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História Paraíso - Capítulo Único


Escrita por: CarolAlves05

Notas do Autor


Olá, gente.
Eu provavelmente deveria estar postando o último capítulo de "Encontrando Você", mas em vez disso, estou aqui postando uma nova Fic.
Essa é minha primeira One Shot, e espero que gostem.
Se você não viu o último episódio de Supernatural, talvez não entenda, mas fica por sua conta.
É isso. Boa leitura e comentem, se puderem.
Se cuide, bjks!

Capítulo 1 - Capítulo Único


Paraíso

_ Então, você acha que temos que mudar mais alguma coisa?_ Jack perguntou a Castiel.

Os dois estavam em pé, olhando o horizonte, no topo de uma montanha muito alta.

Qualquer pessoa que não soubesse onde eles estavam, nunca imaginaria que estavam no céu. Que aquela montanha, o sol lá longe, as árvores… Tudo aquilo fazia parte do paraíso que Jack restaurou. Era como se fosse a Terra lá embaixo, só que melhor, mais bonita, sem dor, apenas amor e paz. Tudo aquilo deixava Jack feliz. Ele finalmente entendia seu propósito, o motivo pelo qual existia.

_ Eu acho que está maravilhoso assim, Jack_ Cas disse, olhando fixamente para além das montanhas.

_ E quanto a Terra?_ Jack olhou para Cas_ Eu poderia fazer algumas mudanças lá também.

_ Que tipo de mudanças?

Jack sorriu abertamente.

_ O que acha de dinossauros?_ ele perguntou_ Eles não mereciam ser extintos… Não seria justo trazê-los de volta?

Cas olhou para ele, tentando evitar um sorriso.

_ Não sei se é uma boa ideia, Jack. Acho que envolveria muitas pessoas sendo mortas de maneiras horríveis.

_ É, acho que você tá certo.

Jack então fez uma expressão pensativa, então abriu outro sorriso quando sua nova ideia lhe veio a mente.

_ E quanto a zumbis? Não seria legal um mundo cheio de zumbis?

Cas colocou uma mão no ombro dele e o olhou com carinho.

_ Acredito que também haveria muita gente morrendo de maneiras violentas.

Jack suspirou. Ele sabia que zumbis e dinossauros eram apenas o pensamento infantil de alguém que havia nascido há apenas três anos.

Talvez ele realmente não devesse mexer em nada lá embaixo. Ele mesmo havia dito a Sam e Dean que não interferiria. Mas às vezes era difícil ficar de fora. Jack tinha saudades de estar na Terra, de estar com seus outros pais. É claro que ele sabia que intimamente, estava em todos os lugares. Ele via tudo, sabia tudo, sentia tudo… Mas ainda assim, uma parte dele gostava de ser apenas um menino descobrindo o mundo, fantasiando com dinossauros e zumbis. Às vezes doía não poder se dar ao luxo de ainda ter essa inocência.

_ Você está bem?_ Cas perguntou, o olhando com a testa franzida.

_ Sim.

_ É por causa dos dinossauros e dos zumbis? Podemos pensar em outras coisas…

_ Não é isso_ Jack o interrompeu_ É que… É que às vezes eu sinto saudades.

_ De Sam e Dean?

_ Deles principalmente… Mas de outras coisas também. Do Bunker, do meu quarto, do Marvelous Marvin… Você lembra quando comprou ele pra mim?_ Jack olhou para Cas.

_ É claro que sim_Cas sorriu com a lembrança.

Ele e Sam estavam no meio de um caso, quando Cas viu o urso de pelúcia falante exposto numa vitrine de uma loja de brinquedos. Cas ficou encantando com o fato do urso ter um alto-falante interno, onde era possível gravar qualquer coisa: frases, músicas… E imediatamente ele pensou em Jack. E quando viu a expressão de Sam, olhando para o urso, soube que Sam estava pensando a mesma coisa. Cas nunca esqueceria a felicidade no rosto de Jack, quando eles lhe deram aquele ursinho. Foi um dos momentos em que Cas percebeu que tudo valia a pena.

E foi nesse instante, enquanto se recordava desse momento e enquanto olhava para Jack, que Cas se deu conta de que tudo aquilo era demais. Por maior que fosse o destino de Jack, isso não mudava o fato de que ele era apenas uma criança.

_ Jack, embora eu soubesse que seu futuro seria grandioso… Eu queria que as coisas tivessem sido diferentes, queria que você tivesse a oportunidade de crescer…

_ Cas_ Jack começou_ está tudo bem. Não estou reclamando… Eu sinto saudades de antes e às vezes isso me deixa triste, mas eu estou bem. Sentir saudades não significa estar infeliz, eu não estou. Na verdade, esse é o sentimento que nos lembra que deixamos algo bom pra trás, certo? Eu sempre vou amar a minha vida na Terra, e eu vou sentir saudades pra sempre e às vezes vai doer… Mas eu sou grato por poder fazer a diferença. Eu aceito o meu destino, Cas… E eu nunca vou reclamar por ter a chance de me importar com tudo o que Chuck não se importava.

Cas o olhava cheio de amor. Ele sempre soube que nunca se arrependeria por amar Jack, por ter fé nele.

_ Você sabe que pode ir a Terra a qualquer momento, não é? Visitar Sam e Dean… Até mesmo os seus avós, se você quiser.

_ Eu sei… E, bom, meu avô está vindo_ Jack falou com naturalidade.

_ Como assim?

_ O tempo dele está acabando, Cas… Câncer de pulmão, ele fuma muito. Eu já conversei com a minha mãe e ela vai preparar um jantar para ele. Ele vem em pouco tempo. E aí ele vai me conhecer como neto dele, não como uma pessoa estranha. Você sabe, quando eu conheci ele e minha avó, eu não pude dizer a verdade.

_ Sim, eu sei.

_ Você vai comigo, certo?

_ É claro.

Jack sorriu para ele.

_ Acho que a melhor coisa que eu fiz, foi unificar o céu. Assim as pessoas que se amam podem ficar juntas, como se estivessem vivas na Terra… Fico feliz de saber que minha mãe vai reencontrar o pai dela.

_ Sim, Jack, isso é muito bom.

Então a expressão de Jack mudou e ele olhou para Cas de soslaio.

_ Dean vem também.

Cas, que tinha voltado a olhar para o horizonte, olhou para Jack com olhos arregalados.

_ O quê?

Jack se virou para ele.

_ Em pouco tempo…

_ Não, Jack, não. Você não pode deixar.

_ Eu não posso fazer nada.

_ Mas você é Deus_ Cas tentou.

_ Cas, eu sou eu_ Jack disse com firmeza. Ele sabia de sua nova posição, mas realmente não gostava de ser chamado de Deus. Ele dizia isso a Amara às vezes. Ela estava com ele, em completa harmonia e o ouvia quase o tempo todo_ E eu não vou interferir.

_ Mas você pode.

_ Mas eu não vou_ Jack continuou. Ele sabia que aquilo era difícil para Cas entender, por causa de todos os sentimentos envolvidos, mas Jack havia feito uma escolha quando assumiu o lugar de Chuck, e ele a manteria_ Cas, eu sei o quanto isso parece injusto, e talvez seja. Mas eu decidi que vou deixar a vida das pessoas na Terra, e em todos os outros mundos, a cargo do destino, das ações delas… Meu avô está morrendo de câncer, porque ele fumou por mais da metade de vida dele. Dean vai morrer numa caçada, porque bom, ele é um caçador e nem sempre ele é prudente… Minha avó vai morrer em cinco anos terrestres, porque vai atravessar a rua sem prestar atenção, Sam vai morrer de velhice… Eu sei exatamente o que vai acontecer com cada vida na Terra, mas eu não escrevi nada disso e eu não vou escrever, eu não sou o Chuck… Eu decidi que cada um é responsável pelo seu destino, suas ações é que vão mudar tudo ou não… Eu sinto muito, Cas, mas não vou interferir. Nem sempre vai ser justo, mas pelo menos, eles não vão ter suas vidas controladas por ninguém além deles mesmos.

Cas encarou Jack por um tempo, mas depois voltou a olhar para as montanhas que antes ele admirava com tanto prazer.

Ele havia morrido para que Dean tivesse a chance de viver, para que Dean talvez algum dia, pudesse encontrar a felicidade de alguma forma, mesmo que Cas não estivesse ali para participar disso. E agora, apenas algumas semanas depois, Dean morreria. Ele nunca poderia viver tudo o que queria. Por um instante, Cas se questionou se seu sacrifício havia valido a pena.

_ Valeu a pena_ Jack disse de repente. Ele também olhava para as montanhas agora_ Seus pensamentos são bem altos.

Castiel se voltou para ele.

_ Eu queria que ele tivesse uma chance_ Cas falou, resignado.

Jack colocou uma mão sobre o ombro de Cas.

_ Eu sei, eu também queria.

Os dois ficaram em silêncio por um bom tempo depois daquilo. Como muitas vezes acontecia, eles perderam a noção do tempo enquanto ficavam parados, olhando para a paisagem. O tempo não significava quase nada quando se era um ser celestial no paraíso. Cas já estava acostumado a isso, mas Jack estava apenas aprendendo.

oooooooooooooo

O jantar com Kelly e o Sr. Kline aconteceu e Cas gostou de ver Jack e Kelly tão felizes. E foi bonito de ver a expressão do velho senhor, enquanto entendia que aquele jovem que o visitara dois anos antes, era seu neto e que agora era Deus. Era como uma reunião de família e Cas se sentiu realmente parte daquilo. Mas assim como Jack, ele também sentia falta de sua família da Terra.

Então Dean chegou. Foi Jack que disse a Castiel. Disse que Dean foi recebido por Bobby no Roadhouse. E que apesar de ainda não terem se visto, Jack disse que sabia que Dean estava em paz.

O tempo no céu era diferente do tempo na Terra. Anos se passaram lá embaixo, enquanto no céu foram apenas alguns dias. Então a avó de Jack também veio e tempos depois, Sam também. Castiel ficou feliz de Sam ter tido a chance de envelhecer, de ter uma família e ficou feliz quando ele e Dean se reencontraram. Porque Cas os assistiu de longe, sem deixar que sua presença se fizesse perceptível. Ele também os observou enquanto jantavam ao ar livre na companhia de Mary e John Winchester no quintal da casa deles.

Cas sabia que aquilo era o que Dean sempre quis. Sua família reunida e não em pedaços, que era como ele a conhecia. E saber que Dean finalmente tinha o que sempre quis_ mesmo que tenha sido na vida após a morte_, deu um pouco mais de conforto a Cas. Mas lhe fez se perguntar se em algum lugar do coração, agora tão completo de Dean, ainda havia espaço para ele.

Talvez um dia, ele descobrisse.

oooooooooooooo

Cas continuou fazendo as suas coisas, ajudando Jack a consertar isso e aquilo outro que precisasse ser consertado no céu, dando opiniões sobre as ideias que Jack tinha para as criações de novos mundos e decidiram que pelo menos um deles, teria zumbis e dinossauros, contanto que não houvesse nenhum tipo de vida humana por lá. Jack ficou tão feliz, que constantemente ia até esse mundo, que ele nomeou “Zumbissauro”_ o que fez Bobby rir muito quando Jack contou a ele_, apenas para ver zumbis e dinossauros coexistindo.

Um dia, meses depois de Dean ter chegado no céu, Castiel se viu caminhando pela mesma ponte, onde Dean e Sam encontraram a paz juntos. Ele ficou parado, observando a figura que estava ali, de costas para ele e com os braços apoiados sobre o corrimão da ponte.

Dean ia até aquela ponte todos os dias, desde que tinha chegado. Ele ficava ali por horas, olhando para o rio que passava embaixo dela, como se esperasse por alguma coisa. Cas também ia lá todos os dias, e o observava. Sempre tomando o cuidado para se manter invisível aos olhos de Dean. Mas ele estava cansado. Cansado de olhar para Dean, e não poder sequer dizer que estava feliz em revê-lo. Ou talvez dizer que sentia muito que as coisas tivessem acabado assim.

_ Olá, Dean_ ele disse, assumindo a forma pela qual Dean o conhecia. Tornando sua presença perceptível.

Dean se virou para ele e Cas esperava ver surpresa em seu olhar, talvez um pouco de alegria por reencontrá-lo, mas em vez disso, Dean o olhava de uma maneira que ele não conseguia decifrar. Cas pensou na última vez em que se viram, antes do Vazio levá-lo. Ele disse a Dean que o amava. Talvez, mesmo no céu, aquela informação ainda fosse demais para Dean processar. E Cas era capaz de entender isso.

_ Cas…

_ Sinto muito pela maneira como as coisas acabaram_ Cas falou, colocando as mãos dentro dos bolsos do sobretudo.

_ Aquilo foi ridículo, não é? Eu realmente esperava uma morte mais digna… Me lembre de pôr o Jack de castigo quando ele resolver aparecer. Deus ou não, ainda sou o pai dele.

Cas deu um pequeno sorriso.

_ Bom, não foi realmente ele. Mas tenho certeza de que ele adoraria rever você, e Sam também.

_ Ele provavelmente está bem ocupado, já que estamos aqui há meses e ele não apareceu.

_ Ele está criando novos mundos e os está aproveitando… Nesse exato momento ele está se divertindo enquanto assiste uma horda de zumbis lutando contra um Velociraptor.

Dean franziu a testa, confuso.

_ Espero que não tenham seres humanos nesse novo mundo.

_ Não se preocupe, apenas zumbis e dinossauros_ então Cas ficou um pouco sério_ Ele irá até vocês quando estiver pronto.

Dean o encarou.

_ E você, finalmente está pronto?

Cas piscou algumas vezes sem entender.

_ Como assim?

Dean passou uma das mãos pelos cabelos e se aproximou dele.

_ Cas, por que você acha que eu venho aqui todos os dias?

_ Eu… Eu não sei.

Cas já havia se perguntado aquilo várias vezes. Por que Dean sempre vinha nessa ponte todos os dias no mesmo horário? Por que ficava lá por horas? Estaria esperando alguma coisa?

_ Eu sei que você poderia me encontrar em qualquer lugar aqui, se quisesse… Mas eu pensei que se eu viesse aqui todos os dias, em algum momento você ficaria pelo menos curioso…

_ Você vem aqui esperando que eu apareça?_ Cas perguntou, surpreso.

_ Sim.

_ Você poderia ter orado para mim, Dean.

_ Eu pensei nisso_ Dean admitiu_ Mas Bobby disse que você e Jack estavam ocupados consertando esse lugar… E nós sabemos que isso aqui precisava de muita mão de obra… Eu achei apenas que atrapalharia.

_ Isso não seria possível_ Cas falou com convicção.

Os dois se encararam.

Cas gostava do fato de nada ter mudado em Dean. Ele ainda era o mesmo Dean de quando estava vivo. Todos os detalhes estavam lá. Todos os detalhes que Cas apreciou ao longo de 12 anos. Ele gostaria que Dean pudesse ver sua própria alma, da mesma forma que Cas a via.

_ Estamos com uma conversa pendente, certo?_ Dean falou_ Já que você não me deu oportunidade sequer de reagir a tanta informação na última vez que nos vimos.

Cas precisou se conter muito para não desviar o olhar. Ele não deveria se sentir apreensivo. Não agora que estava renovado como anjo. Ele desejou parecer indiferente como no começo, como quando ele conheceu Dean. Mas sendo sincero com ele mesmo, ele não sentia falta daquilo. Ele não sentia falta de nada da sua existência antes de Dean fazer parte de sua vida. Então ele deixou que todas as emoções que se formavam dentro dele, transparecessem no seu rosto. E tudo bem. Porque Dean já sabia seu maior segredo, não havia mais nada a esconder, nada para disfarçar. E aquilo era simplesmente um alívio.

_ Dean, quando eu me abri com você, minha intenção nunca foi a de que você dissesse algo de volta. De todas as vezes em que me imaginei sendo honesto com você sobre os meus sentimentos, em nenhuma dessas vezes eu imaginei que haveria uma resposta da sua parte… A princípio, porque eu sempre fui consciente de que você não se sentia da mesma forma… E depois, porque eu sabia que no momento em que te dissesse, o Vazio me levaria. Eu nunca tive grandes ilusões em relação a isso.

Dean o encarou, e ele estava sério.

_ Como você pode ter tanta certeza do que eu sentia? Você nunca me deu a oportunidade de falar.

Cas franziu a testa para ele.

_ O que você teria dito se tivesse a oportunidade?_ Castiel perguntou.

_ Talvez no começo, eu tivesse ficado muito assustado. Eu provavelmente fugiria, eu negaria sentir o mesmo. Você me conhece, sentimentos nunca foram o meu forte… Mas uma vez que eu tivesse tempo pra digerir tudo, talvez eu aceitasse que todas as vezes que eu ficava com raiva quando você sumia, todas as vezes em que alguém insinuava algo entre nós, todas as vezes em que a gente se olhava e era como se não tivesse mais ninguém, não era a toa… Tudo aquilo teve um significado que eu demorei a me dar conta, mas que no fundo, eu sempre soube.

_ E o que isso quer dizer?_ Cas perguntou.

Dean se aproximou mais ainda, até estar bem perto dele.

_ Que poderíamos ter tido anos, se nós dois não tivéssemos tanto medo.

Cas sabia que sua expressão era a de mais pura surpresa. Nem em seus maiores devaneios, ele poderia imaginar que Dean se sentia da mesma forma. Porque era isso que Dean estava dizendo, certo? Que queria Cas da mesma forma que Cas o queria.

_ Dean, isso significa…?_ Castiel tentou, mas não conseguiu formular o resto da pergunta.

_ Sim, é o que significa_ Dean confirmou.

_ Eu sinto muito, Dean… Eu poderia… Nós poderíamos ter sido sinceros.

_ Sim_ Dean falou e sua expressão era de resignação. Ele segurou uma das mãos de Cas_ E agora? Como as coisas vão ser?

Dean estava morto, e Cas era um anjo. Eles ainda tinham uma chance?

_ Você sabe o que Jack fez com o céu?_ Cas perguntou de repente. Dean o olhou um pouco confuso.

_ Hum, sim. Ele unificou tudo. Agora as pessoas não tem seu próprio céu, é tudo compartilhado e você pode encontrar as pessoas que ama de verdade, e não apenas passar a eternidade preso nas suas melhores memórias.

_ Exatamente.

_ Cas, o que isso tem a ver com nós?

_ Tem tudo a ver… A vida após a morte é isso, Dean. Uma vida. Uma vida onde você pode compartilhar a eternidade com aqueles que você ama. O seu tempo na Terra acabou, mas aqui… Aqui está apenas começando.

_ Você quer dizer que…

_ Que temos a eternidade pela frente se quisermos. Eu e você, junto com Sam e Jack.

Dean sorriu para ele.

_ Isso quer dizer que se eu te beijar aqui não vai ser nenhum tipo de pecado que vai fazer Jack me chutar de volta pro inferno?

_ Uma alma como a sua, nunca teria um lugar no inferno, Dean… E não há como você fazer um pacto dessa vez.

Os dois sorriram e encostaram suas testas uma na outra. Cas já esteve bem perto de Dean antes, quando ele estava na Terra e quando Dean estava vivo. Não dessa forma, mas perto o suficiente para sentir a respiração de Dean, o hálito dele, que tinha constantemente o cheiro de menta. Agora ele não conseguia sentir isso. Não havia hálito, não havia respiração, mas havia a alma de Dean. Em toda a sua glória, emanando uma paz que Cas nunca havia sentido sair dele antes. Era como se Dean estivesse completo, finalmente.

Então suas bocas se encostaram e foi como Cas sabia que seria. Foi quente e intenso, como tudo que vinha de Dean. Era como ser criado de novo, era como sentir suas asas batendo atrás de seu corpo, depois de anos sem poder usá-las. Era como estar vivo. Cas esperava que Dean estivesse sentindo pelo menos um pouquinho do que ele sentia. Mas a julgar pela maneira como Dean o apertava contra seu corpo, Cas tinha a suspeita de que sim, Dean se sentia da mesma forma.

Os dois encerraram o beijo, e voltaram a colar suas testas uma na outra.

_ Sabe Cas, foi muita falta de educação você morrer logo depois de se declarar pra mim_ Dean falou do nada e Cas riu.

_ Desculpe, não vai mais acontecer.

_ Então, toda a eternidade, não é?_ Dean afastou um pouco o rosto, mas só o suficiente para que eles pudessem se olhar com clareza.

_ Sim.

_ Nós dois juntos com Sam e Jack… Era só o que eu queria, sabia?

_ Fico feliz que tenha conseguido, mas gostaria que tivesse realizado isso em vida.

_ Isso não importa mais. De uma maneira ou de outra, nós conseguimos.

_ Sim, nós conseguimos.

Eles sorriram um para o outro e se beijaram novamente.

_ Então, será que tem alguma chance do garoto deixar os dinossauros e os zumbis de lado e vir encontrar a gente?_ Dean perguntou, assim que eles se separaram.

Os dois começaram a andar de mãos dadas pela ponte.

_ Acho que há uma grande possibilidade disso acontecer_ Cas respondeu.

Eles continuaram caminhando, enquanto Cas contava sobre os mundos que Jack havia restaurado e sobre os novos que ele havia criado. Cas podia sentir o orgulho emanando em cada comentário que Dean fazia.

Depois de tantos anos esperando uma felicidade que parecia impossível, Dean finalmente estava em paz, Cas pôde notar isso. Não era como das outras vezes em que ele morreu e sua alma estava em frangalhos. Dessa vez, Cas podia vê-la intacta, pura e cheia de fé. Fé em Jack, fé em Sam, fé em Cas. Aquela versão de Dean era a favorita de Castiel. Só doía que Dean não tivesse tido a chance de sentir essa paz em vida.

Mas Dean estava ali. Completamente aberto, despido de qualquer medo ou rancor. E isso era tudo que Castiel sempre quis para ele. Uma vida com esperança. E mesmo que os planos dele não tenham se concretizado enquanto Dean estava vivo, valeu a pena a espera. Porque agora ele tinha a eternidade para ver Dean feliz. E poder estar ao lado dele nisso, estava além das expectativas de Castiel.

Mas tudo bem, porque eles tinham a eternidade. E eles a compartilhariam juntos.

Fim

 



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