazer aquilo dar certo. Meu pai queria que eu assumisse a empresa quando atingisse a maioridade
- Caramba - franzo o cenho - quer dizer então quer você ficou com toda a herança da família ?
- Não exatamente - seu olhar se volta para mim - aconteceu uma coisa inesperada.
Ele me olha por um longo tempo antes de continuar.
- Minha mãe biológica descobriu que estava grávida de um menino.
Por aquilo eu não esperava. A mãe adotiva de Grimmjow estava grávida de um filho legítimo.
- O que aconteceu ?
- Minha família entrou em uma briga no tribunal, para decidir quem ficaria com a herança - Grimmjow continuava distante - Foi quando todo o plano do meu pai falhou. Os amigos poderosos dele abriram diversos processos contra ele, o que acabou resultando na liquidação da empresa.
Eu sentia pena dele. Grimmjow tinha sido praticamente usado pelo próprio pai para continuar lucrando com a empresa.
- E o que aconteceu no final ? - pergunto, um pouco curioso sobre aquilo tudo.
- Meu pai foi obrigado a partilhar a herança entre os três filhos.
Três filhos. Quer dizer que Grimmjow tinha outro irmão além da Nelliel.
- Onde está o seu outro irmão ? 
- Ele mora em outro estado - Grimmjow responde vagamente -  Não entramos muito em contato um com o outro. Não nos damos bem.
- Por quê ?
-ntar uma coisa ?
- Claro - ele olha para mim - o que ?
- Qual foi o motivo da adoção ?
Grimmjow me olha por um momento e depois se levanta, caminhando até a varanda. Vou atrás dele e o encontro observando as luzes da cidade.
- Quando eles me contaram sobre a adoção, eu não fiquei curioso para saber o motivo - ele explica, enquanto observa a paisagem a sua frente - na verdade, uma parte de mim meio que já sabia.
Fito Grimmjow por alguns minutos. Ele era tão forte e seguro de si, que parecia que seu eu de agora era completamente diferente da sua versão do passado. Duas pessoas completamente distintas.
- Quando eu fui adotado - ele continua - a Nelliel tinha apenas cinco anos. O meu pai adotivo se recusava a passar a herança da família para a filha mulher.

Então o pai adotivo de Grimmjow  o tinha adotado, para que ele pudesse receber a herança.
- Quer dizer que ele te adotou para que você recebesse a herança da família ? - pergunto e ele afirma com a cabeça - Mas só achei que a herança podia ser passada apenas para o filho legítimo.
- Bom - Grimmjow dá um meio sorriso, o que me pega de surpresa - meu pai era um homem muito poderoso. Então ele tinha certa influência sobre seus contatos. Ele só teve que mexer alguns pauzinhos para fazer aquilo dar certo. Meu pai queria que eu assumisse a empresa quando atingisse a maioridade
- Caramba - franzo o cenho - quer dizer então quer você ficou com toda a herança da família ?
- Não exatamente - seu olhar se volta para mim - aconteceu uma coisa inesperada.
Ele me olha por um longo tempo antes de continuar.
- Minha mãe biológica descobriu que estava grávida de um menino.
Por aquilo eu não esperava. A mãe adotiva de Grimmjow estava grávida de um filho legítimo.
- O que aconteceu ?
- Minha família entrou em uma briga no tribunal, para decidir quem ficaria com a herança - Grimmjow continuava distante - Foi quando todo o plano do meu pai falhou. Os amigos poderosos dele abriram diversos processos contra ele, o que acabou resultando na liquidação da empresa.
Eu sentia pena dele. Grimmjow tinha sido praticamente usado pelo próprio pai para continuar lucrando com a empresa.
- E o que aconteceu no final ? - pergunto, um pouco curioso sobre aquilo tudo.
- Meu pai foi obrigado a dividir a herança entre os três filhos.
Três filhos. Quer dizer que Grimmjow tinha outro irmão além da Nelliel.
- Onde está o seu outro irmão ? 
- Ele mora em outro estado - Grimmjow responde vagamente -  Não entramos muito em contato um com o outro. Não nos damos bem.
- Por quê ?
- Quando a herança teve que ser dividida, obviamente a maior parte ficou para o ''filho'' mais velho. 
- Você - respondo 
- Isso, então seguindo esse conceito - ele explica - meu irmão mais novo ficou com a menor parte da herança. Ele sempre foi ambicioso, mas essa ambição acabou se transformando em raiva.  
- Por você ter ficado com a maior parte da herança ? 
- Não só por isso - ele me fita - acho que mais por um filho bastardo ficar com a maior parte da herança. A Nell nunca ligou muito sobre a herança. Desde o começo eu e ela nos dávamos bem. Já meu irmão... sempre me odiou. 

- Isso sim é uma história de vida - brinco, sentindo o vento gelado atingir meu rosto. 
Grimmjow me olha com aquela cara debochada e se aproxima de mim, com um sorriso no rosto 
- Parece que agora sabemos bastante coisa um do outro - ele acaricia minhas bochechas.  
- Obrigado por confiar em mim - sorrio para ele e encarro aqueles olhos azul-safira. 
Grimmjow me envolve em seus braços e ficamos juntinhos ali na varanda, agora não havia mais barreiras entre nós. 
- Eu que agradeço, Ichigo - ele encosta sua testa na minha e fecha os olhos - Obrigado por me escutar. Significa muito.
A memória daquela música linda me vem a cabeça
- Qual o nome daquela música que você estava cantando ? - pergunto
- Nos Braços de Um Anjo - ele murmura - minha mãe adotiva costumava tocar ela para mim.
Me afasto para olhá-lo nos olhos e o que vejo é dor
- Vocês e ela são muito chegados ?
- Costumávamos ser, ela morreu a onze anos atrás...

Meu mundo todo desaba. Sinto meus olhos ficarem marejados. Eu não conseguia acreditar naquilo. Perder uma mãe já era difícil. Agora duas ?
- Meu deus Grimmjow - eu o envolvo em meus braços, tentando reconfortá-lo - Sinto muito, amor. Eu não fazia idéia.
- Tudo bem Ichigo , isso foi há muito tempo- ele me segura perto de si e me olha profundamente - Ter você do meu lado é o que me deixa mais feliz.
Sinto vontade de chorar por ele. Por tudo que  ele tinha sofrido até agora. Ninguém merecia aquele tipo de coisa. Eu achava que minha dor fosse a pior, mas a dele deveria ser insuportável. Sorrimos um para o outro e sua expressão divertida retorna novamente.
- É impressão minha ou eu escutei você me chamar de amor ? - ele me pergunta, me olhando daquela maneira sedutora que me deixa paralisado.
'' Ai que merda, Ichigo'' - digo a mim mesmo - ''Agora você tomou no cu''

Minha boca fica seca de novo e as palavras parecem não sair. Tento pensar em uma saída para aquela situação.
- Não q..que eu me lembre - gaguejo, umedecendo os lábios - deve ter sido impressão sua.
Grimmjow pega na minha mão e me leva de volta para dentro. Ele se aproxima de mim e vejo nos seus olhos, aquela mesma expressão perigosa e excitante de antes. O tom de sua íris parece escurecer, transformando-se em um azul-marinho. O som de torpedo irrompe do meu celular e vejo que há uma mensagem do meu pai, perguntando onde diabos eu estava. Olho para o relógio e são quase onze da noite Que merda. Fiquei tão entretido na conversa com Grimmjow que nem percebi a hora. Imagino ele surtando em casa nesse momento. Pensar naquilo me traz a mente uma coisa que meu pai havia me dito uma vez. Sobre aproveitar as chances que a vida nos proporciona, para sermos felizes enquanto vivermos. Só agora me dou conta do que eu realmente quero. Mando uma mensagem dizendo que vou dormir na casa da Rukia e que volto amanhã de manhã.

- Meu pai está quase tendo um treco - digo - ele sempre se preocupa quando eu demoro para voltar
- Então é melhor eu te levar para casa, já está tarde - Grimmjow se vira para ir até a cozinha
- Ou eu poderia dormir aqui - minha boca está seca - pode ser muito perigoso ir para casa a essa hora da noite..
Grimmjow se vira para mim e seu olhar sensual está de volta.
- Se você deixar, é claro - complemento. Grimmjow caminha lentamente em minha direção e me prensa na parede.
- E para que você quer passar a noite aqui, Ichigo  ? - é como se sua língua acariciasse meu nome - me diga
Ele aproxima seu rosto para mais perto do meu. Consigo sentir seu hálito fresco. Umedeço meus lábios e Grimmjow desliza suas mãos até minha nuca, provocando-me arrepios.
- Você se lembra do que eu falei que iria fazer - seu tom é perigoso - se você passasse a língua nos lábios outra vez ?
Me lembro de hoje mais cedo no shopping. Quando ele me avisou para não fazer aquilo de novo. Não há mais tempo para corrigir o erro. Grimmjow se aproxima lentamente da minha boca e eu fecho meus olhos, sentindo o calor da sua língua nos meus lábios. Meu pau fica duro só de pensar ele enfiando aquela língua gostosa na minha boca. 
- Eu avisei, não foi ? - sua voz rouca me deixa ainda mais excitado
- Sim - respondo, minha voz quase inaudível. Continuei com os olhos fechados, enquanto sua língua passava entre as entradas da minha boca.
- Agora, me diga Ichigo - eu não conseguia mais resistir ao desejo - o que você quer ?
- Quero fazer sexo com você, Grimmjow - estou inteiramente a sua mercê, incapaz de me libertar - Por favor.

Ele me pega no colo e me coloca na parede. Sua boca invade a minha e juntas, nossas línguas se entrelaçam em uma dança erótica. Meu corpo continua a despertar, ansiando  por ele. Grimmjow me deixa sem espaço, mas eu não ligo. Quero respirar o mesmo ar que a sua boca. Quero explorar cada centímetro da sua boca maravilhosa
- Tem certeza, Ichigo ? - ele me pergunta, entre um beijo e outro - quero que tenha absoluta certeza do que quer. Não quero que se arrependa depois.
- Sim, eu tenho . Por favor Grimmjow - eu imploro - eu quero você, aqui e agora.
Grimmjow me abaixa e pega na minha mão, guiando-me pelas escadas a esquerda e levando-me pelos corredores de madeira. Entramos num dos últimos quartos e chegamos a um quarto enorme todo decorado com objetos luxuosos. Grimmjow me empurra na cama e seus olhos se escurecem novamente. Eu era a presa e ele, o predador.
- Muito bem Ichigo - ele me olha da maneira mais sensual que eu já vi na vida, fazendo-me ficar vermelho como um pimentão - Agora eu vou transar com você a noite inteira.



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