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História Paranoid - Curiosidade.


Escrita por: sympathize

Notas do Autor


Nos vemos nas notas finais... Enjoy ;)

Capítulo 6 - Curiosidade.


Fanfic / Fanfiction Paranoid - Curiosidade.

Permaneci parada próxima ao meu carro, observando-o minuciosamente. O desejo de descobrir quem ele era e por que se escondia daquela maneira ficando cada segundo mais incontrolável, praticamente insuportável.

Meus olhos avaliavam cada um de seus movimentos e a curiosidade me devastava, corroendo-me internamente e nublando a qualquer vestígio de sensatez presente em mente. 

Eu sempre fui uma curiosa incurável, considerada até mesmo uma caçadora de encrencas, e por mais que muitas vezes quisesse controlar aquele meu lado desafiador, eu simplesmente não conseguia. Não tinha controle algum e, por conta disso, acabava atraindo certas consequências pouco agradáveis. 

Apesar de tudo, fazia muito tempo desde a última vez que eu me senti daquela maneira. E embora tentasse, de alguma maneira, estar no controle de minhas ações, não havia como recusar o anseio ardente; a forte necessidade em sucumbir àquela necessidade, mais do que nunca. E era a primeira vez que me sentia, de fato, convicta em relação a alguma coisa desde que o caos se instalou em minha vida.

Naquele instante, ele jogava as sacolas que antes estavam em suas mãos, dentro do carro sem delicadeza alguma e a pouca quantidade de pessoas que caminhavam pela rua o encaravam com receio, porém, seguiam silenciosamente. Outras chegavam mais perto, possivelmente para destilarem insultos, mas ele parecia pouco se importar e não demonstrava pressa alguma em entrar em seu automóvel – como fizera da última vez – e seguir partida para sua casa em algum lugar do Forest Park, que sem dúvida alguma minha curiosidade adoraria conhecer. 

Senti a excitação crescendo gradativamente dentro de mim e antes mesmo que pudesse conter, meus pés já estavam vagando em sua direção, com uma pressa digna do desespero incontido que a gula de descoberta me infligia. Meu coração batendo cada vez mais pesado contra o meu peito, a inquietude contaminando as reações do meu corpo, sendo levemente acompanhada por um repentino medo. 

No entanto, minhas pernas continuavam arrastando-me para mais perto do encapuzado desengonçado, que naquele momento se mantinha focado em organizar a bagunça que fizera. 

Vi algumas pessoas me encarando incrédulas enquanto observavam minha determinação em me aproximar dele, e pouco me importei, igualmente não dando a mínima para a possibilidade de estar correndo perigo, de insanamente estar caminhando em direção ao mesmo. 

Sem hesitação alguma. 

E cada vez mais próxima, os sentidos de meu corpo eram mais devastadores, minhas mãos suavam em bicas e a respiração saltava em fortes lufadas por minhas narinas, denunciando o esperado nervosismo. 

De modo bastante intuitivo, ele pareceu notar minha aproximação e suas mãos ligeiramente pararam de revirar as sacolas, ele ficou estático em sua posição por uma fração de segundos. Mas não tardou para que a mesma sensação estranha de estar sendo observada, que senti no dia anterior, me dominasse no exato momento em que o mesmo encurvou-se em minha direção, e eu senti um temor imenso me dominar. 

Engoli em seco e esfreguei minhas mãos na saia, livrando-me do suor que parecia encharcar as mesmas, e minha boca secou. Meu corpo inteiro sendo açoitado por calafrios.

O que será que se passa na cabeça dele?, questionei-me mentalmente enquanto mantinha meus olhos fixos no sujeito de identidade oculta, intimamente desordenada pela sensação mórbida de sentir seu olhar queimando minha pele. 

Droga.

Senti uma linha fina de suor se formar em minha testa e minhas pernas travarem ao vê-lo recuando minimamente na direção de seu carro, quando eu ameacei chegar mais perto. Lambi meus lábio, conforme um conflito colossal se alojava dentro de mim. Avaliando-o atentamente, questionando-me como ele conseguia caminhar com aquela quantidade de vestimenta, como conseguia viver sendo taxado como um maluco extremamente perigoso e sendo repelido por todos como se fosse uma maldita bactéria capaz de contaminar a cidade inteira; como conseguia viver daquela maneira e, mesmo assim, estar ali. Andar pela cidade, escondendo-se, porém, não abrindo mão disso. Não manter-se deliberadamente distante do contato com a sociedade.

E, diante de tantos questionamentos e a consciência de que apenas ele possuía as respostas, me vi voltando a caminhar lentamente na direção do mesmo. E, para a minha euforia, ele continuou parado. Como se, de alguma forma, quisesse ver até onde eu chegaria e o que estava disposta. Como se, de maneira assustadora, estivesse me desafiando.

— Ouvi dizer que ele gosta de brincar com as vítimas — a voz de Andrew, em uma memória distante, atingiu os meus ouvidos. — É tudo um desafio para ele. 

— Vai começar com isso de novo?  perguntei entediada e ele conteve a risada.

— Eu sei que você adora quando conto histórias — ele gabou-se e eu revirei os olhos. — Principalmente as do Volturi.

— Na verdade— franzi as sobrancelhas —, eu detesto.

Andrew riu, pendendo a cabeça para trás.

 Porque você fica com medo. 

Olhei-o brevemente e seus olhos azuis faiscavam em minha direção. Ele adorava contar histórias de  terror, para que me aproximasse dele e utilizasse sua presença como alguma espécie de escudo e ele estava certo em confiar pretensiosamente nisso, pois sempre obtinha o resultado esperado; por mais que eu demonstrasse indiferença durante o primeiro momento.  

— Eu não consigo entender como você acredita nisso — retruquei, chocada. — São só ladainhas do pessoal da cidade. Não existe nenhum documento, nenhuma notícia ou qualquer coisa que confirme essas histórias, e nada sobre quaisquer moradores daqui que tiverem acidente forjado pelo próprio filho.

— Mas tinha aquele boato na escola de um garoto que teve um surto-psicótico e depois desapareceu — ele respondeu depressa.

— É, mas ninguém nunca soube quem foi. Mantiveram a história em total sigilo.

— Você tem dúvidas de que era o Volturi? — ele questionou, arqueando as sobrancelhas. — É tão óbvio.

— Digamos que ele exista — fiz aspas —, ele não seria o único com problemas mentais na face da Terra, Andrew. Então, poderia ser qualquer outro garoto que tinha problemas também e todos decidiram preservar a identidade dele. Pode até mesmo ter sido através disso que inventaram essa lenda absurda.

— O único caso de loucura que conheço é o do Volturi — ele rebateu e eu o encarei com displicência. — Todo mundo do colégio acreditava que ele e o garoto do surto eram os mesmos, porque aconteceu pouco depois que surgiram os boatos do problemático que possivelmente havia matado os próprios pais. Você não acha coincidência demais?

— Não tem como saber  respondi, sacudindo os ombros. Não estávamos lá e quem estava, não diz nada.

— Eu não sei, tenho quase certeza de que seja — Andrew insistiu e encarou o céu, eu fiquei olhando-o. Ele ficava muito bonito pensativo.  Deve ter enlouquecido depois de matar os pais, eu teria enlouquecido.

— As pessoas ficam loucas de mil maneiras diferentes e por mil razões diferentes, Andy — rebati, deixando-o contrariado. — Existem diversas pessoas que conhecemos que podem estar enlouquecendo agora. Um dia pode acontecer com você também.

Ele fez o sinal da cruz e, em seguida, riu. Comprimi meus lábios para prender a risada, não por achar graça, mas por achar estúpido. Em contrapartida, ele apertou meu nariz.

— Felizmente sou perfeitamente bom do juízo.

— Mas se você enlouquecesse do nada — comecei, erguendo o queixo —, eu poderia dizer que te espanquei até danificar seu cérebro e as pessoas acreditariam, porque as pessoas daqui acreditam em qualquer coisa.

Andrew riu sonoramente.

— Bobinha, olha para você. — Fitou-me de cima à baixo, prendendo o riso. — Seria preciso uns dez anos para você ganhar massa muscular o suficiente para conseguir me espancar até foder minha cabeça.

— Isso não é questão de massa muscular, é questão de força. Talvez daqui dez anos, se por um milagre você ganhar um pouco mais de massa acefálica, consiga entender isso. 

Ele beliscou minha bochecha e eu sorri. Em seguida, Andrew inclinou-se e depositou um beijo rápido em meus lábios.

— Doug me contou uma versão nova da história do Volturi e ele disse que essa é a verdadeira — ele começou, entrelaçando nossos dedos e fazendo-me rir levemente de seu último comentário. 

 Quantas versões verdadeiras existem? — perguntei com cinismo e ele riu.

— Essa é a unica. De um garoto estranho que parou de frequentar a escola, porque todos tinham medo e zombavam dele. Ele se sentia incompreendido, inclusive por seus pais, que não davam a mínima pra ele.

Olhei para frente e senti o vento frio bater em meu rosto, respirei fundo e apertei a mão de Andrew, que sorriu de lado e ergueu uma sobrancelha.

Sustentou o suspense e umedeceu os lábios, antes de voltar a falar:

— Dominado pelo ódio, ele decidiu castigar os pais, sabotando o carro em que eles iam partir em uma longa viagem; o que causou um acidente terrível que resultou na trágica morte de ambos. — Estreitei minhas sobrancelhas, apertando a mão de Andrew novamente. — Quando a verdade de que o acidente não aconteceu acidentalmente veio à tona, ele jurou que não se lembrava de nada e, por ser considerado uma criança incapaz, e também pela ausência de provas concretas que indicassem a culpa dele, saiu ileso das acusações, mas todos da cidade sabem de sua história e o condenam por isso.

Em alerta, encarei os arredores e as ruas vazias só me faziam sentir mais medo. Estávamos voltando a pé para casa, já que a casa do amigo de Andrew não era tão distante da minha casa e a minha casa não era tão distante da casa de Andrew, portanto, não havia necessidade alguma de irmos de carro. 

Me encolhi involuntariamente e o Andrew me puxou levemente para mais perto, passei meu braço em volta de sua cintura, abraçando-o com força na expectativa de me sentir mais protegida e era impressionante como aquilo sempre funcionava.

— São poucas as pessoas que já tiveram o azar de cruzar com ele — Andrew voltou a dizer —, mas a única que o viu sem as roupas bizarras que ocultam sua identidade e conseguiu escapar, disse que ele se parece com o próprio demônio. Ele também já foi acusado por desaparecimentos que ocorreram perto de onde mora, mas sempre fica impune por falta de provas e por ser um criminoso extremamente cauteloso. 

Andrew respirou teatralmente fundo, forçando o melodrama, e ficou comicamente pensativo. 

— Agora ele vive em algum lugar do Forest Park, aparentemente escondido de tudo e todos, mas sua história ainda nos atormenta. Ele destruiu a própria família e durante um tempo foi controlado por seu tio psiquiatra, mas eu soube que o velho morreu ano passado. Pode ter sido mais uma das vítimas dele.

Abafei a risada de desespero e engoli em seco. Aquela história era tão absurda, não dava para encontrar qualquer sentido, mas, por mais que boa parte de mim ainda duvidasse, uma coisa inexplicável me perturbou naquela nova versão. Talvez fosse a seriedade que Andrew estava utilizando para relatá-la, algo que ele pouco costumava fazer, já que sempre falava do Volturi de maneira escarnecedora e exagerada, somente para me provocar.

 Sav, quer saber de uma coisa assustadora? — ele perguntou, facilmente conquistando minha atenção.

— Mais assustadora do que essa nova versão da saga verídica de A Assombração do Forest Park? 

Ele riu, em seguida, ficou calado por um tempo. Novamente ergueu o rosto, o fascínio pelo céu era uma das poucas coisas que nós tínhamos em comum.

— O Volturi escuta vozes — ele disse em tom sombrio  e quando uma pessoa se aproxima, se as vozes disserem para ele matá-la Andrew pausou, arrastando o olhar lentamente em direção ao meu , ele faz sem pensar duas vezes!

Um vento gélido soprou meu rosto, fazendo meus olhos lacrimejarem, e desgrenhou alguns fios de meu cabelo. O súbito retorno da realidade trouxe consigo o medo que eu havia sentido no momento relembrado, cravando-o em mim. 

Fazendo-me estremecer.

Naquela noite, após chegar em casa, eu mal consegui dormir. E passei por aquele sufoco durante a semana inteira, receosa até mesmo em andar sozinha pelas ruas, e, em decorrência disso, tentei julgar o quão assustador realmente deveria ser eu me encontrar frente a frente com o motivo da minha antiga insônia e pânico. E, o pior, ainda não ter fugido.

Parado em sua posição, ele me analisava silenciosamente. Tentei pensar no que as vozes diziam para ele, quais seriam seus insanos planos, e a vontade de correr para o mais longe possível me dominou com força. 

No entanto, tudo o que minhas pernas estúpidas faziam era me levarem para mais adiante, carregando-me para um abismo que eu temia, mas que minha inconsequente curiosidade cobiçava.

Parei assim que senti que estava perto o suficiente e nossa distância era de no máximo dez passos alucinantemente contados por meu cérebro totalmente ligado em cada coisa relacionada àquele momento. Aceitei o desafio dele de bom-grado e o sentia fazendo o mesmo.

— Cre-ed — gaguejei e ele deu um passo para trás, descobrindo suas mãos pálidas para erguê-las até o capuz e abaixá-lo mais. 

Surpresa, examinei suas mãos tão joviais, másculas e bonitas que eu estranhamente imaginei como seria a sensação de tocá-la ou de senti-las me tocando. Neguei aquilo veemente quando notei o quão absurdo soava. E, de maneira firme, avancei o passo que ele recuou. 

— Na última vez que nos encontramos você não foi muito gentil, então eu te vi aqui e achei... — E ele estava lá parado, me olhando. E isso me desordenava de maneira indescritível. — Achei que seria uma boa chance para você se desculpar por ter sido tão ingrato.

Assim que me dei conta do que havia dito, me arrependi. Qual é o meu problema, afinal?, pensei caçoando de mim mesma por estar diante do sujeito mais potencialmente perigoso da cidade e, mesmo assim, estar tentando bancar a esperta para cima dele. E era tão evidente que o motivo por eu estar ali não era nada com confusão do nosso último encontro, que eu cheguei até a cogitar o fato de que “curiosidade” estava tatuada em minha testa com tinta neon e só se ele fosse muito desatento para não perceber aquilo.

Como da outra vez, ele permaneceu quieto, entretanto ainda se mantinha parado no mesmo lugar e eu ainda podia sentir seus olhos me fulminando como adagas extremamente afiadas. Aquilo era totalmente incômodo.

— Você não precisa ter... medo de mim, sabe? Eu... Eu sou diferente dos outros — ressaltei confiante, pousando a mão sobre o meu peito e ele continuou irritantemente estático.

Mais uma vez, eu quis poder adivinhar o que se passava na mente dele, mas talvez nem tudo o que ele estivesse pensando me agradaria, então, provavelmente era melhor ficar com a dúvida. 

— Ei, Creed — falei mais alto, e ele deu dois passos para trás.

Respirei fundo ao constatar sempre que eu o chamava de “Creed”, ele se afastava. E rapidamente concluí que o mesmo não aprovava o apelido e aquilo fez todo o sentido do mundo para mim. Afinal de contas, era como os outros o chamavam para ofendê-lo e recriminá-lo. Era uma maneira de zombar dele.

Suspirei, sentindo um aperto em meu peito e umedeci meus lábios, aborrecida por ter começado com o pé esquerdo. Uma péssima maneira de se mostrar diferente dos outros, refleti frustrada enquanto procurava um bom argumento para que ele, pelo menos, falasse algo ou criasse certa confiança. O que eu duvidava que fosse acontecer, mas mantinha uma estúpida esperança.

— Se não gosta de ser chamado de Creed... — Ele recuou outro passo e eu o amaldiçoei mentalmente por dificultar as coisas —, talvez possa me dizer outra maneira de chamar você.

Silêncio. Aquele maldito e estúpido silêncio que já começava a me tirar do sério. Eu estava sendo ignorada, ignorada da forma mais dolorosa e me perguntei aonde se encontrava o meu ego e o que eu ainda fazia ali, visto que já devia ter caído fora há muito tempo e deixado àquela ideia absurda para trás.

— 'Tá legal, já deu — sussurrei, rendendo.

No entanto, antes que virasse para me afastar, ele deu um passo à frente e eu travei no mesmo lugar. Senti uma ponta de esperança nascendo dentro de mim e foi impossível conter um pequeno sorriso que brotou no canto dos meus lábios. Mordi o lado interno de minha bochecha e hesitei por um tempo, ponderando se devia chegar mais perto ou não, porém, antes que pudesse tomar qualquer atitude, ouvi alguém gritando e ao olhar para trás, me deparei com Nolan – neto do velho Gavin, que era dono de uma mercearia próxima – correndo em nossa direção. Ele passou apressadamente ao meu lado, chegou perto do Creed e, em seguida, entregou mais sacolas para o mesmo. 

— Você ia esquecendo essas, irmão — Nolan disse com casualidade.  

Diante da cena, estreitei minhas sobrancelhas, fortemente abismada. 

Nolan Green conhecia o Creed? Ou melhor, ele – aparentemente – era íntimo do encapuzado?

A surpresa me pegou com força. Será que ele sabia quem ele era por trás daquelas roupas? Será que eles conversavam? 

No auge da decadência, senti inveja de Nolan e travei a mandíbula, totalmente contrariada por estar tentando ser gentil com o Creed e ele ficar me repelindo enquanto com Green ele deveria ser mais aberto e menos ingrato. Poderia até apostar que rapaz não havia feito muito para conquistar confiança, aliás, era extremamente fácil socializar quando se tratava de Nolan Green.

E eu sempre admirei e cobicei sua facilidade de interação.

O encapuzado pegou as sacolas que lhe foram entregues e assentiu cautelosamente com a cabeça, mantendo seu rosto bem tapado. Quem é você?, questionei mentalmente e as suposições martelavam minha cabeça incessantemente. Eu precisava descobrir, precisava acabar logo com aquele mistério sufocante. 

Nolan se afastou após um tempo e suponho que não havia percebido minha presença, já que voltou apressadamente para a mercearia de seu avô sem ao menos olhar para mim. Ou talvez ele não houvesse me reconhecido devido ao tempo que fazia desde que havíamos nos visto pela última vez, cerca de dois anos quando, quando fiz uma tatuagem escondida dos meus pais somente para contrariá-los.

Balancei minha cabeça vagamente, livrando-me das abstrações e voltei a focar no Creed, que naquele momento estava colocando as novas sacolas dentro carro. Ele se movia freneticamente e eu avaliava cada movimento seu como se estivesse analisando-o psicologicamente, no entanto, eu pouco entendia e o pouco que entendia não seria capaz de utilizar diante do receio que me cercava enquanto permanecia parada no mesmo local, tão perto, mas ao mesmo tempo tão longe. 

Despertei ao ouvi-lo fechando a porta e encaminhando-se para a porta de entrada para o assento do motorista, mas antes que ele abrisse a mesma, eu ouvi minha própria voz dizendo de forma um tanto quanto desesperada:

— Eu não acredito no que dizem sobre você.

Ele entrou no carro e eu inconscientemente voltei a andar, mas quando estava me aproximando, seu rosto virou-se rapidamente em minha direção e a sensação de seus olhos me fulminando retornou com força total e, daquela vez, o medo travando meu corpo imediatamente. A pulsação bombeava em meus ouvidos e, sem demora, fui dando passos para trás enquanto mantinha meus olhos cravados nele e a história que Andrew havia me contado era novamente proferida em meus ouvidos, como sussurros de minha consciência finalmente retomada e que me implorava para não continuar com aquela loucura.

Mesmo depois que ele virou o rosto para frente, eu permaneci me afastando até me sentir devidamente segura. Ele hesitou a dar partida no primeiro momento, como se estivesse em uma guerra interna decidindo que atitude tomar – ou talvez fossem as vozes massacrando sua cabeça –, entretanto, como da outra vez, ainda sem dizer nada e sem sequer me olhar novamente, o motor rangeu e ele deu a partida.

Soltei o ar pesadamente, só então notando que havia prendido a respiração, e passei as mãos nervosamente por meus cabelos. Virei-me e avistei algumas pessoas me olhando, ignora-as e apertei as alças da mochila em minhas costas, comecei a seguir na direção do meu carro, decidida a ir para casa e descansar um pouco, pôr as ideias no lugar. 

A recordação de meu desentendimento com Andrew, que resultou na perda de meu precoce emprego, despencou sobre mim como um enorme fardo e me fez sentir profundamente mal e esgotada; ainda mais após ter falhado novamente em uma tentativa de diálogo com o Creed, nem para aquilo eu havia servido. 

Conforme me arrastava lentamente, avistei a fachada da Green's Grocery Store e, abandonando o receio que sentia para retomar meu lado desafiante, com um sorriso esperto no rosto, caminhei apressadamente até a pequena mercearia, adentrando-a sem hesitação. Me deparando com o velho Gavin Green atrás do balcão, limpando-o e me direcionei até o mesmo, que cantarolava baixinho. 

O sr. Green era um homem negro de idade, extremamente bem-humorado e simpático, com seus cabelos brancos como a neve e óculos que beirava a ponta de seu nariz rechonchudo. Devia ter oitenta anos ou menos, e era impressionante como não havia dia ruim para o mesmo. Todos em sua mercearia eram tratados com educação e gentileza, independente da classe social, e por aquele motivo a Green's Grocery Store era cada vez mais reconhecida pelas pessoas da cidade e, o mais importante, as mercadorias eram de ótima qualidade.

— Pequena, Savannah — ele saudou peculiarmente assim que notou que se tratava de mim adentrando seu estabelecimento e eu sorri de ponta a ponta, recebendo um sorriso entusiasmado em resposta. — Faz tempo que não a vejo aqui, por onde andou?

Respirei densamente antes de responder:

— Uns problemas pessoais, sr. Green.

Encostei-me ao balcão e ele sorriu com um ar de cansaço, me fitou brevemente e eu lhe sorri sem mostrar os dentes.

— Eu soube do ocorrido, sinto muito.

Provavelmente, metade da cidade já sabia que eu havia sido expulsa de casa e não me surpreendia que o velho Gavin – por mais discreto que fosse – igualmente soubesse. Além do mais, as pessoas compartilhavam segredos com ele numa naturalidade que até mesmo o surpreendia. E ele havia contado alguns para Nolan, que havia os contado para mim.

— Você vai dar a volta por cima — ele voltou a dizer, surpreendendo-me. — Ainda é jovem, tem muito pela frente. 

—Chega um momento na vida em que precisamos aprender a nos virar sozinho.

— Isso — o sr. Gavin disse, entusiasmado.

— Você e Nolan ainda estão no caminho.

Sorri espontaneamente, esticando-me pelo balcão para depositar um beijo na bochecha dele, assim que o mesmo fizera sinal para que eu o fizesse. E eu estava profundamente aliviada por não precisar suportar Gavin Green olhando-me com pena, muito pelo contrário, o mesmo me olhava com incentivo no olhar, um olhar recheado de positivas mensagens subliminares que me transpassavam uma confiança enorme e ele sempre fora assim, sempre me passou aquela áurea boa quando a nebulosidade se encontrava impregnada ao meu redor.

Ele e o neto eram uma das poucas pessoas da cidade que não me recriminavam.

— Está procurando Nolan, certa? — ele perguntou e eu assenti. — Não veio fazer outra tatuagem, não é? Eu não entendo a necessidade que vocês jovens têm de pintar o corpo dessa maneira.

A risada me escapuliu, todas as minhas preocupações pareciam magicamente reduzidas a cinzas diante do carisma do sr. Green.

— Não, eu só vim conversar com ele.

— Ele está lá no estúdio, você sabe onde fica — apontou a porta no fim do corredor. — Fique à vontade.

— Obrigado, sr. Green.

— Você está crescida, pequena Savannah — ele disse antes que eu me afastasse. — Está muito bonita. 

— Ahn... Obrigado.

Ele sorriu e assentiu veemente com a cabeça.

— Tudo bem! Vá falar com o Nolan, eu estou fazendo-a perder tempo.

— Imagina sr. Green, nunca é perca de tempo ouvir os seus elogios — rebati, dando-lhe uma piscadela e ele riu, abanando com a mão.

— Nolan vai ficar feliz em vê-la e eu preciso voltar ao trabalho, venha aqui mais vezes — pediu enquanto dava a volta no balcão e eu me virei de frente para ele quando o mesmo caminhou para os corredores do estabelecimento.

Ainda perdi alguns segundos, observando o velho Gavin caminhando lentamente pelos corredores, ajeitando as coisas nas prateleiras. Em seguida, segui até a porta indicada e adentrei-a, subindo as escadas que levava para o segundo andar. 

Por conta da ansiedade, subi os degraus de dois em dois e assim que cheguei ao segundo andar, saí em um corredor cujo havia uma porta ao lado direito – a casa do sr. Green – e a porta do lado esquerdo, para qual me direcionei rapidamente, já que era onde se encontrava o estúdio de tatuagem improvisado de Nolan. Ao me aproximar da porta, ouvi Behind blue eyes do Limp Bizkit tocando e sendo acompanhada pela doce voz de Nolan, que tinha um talento oculto para cantar que eu reconhecia, mas que ele renegava com todas as forças. 

Por alguns instantes, fiquei apreciando a sua voz enquanto procurava o pingo de coragem que me faltava para bater naquela porta e fazer o que eu havia decido quando me deparei com aquela ideia que me pareceu brilhante no primeiro momento, mas que, naquele instante, observei que a mesma também tinha o seu lado – imensamente – estúpido.

Fechei os olhos e respirei profundamente, ergui minha mão direita e, sem hesitar, dei três batidas na porta com a força que pareceu necessária. Não levou tempo para que o som fosse desligado e eu ouvi o barulho de algo caindo do outro lado, arqueei as sobrancelhas e permaneci parada, tentando entender o que estava acontecendo e quando a porta foi aberta por um Nolan completamente eufórico e espantado, precisei me segurar bastante para não rir da situação em minha frente. 

Sem demora, ele me fitou confuso e eu permaneci parada, analisando-o também e esperando pelo momento em que ele me reconheceria. Após um tempo consideravelmente longo, suas sobrancelhas se estreitaram e sua reação seguinte foi sorrir de ponta a ponta, revelando as covinhas – extremamente meigas – em suas bochechas.

— Savannah? — questionou duvidoso. — Savannah Curtis?

Eu ri de seu espanto e, em seguida, assenti positivamente com a cabeça. 

— Ah meu Deus! Como você está diferente!

— Eu espero que seja um diferente bom — provoquei e ele deu espaço para que eu passasse, gesticulou com a mão e eu adentrei meio receosa.

— Desculpa a bagunça, estou fazendo uma faxina por aqui — justificou, passando apressadamente ao meu lado e pegando a vassoura que se encontrava ao chão. Ajeitou algumas coisas rapidamente e depois parou, analisando-me e sorrindo. — Quando disse que você está diferente, quis dizer que está bonita. Não que você já não fosse antes.

Riu e eu ri junto, o acúmulo de sangue se alojando em minhas bochechas e não havia dúvida de que as mesmas estivessem coradas.

— Você também está bonito — rebati espontaneamente e ele sorriu abertamente, mostrando-me suas covinhas novamente. — E está mais tatuado também — observei, ao notar a ausência de camiseta no garoto e a quantidade de tatuagens espalhadas em sua pele morena.

— Sabe como é, isso vira um vício.

— Eu parei na primeira — intervim, erguendo o indicador e ele arqueou uma sobrancelha, minutos depois estávamos rindo como dois tolos.

— E então... — ele começou quando o silêncio se alojou momentaneamente. — O que a traz ao meu humilde esconderijo?

— Eu preciso da sua ajuda em uma coisa... um pouco sem sentido — admiti e ele estreitou a sobrancelha, observou-me atentamente. — Mas você não pode surtar com isso, por favor.

— Você não está querendo ajuda para enterrar um corpo, certo? Porque se for isso, eu vou surtar — ele disparou divertido e eu revirei meus olhos, fazendo-o cair na gargalhada.

A despretensão dele estranhamente aumentou minha tensão.

— Espero que continue rindo assim quando souber o que eu quero — rebati inconscientemente e ele adotou uma expressão realmente séria, coçou a mandíbula e respirou fundo.

— Tudo bem, pode falar.

— O que você sabe sobre o Creed? — indaguei diretamente e avistei o queixo do Nolan despencando, seus olhos se arregalarem levemente.

Apesar do nervosismo, eu permaneci parada, esperando que ele superasse o choque da minha pergunta e falasse alguma coisa. Sabia que ele não seria cruel caso não pudesse me contar nada sobre o assunto, até porque eu o conhecia bem e se ele se recusasse a responder, iria me explicar o porquê com toda cautela e respeito.

— Primeiro, como você sabe que eu o conheço?

— Eu vi você levando umas sacolas para ele um tempo atrás — respondi sem demora. — Eu estava perto, estava tentando falar com ele.

— Por que estava tentando falar com ele? — Nolan parecia aborrecido, suas mãos se moviam freneticamente e minha respiração começou a falhar.

— Porque eu quero saber se o que dizem sobre ele é verdade.

Nolan suspirou e puxou uma cadeira, sentando-se e fazendo sinal para algo atrás de mim; outra cadeira, peguei-a e me aproximei, sentando-me de frente para ele.

— Antes de tudo, você é maluca! — ele disse em um tom risonho que fez com que me sentisse menos tensa. — E, escute, eu não sei muito sobre o cara, mas ele não suporta ser chamado de Creed.

— É, descobri isso de um jeito um tanto... vergonhoso — respondi, inclinando os lábios e ele negou com a cabeça.

— Como soube sobre ele?

— Longa história — murmurei, gesticulando com a mão.

— Você me conta a sua e eu te conto o que eu sei sobre ele, fechado? — propôs, estendendo sua mão em minha direção e eu sorri abertamente.

— Com certeza, Green. — Apertei a mão dele com entusiasmo.

Rapidamente contei-lhe o mesmo que contei para Lauren na primeira vez em que o vi e Nolan ficou calado, prestando total atenção. Em seguida, falei sobre o encontro que tive com ele tempo atrás e ele não me interrompeu em momento algum. Quando enfim terminei, ele ficou momentaneamente quieto, analisando um ponto invisível no chão.

— Caramba — foi à primeira coisa que ele disse e eu não tive como evitar a risada. — Sabe, foi legal da sua parte defender ele, mas acho bom desistir do agradecimento, porque ele escolhe com quem fala e se vocês já se encontraram duas vezes e nada, isso quer dizer que ele nunca vai falar com você.

Senti o desgosto amargar minha boca e meu estômago revirou violentamente, meus ouvidos foram abalados pela frustração, mas minha insensatez continuava absurdamente intacta e me fazia ter convicção de que eu não deveria desistir tão rápido. Trazendo à tona a lembrança de quando eu havia dito que iria embora e o mesmo aproximou-se um passo, como se estivesse em dúvida e eu insanamente podia sentir aquilo, podia sentir a esperança que o lado menos obscuro dele transpassava para minha. Contudo, a estranha constatação podia ser somente alucinação da minha parte que desejava que o mesmo, em algum momento, se rendesse aos meus anseios.

— Eu não quero mais o obrigado, Nolan — rebati displicente e ele torceu os lábios.

— Eu já disse que essa curiosidade ainda vai te consumir, Savannah? Porque se não disse, estou dizendo agora.

— Vai mesmo se eu não acabar com ela — falei, entrando em seu jogo. — E para isso, eu preciso saber se ele é o que dizem.

— É como eu disse, ele escolhe com quem ele fala. — Ele dei de ombros. — Eu e meu avô nos assustamos no primeiro momento e ele demorou uma semana para tirar aquele capuz na nossa frente, depois ele já conseguia agir quase normalmente, mas não é todo dia que ele está disposto a conversar. Tem vezes que ele entra aqui e não fala nada, faz as compras, paga e vai embora.

Me curvei apoiando meus cotovelos em minhas coxas e o Nolan encostou-se no encosto da cadeira, estalando seu pescoço e respirando resignado.

— Você já o viu sem o capuz? — perguntei exageradamente interessada e ele assentiu. — Como ele é?

— Ah, normal. — Ele balançou os ombros casualmente. — Tem um rosto com dois olhos, um nariz e uma boca... 

Eu encarei-o com falsa fúria e me aproximei para lhe acertar um tapa. Nolan liberou uma risada agradável e contagiante.

— Tudo bem, agora vou contar o que eu sei.

Assenti, umedecendo meus lábios e focando totalmente nele. 

— Ele não fala sobre o acidente, mas às vezes eu duvido que ele tenha culpa. Apesar de ser bem estranho, ele não me parece um psicopata. Tudo bem que ele disse ao meu avô que tem esquizofrenia e bipolaridade, só que, mesmo assim, ele não parece perigoso.

— A esquizofrenia é um distúrbio psíquico que afeta a consciência do próprio eu, as relações afetivas, a percepção e o pensamento. Então, se ele realmente for um esquizofrênico, é potencialmente capaz de ferir alguém, ainda que não tenha a intenção. E... tem o distúrbio de personalidade... Se aconteceu como dizem, ele era somente uma criança extremamente problemática e incompreendida...

Olhei para Nolan e ele me encarava inexpressivo, isso fez deu fim à minha estúpida tagarelice.

— Você pensa como os outros — ele acusou-me e eu neguei veemente com a cabeça. 

— Não! — Continuei sacudindo a cabeça. — Eu não penso como os outros, Nolan. 

Ele analisou-me silenciosamente. 

— Só estava fazendo uma breve analise com relação em meus conhecimentos sobre esses tipos de distúrbios mentais, mas no fundo também não acredito que ele seja um perigo.

— O J.Drew é um cara legal.

— J.Drew? — repeti sobressaltada e ele riu baixo.

— Ele disse para eu chamá-lo assim, mas nem me pergunte qual é o verdadeiro nome dele. — Deu de ombros. — Pode ser Joseph, John, Jacob ou qualquer outro nome com J que ele não disse para ninguém.

— Como vocês se conheceram? 

— Meu avô o conheceu primeiro e, então, comentou sobre mim e que eu era tatuador — ele contou, cruzando os braços diante do peito. — Um tempo depois, J.Drew veio me procurar, querendo negociar uma tatuagem.

— E ele fez? — rebati, estreitando as sobrancelhas e Nolan sorriu.

— Várias — respondeu, erguendo uma sobrancelha de maneira cômica. — O braço esquerdo dele está fechado e acho que ele tem planos de fechar o direito, e tem outras espalhadas pelo corpo.

Minha surpresa era palpável e as informações de Nolan só alimentavam ainda mais minha convicção em desbravar o encapuzado.

— Você sabe por que ele decidiu fazer tatuagens? — Questionei, compartilhando minha dúvida e ele riu nasalmente.

— Segundo ele, a dor ajuda a afastar as vozes.

— Ele realmente escuta vozes? — exclamei, boquiaberta.

— Se ele disse, acredito que sim. Eu nunca vi, mas meu avô disse que uma vez ele entrou na mercearia discutindo sozinho.

Senti um arrepio em minha espinha e me sentei corretamente na cadeira. O silêncio se instalou entre nós por um tempo e eu fiquei repensando em tudo o que Nolan me disse, e por mais que não fossem coisas tão esclarecedoras, ajudou-me a montar algumas peças e eu sabia que só conseguiria completar o quebra-cabeça indo até o sujeito em questão.

— É só isso que eu sei, espero que seja o bastante.

— Obrigado.

Esbocei um sorriso e ele me analisou atentamente.

— Eu soube o que aconteceu com você e os seus pais, que barra hein.

— Você sabe como eles são e sabe como eu sou — comentei sarcástica e ele deu uma breve gargalhada.

— Onde você está agora?

— Na casa da Lauren.

Nolan riu, pendendo a cabeça teatralmente para trás.

— Grandes amigas morando juntas, esse é o sonho de toda garota. Ficar acordada até tarde, falando sobre o garoto que está a fim, assistindo filmes românticos e chorando até dizer chega!

— Ei, nós não somos assim! — contestei cortante e ele me encarou duvidoso.

Não pude evitar a risada e ele me acompanhou. Quando o silêncio retornou de forma incômoda, eu olhei pela pequena janela atrás de Nolan, notando que já era hora de ir embora.

— Vou deixar você terminar sua faxina. Obrigado pelas informações e me desculpe qualquer coisa.

— Imagina, Sav — rebateu ligeiramente, levantando-se ao mesmo tempo que eu. — Foi bom te ver, você... ahn... deveria vir aqui mais vezes.

Sorri abertamente e ele fez o mesmo.

— Foi bom vê-lo também e eu vou vir sim, e vou trazer a Lauren comigo! — brinquei, deixando-o sem jeito. — Até mais, Nol. 

Me aproximei, dando um beijo demorado na bochecha dele.

— Até mais, Savannah. Mande lembranças à Lauren — ele pediu sorrindo e concordei com a cabeça, antes de virar em meus calcanhares e caminhar até a porta.

No entanto, quando estava prestes a girar a maçaneta, ouvi-o me chamar e virei minha cabeça rapidamente:

— Vê se toma cuidado.

Esbocei um sorriso para tranquilizá-lo e assenti firmemente. Acenei antes de deixá-lo sozinho, experimentando uma sensação de tranquilidade indescritível, apesar da perda que havia tido mais cedo. Nem um pouco culpada por ter quebrado a promessa que fiz a Lauren e por estar disposta a continuar quebrando-a. Decidida a sucumbir à curiosidade, como uma escapatória para as preocupações que me amofinavam. 

No fundo, temia tal determinação imprudente, contudo, ainda mais após a conversa com Nolan, nada fazia com que a vontade de prosseguir me abandonasse; mesmo que ainda eu estivesse cercada pela nuvem negra de incerteza e insegurança, daquela vez, ao menos, um pingo de esperança me incitava. E eu iria até o fim para descobrir quem o encapuzado era e tudo por trás da verdadeira história dele.


Notas Finais


Oi paranoicas ✌
Obrigado pelos comentários, pelos favoritos e eu espero ver comentários lindos e motivadores nesse capítulo! Mil beijos e até o próximo cap. xX


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