1. Spirit Fanfics >
  2. Paradise >
  3. Capítulo 97

História Paradise - Capítulo 97


Escrita por: Gi-Ka

Notas do Autor


Agradecemos aos leitores, todos que favoritam e comentam!!! (๑•̀ㅂ•́)و✧ ο(=•ω<=)ρ⌒☆

Capítulo 97 - Capítulo 97


Demorou um tempo para as coisas começarem a funcionar da forma como eram antes. Quando Hoseok saiu do hospital e voltou às suas atividades com Tritão, ele ouviu reclamações, problemas e até medo de outras sereias, logo surgindo com soluções diversas, algumas aprovadas por votação e outras que não foram para frente. Mas, no final do dia, perceber que seu povo estava outra vez feliz, era o que lhe dava forças de acordar no outro dia e continuar a fazer o seu trabalho com prazer.

No quarto dia, eles fizeram um grande funeral. Sereias não enterravam seus mortos, elas faziam uma pira de fogo e depois jogavam as cinzas no mar, na parte mais afastada da ilha. E, foi isso o que fizeram. Mas, para a surpresa de Hoseok, foi pedido que os humanos passassem pelo mesmo processo, somente em uma outra pira e em um outro local da ilha. O Tritão então percebeu que seu povo tinha mudado, mesmo depois de tudo o que tinham sofrido. O coração da sereia se apertou ao perceber que a bondade sempre estivera ali e agora confiavam por completo nele para proporem tal coisa.

Após seu discurso, Hoseok não pensou que choraria, mas acabou fazendo isso quando falaram o nome do seu pai, depois chorou pela senhora Haneul e por Changkyun. Haviam sido sereias importantes para ele, muito importantes, e pela ganância e egoísmo de poucos, eles não estavam mais ali ao seu lado.

Quando chegou no nome de Youngsun, Hoseok não soube exatamente o que deveria fazer, mas ele sentiu amargura. Sua tia poderia ter sido uma heroína, lutando ao lado dele ou fazendo qualquer outra coisa, menos o que ela fez. Ela lutou contra tudo e quase destruiu o próprio povo dessa maneira. Porém, as sereias ainda foram boas o suficiente em deixarem a alma dela descansar através do fogo, mas a tirana ficou junto dos humanos, igual aos arqueiros traidores; nenhum deles mereceu o mesmo lugar dos inocentes.

A cerimônia chegou ao fim já com o sol alto no céu, mas o clima de luto permanecia ainda em todos, então as conversas estavam baixas e não haviam sorrisos. Haviam perdido muitos, agora teriam que lidar com as tristezas e seguirem em frente.

Mas, o trabalho de Hoseok daquela semana não terminou no final da cerimônia, por isso quando chegou no castelo com Taehyung ao seu lado e viu que Mark o esperava para uma reunião, soube que teria algo a mais cuidar.

— Boa tarde, Tritão — Mark cumprimentou, fazendo uma reverência.

— Não precisa disso — afirmou Hoseok, apontando para a cadeira na frente da sua mesa. Taehyung, já acostumado como era, sentou na parte de cima da mesa, cruzando as pernas e anotando em seu caderno como se não estivesse no meio de uma conversa. Mark acabou achando graça e Hoseok somente sacudiu a cabeça em negação. — Então, Mark, você quer voltar para casa?

O humano pareceu perder um pouco da confiança que tinha antes no corpo. Ele tinha preparado um discurso, mas a fala de Hoseok lhe tirara aquilo do pensamento. Mark acabou por apertar os dedos um nos outros, procurando novas palavras para o momento.

— Mark? — Hoseok chamou o humano outra vez. — Está pronto para voltar?

O veterinário sacudiu a cabeça negativamente.

— Não? Não o que, Mark?

O ruivo sentiu como se todo o seu corpo diminuísse naquele momento ao tamanho de uma semente sem importância, chutada e amassada por um desavisado qualquer.

— E-eu… n-não quero ir.

Falar aquelas palavras foram mais difíceis que Mark imaginou. Ele tinha pensado tanto sobre o assunto, mas ainda tinha dúvidas se seria aceito por ali; uns dias estava tudo bem, uma vida toda? Não tinha certeza.

 — Você se mostrou digno da nossa confiança e alguém valioso em nosso hospital. Como você pode ver temos apenas um especialista e poucos aprendizes. Será muito bem-vindo se decidir ficar entre nós.

Mark levantou o olhar na direção de Hoseok, surpreso. Ele tinha escutando certo?

— Acho… que não entendi — Mark conseguiu falar.

— Se você quiser ficar, pode ficar.

Taehyung pigarreou, entregando um papel para Mark. O humano esticou o corpo para pegar a folha, lendo o seu nome ali escrito, com um número ao lado.

— O que significa esse sete, um, dois?

— Cidadão setecentos e doze. Seja bem-vindo.

Mark sorriu todo bobo, segurando o papel como se fosse um tesouro.

— Obrigado, muito obrigado! Farei de tudo para ser útil aqui.

— Não se esqueça de ser feliz também — o Tritão pediu sorrindo.

O humano concordou com outro sorriso.

 — Você pode ir agora, sei que deve estar louco para contar a novidade para Jackie. — Hoseok levantou uma sobrancelha de implicância com o humano, mas o outro não pareceu perceber, somente saindo animado da sala. Ele estivera encantando desde o primeiro momento que pisara na ilha e ficava óbvio para qualquer um que o ruivo tinha encontrado o seu lugar ali.

— Setecentos e doze — murmurou Taehyung, fitando Hoseok enquanto ainda estava em cima da mesa. — Éramos quase mil.

— É difícil, Tae… Mas vamos nos reerguer dessa vez muito mais fortes e tolerantes. Seremos um povo feliz.

Taehyung concordou com a cabeça.

— Somos desconhecidos outra vez. — Taehyung deu um sorriso. — Como anda meu irmão, Hobi?

O Tritão franziu a testa.

— Você literalmente acabou de o ver. Por que da pergunta?

Hm… nada. Eu quero saber quando vocês vão se divorciar para eu começar preparar os papéis.

Hoseok piscou, confuso.

— Jin… disse que quer divórcio?!

— Não? Mas achei que vocês iam querer? — Taehyung parou de anotar e olhou para Hoseok. — Tipo, Yoon e Joon estão de volta? Por que vocês iriam ficar casados?

O Tritão coçou a nuca, pigarreando.

— Eu não tinha um compromisso agora?

— Quê? Acho que não…

— Eu tenho certeza que tenho — disparou Hoseok, ficando de pé com um sorriso amarelo. — Estou indo para o compromisso agora. Mande um beijo para Minnie e Kookie por mim.

Hoseok saiu da sala do trono às pressas, ainda que tentasse não demonstrar. Seokjin queria o divórcio e ele não deveria estar tão chateado com aquilo. Claro que o comandante iria querer daquela maneira, eram uma família, mas o amigo iria querer casar com Namjoon um dia, óbvio.

E, daquela maneira, um pouco transtornado, ele passou pela irmã sem perceber, mas em seguida foi parado por ela, que lhe puxou pelo braço.

— Ei, ei… Onde vai com tanta pressa?

O Tritão parou, confuso. Mas logo sorriu ao ver Dawon.

— Eu… ia conversar algo com Jin.

— Ah, isso pode esperar. Eu queria te convidar para um encontro.

Hoseok estreitou os olhos e em seguida deu uma risadinha, a tensão melhorando um pouco pelo o seu corpo.

— Irmã, acho que não seria bem essa a palavra… Hm… eu aceito? Mas podemos ir depois que eu falar com Jin?

— Seokie… Passeia com sua irmã um pouco! Você pode ir ver seus maridos mais tarde!

— Mas…

— Ah, por favor? Eu estou sozinha aqui, você sabe disso! — dramatizou a sereia, piscando os olhos de maneira exagerada. — Você fica lá em cima, com o calor corporal ao seu redor e eu durmo nesse castelo frio e úmido.

Hoseok revirou os olhos e estava prestes a pedir meia hora à irmã quando viu Taehyung se aproximando com o caderno. Ele arregalou os olhos, segurando no braço de Dawon às pressas.

— Achei meu compromisso, Tae. Ha, ha, ha! Momento irmão e irmã, sabe como é né? Tchau!

Ele então correu com a outra antes que o oráculo fosse atrás deles.

— Você está correndo dos seus compromissos, Tritão?

— Não tenho compromisso agora e nem por hoje! Enfim… — Hoseok resolveu parar de falar para prestar realmente atenção na irmã. — Onde você quer ir, DaDa?

— Na praia…

De alguma maneira, ele já sabia a resposta.

— Então, vamos para a praia.

O casal de irmãos pegou a saída de água mais próxima para o mar e nadaram um pedaço antes de tocarem os pés na areia, sentindo os grãos tomarem conta dos seus pés cobertos de escamas; não era ruim, na verdade parecia como se praias e sereias fossem irmãs de nascença.

— Senta aí — Dawon mandou, apontando para um montinho de areia. Hoseok riu e fez, vendo a irmã se sentar ao seu lado, os olhos fixos na água. — Você já teve o coração partido, Hobi?

Wow, pensei que o assunto seria leve…

— Cala a boca e me responde.

Ela estava brincando no tom de voz, mas Hoseok sabia da onde vinha aquele assunto.

— Acho que não… só me apaixonei por Yoongi e ele me correspondeu, então… — Hoseok sorriu um pouco envergonhado. — Você está triste por conta de Donghun? Arrependida?

A mais velha suspirou pesado, deixando o vento gelado lhe acolher naquela tarde. Ela sabia o que responder ao irmão, mas ao mesmo tempo era impossível não deixar de pensar sobre o “E se?”. Aquilo estava a remoendo aos poucos.

— Não. Mas… acho que ele foi o único amor que eu já conheci. — Dawon deu um fraco sorriso. — Eu nunca tinha gostado de ninguém e… é isso.

— Da, você ficou muito tempo naquele lugar. Você terá outro amor, você terá tudo o que quiser. — O Tritão sorriu, abraçando a mais velha com carinho. — Sei que eu não tenho como entender, mas posso estar aqui para você sempre que quiser.

A moça concordou, mas o olhar ainda estava triste. Hoseok quis poder tirar aquilo dela, quis ser capaz de dar a irmã um bom amor, um que a fizesse feliz, mas ele não podia, as coisas não funcionavam daquela maneira.

— Eu sinto que passei da idade. Eu vou fazer trinta anos, Hobi. A maioria da minha idade já encontrou o seu par, eu fui dada como morta, não sobrou ninguém para mim.

— Dawon, claro que não! Isso não tem nada a ver e você nem precisa namorar alguém da sua idade?

— E de que idade seria? A sua? Porque só você já pegou três.

— Dawon!

— Só estou dizendo que você pegou muitos e a cota é pouca por aqui.

Hoseok suspirou pesado.

— Para de bobagem. Não é assim com a gente, okay? — Hoseok deixou o seu corpo tombar para trás, deitando-se na areia. Estava um mormaço estranho, provavelmente choveria mais tarde. — Mas, o que eu falei é a verdade: você não está velha para amor ou sei lá o que, você só é cinco anos mais velha que eu e é irmã de um Tritão, então abra os olhos que tem um monte atrás de você.

— Um monte? Que exagero, solzinho. — Dawon suspirou pesado. — E eu não quero usar o seu cargo para conseguir namorar. Acho que eu não confiaria na sereia se fosse esse o caso… Enfim, eu te trouxe aqui porque eu tenho um presente para te dar. Espera aqui, eu escondi na árvore.

O Tritão achou graça, vendo a irmã correr para as árvores, logo voltando com o que parecia ser algo quadrado envolto de um tecido.

Dawon logo retornou para o lado do irmão entregando-o o embrulho de pano, sorrindo abertamente.

— Feliz aniversário atrasado, solzinho.

— DaDa… E-

— Só abra, Seok…

Hoseok sorriu, sacudindo a cabeça em negação. Não era nem perto do aniversário dos dois, mas a irmã estava contente, então estava tudo bem. Ele afastou os panos e esperou por muitas coisas, menos por aquela caixa de madeira fechada, parecendo como um objeto humano.

— O que é isso?

— Vamos, abre…

O Tritão passou a mão na tampa da caixa, vendo um velho brilho por ali, como se houvesse uma tinta amarela, mas agora ela estivesse apagada. Aquele presente ainda não fazia sentido, então resolveu o abrir de uma vez para entender o que era. Porém, assim que abriu a caixa, uma bonita melodia lhe alcançou os ouvidos enquanto uma bonequinha rodopiava em uma base que não sabia como funcionava, mas era ainda assim bonito.

— Dawon…

— É a caixinha de música que eu tentei pegar para você, há dez anos… — Dawon sorriu. — Donghun guardou e depois da fuga, ele me deu. Mas, eu sempre a quis para você, então, dez anos depois, eu estou de volta e com o seu presente.

Hoseok não soube o que dizer, então a abraçou. Ele não conseguia nem imaginar um terço do que ela poderia ter vivido, mas ainda assim, Dawon estava ali, forte e pronta para enfrentar qualquer coisa.

— A sua força é muito bonita, DaDa — afirmou o mais novo, sorrindo com vigor quando a irmã voltou a fitá-lo. — Mas, o seu grande coração vence qualquer coisa. Obrigado. pelo presente, ele é muito especial, pois… eu esperei demais por ele, para ter você de volta.

Os olhos da sereia mais velha se encheram de lágrimas e a abraçou com força. A sua irmã era um símbolo e ele não podia estar mais feliz por a ter por perto outra vez, por sentir o carinho por abraços quentes e por ter alguém que o entendia tão bem depois mesmo após anos; toda a família que tinham havia morrido, mas naquele momento, ambos souberam que não importava a força das ondas ou a ressaca do mar, sempre, em qualquer situação, teriam um ao outro, pois um outro tipo de amor poderia se apagar e desaparecer, porém não o amor que se tinha pela família, esse estava em seus sangues e carregavam consigo como uma marca de que pertenciam a algum lugar.

— A caixa é linda, DaDa. Obrigado.

A moça sorriu, puxando o irmão para si outra vez. Ela sabia que Hoseok iria amar o presente, por isso que dez anos antes tinha ido atrás dele na praia. Tinha sido tão inocente, agora tinha noção disso, mas ainda tinha medo de que outras sereias passassem pelo o que ela tinha passado, então resolveu proferir a ideia que estava na sua mente desde que voltara.

— Hobi?

— Sim?

— Eu… queria fazer igual a Yoongi e Namjoon, dar aula para as sereias adultas — disse a sereia, escolhendo bem as palavras. — Eu queria evitar que outras fossem tão inocentes o quanto eu fui, ou seja, falar de como não devemos seguir coisas brilhantes por aí…

Hoseok deu um meio sorriso.

— O emprego é seu. Você poderia conversar com Yoon e Joon também, para vocês fazerem parcerias, eles são ótimos professores.

— Claro, claro… acho que posso pensar em algo.

A mais velha sorriu, agradecida.

— Eu estou muito feliz de estar de volta, Hobi — afirmou Dawon. Ela buscou a mão do irmão e ficou brincando por um momento, pigarreando quando percebeu que ele a fitava com curiosidade. — Não quero que você se preocupe muito comigo, okay? Eu estou com saudades dele, mas não vou tentar voltar por causa disso. E também… eu sei que tem alguma sereia para mim por aqui ou até… um humano? O que ficou é fofinho.

O Tritão deu uma risadinha.

Não acho que ele estava olhando muito para as sereias femininas, DaDa.

— Vocês e essas manias de trisais, assim me ferra.

Hoseok riu mais alto.

— Tirando as crianças, ainda sobraram umas quinhentas sereias, eu tenho certeza que tem um par para você. Vou fazer uma festa para te apresentar para sociedade…

Dawon revirou os olhos.

— Você ficou vendo aqueles shows humanos, né? Dong me mostrava alguns, não faziam nenhum sentido.

Hoseok sorriu.

— São bastante distrativos e coloridos, mas eu prefiro beijar o meu namorado ao invés de ver de humanos se beijando.

— Faz certo, irmão.

Os dois sorriam e Hoseok voltou a olhar a caixa, passando com cuidado a mão na tampa. Ela era mesmo muito linda, estava feliz em tê-la.

— Vamos, vou te levar até seus maridos.

A fala da irmã fez Hoseok se lembrar o porquê estava atrás de Seokjin e seu estômago revirou com aquilo. E se o marido quisesse divórcio? Não queria se sentir tão triste com a ideia como estava no momento.

— É… Vamos…

Dawon percebeu a mudança no irmão, mas ele não parecia querer conversar, então nada falou, somente o acompanhou em silêncio, em algum momento buscando a mão do outro e falando qualquer coisa, apenas para distraí-lo. Esperava que não fosse nada grave, pois Hoseok não merecia sofrer.

Eles chegaram perto do chalé e foi onde Dawon se despediu do mais novo, abraçando-o com força e lhe beijando uma das bochechas.

— Vai falar com o seu marido, espero que dê tudo certo.

Hoseok sorriu.

— Obrigado, irmã. Qualquer coisa, pode me procurar, okay?

— Eu sei…

Depois da despedida, Hoseok ainda ficou olhando a irmã voltar em direção à praia, antes de entrar na sua casa. Agora, não havia mais nenhum soldado na porta e ele gostava disso, pareciam dias mais normais, porém não ver Changkyun parado ali, com o seu sorriso simples e suas expressões quase irritadas, ainda lhe causava saudades. Ele tinha sido fiel até o fim.

— Amor, você chegou! — Yoongi logo disse, ficando nas pontas dos pés e cruzando os braços atrás do pescoço da sereia enquanto beijava os lábios dele. — Demorou! O jantar já está pronto, fiz aquele purê de inhame que você tanto gosta… Eu passei o dia com Kai e agora estou morto de fome...

—  Que bom que você falou com o Kai — murmurou Hoseok. — Hm… Jin já chegou?

— Ainda não, ele disse que iria demorar um pouco mais, pois ia ficar com os recrutas nas reconstruções e depois iria buscar Joon no ensino noturno.

— Ah, okay… Então estamos a sós? — Hoseok sorriu com o canto dos lábios, puxando o corpo do mais baixo para si pela cintura, apaixonando-se uma vez mais ao ouvir a gargalhada que o humano deixou escapar.

Yoongi empurrou de leve os ombros de Hoseok.

— Não, Pena ‘tá por aí…

— Oh, nossa filhinha entende…

— Será? Ela não tem namorado ou namorada… Hm… — Yoongi fez uma careta quando Hoseok beijou a curvatura do seu pescoço. — Você está me provocando, hn.

Hoseok então puxou Yoongi ainda mais para si, apertando a bunda do outro de leve. O humano riu afetado e deixou que suas pernas enlaçassem a cintura da sereia. Sem dificuldade, o Tritão caminhou até o quarto, jogando o outro na cama enquanto subia por cima dele.

— Tenho quase certeza que essa não é a nossa cama, Hobi.

Hn? — Hoseok levantou o olhar e então viu que estava do outro lado do cômodo. — Ah, eles não ligam.

— Ligam sim, você só é casado com Jin, bobo.

— Se esse é o problema eu posso casar com Joon também, a qualquer hora… — Hoseok riu suave, contra a pele do pescoço de Yoongi antes de mordiscar o local. Mas ele parou assim que sentiu Min o empurrando de leve outra vez. — Okay, okay, vamos para a nossa cama…

Hoseok tinha um olhar divertido, mas Yoongi o fitava como se tentasse falar algo. O Tritão franziu a testa e parou, sentando ao lado do outro.

— O que foi, amor?

— É bobagem… — Yoongi disse, mordendo o lábio inferior. — É só que, você ainda me chama de namorado e eu queria saber se aquele nosso casamento foi casamento mesmo porque eu queria te chamar de marido.

— Yoongi! — Hoseok proferiu exasperado, pois era óbvio que tudo o que vivia com Min era verdadeiro e especial. — Meu amor, é claro que foi verdadeiro. Foi algo literalmente mágico. Se o problema for a nomenclatura eu posso gritar para todos que você é meu marido. — Ele ria, mas de repente algo lhe atingiu a mente e logo ficou preocupado. — Você não gosta que eu esteja casado com Jin? Você… falou com Tae? E-eu…

— Ei, ei, eu não falei nada! — Yoongi segurou as mãos de Hoseok e no mesmo instante a sereia se acalmou, percebendo que estava fazendo uma tempestade por um medo bobo. — Eu não tenho problema com o casamento com Jin. Eu só… sou inseguro as vezes, mas eu os amo, Seok. Você sabe que eu os amo.

— E nós o amamos também, meu amor — Hoseok proferiu, ele sentia o nó se formar em sua garganta. Céus, ele queria que Yoongi se sentisse amado, tão amado quanto fosse possível, e mais, muito mais. — Eu amo você… Amo muito, você sabe disso, não é? Eu vou pedir para Tae mudar os registros amanhã, o que acha? Todos já sabem mesmo do nosso casamento, antes precisava de segredos, agora não mais.

Yoongi sorriu abertamente.

— Eu… gostaria muito.

— Oh, meu amor. Meu Min Yoongi… Te amo tanto!

Hoseok não resistiu a beijar o marido, sentindo Yoongi sorrir durante o processo. Ele teria mudado os registros antes, se soubesse que Min queria assim, mas agora estava tudo bem, uma conversa foi tudo o que precisavam.

 — Hm… E… P-podemos registrar Joon também… — Yoongi proferiu, as maçãs do rosto coradas de vergonha o que apenas fez Hoseok sorrir ainda mais e beijar as bochechas do humano com carinho.

— Vamos ver isso quando eles chegarem… — o Tritão respondeu, seu tom não mais tão alegre e Yoongi logo notou. Ele sempre notava qualquer mudança, mesmo que mínima no seu sol.

— Amor, se você não quiser…

— Não é isso, é que… — Hoseok parou de falar, olhando pela janela que ficava acima da cama dos outros dois, não parecia ter nenhum movimento do lado de fora, então ele se voltou para Yoongi. — Tae me perguntou sobre o divórcio com Jin, acho que Jin falou alguma coisa com ele, não acho que ele queira continuar casado…

Yoongi franziu a testa, confuso.

— Sério? Mas ele não falou nada com a gente.

— Talvez ele esteja sem jeito, não sei… Como estão as coisas entre vocês?

— Ótimas! Ele ainda me trata igual, ontem Joon e eu até dormirmos juntos e ele veio aqui checar, nos cobriu antes de voltar para ficar com você… Tem certeza que Tae falou isso?

— Não, ele só… só me perguntou quando iríamos arrumar os papéis… Vai ver o problema sou eu.

Yoongi estalou a língua.

— O problema, em hipótese alguma, será você. Vamos comer, okay? Quando eles chegarem, a gente conversa. Eu aposto que não tem nada disso… — Yoongi afirmou, com um sorriso. — Ele também nos ama. Nós somos uma família, okay?

 — Somos… — Hoseok não duvidava daquilo. — Te amo, marido.

— Eu te amo mais, marido.

Ih, não discuta comigo que sou autoridade máxima.

— Lá fora, aqui dentro você sabe que quem manda sou eu — Yoongi retrucou sorrindo maroto antes de mordiscar o lábio do Tritão. — Agora levanta eu preciso ver nosso jantar.

— Sim, senhor!

Min riu, puxando o marido pela mão para o outro cômodo. Ele então sentou Hoseok na cadeira e foi até o fogão a lenha, misturando a comida na panela antes de começar a servir o prato. Purê de inhame, com legumes grelhados. Antes, no continente, provavelmente não comeria algo assim, pegaria uma comida semi pronta e colocaria no micro-ondas, mas preferia assim, pois em Jeju ele não se sentia tão amado quanto era ali. Definitivamente, deixaria de lado qualquer tecnologia para ficar ao lado das pessoas que amava.

— Ainda bem chegamos a tempo do jantar!

Yoongi quase deixou o prato cair no chão com a chegada repentina de Seokjin pela porta da cozinha, mas o comandante se adiantou, segurando Min pela cintura e lhe dando equilíbrio suficiente.

— Depois eu que sou desastrado — implicou Namjoon, retirando o seu casaco. — O cheiro está magnífico, Yoon.

Seokjin esfregou o nariz na bochecha de Yoongi por um instante antes de depositar um beijo na pele macia de Min. Namjoon fez o mesmo, somente com Hoseok, que sorriu docemente para o humano mais alto.

— Como foi o seu dia, Joon? E o seu, Jin?

— Cansativo, mas acho que as novas instalações ficam prontas em quinze dias — a sereia respondeu, indo até Hoseok e o beijando com carinho na testa.

— E as crianças estão ótimas! Nem parece que passaram por tantos traumas, estou muito contente! — Namjoon proferiu indo ajudar Yoongi a terminar de servir os pratos. — A ideia de Mark de aromaterapia foi sensacional, elas estão bastante calmas e sorridentes. Por sinal, Mark está todo feliz falando setecentos e doze por aí, acredito que isso significava que ele vai ficar, né?

Hoseok riu.

— Ele vai. Acho que ele se encontrou aqui.

— Não, ele encontrou sereias bonitas — brincou Seokjin. Ele sorria enquanto olhava para Hoseok, mas logo viu o marido o fitando como se o analisasse. — Hm… aconteceu algo?

— Nada… Vamos só comer.

Seokjin concordou, mas sabia que tinha algo de errado, mas perguntaria ao Tritão mais tarde.

— Yoon, mais tarde eu posso conversar com você? — perguntou Namjoon em voz baixa. — É importante.

— Claro… Está tudo bem?

— Sim, sim… É só algo que queria falar com você.

— Então tudo bem. Andem, comam tudo! — Yoongi serviu dois pratos enquanto Namjoon serviu os outros dois. — Quero todo mundo fortinho, hein?

Seokjin riu.

— Só para ficarmos te carregando para os cantos.

— Claro? Eu quero meus homens grandes, fortes e me paparicando. A vida que eu pedi para a divindade. — Yoongi riu, comendo um pouco ele mesmo. — Seus lindos.

Namjoon negou com a cabeça enquanto Hoseok piscava um dos olhos.

O clima agradável do jantar continuou até o final dele. Yoongi então se levantou para lavar os pratos, mas Seokjin tirou da sua mão, dando um tapa na sua bunda.

— Você já fez demais e nos alimentou bastante. Vai descansar.

Yoongi deu um sorriso.

— Obrigado.

— Não tem que agradecer, todos moramos aqui e dividimos as tarefas. Vai lá conversar com Joonie, ele está na varanda.

— Vai lá, amor. Eu vou ajudar Jin com a louça — Hoseok afirmou selando os lábios de Yoongi com carinho, que logo concordou e foi atrás do humano mais alto.

— Que honra ter o Tritão em ajudando em tarefas tão simplórias — Seokjin provocou sorrindo divertido.

Hoseok deu um fraco sorriso, secando o copo que Seokjin lhe passara. O comandante suspirou pesado.

— Hobi, o que aconteceu? Fala comigo, por favor?

— Você quer o divórcio.

Não foi uma pergunta, foi uma afirmação e tal coisa já deixava Hoseok com um nó na garganta. E, se realmente fosse uma afirmativa?

— O quê?! Eu quero?!

— Sim.

— Da onde você tirou isso, Hobi?

— Tae veio me falar dos papéis da separação. Por que você não falou comigo primeiro?

Seokjin fechou a torneira, bufando.

— Eu vou matar aquele moleque! — Seokjin grunhiu, olhando no fundo dos olhos do marido. — Eu não quero me divorciar, Hobi. Nunca! Eu só falei com ele sobre casar com Joonie. O resto ele juntou os pontos, mas de forma errada!

— Como de forma errada? — Hoseok perguntou, ainda amedrontado de Seokjin querer ir com Namjoon talvez para outra casa. Céus eu iria apoiar qualquer decisão que o casal tomasse, mas estava tão feliz com aquela rotina, seria triste perdê-la.

 — Eu quero fazer o ritual com Joonie.

Hoseok abriu e fechou a boca, surpreso. Ele pensou em um casamento tradicional, como aquele que os dois tiveram, mas de certo modo fazia sentido não ser uma daqueles.

— Claro, eu… posso fazer o ritual. Vai… ser muito belo.

— Hoseok.

— Está tudo bem, Jin.

Seokjin bateu o pé no chão.

— Pela divindade, você não está entendo! — Seokjin proferiu exasperado, soltando a louça na pia e com a mão ainda cheia de sabão segurando o rosto do Tritão por entre elas forçando-o a encará-lo. — Eu não vou me separar de você, só que quero me casar com Joon também e acho que o ritual será a melhor maneira.

O Tritão piscou, confuso, ainda tentando colocar sentido nas palavras de Seokjin. Mas, sentia que iria gritar a qualquer momento, então respirou fundo e aos poucos foi empurrando o nó na sua garganta até que ele desaparecesse.

— Você quer fazer o ritual com Joon, mas… as coisas vão ficar iguais?

— Sim? Você e Yoongi fizeram e as coisas estão assim… Por que ficariam diferentes? V-você não acha uma boa ideia?

Hoseok puxou o ar com força outra vez e não se importou com o sabão na mão de Seokjin, somente o abraçou com força, deixando que algumas pérolas caíssem no chão. Ele se sentia tão bobo agora!

— Hobi?

— E-eu só fiquei assustado com a possível mudança, pensei que tinha feito algo de errado… Na semana passada eu entrei no banheiro sem saber que Joon estava no banho, pensei que você tinha ficado com raiva de mim e queria tirar ele daqui…

— Tirar ele de você? — Seokjin riu, puxando o mais novo para um abraço apertado. — Você é tão bobo, Hobi… Eu não tenho ciúmes de você com Joon ou de Yoongi, não pense bobagens — pediu. — Mas então… O que acha do ritual? Acha que Joon vai aceitar?

Hoseok mordeu o lábio inferior.

— Eu acho que ele vai amar!

— Eu quero que seja uma surpresa… Você acha que dá certo? Chegar e casar?

— Espera… você quer que seja surpresa assim, na hora? Não vai pedir a mão dele em casamento antes?

— Não é melhor só chegar e fazer?

— Seokjin!

 — Eu não sei como pedir! Já foi difícil fazê-lo namorar comigo, Hoseok!

O Tritão começou a rir, apoiando a cabeça no ombro de Seokjin para rir ainda mais. Seokjin sempre surtava quando o assunto era Namjoon, o comandante era completamente apaixonado por aquele humano.

— Para de rir de mim!

— Impossível! — disparou Hoseok, sorridente. — Olha, você deveria fazer um pedido, mas, se você quer fazer uma grande surpresa, eu te ajudo.

— Você acha que ele vai me odiar se for surpresa?

Hoseok revirou os olhos.

— Ele te ama, Jin. Ele é incapaz de te odiar, podemos pensar uma maneira de o enganar, talvez uma festa? Hm… já estou tendo umas ideias…

Seokjin então abriu um belo sorriso.

— Obrigado, Hobi. Obrigado por tudo… — O comandante deu um suspiro que Hoseok classificaria como ‘apaixonado’. — E, nunca mais pense que eu vou tirar Joon de você. Ou Yoon ou eu! Estamos há semanas de volta na rotina e tem sido tudo perfeito, eu estou muito feliz e eles também estão.

— Eu também estou. Muito, muito feliz por ter vocês. — Hoseok bateu palmas. — Vamos te casar com Joon!

Os dois então se abraçaram e ficou decidido. Haveria uma surpresa em breve e não poderiam estar mais felizes com isso.

 

***

 

Namjoon aguardou Yoongi e enquanto isso passou tudo o que queria falar em sua mente, para quando o amigo fosse conversar com ele, não se embolasse nas palavras; era algo muito importante e não queria de alguma maneira, ofender Min.

— Joon? Você está com frio?

Antes que o outro respondesse, Yoongi já estava colocando uma colcha por cima dos ombros de Namjoon, que riu e se aconchegou no calor proporcionado pelo tecido.

— Então, baby, o que queria falar comigo?

— Em primeiro lugar, eu não quero te ofender…

Yoongi fitou o outro, um pouco surpreso.

— Tudo bem… Você vai falar mal da minha comida?

Namjoon riu aliviando um pouco da pressão que ele mesmo estava colocando no momento.

— Não, não… Eu amo sua comida. Só não como mais se não eu rolo pela porta, e minha família também tem casos de pressão alta… Enfim, não é sobre isso! — Namjoon sorriu. — Você me ouviu falando sobre a aromaterapia, né?

— Sim. Está dando certo nas crianças…

— É, então… — Namjoon mordeu o lábio inferior. — Eu queria fazer. Acho que pode me ajudar com os pesadelos. Hm… Jimin também vai fazer, ele também está com sintomas de TEPT.

—  Okay?

— Eu acho que seria bom você tentar também, Yoon… Para te ajudar com a ansiedade e a depressão. Desculpa se eu estou passando da linha, mas é bom manter controlada… nos últimos dias você está bem, sorridente e eu só quero te ver assim até estarmos velhinhos e prontos para morrer.

Yoongi negou com a cabeça, um ar divertido no rosto.

— Não sei o porquê você está falando de morte, mas tudo bem. Eu aceito, vamos fazer isso juntos.

Namjoon puxou o ar com força, relaxando no lugar.

— Ufa, eu estava morrendo de medo de você me odiar.

— Por que meu bem? Baby, é impossível te odiar. — Yoongi deu um sorriso mais aberto, buscando a mão de Namjoon e grudando mais os seus corpos. — Obrigado por cuidar de mim, Joon. Eu te amo.

— Eu cuido de você porque te amo, baby — o mais alto retrucou, sorrindo. — Então, vamos fazer isso juntos.

— Como uma família.

Os dois então ficaram ali por um tempo, curtindo o frio da noite e aproveitando para falar algumas bobagens e coisas do passado, às vezes era bom relembrar as coisas que deixaram para trás para terem certeza que o que tinham agora era tudo o que sempre quiseram durante toda a vida. Tinham se encontrado de maneira nada comum, mas tinham ficado juntos por isso. Famílias poderiam ter várias concepções e mesmo não tendo totalmente palavras para explicar como a deles se dava, sabiam que o que tinham construído juntos era tudo o que precisavam.

 

 


Notas Finais


Tá acabando :(

Gostaram do capítulo? Divulguem a fic!
E, por favor, deixem comentários com as suas opiniões; amamos lê-los.

Para mais informações, acessem o site das autoras:
» https://sites.google.com/view/ficsgika


Até amanhã ;*


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...