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História Partners in Time - Haunted


Escrita por: SamusAran

Notas do Autor


E aí, povo?

O capítulo novo demorou, mas chegou. Espero que curtam.

Boa leitura!

Capítulo 25 - Haunted


Fanfic / Fanfiction Partners in Time - Haunted

MAX

Uma semana se passou desde que recebemos a mensagem com a ameaça e ainda não consigo tirá-la da cabeça. É verdade que nada aconteceu desde então e sequer recebemos outras mensagens do mesmo tipo, mas ainda assim não consegui esquecer.

Ao contrário de mim, Chloe superou rápido. Quer dizer, ela surtou um pouco nos primeiros dias, ficou muito irritada, como há muito tempo não acontecia, mas depois que a ameaça não se concretizou, ela acabou deixando pra lá e tentou de tudo para me fazer deixar também.

Agora estávamos no gramado do pátio principal do campus, embaixo de uma árvore, ela deitada de bruços desenhando algo num caderno e eu deitada com a cabeça em suas costas lendo um livro. A sensação de ficar assim era muito boa. Provavelmente o melhor jeito de estudar. Me ajudava a relaxar e esquecer um pouco do mundo. Eu já podia me imaginar assistindo minhas aulas daquele jeito. Será que os professores se importariam?

- Max, você deveria deitar sua cabeça na minha bunda.

- Claro, porque não seria nada estranho fazer isso em público, Chloe. - respondi rindo.

- Foda-se! Seria bem mais confortável pra você. É isso que importa. - ela olhou em minha direção sorrindo de volta.

Depois de um tempo em silêncio, resolvi tocar de novo no assunto das mensagens.

- Chloe, você realmente não está mais preocupada com aquela ameaça?

- Não. Nem sequer mandaram a foto pro diretor Wells ou coisa do tipo. Provavelmente foi só algum dos idiotas desse lugar querendo nos pregar uma peça. - ela fez uma pausa, como se estivesse considerando as possibilidades e depois completou - Meu palpite é que foi a Victoria, com inveja por não ter tantos orgasmos quanto você. Deve ser difícil pra ela dormir tranquila à noite.

Gargalhei com aquela frase. Só ela pra me fazer rir enquanto discutíamos um assunto tão sério como aquele.

- Não vou deixar nada acontecer com você, Mad Max. Fica tranquila. Eu mato o filho da puta antes que ele possa tocar num fio de cabelo seu. - ela olhou novamente em minha direção antes de concluir - Tudo vai ficar bem enquanto estivermos juntas.

Sei que ela não falava nada daquilo da boca pra fora, que realmente faria qualquer coisa para me proteger. Isso me confortava bastante e dava uma sensação de alívio e segurança, me ajudando a esquecer um pouco das minhas preocupações. 

Decidi deixar aquele assunto de lado por enquanto e apenas aproveitar o momento, afinal não era sempre que tínhamos um horário livre pra ficar juntas no meio da tarde.

- Chloe, o que você está fazendo aí?

- Um rascunho.

- Posso ver?

- Quando terminar, eu te mostro. - ela ficou um pouco em silêncio antes de completar - E nem pense em espiar.

Ela lê mentes agora? Porque era o que eu estava a ponto de fazer.

Não, Max, eu não leio mentes, mas te conheço muito bem, sua bisbilhoteira.

Ela fez de novo! Tenho certeza que não falei em voz alta. Preciso testar. 

Chloe, você está me ouvindo? Quer dar uns amassos no meu quarto antes da minha próxima aula? 

Nenhuma resposta. É, deve ter sido alarme falso.

Pronto. Terminei. - me levantei pra deixá-la sentar. Ela se encostou na árvore e me puxou pra perto, colocando a mão em meu ombro. Me apoiei nela, que logo me entregou o caderno.

- Olha só! Parece muito comigo, só que bonita.

- Deve ser porque você é bonita, sua idiota! 

Ri da reação dela e comecei a folhear o caderno e observar os vários outros desenhos que havia nele. A maioria era de paisagens e construções de Arcadia Bay e de outras cidades, pessoas fazendo coisas triviais na rua, animais, caveiras, flores, alguns objetos e muitas versões de mim.

- Você é realmente boa nisso. Esses desenhos estão incríveis.

- Você gostou mesmo? - ela falou num tom de surpresa.

- Claro que sim. Você tem muito talento. Por que nunca me mostrou isso antes?

- Não achei que estivessem bons o suficiente. Tenho que melhorar fundamentos de sombra e luz, proporções, perspectiva, entre outras coisas.

- Você sempre vai acabar tendo que melhorar uma coisa ou outra. Nada mais natural. Mas ainda assim seu trabalho continua impressionante. Estou muito orgulhosa de você, Che. - falei a abraçando e, em seguida, a beijando.

Quando nos separamos, continuei olhando os desenhos por um tempo até que ela voltou a falar, desviando minha atenção.

- Queria que a fase gay da Rachel tivesse durado mais tempo.

- Ahn...?

- Aquela imbecil não para de olhar pra cá de minuto em minuto - tentei seguir com a vista na direção em que ela olhava e dei de cara com a Megan - Rachel deveria ter investido nela. O Warren é um stalker esquisito, mas é inofensivo. Provavelmente não causaria nenhum problema depois de tudo que aconteceu. Mas essa garota... Não confio nenhum pouco nela. - ela bufou, já com uma expressão fechada de raiva no rosto, então olhou pra mim, que com certeza demonstrava aflição, antes de concluir - sei que você vai dizer que sou muito ciumenta, que não tem motivo pra tudo isso, mas porra! Eu me irrito só de olhar pra cara de cínica dela. Ela nem disfarça que está olhando pra cá.

- Não vou dizer isso, Chlo. Você provavelmente está certa. - falei olhando nos olhos dela, que agora parecia intrigada e confusa com minhas palavras, como se esperasse uma explicação.

Eu estava com medo da reação dela, mas mesmo assim decidi contar sobre a piada que a Megan tinha feito depois da nossa reconciliação e como ela estava constantemente tentando se encaixar no meu grupo de amigos, o que estava começando a me deixar desconfortável.

Senti Chloe endurecendo da cabeça aos pés e sua expressão se fechando ainda mais. Seu olhar estava repleto do mais puro ódio e eu sabia que isso não iria terminar bem.

- Vou ter uma conversa bem instrutiva com essa garota. Ela vai se arrepender de se meter com você. - Chloe estava com os punhos cerrados e o olhar possesso, nunca perdendo de vista a garota do outro lado do pátio. Aquilo estava me assustando.

Ela já estava se levantando quando pulei em cima dela a abraçando e tentando impedi-la.

- Por favor, Chloe, pára. Não quero te ver metida em confusão por causa disso. Foi exatamente por esse motivo que não contei antes. - falei baixo perto de seu ouvido, mas ela permanecia determinada.

- Me deixa levantar, Max.

- Eu vou evitá-la, dizer que me sinto desconfortável, mandar ela pro inferno, mas por favor esquece isso e fica aqui comigo. - a abracei mais forte ainda, sentando no seu colo e comecei a beijá-la por todo seu rosto, sentindo seu corpo relaxar aos poucos e sua expressão ficar mais suave. - Não vai, por favor.

- Max, fica difícil manter meu olhar assassino com você me beijando. - ela falou ainda contrariada, mas sem tentar levantar de novo.

- Bom saber. - eu ri, então segurei seu rosto com as duas mãos e a beijei demoradamente. Quebrei sua última defesa, mantendo o beijo até ficarmos ofegantes.

Ela sorriu no final e eu soube que sua raiva tinha passado completamente, o que me deu um alívio enorme, me fazendo mudar de assunto para tentar fazê-la esquecer de vez daquilo.

- Che, que horas você chega em casa hoje?

- Vou chegar um pouco mais tarde, provavelmente às 19h, por que?

- Eu estava pensando em testar suas habilidades de desenho - me aproximei de seu ouvido e sussurrei - deixa suas chaves comigo, eu chego mais cedo e fico te esperando para você me desenhar como uma de suas garotas francesas.

- Você quer dizer...? - ela perguntou levantando uma das sobrancelhas.

- É, Jack! Titanic style. Eu já vou estar pronta quando você chegar. - seus olhos se alargavam mais a cada palavra que eu falava.

- Pronta...?

- É! Nua. Deitada na sua cama. Te esperando.

Ela ficou pálida, com uma expressão de choque no rosto e só depois de algum tempo conseguiu reestabelecer seu estado normal.

- Max, se eu fosse um cara, nós estaríamos em uma situação muito constrangedora agora, se é que você me entende. - ela sorriu maliciosamente e depois piscou pra mim.

- Que nojo, Chloe! - falei batendo no ombro dela.

Então ela riu ainda mais, me abraçando e distribuindo vários beijos pelo meu rosto. Até que parou de repente e me olhou pensativa antes de voltar falar.

- Você ainda me amaria se eu fosse um cara, senhorita Max "sou hétero mas tenho nojo de pintos" Caulfield?

- Claro que sim - minha confirmação imediata a fez sorrir de novo, ao que eu decidi completar - mas sentiria saudade dos seus peitos e de todo o resto. - Chloe ficou vermelha igual um extintor de incêndio ao ouvir aquilo e eu ri descontroladamente até ela voltar ao normal e fingir ficar irritada com minhas risadas, o que não levei nenhum pouco a sério. 

O sinal da aula tocou nos trazendo de volta à realidade mas, antes de nos despedirmos, tirei o gorro e voltei a colocá-lo em sua cabeça.

- Mais tarde você me devolve.

- Max, por que tenho a impressão de que esse gorro se tornou um tipo de código sexual nosso?

- Talvez você esteja certa, talvez errada. Tudo vai depender do que acontecerá antes do momento em que você decidir me devolver. - pisquei pra ela. - agora preciso ir pra aula. Não pense muito nisso durante o dia. 

- Como se fosse possível! - lhe dei um último beijo e saí correndo para minha sala.
______________

Cheguei à casa da Chloe e não tinha ninguém lá. Ainda bem que lembrei de pedir a chave, senão teria ficado trancada do lado de fora. Decidi subir logo para o quarto. 

Ainda faltava quase uma hora para ela chegar e seria muito esquisito se a Joyce aparecesse aqui de surpresa e me encontrasse sozinha e nua no quarto da Chloe. Ainda mais esquisito que no dia em que ela descobriu sobre nós. Certamente o momento mais embaraçoso da minha vida até hoje e pretendo que continue sendo o último.

Resolvi mandar uma mensagem pra Chloe, pedindo que ela me avisasse quando estivesse a uns 10 minutos de chegar em casa. Ela não respondeu. Provavelmente estava ocupada e não devia ter visto. Então decidi ler uma revista e esperar.

19h31. Nem sinal dela. Estava começando a ficar preocupada. Resolvi mandar outras mensagens, mas continuei sem obter nenhuma resposta. Depois liguei e o celular chamou até cair na caixa postal. Estava começando a imaginar mil coisas até ouvir o som que indicava que tinha chegado uma nova mensagem. Só podia ser ela!

[Número bloqueado]: acho que sua namoradinha não vai aparecer pra te encontrar. Digamos que ela teve alguns contratempos no caminho de volta pra casa.

De repente não consegui sentir nenhuma parte o meu corpo e tive a impressão de que estava a ponto de desmaiar. Sentei na cama, tentando me reestabelecer um pouco, pois agora não era um bom momento para surtar. Precisava encontrar a Chloe. Mas como? 

Droga! O que eu faço? Pensa, Max!

Meu celular começou a tocar no bolso e um fio de esperança renasceu em mim. Mas não era ela.

- Max...?

- Joyce, você sabe onde a Chloe está? Estou tentando há um bom tempo falar com ela e não consigo de jeito nenhum, estou começando a ficar preocupada... - consegui ouvi-la chorando do outro lado da linha e aquilo só estava me deixando ainda mais em pânico. - o que aconteceu com ela, Joyce? Diz logo, por favor!

Eu já tinha começado a chorar também, sentia meu corpo todo tremendo, suando frio e uma sensação horrível de pavor se apoderando de mim.

- A Chloe... e-ela sofreu um acidente. Acabei de receber uma ligação... do hospital. - ela tentava controlar sua voz antes de falar, claramente abalada - eles não quiseram me dizer mais nada por telefone, apenas que ela estava internada. Estou indo pra lá agora...

Senti como se meu coração tivesse parado depois de ouvir aquilo e depois desaparecido, deixando apenas um espaço vazio no lugar. Simplesmente desliguei o telefone e o joguei de qualquer jeito na mochila, depois corri o mais rápido que pude para a parada de ônibus. 

Isso não podia estar acontecendo, não com a Chloe, não agora.

Tentei me controlar e não pensar tão negativamente, mas tudo o que eu conseguia era lembrar da nova mensagem que tinha acabado de receber e do acidente do William. Senti um enjôo horrível e uma vontade incontrolável de vomitar por causa daqueles pensamentos. Tudo aquilo só podia ser um pesadelo.

- Ela vai ficar bem. Ela vai ficar bem. Ela vai ficar bem... - Eu murmurava pra mim mesma, tentando acreditar naquelas palavras, enquanto subia no ônibus e enxugava as lágrimas que não paravam de cair dos meus olhos. Eu não aguentaria perdê-la.

Você não pode me deixar agora, Chloe. Você prometeu que tudo ficaria bem.


Notas Finais


Eu me sinto um pouco má quando faço vocês pensarem que esse será um capítulo feliz e no final acontece uma coisa assim.

Desculpa e até a volta!


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