História Past Memories - Academia Shinra - Parte 1

Na semana seguinte, meu pai me levou até um prédio enorme. Nunca vi aquele lugar...
-Que lugar é esse?-perguntei.
-É um dos prédios do Instituto de Educação Shinra, ou INES.
-Inês? Quem é essa tia?
-... N-não. INES. I-N-E-S. Sem assentuação.
-Eu sei, só to zoando.
-...
-Porque me trouxe aqui?
-Sabe, esses dias eu fui inspencionar seu colégio, não há segurança nenhuma lá, as condições do lugar são simplesmente degradáveis. Esse é o colégio em que estudei. Ensino de primeira!
Eu olhava pros alunos passando um tipo de cartão numa máquina de identificação.
-O que é aquilo?
-São as medidas de segurança. Os alunos só entram com aquilo, caso não o tragam, devem pagar 2500 Ienes pro cara.
-2500 Ienes?!
-Sim. Aí fica muito mais fácil dos alunos não esquecerem dele, certo?
-E-eu acho, mas não é um exagero?
-É tudo segurança. Sabia que a Shinra é a empresa mais rica do mundo? Eles tem também o melhor sistema educacional existente.
-Sério?
-Sim. Desde 1975, quando começaram a investir na educação.
-Vinte e nove anos, é?...-falei incrédulo de que era uma boa ideia eu entrar nessa escola. A minha escola atual pode não ter as melhores condições atuais, mas tem professores bons... No geral...
-Acredite, depois de passar aqui, não vai mais querer ir embora.
-É particular, né?
-Parentes de funcionários da Shinra não precisam pagar. É uma cortesia.
-Hum...
Eu desci do carro junto de meu pai. O acompanhei até lá dentro. Parecia a entrada de um museu elegante e moderno. Era esquisito. Haviam alunos em todo lugar.
-É grande...
-Ah! Você é...
Nós olhamos pro lado e vimos um cara de cabelo preto e olhos azuis, com uma cicatriz na bochecha esquerda, quando ele chegou mais perto de nós, vimos que ele usava um terno simples e carregava um tipo de caderno nos braços.
-Você não é o Sephiroth-sensei?
-Hã?-perguntei confuso.
-Ah! Me lembro, Zack Fair, certo?-meu pai falou cumprimentando-o ao apertar sua mão.
-Exato! Há quanto tempo!
-Não acredito, você!? Como um professor!?
-Sim. Leciono história do sexto ao nono ano.
-Inacreditável. O garotinho que berrava "VOU SER UM SUPER HERÓI!" se tornou um professor daqui! Impressionante.
-Sim. Depois das suas aulas, me inspirei a me tornar professor.
Eu olhava surpreso pra aquele cara, pra inspirar alguém a ser um professor tem que ser bom no que faz. Se bem que meu pai realmente tinha mais face de professor do que de soldado.
-Porque não me falou que já foi professor?
-Você não me perguntou.
-Sensei, esse é?...-ele perguntou olhando surpreso pro meu pai.
-Sim. Zack, esse é meu filho, Hitsugaya Toushirou. Toushirou, esse é um aluno meu da turma de 89, Zack Fair. Ou como Angeal chamava ele, "filhote".
-Ele ainda me chama disso!? Saco, que praga de cara, hein!
-Angeal... Aquele cara que o senhor me falou?
-Sim. Ele também já deu aula nesse lugar, como um professor de filosofia.
-Hum...
-Ei, Toushirou, que idade você tem?
-Hum? Catorze.
-Que legal! Você tem a idade do meu filho mais velho!
-Teve filhos?-perguntou meu pai curioso.
-Sim! Me casei com Aerith e tive dois filhos. Vanitas de catorze anos e Sora de treze. Se bem que Sora já vai ter catorze semana que vem e Vanitas vai ir pros quinze mês que vem...
-Mesmo? Parabéns.
-Mas, o senhor amarrado?!
-Não me entenda mal, mas prefiro ficar o mais longe possível daquela mulher.
-Por quê?
-Na verdade... B-bem, eu explico mais tarde, agora eu preciso mostrar o lugar pra ele, e você tem aula certo?
-Tá tranquilo, meu próximo período só começa às nove e meia!
-Já é nove e trinta e oito.
-... FUI!!!-e ele saiu correndo.
Q-que cara estranho.
-Bem, vamos?
-Tá...
Eu fui acompanhando meu pai pelo colégio... Em cada sala só tinham quadros brancos, os alunos olhavam prestando muita atenção no professor...
-I-isso é raro...-falei.
-Sim, afinal todos são esforçados.
-Como sabe?
-Os alunos devem prestar um exame escrito para serem aceitos nessa escola. Somente os que tem as melhores notas podem passar. Caso não passem, não teram outra chance até o próximo teste.
-Ou seja, que azar! Não vou poder entrar! Creio eu que seja um exame anual, certo?
-Há dois exames por ano. O segundo exame está se aproximando, fique atento.
-Tá falando sério?!
-Sim. Você vai estudar aqui.
-Porque diz isso com tanta confiança sendo que nem prestei o exame ainda!?
-Porque você é meu filho. Te conheço tão bem quanto qualquer um.
-...-eu o olhava meio surpreso. Não tem nem cinco anos que nos conhecemos...
-Ora, Sephiroth-dono. -falou o homem que dava aula de ciências, eu presumo.
-Eek! D-doutor Hojo...-ele falou parecendo ter um tremendo desgosto em vê-lo.
Esse doutor era um cara alto e magro, quase que anêmico, com uma testa enorme, ele tinha cabelos negros e olhos da mesma cor. Ele era pálido e tinha um sorriso assustador.
-Há quanto tempo, sangue AB+...
-Pode por favor parar de me chamar assim? Já passaram vinte e cinco anos!
-Mesmo assim, continua o mesmo, fazendo mal uso de si próprio. Deveria se tornar uma nova arma biológica.
-Não, muito obrigado. -meu pai falou cada vez com mais desgosto, depois dessa eu me meti.
-Ei, é impressão minha ou está mandando meu pai virar um zumbi feito você!?
-"Pai"?-ele perguntou me olhando de forma estranha.
-O-ok, vamos.
-Calado.
-Ei, olhe os modos com seu...
-Mandei calar a boca!
-Háháhá! Pai! Você?! Uma arma biológica perfeita se tornou PAI!? Háháhá! Não me faça rir.
-Mas é verdade! Só faz três anos que nos conhecemos, mas...
-O-ok, se acalme, vamos...-meu pai falou.
-Sephiroth. -ele chamou meu pai.
-Hum?-ele olhou com armagura pra ele.
-Não me diga que aquela mulher que lhe abrigou ficou grávida de você.
-Sim... No meio da noite ela tinha entrado no meu quarto e...
-Não tenho interesse em saber.
-Então porque perguntou?
-Confirmar.
Ele voltou pra sala então. Que sujeito irritante!
-Fala sério, quem diabos é aquele cara?!
-Não imaginei que ele ainda estivesse dando aula aqui depois de tanto tempo...
-Hum?
-Desculpe, Toushirou. Aquele é Hojo. Ele faz parte do Departamento de Ciências da Shinra. Não pensei que depois de vinte e cinco anos, ele ainda lecionasse aqui. Agora... Com ele aqui, não sei se iria ser bom te deixar aqui.
-Hã? Como assim? Ao meu visto ele é uma péssima pessoa, mas parece ser um bom professor...-falei olhando pra ele dando aula.
-Não se engane. Ele é uma praga de cara. Foi só ele ver que eu tinha sangue AB+ e anticorpos fortes que ele já começou a puxar no meu pé falando que eu era o melhor da turma e me envergonhava. Passei uns dois anos aqui, o primeiro foi somente por ele ter me posto tanto contra a parede que eu ficava em pânico e levava zero. A matéria dele me rodou. No ano seguinte, eu me puxei e estudei. Esfreguei minha aprovação na cara dele. 
-Hum... Quantos anos tinha quando veio pra cá.
-Dezesseis, porque?
-... Hum... Fazendo as contas... Você nasceu em...-eu o olhei surpreso. -Não...
-Sim. 1963.
-Caramba, meu pai é um quarentão com cara de vinte!
-Obrigada!
-Não é um elogio!!
-Bem, vamos!
-Ah! Ei, espere!!
Depois disso continuei seguindo, meu pai passou pela sala de geografia, aonde ele viu um cara de cabelo castanho escuro de olhos azuis com cicatrizes no rosto tendo problemas em controlar a turma alvoroçada.
-E-ei...-ele nota meu pai e vai desesperado até ele. -Sephiroth-dono!
-Diretor Eraqus. Toushirou, esse é o diretor dessa escola.
-Seu filho, eu imagino.
-Sim. -meu pai falando olhando pra mim com orgulho enquanto bagunçava meu cabelo. -Mas, o que aconteceu nessa turma?
-Eles estão sem professor de Geografia... E eu só lecionei matemática, por isso dei essa matéria...-ele falou desesperado. -Por favor, poderia segura-los só por hoje?
-... Acho que só um pouco...-meu pai falou.
-Obrigada! Seu filho pode assistir a aula.
-Não obrigado. -falei.
-Vamos, vai ser divertido!-meu pai falou me empurrando.
Logo que entramos, a turma olhou pra nós. Me deu uma sensação desconfortável pra caramba.
-Muito bom dia, me chamo Sephiroth. O diretor acabara de me convidar para dar a aula a vocês... Estava no meio de um passeio com meu filho, mas ok...
A turma deu um riso leve. Eu me senti sem jeito na frente de tanta gente e pra piorar, eu vi um grupinho de garotas cochichando algo enquanto olhava direto pra mim.
-Bem, pode se sentar filho!
-Não, eu vou pro carro. -eu me viro pra ir, mas ele segura meu ombro.
-Deixa de frescura, se senta!
-Não quero. -falei me soltando dele.
-Ok, se não vai por bem... Vai por mal.
Ele deu uma rasteira nos meus pés me derrubando, pegou um dos meus pés e me arrastou, ele me colocou sentado do lado de um guri de cabelo espetado e preto de olhos dourados.
-Agora presta atenção no que é ensino de verdade!
-Convencido. -falei irritado.
-Bem...-ele desce e vai pra mesa do professor, ele olhou pro grupinho de moças conversando. -Ei! Falem o quanto quiserem o quanto eu ou meu filho somos lindos, mas outra hora. Nós temos que ver a matéria!
A turma começou a rir, eu dei um belo impacto com minha cabeça na mesa morrendo de vergonha. Que velho imbecil!
-Que ódio!!...-resmunguei pra mim.
-Hehe, típico pai bom humorado que exagera?-ouvi o cara do meu lado falando.
-Sim. E pra compensar, ele tem estado fissurado em me tratar feito criança.
-Sei como é isso. Meu pai é professor daqui, ele sempre pega no meu pé pra ser o melhor da turma, bem, eu e meu irmão na verdade, mas meu irmão é burro demais. Não aguenta a barra. -ele falou dando um riso sarcástico. -Se bem que prefiro passar mais tempo dormindo à aprender sobre Greenwitch e essas porcarias.
-É uma porcaria, né? Eu também aproveitava e começava a viajar na maionese no meio da aula. Já imaginei o Jason invadindo a sala, cortando a cabeça do professor e jogando no ventilador de teto.
-Hehe. Legal. Já viu o filme do Jason?
-Sim. Foi o primeiro filme que vi com cenas de sexo.
-Ah, o primeiro filme não recomendado para menores de dezoito a gente nunca esquece!
-Verdade. Mas, você fala como se já tivesse visto uns quantos... De onde vem essa superioridade toda?
-Humpf! Não me subestime. Eu sempre entro no cinema escondido pra ver filmes XXX!-ele falou orgulhoso de si.
-Que orgulho por entrar escondido pra ver pornô.
-Não diga "pornô"! Parece que eu sou um pervertido!
-E não é?
-Sou, mas não preciso ouvir de um garoto. Prefiro ouvir depois de passar a mão numa menina e levar um belo de um tapa dela!
Eu me vi forçado a segurar o riso, tal como ele. Nunca conheci ninguém que fosse tão sem vergonha na cara como esse cara.
-Vanitas Fair!-ele falou me estendendo a mão.
-Hitsugaya Toushirou. -falei apertando a mão dele.
-Então, filho do famosíssimo Sephiroth, hein?
-Hum? "Famosíssimo"?-perguntei meio confuso. -Ele é famoso?
-Sim. Principalmente em Gongaga e Nibelheim!
-Você é de Lifestream?
-Exatamente. Venho de Gongaga.
-Então é um Gongaga... Nês?-falei arqueando uma de minhas sombrancelhas.
-Acho que se fala assim. Tenho também uma origem de Modeoheim por parte de mãe.
-Legal... As pessoas tem me falado tanto desse continente que chego a ter vontade de ir visita-lo...
-É bem legal. Mas sinceramente, não tem nada demais. Eu, meu pai, minha mãe e meu irmão felizmente saímos de Gongaga antes da explosão do Reator Mako que tinha por lá. Modeoheim ficou fora de questão de tão gelado que é, aí fomos morar na casa da minha vó em Midgar, no Setor 5. Então, viemos pra cá depois de uns cinco anos. Tenho me mudado desde os quatro.
-Hum... Ou seja, já tem cinco anos que mora aqui?
-Exato. É bom de contas, hein!
-Catorze menos cinco? Pelo amor, né?
-Como sabe que tenho catorze?
-Seu pai é Zack Fair, certo? Eu e meu pai encontramos com ele no corredor, aparentemente, seu pai foi aluno do meu pai nos anos oitenta.
-Hum...-ele olha pro cantinho que continua dando risinhos para mim e meu pai. -Mas vocês dois são populares, hein. O trio de bobonas já estão babando.
-Do que será que elas falam tanto?
-Já forcei meu amigo a se vestir de menina. Elas falam assim dos caras que elas acham bonitos. Parabéns, hein.
-Chega a dar um pouco de vergonha.
-Quer se apresentar a elas depois?
-Nem conheço elas!
-Te apresento. A loira é a Naminé. A ruiva é a Kairi. E a de cabelo preto é a Xion. Simples.
-Não faça parecer simples assim!
-Já vi tudo, envergonhado, hein?
-Claro que sim, ao contrário de certas pessoas que deliberadamente se declaram tarados, eu tenho algo na cara chamado vergonha.
-Que feio! Tsc, tsc, tsc.
-Olha quem fala!
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-Háháhá!-ri junto de Vanitas.
Aquele cara era realmente divertido, passei o resto da aula interrompendo meu pai que tentava continuar a matéria da sala. No fim da aula...
-Olha Toushirou, vou ter que dar aula nas outras turmas...
-Não tem problema! Já tinha combinado de ir almoçar junto do Vanitas de toda forma...
-...-ele me olhou meio impressionado por um segundo, mas logo abriu um sorriso leve. -Que bom! Bem, então até depois!
-Tá!
Assim que ele saiu.
-Gente fina seu pai, hein.
-Sim...