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História Passagens Secretas - Terra - A Torre parte 1


Escrita por: kaze_mizu_x2

Notas do Autor


Gente, como eu ADORO postar novo capítulo!!!! *O* não deveria ser tão legal assim, mas não sei porque eu amo. E... digamos que aqui finalmente teremos a primeira fusão definitiva de histórias.

Capítulo 26 - A Torre parte 1


A viagem de avião foi extremamente cansativa. Para Livia, no início não tinha coisa melhor, porque Nadi estava sentada do seu lado e, como o barulho da turbina do avião é o som dominante que encobre quase todos os outros, a irmã era a única que ia ouvir alguma coisa se ela começasse a cantar desafinada todas as músicas do seu MP3, desde as mais antigas de rock ás japonesas (ela tinha o hábito de baixar na internet as músicas completas de abertura e créditos de alguns dos animes que assistia), a não ser que a outra  também estivesse com o headphone fazendo a mesma coisa, o que era a situação. Mas depois da garganta começar a doer junto com a sua bunda, as pernas ficarem dormentes e a bateria do MP3 ir pro espaço, não tem pessoa que não se canse e passe a desejar uma cama firme no chão longe do barulho das turbinas ou o ar condicionado pesado, que com a sensibilidade ao frio das gêmeas parecia ser ajustado á temperatura de 3º c, isso sendo otimista.

     No entanto, as outras não estavam á par daquela situação: Hana catara os livros do Harry Potter emprestados para saber mais o possível do local que iria visitar e que por um momento serviria de hotel para elas, Thainá pesquisava na internet com o computador que invocara utilizando a sua magia de GM da tecnologia, checando todos os livros, filmes, séries, séries animadas, animes, mangás, quadrinhos de ficção científica e até jogos de computador ou RPG que eram famosos ou ganharam destaque dentre os outros, porque qualquer um poderia ser uma pista indicando um mundo novo para se ir. É claro que conforme os dados apareciam e eram analisados por ela, fazia uma lista dessas obras. Lo comprara no aeroporto o livro “Seres Mágicos e Onde Habitam”, de novo da JK Rowling. O livro falava detalhadamente de todas as criaturas mágicas que apareciam no universo do Harry Potter, ou seja, era um livro grosso e, na situação, terrivelmente necessário. Ela marcava as páginas dos seres que gostou mais, dos seres com que elas teriam que tomar cuidado, dos seres que podiam ajudá-las, dos seres que ela conseguia controlar por ser GM das trevas e dos seres que não eram exatamente perigosos, mas que eram travessos, irritantes, que ela não gostou e que poderiam atrapalhar a vida alheia, aqueles que seriam melhores de evitar. O que a deixou meio chateada era que todos os chatinhos ou os potencialmente perigosos e problemáticos compunham quase metade da lista de seres que ela podia controlar. Em Zefir encontrara animais muito mais bonitos e simpáticos que faziam parte do elemento dela. Mas por que aqui qualquer um que estivesse relacionado á “sombra” tinha que ser uma besta mortífera cuspidora de ácido? Já Áli fazia algo 100% diferente de todas as outras: verificava a câmera fotográfica, fazia listas das coisas que ela iria querer ver, das coisas que ela iria querer tirar foto, dos lugares mágicos que iria querer visitar, das coisas que seriam necessárias á sete trouxas dependentes de tecnologia elétrica para Thainá invocar, dos eventos que queria ver e quais coisas do mundo dos bruxos iria querer comprar. Fazer o que, elas iriam enfrentar bruxos carecas megalomaníacos sádicos, seres que sugam a alma pela boca, lobisomens e sabem-se lá mais o que, tinha que ter algo para manter o moral alto, algo que não fosse “ou é isso, ou é o caos supremo, se eu perder, já era, o mundo se ferra e com isso a minha família que ta nele”. Tudo bem, isso também era um tipo de estímulo, mas um tipo de estímulo que fazia os outros terem um acesso de nervos. O pior que ter um acesso de nervos quando a coisa já era é ter um acesso de nervos antes e colocar tudo á perder. Era por isso que existia uma GM da música: era trabalho dela impedir que isso acontecesse.  

  Portanto, não foi surpresa pra ninguém quando no fim todas chegaram praticamente detonadas no aeroporto, mais para início da noite do que para fim de tarde, que para piorar estava cheio e fustigado por uma chuva fria, mas felizmente não tão forte.

-Cara, que deprê- resmungou Hana olhando para o clima do céu enquanto pegava as malas. Áli reprimia um bocejo.

-Por isso— QUERO APLAUSOS!— eu tive a brilhante idéia de comprá... –anunciou Loraine animada- Red Bull!

-Boa, Lo!!!- exclamou Áli, agarrando compulsivamente a latinha que ela trazia- Vamo fazê um brinde! Não qui a situação seja lá tão feliz, temo um M.A.S.M.I. P.S.P. da vida pra dá um butobase* geral, mais a gente vai pra otra aventura e pra Hogwarts, num tem também por que num comemorá a parte boa da coisa!

Cada uma pegou uma latinha, abriu e brindou antes de enfiar tudo goela abaixo.

-RESSUREIÇÃO COMPLETA!!!!- berraram as gêmeas, levantando a latinha vazia.

-Qué sabê, a Hana chamou o clima de deprê, mais a gente tá indo pra uma escola de bruxos- comentou Livia- pra essa história, o clima tá combinando bem, num podia sê um melhor. Além do mais, num é porque tá chovendo que o clima necessariamente tá ruim...

-E, falando sério, num sei porque a gente perdeu o gás- estranhou Lo- vamo pra Hogwarts, tudo bem que esse vôo de avião foi longo, mais e daí?! Tem o Harry Potter, o Quadribol, uma penca de objeto mágico super da hora, o castelo em si já é demais....

-Verdade!!!- exclamaram todas, animadas novamente.

“Que droga, eu deveria dexá a gente sempre de auto-astral, mais eu num consigo fazê um discurso motivacional ou pejorativo do nada que nem os da Loraine...” pensou Áli. Mas Lo também não conseguia manter a calma em momentos tensos como Áli conseguia.

-Tá, agora a gente faz o quê?- perguntou Thainá objetiva.

-O Dumbledore disse que ia mandá alguém de confiança pra levá a gente pra Hogwarts- comentou Hana.

-É, mas a gente tem qui fazê uma coisinha antes- comentou Áli, mexendo na bagagem de mão que levava, com o Mokona escondido dentro- sabe aquele troço de num sabê fala cum perfeição a língua local? O Mokona falô... Na verdade escreveu sobre umas palavras mágicas, um feitiço, qualqué coisa do gênero, que fazem com que toda vez que a gente dirige a palavra pra alguém cum outra língua, ele entende o que a gente qué dizê, mesmo qui não saiba falá português e vice-versa. É meio esquisito, porque é como se quando uma pessoa falasse outra língua o significado de cada palavra aparecesse na sua cabeça. A gente vai usá isso enquanto num souber direito a língua, quando já tiver falando fluentemente, esse negócio fica dispensável.

-E a tal palavra mágica seria... –começou Nadi.

-Aí é qui ta. Ele disse que é “Abra- SabbahCadabra- Bibbidi-Bobbidi-Boo”-suspirou ela. As outras a encararam, pensando se ouviram direito.

-Cinderela?!- fizeram descrentes.

-Num é bizarro?- fez Áli.

-Certeza qui em comparação cum o resto, isso vai parecê fichinha- comentou Hana meio mal-humorada. Então, em parte por também não ter outra solução tão milagrosa para os problemas de comunicação entre pessoas de línguas diferentes, todas proferiram a frase bizarra. Não aconteceu droga nenhuma.

-Funcionou?- estranhou Nadi.

-A gente só vai sabê quando falá cum alguém de outra língua- falou Thá- mais se isso funcioná, vai sê uma mão na roda. Pensa, se a gente for recrutando gente de outro mundo, quem garante que nos outros mundos se falem outras línguas que num tem aqui?

-Só um minuto- falou Lo de repente, cutucando um cara qualquer que passava por perto- com licença, o senhor sabe onde fica o banheiro?- perguntou delicadamente em português.

-Ah, você segue aquela direção. Fica em frente á escada rolante, bem em frente aquela lanchonete- respondeu ele polidamente em inglês. Elas continuavam ouvindo a fala do cara em inglês, mas de repente aquela fala fazia um claro e total sentido.

-Thank you- falou ela em inglês mesmo. Se elas conseguiam ouvir o cara falando inglês e entendiam tudo perfeitamente, um trouxa poderia estranhar como uma fala em português de repente lhe fazia tanto sentido.

-Isso é exatamente igual ao Peixe de Babel do Guia do Mochileiro das Galáxias, só que sem um peixe- comentou Livia.

-O que?- estranhou Áli.

-É um peixe que você enfia no ouvido e de repente consegue entendê tudo o que o outro fala- comentou Nadi- a descrição do livro era que “era igual como se a sua vista estivesse embaçada e então colocassem uma lente na frente da sua cara e tudo de repente ficasse extremamente claro, e você dá aquele sorriso feliz porque de repente consegue compreender o mundo; o que significa que o seu oculista vai te cobrar uma grana preta para fazer os seus óculos”.

-Nossa- soltou Hana.

-O que importa é que funciona- falou Thainá- agora é só esperar a carona.      

-Isso se a gente reconhecer quem foi que o Dumbledore mandou- comentou Livia preocupada- vai qui a gente num ache ele no meio dessa cambada toda de gente?

     Felizmente quanto á esse ponto, ao ficarem na entrada do aeroporto olhando meio perdidas para a multidão que ia e vinha, depois de uns minutos não teve como ninguém ver a figura que se destacava dentre todos os outros, um homem enormemente alto e gordo, com um casaco de pele marrom de algum bicho que ninguém soube distinguir com clareza, mas que era muito pesado, e uma barba longa, escura e desgrenhada, que nem os cabelos. Tinha olhos grandes e negros e carregava um guarda-chuva rosa florido que não tinha nada a ver com o resto do visual.

-É o Hagrid- falaram todas juntas sorrindo. Áli pegou a câmera e tirou uma foto, junto com várias outras que tinha tirado do aeroporto.

-Agora sim vai ficá legal- falou Livia.

-Cara, é muito estranho, parece que a gente entrou no livro!- exclamou Lo.

-Você num deveria tá tão surpresa- comentou Nadi- lembra? A gente escreveu uma carta pro Dumbledore e ele respondeu, lembra? Se tem o Dumbledore, tem Hagrid e o resto de Hogwarts.

Definitivamente, Hagrid, o Guarda-Caça metade gigante, era fácil de ser visto á quilômetros de distância. Saíram correndo desenfreadas na direção dele, rindo e gritando feito malucas, Thá quase trombando e tropeçando em outras pessoas ao redor tentando correr e tirar a carta do Dumbledore da mochila ao mesmo tempo em que arrastava a mala.

-Hagrid, Hagrid, Hagrid, Hagrid!!!!!- berrava Hana enquanto corria até ele desembestada, parando bem em frente ao meio gigante. Ele olhou para baixo meio surpreso, mas ao invés da menina se apresentar...

-Acabou o ar do cérebro- fez ela com voz estrangulada, parando para respirar ruidosamente.

-Quem mandou você vim gritando o nome dele durante todo o percurso, assim você fica sem fôlego para falá “oi”!- reclamou Lo, também parando para respirar- eu acho que eu gastei o fôlego que me restava falando essa frase...

-Desculpe, nos conhecemos de algum lugar?- perguntou o gigante com uma voz grossa.

-Ah, sobre isso, a gente mandou uma carta pro... Diretor da escola onde você trabalha falando de uns acontecimentos perigosos que envolviam um certo ex- aluno que se tornou potencialmente perigoso e megalomaníaco. Ele foi detido há alguns anos atrás e voltou recentemente, sabe?- fez Thainá polidamente, mostrando a carta que Dumbledore mandou. Não era bom falar sobre coisas relativas ao mundo da magia no meio de um bando de trouxas se pudesse evitar, então para não levantar suspeitas, ela falou de um modo mais vago.

-E daí o diretor escreveu que iria dar o apoio dele e dos aliados também, e que nós iríamos ficar hóspedes na escola... –foi falando Nadi.

-Ah, sim, fui encarregado de buscar vocês- falou ele, dando uma olhada cuidadosa na carta e então a devolvendo a Thainá- sou Hagrid, o Guarda- Caça, muito prazer.

-Oi, Hagrid- falaram todas sorrindo. Seria muito complicado de explicar como já o conheciam, e então nenhuma falou “eu já sei o seu nome.”

-Unh, não me levem a mal, mas eu esperava alguém um pouco mais... Alto- comentou ele, indo na direção das ruas da cidade. Elas o seguiram.

-Ah, não tudo bem, é por causa do nome pomposo que deram pra gente- falou Hana rindo- quando se fala em “Guerreira Mágica”, ainda mais se você colocá um “lendária” na frente, qualquer um imagina uma mulher alta, forte e bonita, cum uma armadura medieval brilhante refletindo ao sol, segurando uma lança e uma espada cum o cabelo ao vento montada num dragão enorme.

-É, o pessoal tem tendência a idealizar as coisas, ainda mais porque o nome que deram pra gente já é meio idealizado- comentou Livia.

-Então é por causa disso que a gente se rebatizou de Esquadrão das Botas Maneiras ou então utiliza a sigla GM ao invés de Guerreiras Mágicas- contou Áli alegre- tem muito mais cara de adolescente.

-Por que Esquadrão das Botas Maneiras?- perguntou o gigante- o outro nome parecia muito mais respeitável.

-Exatamente! Respeitável demais pra um bando de adolescente que fala de jeito informal, anda de jeans rasgado e tá se lixando pra etiqueta- falou Nadi- a gente É extremamente eficiente no nosso trabalho, isso ninguém duvida, mais a gente prefere sê tratada normalmente ao invés de receber um monte de tratamento específico. Quando as pessoas te tratam de “madame” ou “senhora”, ou qualquer outra coisa do tipo, parece que a pessoa fica mais distante de você, e isso é muito chato.

-Sem falá que as armaduras de Zefir num são iguais as armaduras medievais- comentou Lo- elas tem botas MUITO mais maneiras.

-Bem, se vocês pensam assim... –comentou ele- mas quais são os seus nomes?      

Enquanto faziam as apresentações e comentavam sobre como era a vida no lugar de onde vieram, eles andavam pelas ruas da cidade como se fossem pessoas normais, até que por fim Hagrid levantou a sombrinha como se não quisesse nada e do nada um ônibus de dois andares se materializou do nada na frente deles.

-O Nôitibus Andante**?!- fez Nadi incrédula ao ler o que estava escrito em letras douradas no para brisa do estranho ônibus de três andares roxo berrante que os esperava.

-O melhor meio de transporte se você quiser chegar rápido em algum lugar- falou Hagrid.

-Eu sei, mais a gente num penso que iria andá nele justo no começo da viagem- contou Lo- é tão legal!!!!!

  Nesse momento, saiu um homem de uniforme roxo do ônibus:

-Bem- vindos ao Nôitibus Andante, o transporte de emergência para bruxos e bruxas perdidos. Basta esticar a mão da varinha, subir á bordo e podemos levá-los aonde quiserem. Meu nome é Alfred Madwine, e serei o seu condutor esta noite.

“E onde tá o Lalau?” pensou Livia meio mau á vontade, enquanto Hagrid tirava de uma bolsa de couro as moedas necessárias para pagar a viagem “se bem que eu num iria querer me encontrar com ele logo agora, ele era um Comensal da Morte no fim...”

“Só falta, se ele num tá aqui, será que quer dizer que ele já foi pro exército do Voldemort?” pensou Nadi preocupada “Mais só tem uma coisinha que num bate... O Voldemort é um ultra megalomaníaco, chamá aliados de outros mundos pra sua causa num seria o mesmo que admitir que num é forte o bastante pra dominar tudo sozinho? E falando em dominação... Isso é a cara de muito super vilão, mais do Voldemort? Isso tá meio esquisito... Talvez a Rainha Esmeralda tenha sacado o que tá acontecendo, mais pensou no motivo errado... Vê lá....”  

    Nesse momento, todas entraram no ônibus enquanto o condutor lutava com as bagagens feitas para uma viagem de um ano de sete adolescentes, o que, falando sério, não é fácil. Dentro do Noitebus não havia cadeiras, mas sim camas com estrados. O ônibus estava vazio, pelo menos em se tratando do primeiro andar.

-Como todas as camas desse andar estão vagas, vocês podem escolher os lugares de sua preferência. Não temos tido muitos viajantes há um tempo... Esses dias são dias conturbados- falou o condutor, ainda lutando com as malas para acomodá-las seguramente.

-Nem me diga- falou Hagrid. Mas Áli não estava nem aí para os dias conturbados. Quer dizer, ela estava, mas não podia se deixar ficar tensa e assustada que nem todo o resto, e não podia deixar as outras ficarem também.

-Aí, pessoal, e se a gente tentá ficá de pé enquanto o ônibus anda, ein? Sem segurar em nada. –sugeriu ela.

-No Nôitibus Andante?- fez Lo incrédula.

-É.

-Isso pode ser meio difícil- falou Hagrid cauteloso- e perigoso.

-Se a gente num sobreviver a uma viagem de ônibus, você acha que a gente conseguiria fazê tudo aquilo que a gente tá querendo?- perguntou Thá, mais uma vez falando vagamente da missão; o inimigo pode ter ouvidos em tudo quanto é lugar.

-Tá, mais a gente vai acabá pregada na parede- argumentou Hana.

-É só fazer o que a gente fez em um brinquedo que tinha numa casa de festas, foi em algum aniversário que a gente foi faz tanto tempo que eu num me lembro nem quando foi e nem de quem foi a festa... –comentou Nadi.

-Ein?- estranhou Hana.

-Lei de Newton- explicou a GM do ar- se um objeto tá parado e de repente tem uma força aplicada nele, ele tem tendência a caí. Se um corpo já tá em movimento e outra força é aplicada nele, ele vai sentir a força, mais num vai caí. É só a gente ficá batendo o pé rápido no chão e se mexer bastante, não?

-Finalmente!- ofegou Alfred, assim que terminou de lutar com a última mala- pode mandar ver, Ernesto!!!- exclamou ele para o motorista, que era um bruxo idoso com óculos de lentes bem grossas. As meninas imediatamente passaram a sapatear no chão, se mexendo o máximo que elas podiam, e todas imaginando se realmente havia uma cabeça encolhida pendurada no espelho retrovisor que iria exclamar “é, manda ver, Ernesto!!!!” como no filme, antes de o velhinho esmagar o acelerador e sair atropelando coisas maniacamente na velocidade da luz.

  Apesar de não haver mesmo nenhuma cabeça encolhida falante mágica pendurada em lugar nenhum do veículo, isso não impediu o velho de arrancar com tudo: Houve um estampido e todas as camas foram jogadas uns bons trinta centímetros para o fundo do ônibus, e a cama de Hagrid quase quebrou com o peso do gigante, as meninas quase caíram de cara ou costas no chão, mas por um milagre todas ficaram de pé enquanto o veículo andava desembestado em ziguezague. O pior era que, além do negócio ser altamente veloz, o Ernesto não sabia dirigir. Ou então sabia, mas não enxergava direito o caminho, porque o ônibus subia em calçadas, ia em direção de postes elétricos e de luz, outros carros, pedestres e até construções inteiras que estavam no caminho, mas obviamente o ônibus era mágico, porque todas as coisas do cenário do lado de fora no instante em que iriam ser atropeladas, saltavam para fora do caminho e depois voltavam para o lugar.

  Era uma brincadeira muito divertida tentar ficar de pé com aquele troço se mexendo feito louco, e Áli para completar o clima fez uma música disco tocar para dar um clima ainda mais festeiro, mas mal a música começou direito e houve mais um estampido, fazendo o ônibus disparar uma última vez, as camas irem mais para trás, Hagrid se segurar com força no estrado de uma cama e das meninas quase caírem de cara no chão de novo, soltando exclamações surpresas e risadas, para sair em uma floresta não muito densa e o ônibus parar com um tranco supremo na frente de um portão de ferro enorme, no meio do nada com dois javalis de pedra guardando-o, e além dele dava para ver a trilha que levava para as propriedades de um castelo medieval de pedra encarapitado no alto de um penhasco.

-Que demais!!!- exclamou Lo, por pouco não enfiando a cara no para brisas ao lado de Ernesto.

-Foi mais rápido do que eu pensei que seria- comentou Áli. A música parara bruscamente com a freada, porque ela tinha que prestar mais atenção em cair em cima de uma cama ao invés de deixar uma música tocando por aí.

-Claro que foi rápido, já estávamos em Londres e só temos nós como passageiros, não tinha como demorar- falou Hagrid se levantando meio atordoado- e a propósito, de onde veio aquela música?

-Eu trouxe um radinho portátil de bolso- mentiu Áli. Não se importava de contar a verdade para o meio gigante, mas e os outros dois estranhos no ônibus? Certamente, Ernesto poderia exterminar um exército inteiro de Comensais da Morte em minutos se simplesmente desfizesse aquele feitiço que faz as coisas desviarem e ligasse o motor.

-Obrigado pela preferência, tenham todos vocês uma boa viagem- falou Alfred, mais uma vez lutando contra as bagagens. Dessa vez, porém, todas estavam louquinhas para descer e ver o castelo mais de perto, portanto o ajudaram e rapidinho estavam do lado de fora.

-Eu tô loca pra largá as malas e deitá em um sofá enorme!- comentou Thá, espreguiçando-se, mas não tirava o olho da grande construção.

-O professor Dumbledore reservou uma torre exclusivamente para vocês- comentou Hagrid- ele falou que precisariam de um lugar reservado e com capacidade para abrigar um bom número de pessoas...

-Ele já deve ta pensando no grupo qui a gente ta pensando em reuni- comentou Hana.

-Torre particular em castelo de arquitetura histórica no Reino Unido- falou Lo sorrindo- chique, ein? Gostei.

-Bem, vamos entrando- fez o gigante tirando um molho de chaves enorme do bolso e o enfiando no cadeado do portão, que se abriu com um leve rangido. Subiram o morro com alguns pinheiros ladeando a trilha que partia do portão, foram adentrando e não demorou muito para encontrarem uma cabana de madeira escura, estilo antigo e um pequeno jardim cheio de abóboras do lado da trilha.

-Minha casa- contou Hagrid dando de ombros- não é lá muito luxuosa, mas é aconchegante.

-É fofa- comentou Hana. E todas tinham que concordar. A porta dela estava virada para uma densa floresta de árvores muito altas e velhas, e não teve como não reconhecer a Floresta Proibida, que tinha esse nome por não ser permitido os alunos de entrarem nela, como medida de segurança contra as criaturas perigosas, mágicas e bizarras que tinham dentro da mata.

      A trilha que passava ao lado da cabana continuava subindo o despenhadeiro onde ficava encarapitado o enorme, imponente e misterioso castelo de estrutura meio gótica, com toda a sua idade deixando-o ainda mais respeitável. Ainda mais na ponta do penhasco na frente do castelo, ficava uma pequena construção de pedra cinza, madeira e vidro, com uma escada que descia o penhasco até um enorme lago de águas meio cor grafite, que eram calmas á ponto de refletir um pouco do céu. O Lago Negro. Já aquela construçãozinha, sem dúvidas o ancoradouro. Obviamente, todas sacaram as câmeras fotográficas e, quando notaram que nenhuma funcionava, Thá estalou os dedos e de repente elas voltaram á vida, para felicidade geral. Como talvez não fosse muito respeitável ir tirando fotos da casa dos outros, elas deram uma maneirada. Mas não foi uma muito grande.

     Para surpresa geral, Hagrid não as levou para a entrada principal, mas subiram o penhasco pela escada do ancoradouro, depois virando á direita e contornando as paredes do castelo até avistar uma planta que crescia meio colada ao muro, mas com uma folhagem tão grossa e abundante, que o próprio Hagrid poderia se esconder com facilidade atrás daquela vegetação.

-Apesar de Dumbledore ser o diretor desta escola, nós teremos este ano convidados que não entenderiam o porque de chamar ou hospedar vocês, e... Caso vocês sejam descobertas, Dumbledore pode ficar bastante encrencado...

-Então era só ter recusado a nossa carta!- exclamou Thá.

-Claro que não, estamos desesperados, e se Dumbledore resolveu aceitar a aliança, ele sabe definitivamente que valia correr o risco- falou Hagrid- mas, por causa disso, os aposentos de vocês tinham que ser escondidos. E não poderia ser na sede da Ordem da Fênix, o grupo de resistência contra Você-Sabe-Quem que Dumbledore criou. É que, quanto mais distante vocês estiverem do corpo central da Ordem, mais difícil será para Voldemort descobrir coisas sobre vocês, ainda mais se o local onde vocês estiverem for escondido. Como o Ministério enviou espiões para Hogwarts e Voldemort tem espiões no Ministério, ele deveria ficar sabendo caso vocês estivessem em Hogwarts, por isso, caso não haja notícia sobre vocês aqui, esse castelo seria o último lugar em que ele procuraria. Por isso, organizamos os seus aposentos de modo que não chamem atenção de ninguém, e pedimos que de preferência, evitem sair pelas demais áreas do castelo. Pelo menos, não antes sem um disfarce.

-Mas e o Harry, o Ron, a Hermione, o Neville, a Luna e a Ginny? –fez Lo, decepcionada- a gente vai querer que eles nos ajudem, e pra isso eles vão tê que entrá na nossa sede. Se alguém ficá seguindo eles, vão achá a entrada, certeza!

-Não se preocupe, Dumbledore sempre pensa em tudo. Ele deu uma capa de invisibilidade á todas que vocês pediram ajuda, e em uma das salas dos seus aposentos tem um armário cheio de capas de invisibilidade de diversos tamanhos. Pedimos que, toda vez que alguém for entrar ou sair saia ou entre com uma capa de invisibilidade, só retirando-a longe da entrada secreta.

-É, isso vai dificultá- admitiu Hana- mas não tem o risco de alguém descobri a porta secreta por acidente?  

-Não, ela está muito bem escondida. Esta planta, por exemplo, foi um dos meios que encontramos como disfarce para a entrada. –fez Hagrid, apontando para o arbusto espesso- Ela é praticamente inofensiva, e muito utilizada em decoração de jardinagem, devido á facilidade de cuidado e manuseio e, entre outras coisas, por afastar quase todos os tipos de insetos e pragas existentes; com certeza, uma planta muito menos suspeita do que o Salgueiro Lutador, por exemplo. Mas o interior dela é tão grande, confuso e espesso que uma pessoa pode se perder dentro dela com facilidade. Olhem- ele afastou uma cortina de folhas e galhos para mostrar os ramos mais próximos do caule, e o que elas viram foi...


Notas Finais


* “butobase” é uma palavra japonesa que pode ser traduzida como quebrar a cara de alguém, chutar um traseiro, acabar, detonar, enfim, nocautear ou agredir fisicamente.

**Uma espécie de ônibus dos bruxos, só que tem camas e poltronas para os viajantes mais cansados ao invés de bancos e anda desembestado quase na velocidade da luz.

Sim, eu dei uma brisada, afinal, tem sim que curtir o cenário, né? XD mas (eu acho) não me lembro de ter feito muito isso, mas é claro que vez ou outra você tem que parar para apreciar o que tem ao seu redor!

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