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História Paraíso Brilhante - Garoto Lindo


Escrita por: A-ivin

Notas do Autor


Agradecendo a todos os leitores fofos ^^

Capítulo 2 - Garoto Lindo


Fanfic / Fanfiction Paraíso Brilhante - Garoto Lindo

Duas horas de estrada, Naeun e eu olhamos uma pra outra e começamos a dar risada. Sei lá, assim do nada mesmo. Sem nenhum motivo concreto, apenas aquela vontade idiota de rir. Rir de nós mesmas, rir das situações constrangedoras em que a vida acaba nos proporcionando. É estranho isso, mas, não deixa de ser bem legal.

- Sério Micha para de rir que você já está me assustando. E eu to dirigindo, então deixa eu me concentrar. (Ela disse ainda entre risos)

- Você também está rindo, e foi você quem começou.

- Eu nada. Foi a senhorita que começou. Mas, e aí como a gente vai fazer?

- Sobre?

- Vamos parar pra dormir em alguma pousada?

- Que tal deixarmos pra amanhã? Tipo, hoje dá pra trocarmos de lugar algumas vezes. Você dirige até anoitecer e eu dirijo até o amanhecer de amanhã.

- Você não vai aguentar Micha.

- Aguento sim menina, olha daqui a pouco eu vou tirar um cochilo pra de noite está ligada na estrada. Eu aguento passar a noite acordada jogando vídeo game ou vendo TV. Porque raios não aguentaria virar a noite dirigindo então? Isso requer muita concentração mesmo.

- Se você diz. (Ficamos em silêncio um instante.) – O que sua mãe falou?

- Só disse pra eu tomar cuidado, vai por mim Naeun, ela está pouco se lixando pra onde eu vou tá. Nem se quer perguntou endereço.

- Acho que depois ela irá perguntar a alguém lá em casa.

- A quem? Meu tio está furioso com ela, talvez sua mãe possa dizer algo.

- Meu pai ficou mesmo decepcionado com sua mãe, o fato dela trair o irmão dele ainda mais com quase um moleque não agradou ninguém. Sem falar que nossos pais são pessoas com condições financeiras e tem instabilidade. Não entendo como sua mãe foi se envolver com um garoto ainda mais sem dinheiro.

- Pelo menos isso prova que ela não é interesseira. Ao menos uma coisa boa.

Olhamos uma pra outra novamente e começamos a rir sem parar. Logo eu começava a chorar, e assim fiquei por um tempo. Naeun ficou em silêncio e apenas deu dois tapinhas em cima do meu ombro esquerdo.

Horas depois a noite havia chegado, fizemos uma parada e jantamos em um desses restaurantes na beira da estrada. Logo estávamos andando de novo e ela dormia no banco traseiro. O movimento de carros já havia diminuído bastante e eu sentia como se houvesse apenas nós duas pela pista.

Não sentia um pingo de sono e já se passava das 4 da madrugada, ela continuava dormindo e tudo que eu apenas sentia era frio e um vazio imenso dentro de mim.

O sol já estava alto quando enfim a Naeun acordou.

- Micha devia ter me acordado. Que horas são?

- Sete e meia.

- Fala sério, menina eu dormi de mais. Você deve está cansada, encosta o carro pra gente trocar de lugar.

- Nada disso, primeiro vamos parar em alguma lanchonete. To com muita fome isso sim, dirigir nunca me deixa cansada. Já com fome... Olha, ali um pouco mais a frente tem uma cidade, vamos lanchar em algum lugar lá e assim você pega o volante.

...

Outro dia se foi e logo mais outro também, quando estávamos completando quase três dias e meio de viagem por fim chegamos à cidade de destino. Havia começado a ficar bastante exaustivo pra Naeun e pra mim, e como se isso não fosse suficiente no meio do caminho a mini van inventa de quebrar.

- O que a gente faz agora? (Dizia a Naeun baixando o capô.) – A correia de ventoinha se partiu.

- Sei lá, só sei dirigir, consertar carros não é meu forte. E pelo que sei nem o seu, portanto, vamos fechar tudo e procurar pela cidade alguma oficina. Você tem certeza que o problema é esse?

- Acho que sim, meu pai comentou sobre essa correia estar velha, eu fiquei de ir à oficina trocar e esqueci.

- Então, o jeito é irmos mesmo procurar uma oficina. Quem sabe a gente já possa estar perto do endereço da casa comprada e nem sabemos disso ainda.

- Ta bem, eu vou fechar o carro.

Saímos dali e começamos a andar pela cidade, que a meu ver parecia bem tranquila, mas, bastante alegre. Daqui posso jurar sentir o clima do mar, até o cheiro é diferente de onde morávamos.

- Olha Micha, tem uma oficina bem ali.

- Nossa! Isso foi bem rápido, vamos nessa...

Ao chegarmos à frente da oficina ficamos meio sem graça por ter apenas homens por ali. Um deles se aproximou de nós, um senhor baixinho e bastante simpático.

- O que as moças desejam?

- Boa tarde senhor, estamos com nosso carro estacionado há algumas quadras daqui. Cremos que tenha sido a correia de ventoinha que partiu.

- Claro, vou chamar o rapaz que trabalha aqui para fazer a troca da correia no local onde o veiculo está mesmo. Ele pode levar três números dela diferentes, com certeza alguma vai dar. O serviço fica em torno de 17100.40 won.

- Tudo bem, nós aceitamos. Mas, isso demorar muito?

- Leva apenas alguns minutos moça, não se preocupe. Seu carro estará em ordem. Só um instante que o rapaz já virá para ir com vocês.

Ficamos ali na calçada esperando até que um garoto de andar engraçado e com braços meio que musculosos apareceu. Estava de calça jeans e camiseta preta, um lenço no bolso e escondia o rosto com uma das mãos por causa do sol.

- É só me dizerem onde o carro está. Vou pegar a caminhonete para irmos.

Ele se aproximou de nós e assim conseguimos ver direito seu rosto, por sinal bastante bonito. Coisa que fez a Naeun se admirar pelo visto e como sempre não disfarçar seu possível interesse.

- Olá. Sou a Naeun, prazer em conhecer você. (Ela disse sorrindo e de forma apressada, sendo o mais simpática que ela conseguiu ser.)

- Ahhh, é claro. Sou Jonghyun. E então, podem me levar até o carro? Quero terminar logo com isso. (A principio achei que ele havia ficado sem jeito pela forma que ela falou, mas, pelo visto ele não demonstrou se importar muito com nossa presença.)

- Venha, vamos Naeun mostrar onde o carro está e ir logo pra casa.

Entramos juntos na caminhonete ficando ele ao volante, a Naeun sentada no meio e eu logo em seguida. Durante os poucos metros seguidos ele não disse nenhuma palavra, enquanto minha prima dizia o caminho do qual estacionamos a mini van. Por minha vez já concluía que não gostei muito do jeito que esse garoto demonstrou ser. Ao menos poderia ser mais simpático já que somos agora futuras clientes do local onde ele trabalha.

- É aquele carro bem ali.

- Certo. (Foi tudo que ele disse, descemos da caminhonete e o garoto sem vontade nenhuma saiu carregando as tais correias indo até nosso carro. Ficou alguns instantes verificando o que havia de errado. Logo ele deu uma risada e fechou o capô.)

- Qual é o problema?

- Quem foi que disse que o problema do carro era a correia de ventoinha?

- Fui eu mesma quem disse.

- De onde tirou isso? O problema não é esse, não deveria ter dito nada sobre o que não sabe. (Ele falou meio que alto e de forma muito grossa.)

- Ei garoto você não tem educação não é? Aprende a falar direito com os outros.

- Fica quieta Micha, o rapaz só está fazendo o trabalho dele. (Ela ficou sem jeito.)

- Não sabia que o trabalho dele é ser indiferente e rude com as pessoas. Então sabichão vai nos dizer qual é o problema na van?

- Vou colocar o guincho no carro e rebocar até a oficina, vão ter que esperar lá.

Ele ignorou minha pergunta e seguiu colocando aquele troço pra puxar o carro, saímos de lá e meia hora depois ainda estávamos na oficina. O senhor baixinho nos explicou o verdadeiro problema do carro enquanto o tal Jonghyun ficou apenas observando enquanto outros homens faziam o conserto.

A essa altura minha barriga roncava descontroladamente...

- Naeun é sério se isso não terminar logo eu vou ter um treco. Sabia que eu tenho hipoglicemia e posso desmaiar se não comer nada durante um período longo de uma refeição pra outra.

- Você não tem hipoglicemia Micha, é gulosa mesmo.

- Gulosa? Nós só tomamos café da manhã e até agora mais nada e está quase anoitecendo.

- Moças, nós terminamos o serviço. E como o problema era com o cambio do motor vai sair com um preço um tanto diferente do que eu disse mais cedo.

- Claro senhor, nós entendemos. (Fizemos o pagamento, e logo estávamos entrando na van para continuar seguindo caminho.)

- Com licença senhor. Poderia nos informar se conhece esse endereço, por favor? Nosso GPS não está funcionando, então... (Naeun perguntou mostrando o papel para o baixinho, ele pensou um instante e logo falou.)

- Jonghyun! Venha até aqui, por favor.

- O que foi? (E lá vem o senhor chatice falando ignorante. Não acredito que ele fale desse jeito até com o patrão.)

- Essas moças estão procurando por um endereço e por coincidência é na rua da sua casa pelo que percebi. Pode ir com elas e mostrar o caminho, assim não precisarei te dar carona hoje.

- O expediente não terminou ainda. (Ele disse cruzando os braços.)

- Pra você terminou sim garoto, e vai melhorando essa cara aí enquanto eu ainda estou com paciência.

- Está bem tio, eu vou pegar minha mochila.

- Então moças, meu sobrinho mora exatamente no endereço que vocês querem encontrar.

- Perfeito! Obrigada senhor. (É, a Naeun estava bem animadinha com a possibilidade de irmos até a casa com o Jonghyun.)

- Estão indo visitar algum parente nesse endereço?

- Ahhh não, nós nos mudamos pra cidade, viemos um pouco de longe. É que nossa família comprou uma casa nessa rua.

- Certo, sejam bem vindas as famosas ilhas de Jeju. São pequenas mais bastante acolhedoras, assim como os habitantes daqui. E não liguem pro meu sobrinho mal humorado, não pensem que é pessoal. Ele costuma ser simpático, mas, hoje não está num dia bom.

- Tudo bem senhor, nós entendemos. (O garoto estava voltando.) – Obrigada novamente.

- Se precisarem qualquer coisa com a van é só trazer até aqui. Boa sorte!

- Obrigada!

Peguei as chaves da Naeun e fui direto pro volante do carro, o garoto sentou no banco de trás e ela sentou no carona da frente.

- Pode seguir descendo essa rua direto garota. (Ele disse ainda parecendo aborrecido, muito embora a voz tenha soado um tanto menos arrogante.)

- Tudo bem. (Fiquei calada enquanto ouvia a Naeun tentar puxar assunto com ele. Ainda não tivemos tempo para conversar, mas, pelo que conheço mesmo da minha prima ela realmente se interessou por esse garoto.)

- Então Jonghyun essa cidade parece ser bem legal, tranquila também. Estou certa?

- Pode ser.

- Foi sorte nossa que o endereço que estávamos procurando seja o mesmo que o seu. Já estávamos ficando preocupadas por já está ficando tarde e...

- Pode virar na próxima a direita. (Ele novamente ignorou o que ela dizia, isso já estava me aborrecendo.)

- Nossa é muito bonita essa cidade, fico feliz que a minha prima aqui resolveu vir morar nela. A praia fica mesmo perto daqui?

- É garota, fica sim. Vira a esquerda agora.

 Novamente ele não prestava a mínima atenção ao que a Naeun falava, pelo retrovisor vez por outra eu dava uma olhada feia pra vê se ele via que eu não estava gostando nenhum pouco do jeito grosseiro dele.

- O clima aqui é muito agradável, fresquinho... De onde é sua casa dá pra ir até a praia a pé? (Naeun continuava falando sem parar.)

- Garota você entrou no lado errado. Não sabe diferenciar esquerda de direita?

- E você está falando desse jeito por quê? Qual seu problema com a gente?

- Olha Jonghyun ela tem razão, se você não queria nos ajudar era só ter dito. Não iríamos fazer seu tio forçar você a vir com a gente.

Até que fim ela falou alguma coisa, pelo visto se aborreceu também. Logo depois aquele silêncio chato e incomodo começou, eu fiz a volta e entrei dessa vez no local certo. E assim chegando a rua do endereço, estacionei o carro logo que parei na rua em questão.

- Obrigada por nada! (Eu disse.)

- Desculpem! Olha, me desculpem não tem nada a ver com vocês. Eu sinto muito...

Em seguida o garoto encobriu o rosto com uma das mãos e começou a chorar. Naeun e eu não sabíamos o que fazer, nem ao menos estávamos entendendo alguma coisa. Logo ele passou as mãos nos cabelos os colocando para trás e abriu bruscamente a porta do carro saindo apressado e fazendo novamente um pedido de desculpas.

- Fala sério. O que foi isso Naeun? Que garoto maluco, fiquei meio assustada agora.

- Maluco não Micha, ele é sensível. Ficou obvio pra mim que o Jonghyun estava tendo um dia difícil por isso estava agindo daquela forma hostil. Coitadinho dele.

- Para com isso, o que ta obvio pra mim foi que você ficou afim dele isso sim.

- E porque não ficaria? O garoto é um gato, sem falar que tem um corpinho lindo, e esse meu corpinho aqui está mesmo precisando de contato físico.

- Certo, eu já entendi. Vou seguindo pela rua, deve ter na frente da casa uma placa com o nome “vendida”.

Bem devagar eu ia seguindo até avistarmos a tal placa, ao ver a casinha senti meu coração ferver de emoção e nervosismo. 



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