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História Para Você (Osasuna) - Empecilhos


Escrita por: Toastie-San

Notas do Autor


o milagre que foi eu ter terminado esse capítulo senhor
agora que eu peguei o embalo, podem esperar q eu vou postar um monte de caps :D (se eu demorar, ponham a culpa na escola, não em mim)
espero q gostem do cap <3

Capítulo 9 - Empecilhos


Suna, aquela noite, sonhou com campos de morangos e nuvens branquinhas. Ainda tinha o gosto do morango com leite condensado na boca quando embarcou no ônibus com os outros a caminho dos próximos jogos.

Um era contra uma escola de Hiroshima, e o outro era contra uma das duas finalistas de Tóquio, chamada ‘’Fukurodani’’.

- Algum de vocês conhece esse Fukurodani?

- Eles também foram ao nacional ano passado. – Kita explicou, e um unânime ‘’aaaah’’ foi ouvido dos calouros. – Me pergunto se o ace deles melhorou...

- Claro que melhorou, Shin, eu ouvi que eles têm até um levantador novo!

‘’Qual o nome do ace?’’

- O nome dele? Bokuto Koutaro.

Suna rapidamente jogou o nome na Internet e, como resultado, recebeu centenas de vídeos e postagens sobre um dos top 4 aces do Japão no sub-19. Poderia ser descrito como um maromba com cara de coruja.

- Caralho, que enorme! Quanto esse cara mede?!

- Um e oitenta...

- Põe um vídeo, Sunarin!

Suna clicou no primeiro vídeo. Uma edição elaborada, com destaque à cantiga da torcida no áudio, em um dos jogos do Fukurodani no ano anterior.

Eles mal viram a bola sendo cortada, apenas ouviram o estrondo de trovão e o atacante chegando ao chão. Suna precisou ver o vídeo de novo duas vezes para detectar a velocidade da bola.

- ...Esse maluco vai estourar os braços de alguém...

- Alguém? É o Sunarin quem fica no bloqueio!

- Foi bom te conhecer, Rin.

‘’Parem de falar como se eu fosse morrer.’’

 

___

 

O jogo contra a escola de Hiroshima foi o primeiro. Uma escola pequena, chamada de Torino, com 11 ou 12 jogadores registrados. As camisas vermelho escuro combinavam com o preto de seu time, apesar de Suna não ter ideia do porque tinha pensado nisso de todas as coisas. O nervosismo estava o dando um leve incômodo no estômago.

Ele respirou fundo e o juiz apitou.

O adversário sacou, Osamu recebeu, Atsumu levantou, Ginjima marcou. O bloqueio de Torino alcançou, mas a bola caiu fora. Ponto de Inarizaki.

Aran sacou. O líbero recebeu, um dos atacantes conectou, o levantador mandou de segunda. Ponto de Torino.

‘’É só um ponto, Rintaro. Não tem porque ficar nervoso.’’

 

___

 

Não foi só um ponto. Foi um ponto, depois outro, depois outro e outro.

Torino 9, Inarizaki 4.

- Eles são assustadores... – Suna ouviu Atsumu sussurrar, em algum ponto atrás de si. Sua voz parecia mais animada do que assustada, no entanto, então Suna achou melhor não se preocupar com ele.

O Miya mandou duas bolas de segunda através da rede, na mesma posição. A tensão cercando aquela quadra era quase palpável. E Suna só queria que aquele jogo acabasse logo.

 

___

 

- Sunarin!

Suna correu até a bola que Atsumu havia levantado, de olho no bloqueio adversário.

‘’Tem três ali. Eu posso fazer reboot...’’

Suna acabou por mandar uma finta. O líbero mergulhou e recuperou a bola, o capitão, na linha de fundo, mandando para um dos atacantes em posição. O estômago de Suna revirou quando eles marcaram, agora, o 17º ponto.

Torino 17, Inarizaki 11. Era nauseante. Tanto que Suna realmente sentia vontade de vomitar.

Recuperou o ar em um segundo, esperando que isso o livrasse de sua tontura.

- Rin?

É claro que Osamu seria o primeiro a se preocupar.

‘’Eu estou bem.’’

Osamu não acreditou, e dava para entender o porquê.

Suna cambaleou um pouco ao voltar para sua posição no rodízio, e o juiz voltou a apitar.

 

___

 

Talvez Suna não estivesse tão bem quanto achava que estava.

O enjoo ficava mais difícil de ignorar, mas ele não deixou que isso afetasse sua eficiência em quadra. Eles já estavam perto de vencer o primeiro set, afinal.

Os últimos 5 pontos foram e vieram antes que Suna percebesse. O juiz apitou o veredito fina do primeiro set.

Inarizaki 25, Torino 20.

Comemoração vem, comemoração vai, em algum momento Suna levou um tapa nas costas (de Atsumu, ele presumiria depois). A náusea voltou com força, e Osamu precisou segurá-lo para evitar um desmaio.

- Rin? Rin, ‘tá me ouvindo?

- Ah... Alguém chama uma enfermeira?

Suna se xingava internamente. Maldito seja o metabolismo lento. Malditos sejam seus nervos à flor da pele, facilmente florescidos. Por que ele precisava se sentir enjoado quando ficava nervoso?

 

___

 

A enfermeira diagnosticou o breve caso de Suna como uma má reação do corpo ao nervosismo do campeonato, e foi recomendado ao técnico que ele ficasse fora de ação no set seguinte.

Ele optou por ficar na enfermaria. De que adiantaria ver o jogo se não podia participar? Mordiscou uma barra de cereal e deixou seus pensamentos vagarem. E seus pensamentos gritavam apenas um nome.

Osamu. Osamu.

Se eles perdessem o jogo, ele ficaria devastado. Talvez Suna pudesse ser um ombro amigo, se Osamu precisasse.

 

___

 

Os primeiros a entrarem na enfermaria foram os gêmeos.

- E aí? Ganharam?

- Claro que ganhamos! Foi mamão com açúcar!

- Você ‘tá se sentindo melhor, Rin?

Suna não conseguiu evitar o fantasma de um sorriso enquanto Osamu se sentava ao seu lado na maca da enfermaria.

- Um pouco...

- Você podia ter falado que não tava se sentindo bem, sabe?

- É... Se você tivesse falado que não tava bem, eu não teria exigido cortes tão altos e arriscados de você—

- Meninos, ‘tá tudo bem. É sério.

Ambos ficaram quietos, trocaram um olhar e acabaram por suspirar em alívio ou dar de ombros.

- Meninos? – A enfermeira chamou. – O jogo já vai voltar. É melhor se apressarem.

- Pode deixar! – Atsumu saiu desembestado pela porta da enfermaria, e Osamu apenas bufou ao ver o costumeiro exagero nas ações do irmão. Ele pegou ambas as mãos de Suna nas suas.

- Eu vou ganhar esse set no seu nome também. Vai ser a nossa vitória. ‘Tá bom?

‘’Você diz que vai ser a nossa vitória e nem tem coragem de me beijar?’’

- ...Claro. Boa sorte no jogo.

Osamu saiu um um singelo sorriso e Suna foi deixado sozinho na enfermaria com um milhão de pensamentos aos turbilhões em sua cabeça.

 

___

 

Suna conseguiu assistir o jogo pelo telão instalado na parede em frente à porta da enfermaria. Ele certamente fazia falta na questão do bloqueio, mas os ataques e recepções continuavam tão eficazes quanto sempre.

Osamu havia cumprido sua promessa. Suna mal teve tempo de pensar nele quando o juiz apitou, sinalizando a vitória de Inarizaki por 2 sets a 0.

Osamu foi o primeiro a sumir da tela, e algo nos instintos de Suna o fez esperar pela visão do ‘moreno’ correndo por aquele corredor, lembrando-o de como a vitória havia sido de ambos e logo perguntando se ele estava se sentindo melhor e disposto o suficiente para jogar contra Fukurodani.

- Rin!

‘’Não precisa gritar, bobo.’’

- Você viu?! Você viu o jogo?

- Eu vi. Você jogou muito bem.

- E eu vou jogar ainda melhor no próximo!

- Jura?

- Juro!

- Olha que eu vou te cobrar, hein.

- Para de querer arruinar a minha alegria, Rin!

- O quê? Eu não fiz nada.

- Osamu-kun, Suna-kun! O outro time já chegou!

- Já estamos indo, Kita-san!

 

___

 

O time do Fukurodani consistia de uma dúzia de jogadores de aparência forte e imponente, mas o que mais se destacava era o ace (mesmo estando no segundo ano), camisa 4 Bokuto Koutaro. Ele tinha um cabelo esquisito, um bocado de músculos para mostrar e uma voz alta e animada cujo ‘’HEY HEY HEY!’’ ecoava por toda a quadra, sendo repetida em desarmonia pela torcida.

Suna não hesitou, embora os jogadores adversários tivessem uma certa aura imponente que chegava a dar medo. Atsumu, alguns passos à sua esquerda, engoliu em seco, e Suna pôde identificar Osamu dando no irmão um tapinha reconfortante nas costas.

Ambos os times se aqueceram, ambos os capitães se cumprimentaram e ambos... Não, havia apenas um juiz. O juiz apitou, apitou, e o levantador adversário foi o primeiro a sacar.

Aparentemente, o nome dele era Akaashi Keiji, apenas um ano mais velho que os meninos. De acordo com Kita, ele deveria ser alguém muito dedicado para conseguir lidar com Bokuto na quadra.

Suna não entendeu realmente o que aquilo queria dizer. Porque ele precisaria ‘’lidar’’ com um colega de time na quadra? Ele não conseguia carregar o próprio título nas costas?

E, enquanto Suna divagava, o placar já havia se adiantado.

Inarizaki 3, Fukurodani 2.

 

___

 

Aran estava certo quando disse que aquele ace era amedrontador.

Bokuto Koutaro, camisa 4, marcou nada mais nada menos que 12 dos 22 pontos conquistados no primeiro set. Foi uma vitória acirrada, mas Inarizaki conseguiu fechar os 25 pontos (embora um dos bloqueadores do terceiro ano tivesse quase estourado um dedo).

Aquele levantador estava acabando com a paciência de Suna e Atsumu. Quando ele ousou dar uma piscadinha para o camisa 11 em um dos tempos técnicos, Suna se viu tentado a deixar Atsumu cair na porrada com ele.

- Se a gente conseguir ganhar de 2 sets a 0, eu nunca mais vou reclamar de nada na minha vida – Suna ouviu Osamu resmungar.

- Então eu vou poder roubar seus pudins à vontade?

- Limites, ‘Tsumu, limites.

 

___

 

Não era a primeira vez que Suna ficava frente a frente com o ace.

O técnico havia deduzido que o jogador mais propício (ou segundo mais propício, já que o primeiro havia sido tirado da quadra) era Suna.

Vez ou outra ele ouvia um comentário sobre o formato de seus olhos, algo similar a ‘’colocaram aquele número 10 dos olhos de raposa frente-a-frente com o Bokuto na rotação. Atacantes, levantador, principalmente você, Bokuto, tomem cuidado com ele.’’

Suna sentiu um estranho sentimento de gratificação ao ser visto como alguém ‘’perigoso’’ dentro da quadra.

- Larga o sorrisinho, Sunarin. Já não basta ‘tar assustando o grandalhão, vai acabar me assustando, também.

Suna deu de ombros e voltou a sua posição na quadra.

Apesar da força bruta que Bokuto usava nos ataques, seu saque era bem desajeitado, mas isso não o tornava mais fácil de receber. Akagi mergulhou, resgatando a bola, mas o posicionamento mal calculado dos pulsos mandou-a para o outro lado da quadra.

- Merda... Foi mal!

- Bola fácil, bola fácil!

- Direita!

- AKAAAAAASHI!

Dois correram para a esquerda, de onde Bokuto vinha. Suna esperou mais um pouco. A bola chegou ao levantador, e...

- Hnn!

O bloqueio funcionou, mas não tão bem quanto deveria. O corte do ace adversário acabou acertando o ombro de Suna, que grunhiu baixinho ao chegar ao chão.

‘’Duas lesões em um dia só? Porra...’’

- Rin? ‘Tá tudo bem?

- Mhm...

- Suna! Caralho, ‘tá doendo?

- Suna-kun, ele te acertou com muita força?

- Ô ô, sem aglomeração aqui! Quer que eu te coloque no banco, Suna?

‘’Não...’’

- Ele disse que não, treinador.

- ...Tempo! Miya, vá buscar uma bolsa de água quente. Qualquer um dos dois!

- Pode deixar que eu vou! ‘Samu, fica de olho nele!

- Entendido, chefia!

Em seguida, Osamu levou Suna até o banco e perguntou, com a voz mais suave possível:

- ‘Tá tudo bem, Rin?

Suna respondeu com um aceno positivo, mas era óbvio que não havia convencido Osamu. O outro Miya logo voltou com uma bolsa de água quente, fazendo uma série de perguntas e pressionando a bolsa contra o ombro de Suna até o juiz apitar o fim do tempo.

- Você vai ficar bem, Suna? – O técnico perguntou. Suna, mais uma vez, acenou que sim. – Pode voltar pra quadra. Mas cuidado, não precisamos de outro jogador incapacitado.

 

___

 

Suna tomou as palavras do técnico a sério e, mesmo assim, não vacilou nem um pouco no bloqueio contra o ace, mesmo quando estavam sozinhos e cara-a-cara. Tanto cuidado ele tomou que se contentou com toques únicos ao invés do bloqueio completo, e confiou nos seus colegas de time para terminarem as jogadas.

Ele estava certo em confiar neles. Antes que ele pudesse se cansar, o juiz apitou e oficializou o empate – 1 set para Fukurodani e 1 para Inarizaki.

- Já ‘tá melhor, Rin? O ombro, eu quis dizer.

‘’É a quinta vez que você pergunta. O meu ombro já ‘tá muito melhor.’’

- ...’Tsumu, traduz pra mim?

- Ele disse que ‘tá melhor. Eu acho.

- Prontos pro terceiro set?

‘’Nem me fale disso.’’

- Eu só quero ir pra casa e comer um pudim...

- Eu acho que aquele levantador camisa 5 ‘tá tirando uma com a sua cara, ‘Tsumu.

- Eu também acho! Quem aquele tal de Akaa-a-ashi acha que é pra querer me enfrentar?!

Suna suspirou e esperou, esperou, e esperou que o juiz apitasse o terceiro set.

 

___

 

O terceiro set demorou tanto para começar quanto demorou para terminar (o que deveria ter levado de 5 a 10 minutos, mas pareceu uma eternidade.) Logo, Inarizaki – denominados vitoriosos – apertavam as mãos dos adversários e se preparavam para sair.

Os calouros, exaustos depois de 5 sets, praticamente se arrastaram até o ônibus, logo tomando os assentos no fundo em completo silêncio. Permaneceram assim por grande parte da viagem de volta ao hotel, os gêmeos sendo os primeiros a subirem para os quartos (empurrando um ao outro na escada) e se jogando nos colchões sem nem mesmo se importarem de tomar um banho.

- O Kusuke vai primeiro, você se importa de ser o último, Suna?

‘’Não, não me importo.’’

- ‘Tá, valeu, eu realmente preciso de um banho frio agora...

Suna optou por se sentar no chão, apoiando as costas na cama de Atsumu e consequentemente sendo forçado a ouvir seus roncos suaves enquanto dormia. Seus olhos encontraram os de Osamu, na cama diretamente à frente, e por algum motivo, os dois começaram a rir baixinho.

- Ele sempre roncou assim?

- Sempre. Você não tem noção do que é ter que dividir a cama com um molequinho de 5 anos que ronca que nem um porco. Quando ele se acostumou a dormir de bruços, foi um alívio...

Logo, Suna e Osamu foram convidados a tomarem seus banhos (separadamente) e, dado que ninguém teria o nervo de acordar Atsumu, acharam melhor deixá-lo como estava.

 

___

 

- Rin...

Suna ouviu alguém o chamando, pouco depois das 11 horas. E apenas uma pessoa poderia tê-lo chamado tão carinhosamente a essa hora.

- Sim, Osamu?

- Me conta uma história?

- Porque você quer que eu te conte uma história?

- Mamãe sempre me conta histórias antes de dormir...

- Você já ‘tá com saudades de casa?

- É...

- ‘Tá bom, eu conto uma história pra você.

Suna se levantou de seu colchonete e se sentou ao lado do de Osamu, dando o seu melhor para não pisar em ninguém no caminho.

- Que tipo de história você quer?

- Não sei... Me conta uma das histórias dos seus livros, eu acho.

- Hmm... Ok. Então, tem essa menina que mora embaixo d’água, e ela e as amigas precisam cantar para hipnotizar os marinheiros e alimentar a deusa delas...

A história parecia ser linda, mas Osamu não conseguiu prestar muita atenção. Ou então estava prestando atenção demais em outra coisa para ouvir a história.

Suna, hora ou outra, colocava uma mecha do cabelo bagunçado e rebelde atrás da orelha, brincando com as mãos sobre o colo enquanto seus olhos pareciam distantes. E a cada palavra, seu sorriso aumentava, mostrando o quanto era apaixonado por seus livros. De vez em quando ele também limpava a garganta, o que deixava Osamu com uma pontada de culpa por fazê-lo falar tanto.

Era um romance angustiante com final feliz sobre uma espécie de sereia e um formando na faculdade.

- ...E, no final, ela nunca recuperou as memórias de quando sereia e ele começou a se recuperar ‘’magicamente’’.

- É uma história linda, Rin.

- Eu sei. É uma das minhas favoritas.

- Sabe, se você fosse meu marido...

- De novo com isso?

- ...Eu ia pedir pra você me contar uma história diferente toda noite.

- Igual Sherazade e o rei de ‘’Mil e uma noites’’?

- É... Acho que sim.

- Eu adoraria. Boa noite, Osamu.

- Boa noite, Rin. Tenta não sonhar que ‘tá se afogando.

- Vou tentar.


Notas Finais


''duas lesões em um só dia? porra.'' eu sempre
o suna contando a história e o osamu todo boiola olhando pra ele passo mal
espero q tenham gostado, vejo vcs no próximo cap <3


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