História Part of me - The Hybrid Drink

Pov Lorena:

Depois que os meninos se apresentaram, e eu vi a forma com que aquele velho estúpido tratou eles eu me senti muito mal, não foi a primeira vez que eu presenciei algo assim, trabalhando aqui eu já vi diversas vezes bandas serem contratadas e recusadas, mas no caso deles, era nítido o sonho e a expectativa deles. Eles saíram tão mal que o guitarrista esqueceu o pedal da guitarra, Brad!

Quando eu percebi, sem que o meu pai e os outros dois vissem eu saí com o pedal correndo atrás dos meninos, quando consegui alcançar eles no estacionamento, presenciei uma discussão terrível, não podia chegar até eles do jeito que estavam, fiquei escondida porém focada ouvindo tudo. O vocalista disse coisas terríveis, seria o fim deles??

Quando senti a discussão cessar não tive coragem de ir até eles, então ouvi o coreano baixinho, o DJ, dando a ideia...

-Quer saber, dane-de o Mark, dane-se esses idiotas, vamos espairecer, quem topa encher a cara até cair?

-Eu não sei Joe -Era o baterista.

-Joe tem razão, eu só quero esquecer o dia de hoje, quero relaxar. -Reconheci o baixista.

-Eu só quero ir pra casa. -Era o Brad, era com ele que eu precisava falar.

O único que parecia não estar na conversa era o japonês, ele estava distraído olhando pro rastro de nada que o vocalista deixou ao sair, até que o baixista chamou atenção dele...

-Vamos Mike, vou avisar a Linds, avise a Anna e vamos nos distrair.

-Nao sei cara, e além do mais, Anna e eu nem se quer estamos bem...-O japonês disse com pesar.

Continuei ouvindo a história até que chegou na parte que me interessava.

-É um bar pequeno, mas parece ser legal, eu sempre quis ir lá, se chama, Hybrid Drink, ou alguma coisa desse tipo, fica a algumas quadras da sua casa Mike -Era o dj, e eu já sabia como encontrá-los agora...

-Pois então, vamos...-disse o japonês pouco convencido, se é assim , vou também, ouvi o coreano dizer o endereço para os amigos, e anotei...

**

Pov Natalie:

Hoje eu não estive em um dia tão bom, queria tanto aquele estágio, mas não consegui outra vez, isso é tão triste, a faculdade de designer era um sonho pra mim, mas tem sido duro. As pessoas não costumam dar oportunidades pra pessoas como "eu" , estranhas, mas me sinto feliz, pois aqui apesar de tudo, sou feliz fazendo meu curso, e sou feliz por ter encontrado a minha amiga Giuliard, como a faculdade de música, porém escrito um pouco errado, deve ser um problema no registro, nós nos conhecemos nos corredores da faculdade, ela me ajudou com um "probleminha" que eu tive, e justamente, lá estava ela correndo mais uma vez...

-Amiga, eu sinto muito pelo estagio... -Eu sei o quanto ela também torcia por mim. -Mas quer saber? Acho que você devia aproveitar, sabe, beber, esquecer os problemas, não pode ser tão certinha se escondendo atrás desse óculos e desse suéter pra sempre.

Eu rio dela, ela vive tentando me convencer de que eu poderia sair mais, me soltar, me arrumar mais, mas não gosto de chamar muito atenção...

-Olha 'Gillie' eu sei que você quer que eu saia, que eu me destraia, mas você trabalha hoje, hoje é quinta senhorita...-Tento lembrá-la.

-Eu sei Nat, mas você pode ficar no balcão perto de mim, hoje vamos tocar "pop" garanto que vai ser mais tranquilo, de quebra, consigo roubar o estoque de ouro do titio pra gente esquecer os problemas, anda por favor, você nunca aceita minhas sugestões -Ela me olha com cara de cachorro que caiu da mudança, e eu aceito por ela.

Ela ri empolgada e me abraça.

-O bar vai abrir as 20:00 , chega mais cedo pra eu te colocar no melhor lugar da casa, o que você pode ficar do meu lado, o que pode ser melhor que isso? -Nao consigo segurar o riso, ela sempre me faz rir, e sempre me põe pra cima. Como não amar alguém assim?

Pov Giuliard:

Hoje é quinta, um dos dias mais movimentados no bar do meu tio, mas hoje estou empolgada, a Naty aceitou ir no bar comigo, e eu pretendo que ela se divirta muito pra esquecer os problemas. Meu tio é um ser meio mau humorado as vezes, mas aceitou que eu trabalhasse com ele pra que eu pudesse cursar teatro na faculdade, ele sempre faz o que pode pra ajudar, e eu o admiro muito, ele tenta de tudo pra trazer públicos diversos pro bar, traz bandas de rock amadoras (as minhas favoritas) motoqueiros briguentos, fãs de música pop, até o pessoal da velha guarda, ou até mesmo os apaixonados selvagens. É bem interessante a mistura que sai de tudo isso, as vezes não muito, é difícil recolher dentaduras no chão, ou ter que limpar óleo de motocicletas quando as coisas não saem tão bem...Mas já acostumei com o ritmo daqui.

-Filha, hoje o velho jukebox vai funcionar para o pop, faça as pessoas colocarem sua grana toda na máquina ou no bar, temos petiscos limitados, hoje você vai estar sozinha em primeiro horário, preciso resolver um assunto importante. 

-Com a sua namorada imaginária tio? -Eu amo caçoar dele.

-Uma gracinha, a Tali é real, no dia que vocês se conhecerem vou te provar isso, mas não é esse o assunto, preciso resolver uma aposta que eu fiz com uns velhos sacanas em um bingo, se precisar de algo, peça ajuda aos outros garçons ou a polícia, eu volto mais tarde. -Eu assenti rindo, ele me abraça e sai bar a fora.

Meu tio ama jogar bingo com os amigos a dinheiro, mas as vezes não sai como o planejado. São 19:45 e eu estou me preparando pra abrir quando a Naty chega, no seu 'look confortável' de sempre, seus cabelos longos e pretos presos em um rabo de cavalo e seu óculos de sempre, Naty é uma menina linda, mas que precisa explorar mais a beleza que tem em todo aquele metro e meio. 

-Oi, pronta pra mais um dia de trabalho? -Ela sorri.

-Claro. -Eu retribuo. -Hoje o meu tio não vai estar, mas acho que vai ser uma noite tranquila. 

-E onde ele foi?

-Resolver coisas do bingo, ele disse que vai voltar hoje, mas eu duvido. Ele deve passar na casa da tal namorada de mentira. -Eu sempre rio com essa história.

-Ai Gillie, não devia rir assim, ele é seu tio, e se for verdade? 

-Amiga, ele sempre diz que tem essa namorada, Talinda, que a mulher é uma modelo, mas não temos nem sinal dela, ele nunca apresentou ela nem pra mim, nem pra mamãe, é difícil acreditar.

Ela concorda e seguimos para a porta do bar, chegou a hora de abrir, eu abro as portas, sirvo uma cerveja pra mim e pra Naty, e coloco a "Madonna" pra ecoar no Junkebox...

**

-Pov Mike:

Acatamos a ideia do Joe e resolvemos conhecer o tal bar, Brad e Rob acabaram não topando vir junto, mas Dave e eu acompanhamos ele.

-Linds não quis vir com a gente, teve cólicas, mas mandou um abraço e disse pra nós divertimos, e a Anna Mike? -Pergunta Dave, enquanto seguiamos para o tal bar. -Se acertaram?

-Ela está cada dia pior cara, Anna está cada vez mais ciumenta, mais impulsiva, a gente briga o tempo todo cara, não sei se dá pra seguir com uma relação assim. Estou pensando em terminar com ela...-Eu sinto por isso.

 Anna e eu estamos juntos a um tempo, mas as coisas entre nós estão péssimas, os desgastes estão me fazendo perder o interesse por ela. Sai tantos problemas de uma vez, ela, a banda, me perco pensando em tudo o que está me acontecendo...

Pov Lorena:

Cheguei ao bar que os meninos estavam falando para entregar de vez o pedal, não era o meu tipo de lugar, era um lugar médio, velho e cheio de pessoas, mas consigo esboçar um sorriso ao ouvir uma das minhas músicas favoritas que estavam tocando no bar, era uma música da Britney, e a multidão de pessoas amontoadas cantava empolgada ao som de 'Oops...Did It Again'. Vejo duas meninas conversando no balcão, uma era a garçonete. Desde que cheguei aqui, eu não consegui fazer muitas amigas, devido ao pouco tempo e as ocupações na gravadora, não sei se era uma boa idéia devido ao ambiente, mas me aproximo.

-Ola, boa noite, posso me sentar? -As duas sorriem simpáticas.

-Claro, eu me chamo Giuliard, sou garçonete, mas hoje estou fazendo de tudo, essa é minha melhor amiga, Natalie. -Elas foram um tanto acolhedoras. E eu senti como se já as conhecesse a um tempo.

-Esse lugar é sempre lotado assim? -Pergunto.

-Bom, depende do dia. -Giuliard responde, e na sequência, outra música da Britney ecoa no ar. E a Natalie me pergunta:

-Voce não parece daqui, veio a passeio? 

-Eu sou do México, me mudei pra cá a pouco tempo -As duas me ouvem atentas. -Não conheci muita gente aqui ainda, mas esperava encontrar uma pessoa aqui.

-Hmm, algum namorado? 

-A garçonete brinca empolgada, mas Natalie repreende ela.

-Gillie, acabamos de conhecer ela, para com isso. -As três rimos enquanto ela servia mais uma dose de vodka pra gente.

Enquanto Natalie estava tentando convencer Giuliard que não queria mais beber, eu vi um rosto conhecido entrando no bar, então peço licença pras meninas e vou atrás do japonês, saindo da vista do balcão.

-Oi, Mike não é?

-Sim, você e a filha do senhor Albuquerque não é? Lorena.

-Sim, sou eu, olha foi uma pena o que aconteceu hoje... -Antes que eu pudesse terminar, sou cortada por ele.

-Olha, você e seu pai só estavam fazendo o trabalho de vocês, nós entendemos, essa não é a primeira vez que isso acontece, mas como sabia que a gente estaria aqui?

-Bem, eu -Tento me explicar, mas Joe chega interrompendo.

-Brad e Rob não vem mesmo, tentei, mas não convenci eles. O que ela faz aqui? -Me olhou confuso.

-Bem, eu queria ver o guitarrista, quer dizer, entregar, bem, isso -fico nervosa e entrego o pedal pro Mike. ele ri sem graça.

-O pedal do pesadelo, vou entregar pro Brad e dizer que você encontrou, obrigada. -Eu apenas assinto e corro pro balcão onde as meninas estão.

Giuliard pov:

Vimos a Lorena voltando pro balcão e Naty pergunta.

-Encontrou quem você queria?

-Não -responde sem graça -acho que já vou.

Então eu resolvo acalentar ela.

-"Lore", olha, existem coisas que não saem como planejamos, mas podem acontecer ainda assim, os melhores encontros não são planejados, olha nós três aqui , agora. Você vai voltar de novo né? -Digo sorrindo acompanhada por Naty, ela acaba sorrindo assentindo, embora esteja com cara de quem não gostou do lugar, e trocamos telefones.

Quando ela sai do bar, antes que a gente possa dizer algo, começa uma gritaria sem fim no bar, coisas começam a ser arremessadas, e eu só consigo pensar "outra vez" e pulo o balcao pra ver o que esta acontecendo. Antes que eu pudesse dizer alguma coisa, eu vejo um motoqueiro idiota jogando uma garrafa contra um cara de cabeleira espetada e sem pensar bato com a cadeira nas costas dele e ele cai, droga sera que eu matei ele??