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História Paradise - Capítulo 73


Escrita por: Gi-Ka

Notas do Autor


Agradecemos aos leitores, todos que favoritam e comentam!!! (*^-^*)ˋ( ° ▽、° )

Capítulo 73 - Capítulo 73


Quando deu vinte e uma horas, Yoongi soube que tinha algo de muito errado acontecendo. Onde estava Namjoon?! Ele já deveria ter voltado àquela altura e nenhuma das suas mensagens eram respondidas, então o pescador se levantou da cama e resolveu agir. Min mudou de roupa e fitou Pena antes de sair:

— Volto assim que possível — ele disse, o olhar cheio de preocupação. — Deseje-me sorte.

Yoongi então garantiu que tinha comida e água para o passarinho antes de sair pela porta.

Sua primeira parada foi no prédio onde Namjoon morava. Ele pigarreou para chamar atenção do porteiro assim que chegou, tentando pensar em uma forma de ser simpático ao mesmo tempo que sério; esse definitivamente não era o jeito dele.

— Olá, eu estive aqui ontem com o meu amigo, o Namjoon e q-

— Ah, eu lembro de você! — O porteiro sorriu e Yoongi suspirou um pouco aliviado.

— Oh… Então, ele estava pegando algumas coisas para ir para a minha casa, mas não consegui entrar contato com ele. O senhor sabe se ele ainda está por aqui?

— Ele saiu com o namorado.

Min quis rir e acabou fazendo isso, mas o porteiro não demonstrou nenhum momento que estava brincando. Na verdade, ficou bastante sério.

— Se você vier de homofobia, eu terei que te tirar daqui, senhor.

Yoongi arregalou os olhos e quis gritar por um instante. Ele? Homofóbico?! O que estava acontecendo ali?

— Meu senhor, eu ri porque Namjoon é meu namorado.

O porteiro pareceu confuso.

— Não, o senhor Lee Minho disse que estava levando o namorado para um encontro… — o porteiro murmurou.

O pescador apertou a ponte do nariz, sem acreditar que estava ouvindo tal coisa.

— Namorado? Okay. Ele vai ver o namorado…

Ele então se virou, irritado com toda aquela situação e também com medo. O que aquele homem tinha feito a Namjoon? Precisava descobrir rapidamente. Então, em pouco tempo, estava na sua velha picape vermelha — que há anos usava para transportar pescados —, rumando para a Lee’s Industry, empresa onde Namjoon trabalhava, ele esperava voltar para casa com no mínimo uma explicação plausível.

Mas, a principal preocupação que rondava a mente de Yoongi era sobre o fato de Namjoon estar bem. Pois, era a única coisa que Min pedia no momento.

 

***

 

Namjoon acordou aos poucos. Seus olhos pareciam pesados e ele logo olhou em volta, pensando por um momento se estava na casa de Yoongi. Porém, logo sua mente lhe trouxe de volta tudo o que tinha acontecido e para além disso: tinha lhe trazido memórias que não deveria mais ter. Kim recordou do sorriso de Seokjin e a forma como Hoseok comia sempre seu café-da-manhã apressado; sua cabeça também lhe trouxe a imagem de Jimin rebolando enquanto andava e Taehyung abraçado a Jungkook ao mesmo tempo que riam de alguma coisa.

O soro e a canção que apagavam a sua memória haviam perdido o efeito e Namjoon não precisou pensar muito para perceber que seu antigo chefe e orientador estava envolvido em tudo aquilo.

Quase que em um pulo, Namjoon saiu da cama que estava e se surpreendeu ao perceber que não estava amarrado. Ele olhou em volta e mesmo com a pouca luz, notou uma escrivaninha, cadeira, alguns livros em ali apoiados e a cama onde antes estava; era um dos quartos da empresa, reservados para quem não tinha onde morar. Antes, achava algo louvável de Lee deixar funcionários dormirem ali sem nenhum pagamento ou retirada de dinheiro do salário, porém agora começou a imaginar se seus colegas talvez não estavam igualmente sequestrados, igual a ele.

Kim esfregou o couro cabeludo com força e tentou encontrar algo para se defender. Iria tirar aquela situação a limpo e não voltaria porém nem uma caneta havia no local; a não ser que tivesse uma força de sereia e conseguisse arrancar a cabeceira de ferro da cama, não tinha nada naquele quarto que servisse de proteção.

— Yoongi… — Namjoon murmurou para si, sentindo o coração se apertar.

E se tivessem pego o melhor amigo? O que faria? Céus, estava apavorado com qualquer possibilidade de que o futuro o reservava no momento.

Quando sua mente começou a formular algo, o barulho da porta sendo aberta fez com que Namjoon ficasse em alerta, principalmente quando viu Minho entrando no local, acompanhado de um segurança ao seu lado.

— Vejo que acordou, Namjoon.

O biólogo deu dois passos atrás. Ele não queria sentir medo, mas era exatamente o que estava sentindo. Humanos eram mais perigosos que sereias, tinha total noção disso.

— Senhor Lee, e-eu…

— Já sabe onde esteve, Namjoon ou vai continuar me enganando?

Namjoon pensou no que Yoongi faria e então sorriu de lado.

— Você está louco se pensa que vou falar qualquer coisa para um verme como você.

Minho devolveu o sorriso de lado, esse muito mais perigoso. Namjoon outra vez deu um passo para trás, mas acabou batendo na cama, ele então parou e tentou pensar em o que faria naquela situação, mesmo que não houvesse realmente o que fazer, pelo menos não no momento.

— Segurança.

O homem que parecia ter mais de dois metros de altura, com os ombros do tamanho de um armário entrou no local e Namjoon nem teve como reagir; iria se machucar muito se tentasse alguma coisa, então não mostrou ser uma resistência enquanto era arrastado para fora do quarto.

Os corredores ele se lembrava, o que pareceu uma pequena vantagem para Namjoon. Se conseguisse escapar, saberia para onde ir.

O segurança o levou para uma das salas de análise e Minho entrou em seguida, fazendo um gesto para o homem que saiu e fechou a porta atrás de si.

Namjoon respirou fundo e olhou em volta, percebendo que conhecia a sala; era uma das tantas no local onde trabalhara por mais de um ano na sua pesquisa e também para o homem que agora tinha desprezo.

— Você sumiu por quatro meses, Namjoon. Mas, eu sou uma boa pessoa e deixei tudo do jeitinho que você deixou — Minho afirmou, caminhando calmamente na direção do biólogo, mas antes de chegar perto, puxou uma cadeira e se sentou, vendo o outro ficar um pouco surpreso com a reação. — Eu fiquei tão preocupado, Namjoon-ah. Então, eu contratei um chaveiro e fui no seu apartamento. Estava tudo tão normal, até eu ver um livro muito curioso em cima da sua mesinha de cabeceira. — O sorriso cínico voltou a ocupar o rosto de Lee. — Então, eu percebi que você tinha ido em uma aventura, certo? Engraçado… que essa é uma aventura que estou tentando há anos e nunca consegui nenhum resultado. Como você conseguiu, Namjoon?

O biólogo respirou fundo e cruzou os braços, fingindo não estar muito afetado por toda a situação.

— Talvez lhe faltasse uma bússola. Você tentou uma dessas?

Minho de um sorriso, inclinando um pouco a cabeça para um lado. Algo que ele sempre fizera quando tentava entender algo, Namjoon se recordava de ver o gesto antes, quando ainda ficava suspirando pelos cantos por aquele homem.

— Você mudou, Namjoon-ah. — Lee deu outro sorriso, voltando a se levantar. — O Namjoon de antes nunca teria essa língua afiada.

— O Namjoon de antes era um idiota.

— Não fale dessa maneira de você mesmo, Namjoon. Temos que nos amar… — disse Minho, aproximando-se outra vez do biólogo, que dessa vez não deu passos para trás, tentando mostrar algum tipo de força. — E eu amava muito mais o Namjoon de antes. Você vivia como um cachorrinho atrás de mim…

Kim não se deixou abalar pelas palavras. Infelizmente, era verdade aquilo, mas tinha mudado. Era alguém que tinha crescido, com novas visões de mundo e que amava uma sereia mais do que podia descrever com palavras. Aquele era o novo ele, não importava mais a sua versão boba de antes.

— É, mas eu mudei. E não pretendo fazer nada que você queira. Não mais. — Namjoon puxou o ar com força e junto dele tentou a mesma técnica para a coragem em seu peito. As palavras que diria em seguida era perigosas, mas precisava falá-las. — Você pode fazer o que quiser comigo; me machucar ou torturar, não direi nada e nem farei nada por você.

O sorriso de Minho outra vez cresceu e Namjoon não gostou do que isso lhe causou internamente. Estava com medo daquele homem.

Minho então se moveu para perto de Namjoon, mas quando estava próximo, seguiu reto, passando pelo biólogo e indo até os computadores. Ele pareceu distraído digitando algo, mas antes que Namjoon pudesse executar o rápido plano que pensara — pegar a cadeira e desmaiar Lee —, uma porta se abriu. Kim piscou confuso, sem entender de onde surgira aquilo; jurava que antes ela não existia, que era somente parede. Tarde demais percebeu que havia uma sala secreta ali e nunca antes percebera.

— Depois de você, Namjoon-ah.

Namjoon não queria realmente se mover, mas foi com cuidado, mesmo que soubesse que se o outro quisesse fazer algo com ele, provavelmente conseguiria. Minho sempre teria o elemento surpresa naquela situação.

Atrás da porta tinha uma outra sala, bastante iluminada com várias e vários equipamentos tecnológicos de análise, porém não havia ninguém trabalhando ali, talvez pelo horário ou talvez pelo fato que somente Lee tinha acesso àquela sala; Namjoon não tinha total certeza.

— As surpresas ainda não acabaram… — murmurou Minho, em um tom risonho. — Aposto que você vai gostar dessa…

Minho novamente foi até os computadores e digitou algo que Namjoon não conseguiria ler ou gravar na memória e então outra parede se abriu. Diferente da outra que tinha sido como uma porta, essa começou a subir automaticamente, mas Kim não teve certeza se parecia com uma cortina ou simplesmente com um portão de garagem. Contudo, no final, nada disso importou, pois de trás da parede, ele viu um grande aquário, de mais ou menos dois metros e meio, repleto de água e dentro dela, uma sereia feminina nadava com sua bela cauda dourada.

Namjoon engoliu a seco e quis chorar.

A sereia dentro do aquário lhe era extremamente familiar. Ela tinha o cabelo loiro espalhado na água, quase formando um arco em volta da sua cabeça, que deixava em evidência suas bochechas altas e seu nariz afilado muito parecidas com uma sereia presente na mente do biólogo. Mas além disso tudo havia as escamas douradas em um tom que conhecia extremamente bem, pois passaram meses dividindo a casa com o Tritão que as possuía.

Então, sem nenhuma dúvida, Namjoon percebeu que ali na sua frente estava Dawon, a irmã que Hoseok pensava estar morta.

— Ela é linda, não é? — Minho questionou, lendo erroneamente a reação de Namjoon. O biólogo não estava daquela maneira por nenhum motivo científico, pois na verdade o seu coração estava apertado somente em imaginar o que tinha acontecido com aquele ser tão livre durante todo aquele tempo. — Uma bela espécime da natureza.

A sereia não parecia abalada com as novas presenças. Seu olhar era frio e sem vida, como os de alguém que passara pelo inferno e lá permanecia. Namjoon sentia que nada mais poderia atingir aquela sereia e o pensamento o apavorava.

— O que você fez a ela?! — o humano gritou em desespero, as lágrimas atingindo seus olhos antes que ele pudesse controlar seus sentimentos.

Hm… Um pouquinho de tudo? — o mais velho proferiu como se não fosse nada. — Um espécime resistente, eu admito, e extremamente valiosa. Graças a ela nossas pesquisas são financiadas.

Namjoon olhou apavorado para o homem.

— Você a mostrou para outras pessoas?!

— Namjoon, querido… Você desaprendeu como pesquisas funcionam? — Minho riu, como se o outro tivesse contado a melhor das piadas. — Um terço dos funcionários daqui, seus colegas sabiam dela. Você iria saber, assim que terminasse o seu mestrado e eu aumentasse seu salário e te efetivasse como funcionário.

— E o que te faz pensar que eu iria aceitar isso?! — Namjoon questionou, ofendido. — Isso é uma atrocidade! Você é um monstro!

Lee revirou os olhos.

— Como se você já não tivesse dissecado alguns animais na vida. — O mais velho sacudiu os ombros, aproximando-se do aquário e batendo no vidro. A sereia mexeu levemente um dos olhos e Kim calculou que como qualquer peixe preso em uma redoma de vidro, as vibrações do som eram incômodas para o ouvido dela. — Ela está conosco quase dez anos e já fez de tudo um pouquinho. Mas a única coisa que não consigo retirar dela são: a exata localização do reino dela e como que eu faço para ficar imortal.

Namjoon piscou os olhos.

— Ficar o quê?!

— Imortal.

— O que de bom tem em ser imortal, desgraçado?! — Namjoon gritou outra vez, em seguida voltando sua atenção para Dawon, ela parecia tão abatida, magra e ferida. — Você é louco! Ela não é um animal!

— Acredito que você e eu temos teorias diferentes. — Minho deu uma risada. — Enfim, eu vou deixar os dois sozinhos, já que agora serão companheiros.

Namjoon se virou para o homem.

— O que isso significa?!

— Que você vai estudá-la até eu ter minhas respostas quanto a imortalidade. O local eu já estou conseguindo de outra forma.

— Eu não vou machucá-la para te dar informações.

— Você não precisa machucá-la. Quem sabe com uma boa olhada nessas suas covinhas fofas a durona ali não derreta um pouco — Minho proferiu rindo suave da própria piada. — Estou confiando em você Joon.

— Vai se ferrar babaca!

Minho deu outro risinho e apontou para o computador.

— Ali estão os comandos. Você pode falar com ela e até soltá-la, mas não garanto que ela não vá te atacar com as unhas afiadas dela.

Namjoon quis fazer qualquer coisa naquele momento, mas não soube como poderia livrar os dois daquela situação, então somente esperou estar sozinho com a sereia, com a certeza que estava sendo observado pelas câmeras e também ouvido. Não poderia entregar muita coisa, teria que ter cuidado no que falaria para a sereia.

Sem saber ao certo o que realmente dizer, Namjoon se aproximou dos controles e quando viu no display do computador um símbolo que parecia um alto-falante clicou e então os sons dos aquário ficaram altos para ele.

— Você está me ouvindo? — Namjoon tentou uma primeira aproximação.

A sereia mantinha seus olhos castanhos sem vida em sua direção, mas fora isso não dava qualquer sinal de estar o compreendendo. Então, ele decidiu que precisava arriscar.

— E-eu conheço Hoseok.

O olhar da sereia ficou em alerta pela primeira vez e ela fitou Namjoon, mas diferente do que ele imaginou não havia saudade ou alegria em ouvir o nome; havia ódio. Ela se moveu até o vidro do aquário e bateu com força.

Uma.

Duas.

Três vezes.

Namjoon ficou sem saber o que fazer.

— E-ele está bem… N-nós somos amigos! S-Seokjin e eu somos namorados! Por favor, se acalma, você vai se machucar a dessa maneira!

Ela não pareceu se acalmar. Na verdade, ficou com ainda mais raiva.

— Por favor, e-eu não estou mentindo… E-eu não estou com eles.

A sereia então gritou e o som fez com que Namjoon arregalasse os olhos alarmado e sentisse todo o seu corpo doer com o impacto daquele grito. Sem pensar, ele moveu a mão até símbolo no display e fez com que o áudio fosse cortado, somente assim ele sentiu que podia respirar outra vez.

— O que você fez com ela?

A voz de Minho fez Namjoon pular no lugar, mas ele logo desviou o olhar para a sereia, vendo-a ainda bater no vidro, a água aos poucos se tornando rosada. Dawon tinha se machucado na agitação.

— E-eu não sei… Por favor… — Namjoon nem sabia o que pedir. Na verdade, ele nem sabia se seus pedidos serviam de algo para aquele homem. — Ela vai se machucar mais… P-por favor…

Minho deu um sorriso de lado e foi até o computador que Namjoon antes mexera. Ele apertou alguns botões e o biólogo pode ver um líquido sendo esguichando na água. Menos de um minuto depois, a sereia estava calma, com os olhos cerrados e parecendo dormir tranquilamente, mesmo que Namjoon soubesse que de fato, isso não era a realidade.

— Gostei as suas técnicas de tortura, Namjoon-ah.

Namjoon desviou os olhos e se sentiu enojado. Minho o tratava como se fosse um deles, quando ele nunca seria.

— Enfim, hoje está tarde — disse Minho, apoiando-se em uma das paredes, com o sorriso sem abandonar os lábios. — Você pode ir dormir. Amanhã vamos começar os estudos.

— Eu não vou te ajudar em nada.

— Veremos…

Minho apontou para a porta e Namjoon com desprezo saiu do local e em seguida foi parar na sala comum, vendo o outro vir atrás dele fechando tudo com comandos. Ele olhou em volta e outra vez teve certeza que não podia tentar fugir, pelo menos não naquele momento.

Quando os dois saíram das salas, o segurança que esperava do lado de fora foi rapidamente até seu chefe, sussurrando algo em seu ouvido. O rosto de Lee foi de diversão, para raiva.

— Você. Vem comigo.

Namjoon não entendeu o que tinha acontecido, mas não fez nada quando Minho o arrastou pelo corredor, segurando com força em seu braço. O que iria acontecer agora? Não fazia nenhuma ideia. Porém, para a sua surpresa, acabou na sala comum dos funcionários, onde Lee foi direto para um dos armários e retirou de lá um jaleco, o qual jogou na direção de Kim, que o pegou de primeira.

— Vista.

Kim engoliu a seco, mas fez o que foi mandado.

— Tem um babaquinha do lado de fora da empresa, gritando que quer te ver.

Yoongi.

Namjoon não soube o que realmente pensar naquele momento.

— Ele foi com você na ilha?

— Não. — Namjoon foi firme, sabia que precisava ser dessa maneira para não causar tudo aquilo ao seu melhor amigo. — Ele é o meu namorado, de antes… — mentiu.

Minho pareceu achar graça.

— Você tinha um namorado? — Lee levantou a sobrancelha, aproximando-se vagarosamente de Namjoon e então quando estava próximo o suficiente, ajeitou a gola do biólogo, como se fossem grandes amigos. — Ele sabe que você tem uma crush em mim?

— Tinha — Namjoon garantiu, fitando o outro seriamente. — Ele sabe.

— Ótimo! Então você vai lá e vai acabar com o coraçãozinho corno do seu namoradinho.

Kim remexeu o nariz sem querer e isso atraiu a atenção de Minho, que deu outro dos seus sorrisos. Namjoon se xingou, pois não era Seokjin, na frente de inimigos, ainda demostrava sentimentos, enquanto o seu namorado provavelmente ficaria sério, sem parecer fraco como ele.

— O quê? Ele não é corno? — Lee riu mais alto, deixando o seu dedo indicador perpassar o peitoral de Namjoon, que não se mexeu. — Você ficou quatro meses naquela ilha e nunca abriu as pernas? Você acha que eu sou idiota, Namjoon-ah?

Namjoon mordeu a parte interna da bochecha, sentindo o dedo do mais velho subir pelo o seu pescoço até estar abaixo do seu queixo, onde apertou de leve, com o ar divertido como se soubesse uma piada que não estava dividindo com o outro.

— Eu aposto que você abriu as pernas para os mais bonitos. Você sempre se bambeou para um rosto bonito, não é?

Minho piscou um dos olhos, agora com os dedos nos lábios de Namjoon, contornando perfeitamente a boca do biólogo.

— Ou você abriu as pernas para todo o reino? Para o Tritão? Ah, diga que foi para o Tritão… — Minho voltou a sorrir. — Ele te usou do jeito que quis, não é? Ou foi assim que você pagou a sua liberdade, hn? Diga-me: como é chupar pau de sereia?

— Não sei, mas aposto que não seria tão frígido quanto chupar o seu.

Namjoon viu o ódio passando pela face de Minho e esperou um tapa ou algo do tipo, mas Lee segurou tudo e se afastou do biólogo, com um ar de que nada tinha acontecido, que não tinha ofendido o outro com palavras vulgares.

— Vá lá e quebre o coraçãozinho do seu namorado. Diga que você ficou de quatro para mim e gostou mais do que ficar para ele. — Minho sacudiu os ombros. — Se não, vou mandar meus seguranças o trazer para mim e toda vez que você recusar a fazer qualquer coisa, irei usá-lo ao meu bel-prazer.

O biólogo deixou suas unhas ficarem nas palmas das suas mãos e se virou, querendo com todas as suas forças poder arrebentar cada dente daquele animal que um dia chamara de professor.

Quando saiu da sala, Namjoon viu o segurança, que indicou o caminho como se tudo aquilo fosse muito normal, como se realmente fizesse parte de uma equipe e estava somente indo para o lado de fora tomar um café. Mas, não era nada disso. Estava indo contra a sua vontade mentir para o único amigo que tinha por ali, pelo menos era para o bem de Yoongi, então não seria de todo ruim.

— NAMJOON! NAMJOON! VOCÊ ESTÁ AÍ?!

Antes que o segurança abrisse a porta, Namjoon pode ouvir Yoongi e seu coração se apertou. Teria que ter a atuação da sua vida naquele momento, então antes de sair, ele puxou o ar com força, colocando as mãos no jaleco de forma quase casual.

— Yoongi, poderia ficar calado? — Namjoon disparou assim que saiu pela porta, com uma falsa raiva contida. Seu coração estava apertado, pois se melhor amigo tinha ido até ali tentar o resgatar de alguma maneira e céus, era um gesto bonito. — Você está fazendo escândalo no meu trabalho!

A voz rude de Namjoon não era o que Yoongi esperava, tanto que ele deu um passo para trás, surpreso. Suas bochechas estavam coradas pelo frio e seu olhar era quase desafiador, como se esperasse um sinal para entrar em luta corporal com qualquer um que Namjoon mandasse.

— Namjoon! Eu te procurei por todo o lado. Sabe que horas são?! — Yoongi se aproximou do outro quando o seu choque inicial chegou ao fim. — O que você está fazendo aqui?!

— É o meu trabalho — respondeu o mais alto com um tom cheio de cinismo. Ele se odiou por isso. — Um que você parece não respeitar e veio me perturbar.

Yoongi piscou, sua mão indo até Namjoon, mas parando no ar, sem tocá-lo.

— Por que você está falando dessa maneira comigo?! Você disse que voltaria, eu fiquei preocupado.

— Não precisava — Namjoon afirmou, rudemente. — Era só isso que você queria falar?

— Como assim?! E-eu vim te buscar para voltarmos…

— Eu não vou.

Min passou a língua nos lábios, o olhar e os gestos muito bem calculados na direção do mais alto.

— Okay. Mas que horas você volta para casa? Já são quase vinte e três horas…

— Não se preocupe, Minho deve me levar para a casa dele.

O pescador abriu e fechou a boca, antes de pigarrear.

— Eu não entendi.

— Estou com ele, Yoongi. — Namjoon sacudiu os ombros. — Ele sentiu minha falta nesses quatro meses e se declarou por mim…. — Kim deu um sorriso, como se fosse algo bom, como se fosse tudo o que mais quisera na vida. Meses atrás provavelmente seria, mas agora somente sentia raiva de ter que estar mentindo daquela maneira. — Nós estamos namorando.

Yoongi fitou Namjoon, mas não se moveu para tocá-lo, na verdade, cruzou os braços com força na frente do corpo.

— Achei que estávamos namorando.

Namjoon riu sarcasticamente e isso lhe doeu em todos os músculos do corpo.

— Por causa daqueles beijos idiotas?

— Os beijos que você retribuiu.

Kim sacudiu os ombros outra vez.

— Eu pensei que não tinha mais nada, Yoongi. Então, você servia, mas eu tenho tudo agora, não preciso mais de você.

Foi o primeiro impacto, Namjoon conseguiu ver a surpresa das suas palavras no olhar do outro. Mas ainda assim, Yoongi não desistiu.

— Namjoon, esse homem está te ameaçando? Você falou de assédio… Eu posso te tirar daqui em segurança, vou te proteger, Namjoon-ah.

O biólogo bufou. Ele tinha que finalizar logo aquilo, por dois motivos: o primeiro era o medo de Minho aparecer ali e também sequestrar Yoongi e a outra era o fato de que se ficasse muito tempo olhando para Min, iria começar a chorar e seu disfarce iria por água abaixo, o que levava de volta a primeira opção. Yoongi merecia uma chance de viver bem, de não ser envolvido em nada daquilo.

— Por que você acha que eu iria querer alguém como você, Yoongi?! — disparou Namjoon, colocando todo o desprezo que conseguiu aquelas palavras. Min deu um passo para trás, surpreso. — Eu estava com você porque achei que não teria mais nada. Mas eu tenho… Eu tenho tudo! Lá dentro, tem um homem rico, poderoso, bonito e que me dará tudo o que sempre quis na minha vida: o amor dele e um nome para mim. O que você pode me oferecer?! — A voz de Namjoon estava instável e ele resolveu incluir raiva nos sentimentos. Pareceu verdadeiro, pois todo o seu ódio no momento não estava sendo direcionado para Min e sim Lee, a pessoa que nada poderia fazer contra. — Você é um nada, Yoongi! É pescador e vive no mesmo casebre destruído porque foi o que o seu avô te ensinou a ser. O que é seu na sua vida? O que é verdadeiramente seu?! Sabe o que você faz: você volta atrás de mim quando tiver uma faculdade feita e um emprego decente e de status. Até lá eu nunca mais quero te ver na minha frente!

Yoongi ficou parado no mesmo lugar, olhando Namjoon sem nada falar ou reagir.

Kim engoliu fundo, tendo noção do que tinha acabado de fazer: ele tinha partido o coração do seu melhor amigo da pior maneira que poderia fazer. Yoongi não sabia de nada do que tinham passado juntos, somente tinha a voz na sua cabeça dizendo que ao lado de Namjoon, as coisas faziam sentido e naquele momento, o biólogo havia arrancado todo o sentindo que restava na vida de Min. Então, em uma medida desesperada, ele tentou fazer o melhor amigo se lembrar de algo ou pelo que aquilo ficasse na mente do outro e o fizesse ir atrás do que mais desejava.

— Eu não sou o seu sol, Yoongi! Você precisa encontrá-lo! Você precisa reencontrar o seu sol. Você me entende? O seu sol!

Yoongi o fitou com raiva e Namjoon tentou pensar em algo melhor para falar, porém ouviu o som na porta atrás de si. Estava demorando demais, tinha que acabar com aquilo naquele instante.

— O que ainda faz parado na minha frente?! — Namjoon disparou, em desespero. — Até para ir embora precisa da ajuda da sua vovózinha?!

 O barulho do tapa chegou a Namjoon antes que a dor de ter sido bofeteado no rosto. Mas, ele não fez nada além de voltar a olhar para Yoongi e então notar que tinha conseguido: Min Yoongi o odiava com todas as forças que ainda o restavam.

— Você é pior que uma cobra — Yoongi murmurou pausadamente, como se estivesse calculando cada palavra com cuidado para não errar o que tinha para falar. — Eu espero que ele te use por uns meses e depois te descarte… — Min respirou fundo. — Jungkook estaria decepcionado com o hyung dele.

Dito isso, Yoongi se virou e seguiu para a sua picape ali parada, entrando nela e em poucos segundos, dando partida para um lugar bem longe de Namjoon.

O biólogo ficou fitando o carro até ele desaparecer no virar da rua, sentindo o segurança o puxando para trás com força e o colocando de volta na empresa. Ele então parou de perceber pelo o que passava, vendo somente de relance Lee lhe levantando o polegar antes de ser jogado no local que chamavam de quarto, mas somente era a sua cela.

Namjoon foi até a cama, abraçou o travesseiro e chorou.


Notas Finais


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Até amanhã ;*


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