1. Spirit Fanfics >
  2. Paradise >
  3. Capítulo 13

História Paradise - Capítulo 13


Escrita por: Gi-Ka

Notas do Autor


Agradecemos aos leitores, todos que favoritam e comentam!!! (づ ̄ 3 ̄)づヾ(^▽^*)))
Para mais informações ou se quiserem bater um papo com as autoras,
nos sigam no Twitter: @giseledute | @isidoroka ;)

Capítulo 13 - Capítulo 13


Jimin estava sentado no banco feito de ouro, esperando o Tritão o receber. Após a conversa com Taehyung, tinha marcado com a autoridade máxima do reino e precisava lhe falar o que estava acontecendo. Era melhor acabar com aquele mal pela raiz antes que se espalhasse por todas as sereias, o que seria um grave problema.

— O Tritão está pronto para recebê-lo.

A sereia se levantou às pressas, seguindo a outra. Ela era a secretária do Tritão fazia anos e os boatos de que tinham um caso sempre foi forte, mas nunca confirmado.

— Obrigado, Yongsun — disse o Tritão.

Ela somente fez um gesto com a cabeça, trocando olhares com o rei antes de fechar a pesada porta.

— Em que posso ajudá-lo, Jimin?

O professor se moveu até se sentar na cadeira que o rei indicou com a mão. Ele deu um sorriso fraco, pensando em como começar aquela conversa da melhor maneira possível, era uma reunião curta no final das contas.

— Um amigo meu ficou sabendo de grupos dentro do reino que estão pensando formas de o destituir, senhor. Estão pensando em um motim.

O Tritão respirou fundo, juntando a mão abaixo do queixo, contemplativo. Jimin pode reparar as marcas da idade já chamando atenção, a sereia a sua frente já estava quase nos seus cinquenta anos e desde os vinte governava a ilha. Ele era muito respeitado, mas desde a decisão deixar os humanos ficarem, as coisas não estavam boas.

— Por que seu amigo não veio falar isso pessoalmente comigo?

— Ele disse que não seria escutado pelo cargo que ocupa, que um professor seria mais respeitado.

O mais velho riu, mexendo-se no lugar, até se levantar, indo em direção a grande janela. Dali, o lugar mais alto do reino, podia ver tudo o que acontecia à sua volta. Ainda se lembrava da promessa que fizera quando recebeu a coroa: a promessa que sempre estaria atento para proteger as sereias.

— Eu sei desses boatos, Jimin. Mas, não tem muito o que eu possa fazer. Nossa lei é clara: quem me vencer, torna-se rei.

Jimin suspirou pesado.

— Quem assumir irá matar os humanos, Tritão.

O rei virou na direção de Jimin com um sorriso fraco.

— Então, sua preocupação é com o garoto, né? E não comigo.

O professor fez uma expressão cansada e o Tritão somente sorriu, chamando o outro para se aproximar com um gesto da mão. Jimin então se levantou e ficou ao lado do rei, conseguindo ver todo o reino daquela janela.

— É um ciclo, Jimin. Uma hora eu seria substituído de qualquer maneira, se não fosse por batalha, seria pelos meus descendentes. É a vida e eu não vou lutar contra o que o destino reservou para mim.

Jimin fitou o rei, não acreditando que ele realmente proferia aquelas palavras.

— Como o senhor não percebe que as coisas não podem ser assim? Força não significa inteligência e nós precisamos de uma sereia que tenha os dois para ser um bom governante. Se alguém ganhar do senhor, não significa que seja digno do trono — Jimin falou, com convicção. Ele não costumava ter aquele tipo de conversa com o rei, mas por ser professor, sabia que sua opinião era bastante respeitada, o que considerava ser uma boa coisa. — Eu entendo que o senhor acredite nas visões da senhora Haneul, eu também acredito e muito, mas… não significa que você deva dar de ombros e deixar acontecer. O senhor sair do cargo pode significar algum herdeiro seu assumir. Posso estar passando dos limites aqui, mas eu confiei toda a minha vida no seu reinado, Tritão, mas se o senhor ver esse cargo somente como algo que um dia vai acabar e fica por assim mesmo, talvez eu tenha me enganado na minha confiança. — Jimin fitou o outro com convicção. — Nós contamos com o senhor, Tritão. Por favor, não nos decepcione.

Era aquilo que Jimin tinha para falar, ele então fez uma reverência para o Tritão e seguiu para a porta de uma vez. Não queria ficar ali e se decepcionar com a decisão do rei. Todas as suas palavras tinham sido verdadeiras, somente esperava que causasse algo na sereia.

Jimin somente foi para casa, suspirando pesado ao perceber como essa estava vazia. Já estava com saudades de Taehyung, mesmo ainda faltando mais de uma hora para o marido voltar do trabalho; ele definitivamente, trabalhava demais.

O professor então focou em preparar o jantar. Não se importava em fazer tal coisa, na verdade, até gostava. Mas, quando terminou, outra vez se viu se sentindo solitário, então fez algo que disse a si mesmo que não faria. Jimin pegou algumas flores guardadas e preparou um remédio que aprendera para diminuir febre. Sereias não tinham aquele tipo de enfermidade, mas ainda assim tinha uma receita que tinha sido lhe passado pela mãe antes dela morrer. Não deveriam saber quem eram seus pais — a não ser que você fosse o próximo no trono e fosse chamado para assumir o posto —, mas não significava que algumas pessoas quebrassem as regras de vez em quando e contactassem seus filhos.

E, foi assim que Jimin conheceu sua mãe. Ela era idosa e contara que ele foi o último filho que tivera antes de entrar no fim período fértil — isso significava que tinha irmãos, mas a sereia nunca lhe falou nada sobre isso. E, como presente de casamento, ela lhe deu um livro escrito a mão que segundo a mesma passara de geração em geração, nesse livro tinham receitas para enfermidades humanas, quando questionou o porquê daquilo, dissera que seus antepassados tiveram envolvimentos com humanos. Tudo foi dito em sussurros, como se a senhora tivesse medo de algo, como se aquilo fosse vergonhoso para a família, sendo que ninguém saberia de tal coisa.

— Por que a senhora me escolheu para passar o livro? — Ele lembrava de ter perguntado.

Ela havia sorrido.

— Você foi por quem eu mais me apeguei.

Foi a única resposta que tivera e não insistiu. Para que fazer tal coisa, certo? E, de certa maneira, não se arrependeu. Sua mãe foi uma ótima pessoa e ficou feliz por passar pelo menos um dia ao lado dela. Um mês depois recebeu a notícia que ela faleceu, contudo sempre guardaria a lembrança de dois dias antes do seu casamento com Taehyung.

Agora, olhando para o livro, ele sorriu ao pensar em um dia dar aquilo para o pequeno Chinhae, o garoto era o seu enteado, mas de certa maneira, era o seu descendente. Mas, o que diria no final das contas para a criança? No fundo, aquela não era a melhor das tradições, mas não queria pensar muito sobre aquilo. Talvez no futuro as coisas mudassem, era o que torcia para que ocorresse.

A receita tinha flor de pulmonária, camomila e limão, por sorte, tinha tudo. Assim, logo terminou a infusão, colocando-a no maior pote que tinha e depois o escondendo. Não queria que Taehyung descobrisse das suas saídas e interpretasse de forma errônea.

— Amor, cheguei!

Jimin sorriu, logo indo receber Taehyung com um beijo. O agricultor sorriu e enlaçou a cintura do marido.

— Você parece animado.

— Senti sua falta — afirmou Jimin. — Por isso estou feliz por você chegar.

O mais alto deu outro sorriso, beijando os lábios do marido com cuidado, deixando-se aproveitar do momento. Estava cansado, mas ficar com Jimin sempre se sentia renovado.

— Como foi o seu dia, amor? — Jimin perguntou.

Taehyung se sentou na cadeira, sentindo o cheirinho do marido remexendo na panela e ficando com água na boca. Ele então contou rapidamente o que tinha feito, o que não era muito além de arar, retirar ervas daninhas e separar grãos.

— Você trabalha demais… Deveria pedir uma mudança de cargo, as pessoas nunca ficam muito tempo na agricultura. Aposto que Hobi te conseguiria algo nas construções ou até Jin no centro de denúncias. Seria bom, você ia ficar mais perto de mim.

— Não sei… Eu gosto das plantações.

— Mas você trabalha tanto! Olha a hora que está chegando… Você vai acabar ficando doente.

 — Nunca. Não quando tenho o melhor dos remédios me esperando em casa todos os dias — Taehyung proferiu, galante antes de roubar um beijo rápido do marido.

Jimin suspirou pesado.

— Eu não estou brincando, Tae. Eu fico preocupado. Nós sereias não ficamos doentes com frequência, mas quando ficamos, é quase sempre fatal.

— Amor…

— Tae, por favor! Você deveria mudar de emprego antes que façam esse motim dos infernos. Não sabemos quem vai entrar no lugar, pode ser um lunático.

— Amor, olha pra mim… — Taehyung murmurou, segurando o rosto do marido com delicadeza. — Eu estou bem. Estamos bem, okay? Nada vai acontecer. Hyunwoo ainda é forte e ainda mais inteligente.

Jimin somente deixou o prato de comida na mesa e Taehyung percebeu que o momento era para comer. Eles faziam isso quando discutiam, uma pausa para se alimentarem e pensarem nas coisas para não falarem coisas sem pensar. Mas, para a surpresa do mais novo, o marido falou logo após a primeira mordida.

— Eu falei com ele hoje. O Tritão disse que sabe desses motins e que não vai fazer nada para mudar o destino. Que a senhora Haneul já viu que ele será substituído em breve.

— Mas as visões da senhora Haneul mudam e Hyunwoo não vai se entregar fácil em batalha.

— Eu não sei. Acho que acabei dizendo demais o que ele deveria fazer — murmurou Jimin, com um tom preocupado. — Eu só fico com medo das coisas piorarem demais e tudo explodir nas nossas caras, sabe?

Taehyung deu um sorriso, buscando a mão de Jimin e juntando os dedos.

— Vai dar tudo certo. Se desse errado, eu iria ver.

Jimin fitou o outro quase no susto. Eles não falavam daquilo, era uma regra silenciosa entre os dois.

— Tae…

— É quem eu sou, Minnie. Nós tentamos esconder, mas não muda o fato de que eu sou um oráculo — Taehyung sorriu triste, principalmente ao sentir os dedos do marido se apertaram mais em sua cintura, como se estivesse com medo dele desaparecer como espuma. — Você quer saber o que eu vi?

O professor negou com a cabeça, mas em seguida mordeu o lábio inferior, concordando. Taehyung sorriu.

— Eu vi Jungkook matando o Tritão.

— A-antes?

— Não, o Jungkook de agora. O Jungkook humano.

— C-como?! N-não é possível! Ele não tem a força necessária! E-ele não pode tentar outra vez! — Jimin sussurrou rapidamente, com medo de alguém ouvir. Com medo de que se dissesse alto suas palavras ganhassem força.

Taehyung pareceu pensar em algo, mas não dividiu com Jimin, o marido logo percebeu.

— Eu acho que isso não vai acontecer — disse o agricultor. — Acho que é uma visão transitória, tipo aquela que tive de você me mandando embora, mas na verdade, você me pediu em casamento. É como se o destino me desse várias possibilidades do que vai ocorrer, mas não significa que seja a certa — explicou. — Eu precisaria treinar para me tornar uma senhora Haneul da vida.

— M-mas para isso…

— Para isso eu precisaria viver só, como a senhora Haneul. E… não é o que eu quero. Nunca foi. — Taehyung deu um fraco sorriso. — Enfim, vamos mudar de assunto? As coisas vão ficar boas e logo isso será uma lembrança do passado para você, nada mais.

Jimin concordou com a cabeça, mas a verdade é que estava preocupado demais com tudo aquilo. E, mesmo querendo esquecer, não conseguiu e pensou naquela situação durante todo o jantar e depois na piscina, quando Taehyung já parecia adormecido ao seu lado.

Ele trabalha demais e ainda tem as visões… Jimin suspirou pesado, fitando o teto. Ele não vai aguentar.

Os pensamentos pessimistas remoeram a mente de Jimin até ele sair do cuidado da piscina, sorrir para o marido e ir atrás do pote de chá que fizera. Ainda estava no mesmo lugar, embaixo da pia. Ele pegou e após conferir outra vez se Taehyung estava bem, partiu para a superfície.

Ao chegar na parte terrena da ilha, caminhou com cuidado até o celeiro, não vendo movimento na porta. Ele imaginou se tinha alguma sereia lá dentro, pelo o que estava sabendo de fofoca, provavelmente Hoseok. Jimin não queria nem pensar no problema que tudo aquilo traria para o amigo.

Sem ter certeza se Jungkook estava ou não ali dentro, a sereia seguiu para o ponto que tinham conversado da última vez, caminhando com cuidado da terra até chegar nos primeiros grãos da areia. E depois disso não demorou para ver o cabelo moreno ao vento, sacudindo de acordo com as brisas que vinham do mar. Ele parecia uma escultura sentado no monte de areia, embelezando ainda mais a natureza.

— Você demorou hoje.

Jungkook nem olhava para trás e Jimin não pode deixar de sorrir. O rapaz estivera esperando por ele.

— Eu não sabia que você estava me esperando — a sereia proferiu, enquanto caminhava para se sentar ao lado do mais novo.

— Bem… Eu queria que você viesse, mas não sabia se isso ia acontecer. Como Taehyung está? Seu marido… É… É o nome dele, certo? — Jungkook questionou um tanto incerto. Seria correto perguntar pelo marido do outro? Jimin já sabia que ele tinha noção de que fora comprometido com a sereia de cabelo azulado antes?

Jimin levantou as sobrancelhas.

— Eu… não te disse sobre isso.

— Ah! — Jungkook deu um sorriso, olhando de relance para o outro. — Hobi me contou. Ele tem passado muito tempo com a gente, ajudando a cuidar de Yoongi-hyung. Não sabemos bem o porquê, mas ele não está melhorando… Namjoon-hyung está preocupado.

— Sobre isso… Eu fiz um remédio para ele — a sereia disse, estendendo o chá na direção do mais novo. — É… uma receita antiga… E-eu não deveria saber fazer, então…

— Eu não vou contar para ninguém — Jeon concluiu, sorrindo abertamente. — Muito obrigado. Você é muito bonito e muito gentil.

Jimin sorriu, abaixando o rosto e fitando a areia.

— Você também é muito bonito, Kookie.

O rapaz segurou com força o pote com o chá, sem saber o que fazer em seguida. Ele então olhou para o outro e falou a primeira coisa que lhe veio à mente:

— Você tem filhos? — Jungkook levou a mão a boca no momento, batendo em seguida no local. — Eu não quis perguntar isso!

Jimin riu escondendo os lábios, pois a expressão do mais novo era fofa e engraçada.

— Hoseok realmente não consegue manter a boca fechada, hn? — A sereia murmurou, se deitando na areia fofa e virando o rosto na direção do caçula. — Não. A fertilização não deu certo.

— Oh…

— Tae tem… É uma criança muito bonita e inteligente.

— Bem… É filho dele, não é? Se o puxou, certamente deve ser muito bonito.

 A sereia sorriu outra vez.

— Ele ia casar com você — disse Jimin, de repente. Ele esticou a mão em direção ao outro e Jungkook pode ver o anel do dedo anelar. — Tae tinha comprado esse anel para você. Ele… não chegou a fazer o pedido, mas eu sabia.

Jungkook não sabia o que fazer com aquela informação. Ele se sentia culpado, mas ao mesmo tempo não sabia bem o porquê. Deveria se sentir mal por ter sido trocado tão facilmente? Porém, observando a maneira com que os olhos de Jimin brilhavam sempre que ele mencionava Taehyung não lhe trazia aquele sentimento.

— S-se… Se eu gostava de Taehyung a ponto de namorar com ele… Fico feliz dele ter se casado com alguém como você. — Jeon suspirou deitando-se também, mas diferente de Jimin ele apenas fitou o céu acima deles. — Você não parece ser alguém que o trocaria por algo bobo como um trono.

A sereia suspirou pesado, fitando o anel outra vez. Ele estava tão feliz no dia do seu casamento, da maneira como Seokjin o levou até a presença do Tritão, de como Hoseok comemorava depois do “Sim” e da forma por saber que era amado por Taehyung, mas ao mesmo tempo, era uma lembrança amarga, pois faltava uma pessoa, a pessoa que estaria no seu lugar.

— Eu não sei porque você arriscou tudo naquela luta, mas no fundo, eu não acho que o trono tenha sido o verdadeiro motivo.

— Talvez, mas nunca saberemos.

Os dois ficaram em silêncio por um momento, agora ambos olhando para o céu estrelado, Jungkook não podendo deixar de notar como podia ver tantas outras constelações quando não tinha as luzes da cidade para atrapalhar.

— Você sabia que Taehyung também me amava — disse a sereia. — Nós éramos bem unidos. Crescemos juntos na escola, você um aninho mais novo que a gente. Ninguém nunca conseguiu nos separar, não de verdade. Quando vocês começaram a namorar, eu pensei em me afastar, mas não consegui. Vocês eram os meus melhores amigos e eu tinha esses sentimentos muito fortes por Tae, mas nós prometemos um ao outro que nunca trairíamos a confiança que você tinha na gente. — Jimin virou de lado, olhando o outro. — E não traímos. Mas… você foi embora e ficamos solitários… Três meses depois, estávamos casados.

— E-eu sabia? Dos sentimentos que vocês tinham um pelo outro? Não parece justo… — Jungkook murmurou. — Vocês também se gostavam…

— Você sabia que Tae me amava, mas quando você me perguntou sobre isso, eu menti, disse que o via como amigo. Não queria estragar o que vocês tinham, não parecia justo. Eu sempre cuidei dos dois, não seria diferente daquela vez.

— Deve ter sido difícil… Mas eu fico feliz que vocês estejam juntos hoje. Se éramos tão próximos, tenho certeza que iria preferir mil vezes vocês felizes.

Jimin deu um sorriso.

— Eu sinto o mesmo, Kookie. Por isso que eu não estava triste em vê-los juntos — disse a sereia. — Mas, então… agora que você teve todo o contexto da história: conte-me sua vida. Como você ficou nesse ano afastado? Namorou? Trabalhou?

— Eu apareci de repente em Jeju. Não tenho nenhuma lembrança desde o dia em que abri meus olhos lá, com uma pasta de documentos e uma chave nas mãos. Conheci Namjoon-hyung naquele mesmo dia — Jungkook contou, pois sentia que poderia contar tudo a Jimin, qualquer coisa e não receberia um julgamento em resposta. — Mesmo sem saber como eu consegui um emprego em um restaurante e só… Minha vida lá é isso. Trabalhar no restaurante, voltar para casa e conversar com o Namjoon.

 — Você é feliz?

 — Às vezes… — comentou o rapaz, franzindo a testa. — Namjoon-hyung me faz feliz. Mas… acho que sempre senti falta de algo e tinha essas duas formas que sempre estavam na mente e eu não conseguia dar um rosto ou nomeá-las. Mas acho que é Taehyung e você.

Jimin sentiu a lágrima rolar pelo canto do olho sem que ele se desse conta. Queria poder fazer Jungkook feliz. Ele era feliz quando viviam juntos, os três. Sentia saudades da simplicidade que a vida era quando tudo era menos triste.

Jungkook ficou atento ao rosto do outro e sem pensar, esticou a mão na direção da face da sereia, mas quando tocou a lágrima, percebeu que ela se solidificou ao seu toque, tornando-se uma pérola.

Wow!

— Ah sim… Pérolas… — Jimin sorriu ao notar a surpresa no olhar do mais novo. — Acontece quando choramos…

O rapaz ainda estava surpreso, segurando a pérola na mão por um momento antes de esticar de volta para Jimin.

— Eu não fazia ideia — afirmou Jeon, sorrindo. — Toma…

Jimin foi quem sorriu, balançando a cabeça negativamente.

— Fica. É um presente.

— Eu vou ficar, mas… pérolas não valem a pena se você chorar… você é muito bonito para chorar… — Jungkook murmurou, tímido.

A sereia sorriu, criando coragem e deixando seus dedos brincarem com o cabelo de Jungkook, que pareceu surpreso por um momento, até que relaxou no lugar.

— Kookie… você não deveria falar essas coisas.

— Oh… V-você é casado, certo… E-eu não disse com nenhuma intenção! D-desculpa.

Jungkook se moveu para se sentar, mas Jimin o manteve no lugar com uma fraca pressão, sorrindo para o mais novo.

— Eu sei que você não teve a intenção, peixinho. Mas nós sereias somos muito bonitas aos olhos dos humanos, é quase uma proteção nossa. Então, talvez você não pense isso de verdade, é só o seu cérebro te enganando.

— Não é… Obviamente eu acho todos vocês aqui muito bonitos, mas… é diferente… E-eu não vejo Hoseok ou Seokjin tão bonitos quanto você ou Taehyung… — o mais novo proferiu sem pensar muito a respeito. Aquele era uma qualidade sua, que também poderia vir como um grande defeito dependendo da ocasião: Ele não conseguia deixar de ser sincero. — Espera, será que é por isso que Namjoon-hyung ficou todo sorridente porque Seokjin sorriu para ele?

Jimin arregalou os olhos, sentando na areia e fitando o outro, que acabou rindo.

— Você disse que Jin sorriu para o humano?

— Sim! E pelo jeito houveram piadas.

— Jin fez piadas com o humano?!

Jungkook concordou outra vez.

— Terei uma reunião urgente com Jin para saber como, onde e porquê isso aconteceu.

— Você pode perguntar agora mesmo, Jimin.

A terceira voz fez a sereia se assustar e ficar de pé em um pulo. Jungkook fez o mesmo, jogando o cabelo para trás, ignorando a areia grudada nos fios.

— Jin…

— Está tarde. Você deveria estar em casa, Jimin — a sereia proferiu sério, cruzando os braços na frente do tronco. — E você, deveria estar dormindo — afirmou, olhando para Jungkook.

Os dois somente olharam para o chão e Seokjin suspirou pesado.

— Eu não os vi aqui, okay? Mas é a última vez que isso acontece. As coisas já estão complicadas, eu não posso perder um humano de vista por não sei quanto tempo! — disparou o comandante, sério. — Hoseok cochilou e é assim que você agradece o fato dele estar cuidando do seu amigo, Jungkook? Podendo o colocar em encrencas? E se não fosse eu ali? E se fosse alguma inspeção surpresa? — A sereia então olhou para Jimin. — E você, deveria saber melhor, não é, Jimin? De Taehyung eu até esperava esse comportamento, mas de você?

Jimin então fitou o mais velho. Amava muito o amigo, mas não gostava de receber broncas.

— Nós só estávamos conversando, Jin. Você fala como se estivemos fazendo um plano para derrubar todo o governo!

— Fala isso baixo! — Seokjin sibilou raivoso segurando a outra sereia pelo braço com firmeza e o balançando no lugar. — Ficou maluco Jimin?! Falando essas merdas assim?! E se alguém escuta?!

— Não o machuque! — Jungkook pediu, segurando o pulso de Seokjin, ainda que seus olhos brilhassem de medo. — N-não vai voltar a acontecer, me desculpa! Foi minha culpa…

Jimin negou com a cabeça.

— Não foi culpa dele, foi minha. Eu vim primeiro o visitar, só… estava com saudades — disse a sereia mais baixa, suspirando pesado. — Mas você o ouviu, não vai mais acontecer.

O professor puxou o braço com força, deu um sorriso para Jungkook e começou a caminhar na direção que tinha vindo. O mais novo ficou sem saber o que fazer, mas por fim somente soltou o punho da sereia mais velha.

— Você, volte imediatamente para o celeiro — disse Seokjin, em um tom sério. O rapaz não discutiu. — E, humano… — O comandante pegou no braço do moreno e levou seu rosto até próximo a orelha de Jungkook, que engoliu a seco. — Nunca mais encoste em mim. Estamos entendidos?

O mais novo apenas abanou a cabeça em concordância e correu de volta para o celeiro. Ele tinha o coração acelerado quando entrou no lugar, logo avistando o par de olhos brilhantes na sua direção.

— Hobi…

— Só vai dormir, Jungkook — disse a sereia, sério. — Você já me causou problemas demais, garoto.

— Desculpa… E-eu não queria… n-não imaginei que daria tanto problema… — o mais novo proferiu abaixando a cabeça arrependido, aproximando alguns passos e deixando o pote que Jimin lhe dera ao lado da sereia. — Você… p-pode dar isso a ele? Talvez a-ajude na febre.

— O que é isso?

— Remédio. E-eu aprendi quando estava em Jeju. Vi a mesma erva aqui e fiz. É bom para baixar a febre — Jungkook mentiu. Jimin confiou um segredo a ele e não iria estragar daquela vez.

A sereia concordou com a cabeça.

— Agora vai dormir. Kim Namjoon está o procurando.

— Ele acordou?

— Não, mas ficou tentando abraçar algo e reclamou quando não conseguiu — disse Hoseok. — Ele quer te abraçar.

Jungkook sorriu e logo voltou para a esteira que dividia com Namjoon, aconchegando-se nos braços do mais alto que o abraçou de imediato assim que o sentiu ali. Depois daquilo, mesmo sorrindo pelo fato do amigo sentir falta do contato, o moreno demorou a dormir, pensando nas coisas que conversara com Jimin, até ser vencido pelo cansaço.

 

***

 

Jimin entrou na sua casa com cuidado, evitando fazer barulho, mas assim que fechou a porta, viu um par de olhos o fitando. Definitivamente, aquele não era o seu dia.

— Onde você estava? — Taehyung perguntou de imediato. — Você saiu tem mais de uma hora.

— Eu estava com Jungkook… — Não havia motivos para mentir para Taehyung. — Mas Jin nos descobriu e ficou furioso.

O corpo de Taehyung relaxou no mesmo instante e Jimin não pode deixar de imaginar o que o marido estava pensando com o seu sumiço. Ele fez o caminho da porta até o agricultor quase em um piscar de olhos, segurando-o pelo rosto com carinho.

— Você pensou besteiras, hn?

Taehyung concordou com a cabeça, desviando o olhar.

— Achei que você estava com… alguma sereia…

— Bem… Tecnicamente…

Taehyung fez um som irritado com a boca antes de puxar o marido para si e o beijar.

— Bobo… C-como ele está? — Taehyung questionou. — Ele está bem alimentado?

Jimin sorriu, deixando seus dedos passarem no cabelo do marido como tinha feito momentos antes com Jungkook.

— Ele está, na medida do possível. O pobrezinho está muito preocupado com o amigo que não melhora… — explicou o professor. — Eu aproveitei que estava lá e… contei para a ele. Sobre a gente, nossa história. Como crescemos juntos e como tudo aconteceu.

— E? Como ele reagiu?

— Disse que ficava feliz por termos um ao outro. Que se ele realmente tinha um relacionamento com você ficava feliz por ter alguém agora… Alguém que não iria trocá-lo pelo trono…

Taehyung fez uma expressão triste.

— Você falou para ele que não achamos que foi esse o motivo?

— Falei, mas… ele não se lembra de nada, então acaba acreditando no mais fácil, entende?

Taehyung concordou com a cabeça.

— Eu só queria saber o porquê…

— Ele também… eu também… Mas é como você falou. No momento só podemos usar o tempo que nos resta para nos despedirmos dele dessa vez. Então… pensando nisso… que tal se nós o levássemos no nosso lugar no próximo dia de folga?

O mais alto concordou com a cabeça, alegre.

— Seria uma ótima ideia!

— Então… só precisamos tirá-lo das garras de Seokjin. Pensamos em um plano amanhã de manhã, agora vamos dormir, meu golfinho. Você precisa descansar.

O agricultor riu com a piada.

— Jin como sempre querendo Kookie só para ele — implicou Taehyung, aceitando a mão que o marido lhe estendia e seguindo para a piscina.

Jimin riu, concordando e se juntando ao marido rapidamente.

 — Lembra quando Jungkook se juntou ao exército e Jin chorou, mas disse que havia entrado areia em seus olhos?

— Jin nem disfarçava que queria nosso menino — brincou Taehyung.

— Mesmo ele tendo o rolo dele com Hoseok, safado. Ah! Sabe o que Kookie disse?

Hm? — Taehyung questionou, curioso, porém cansado e por isso já tinha os olhos fechados, enquanto mantinha a cabeça do peitoral do marido.

— Disse que Seokjin sorriu para Kim Namjoon e até mesmo fez piada com ele…

Hmm… — O mais novo murmurou. — Ele deveria só estar sendo simpático. Você sabe que Jin não gosta de humanos.

— Por isso mesmo eu acho estranho! E você viu o tal Kim Namjoon? É bonito…

Taehyung bufou, mas sem se mover do lugar.

— Para de arrastar cauda para humano, Jimin.

— Ciumento… — Jimin sorriu, deslizando a ponta dos dedos pelo meio das costas do marido. — Você é o único para o qual eu sempre arrastei a minha cauda.

O mais novo concordou.

— Acho bom mesmo… — brincou, fechando os olhos. — Amor, vamos dormir? Deixa Jin arrastar a cauda para o humano, vai ser divertido para ele.

— Você só quer o caos, amor.

— Amo…

A voz de Taehyung ficou mais fraca e não demorou muito para ele adormecer. Jimin sorriu, apertando ainda mais o marido nos braços. Sentia-se feliz naquele momento, somente esperava que aquilo permanecesse por muito tempo dentro de si e das pessoas que amava.


Notas Finais


Gostaram do capítulo? Divulguem a fic!
E, por favor, deixem comentários com as suas opiniões; amamos lê-los.

Até amanhã ;*


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...