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História Path Of No Return - Im So Scared


Escrita por: AngelDallas

Notas do Autor


GENTE, EU SINTO MUITO, MUITO, MUITÍSSIMO POR ESSE IMENSA DEMORA! Please, leitoras fiéis, me perdoem, de verdade </3
Well, eu consegui entrar pra Staff do PD (Perfect Design, um site/blog de design pra quem não conhece) há 4 meses (por algum milagre) e desde então eu tenho feito MUITA coisa. Eu entrei pra moderação do blog no começo desse mês e foi ai que meu trabalho aumentou. Quando eu terminava de fazer os meus pedidos e estava com tempo, eu tinha que sair e não dava tempo de escrever. Eu estou fazendo uma porrada de coisas ao mesmo tempo mas eu juro que eu vou tentar postar mais.
Enfim, aqui está mais um capítulo beeem melancólico pra vocês. Espero que gostem ^^'
Boa leitura!

Capítulo 12 - Im So Scared


Fanfic / Fanfiction Path Of No Return - Im So Scared

"A esperança é um alimento da nossa alma, ao qual se mistura sempre o veneno do medo."
— Voltaire

 

Faz exatamente dois dias que recebi a notícia de que minha mãe foi sequestrada e eu estou trancafiada em meu quarto nesses últimos dois dias. Dois dias se passaram e eu não recebi uma ligação sequer do sequestrador dela. Há várias ligações perdidas de Matt, Justin, Cameron, Andrew e até mesmo de Kath, mas o fato é que, eu não estou nem um pouco afim de sair do conforto que é o meu quarto para encarar todas as perguntar que vão me fazer. E o que mais irrita, é que eles sabem exatamente a minha resposta.

Eu estou acabada.

Sento-me na cama e passo a mão por meus cabelos emaranhados, fungando em seguida. Pego meu notebook e abro-o, checando o meu e-mail e entre todos aqueles, apenas um me chama a atenção. É anônimo. Começo a ler e me surpreendo.

“Angel,

Venho aqui lhe comunicar de que sua mãe está bem, como prometido. Eu ainda não vou lhe falar o que tem que fazer por mim, mas eu lhe direi em breve.

Bem, eu só quero lhe dar um aviso: não tente contatar a polícia! Eu grampeei todos os seus meios de contato e estou observando tudo o que você faz. Inclusive, estou te observando nesse momento e meu Deus! Você está ainda mais gostosa desde a última vez em que te vi! Oh, céus!

Mas voltando ao nosso assunto inicial: se você pelo menos pensar em ir até a polícia, pode ir tirando essa ideia da sua cabeça.

Para mostrar o quanto eu estou disposto em ‘te ajudar’, aqui está um presentinho para você, apenas para que você possa matar a saudade da sua coroa.

Beijinhos, vadia.”

Clico no anexo no fim da página e de início, a tela fica completamente preta, mas depois de alguns segundos, uma voz grossa soa e logo o rosto machucado de minha mãe aparece. A cena é horrível e meu coração fica ainda menor quando vejo-a presa pelos pulsos e tornozelos, erguida ao ar e apenas de sutiã e calcinha. Seu corpo está cheio de hematomas e há um corte um pouco abaixo do seu umbigo.

— Oh, doçura! Você está se divertindo? Por que eu estou, e muito — ele começa a rir e é acompanhado por mais algumas risadas ao fundo. Não consigo reconhecer sua voz.

— Por favor, por favor, não me machuque mais — sua voz sai trêmula e entrecortada, fazendo meu coração acelerar ainda mais em meu peito e minha garganta se fechar. Lágrimas escorrem pelas bochechas de minha mãe.

— Assim você me ofende, doçura! Eu nunca vou te machucar — ele diz e continua rindo, agora com sarcasmo.

E então, o vídeo acaba e a tela fica escura novamente.

Eu já não consigo mais controlar as lágrimas que escorrem por meu rosto. Eu nunca pensei em ver minha mãe naquele estado, presa como um animal.

Fecho o notebook com força e jogo-o em cima da cama de qualquer jeito.

Pego as chaves do carro com uma raiva enorme e saio de casa. Entro no carro e dirijo sem rumo algum.

Dirigi com pressa sem me importar com nada, com certeza ultrapassando muito mais que seis sinais fechados. Mas sinceramente? Isso não me importa.

Eu estou tão sem noção de onde é que estou indo que acabei parando no portão de Cameron. Sua casa estava totalmente parada, nenhum movimento, apenas os seus seguranças –vulgo armários–, que também estavam inertes, mal mexiam os pés ou até mesmo piscavam.

Mas acho que eu fiquei parada ali na frente tempo o suficiente para começarem a suspeitar de um tal carro preto com todos os vidros fechados, ou seja, o meu carro.

Um dos seguranças fez um pequeno sinal com a cabeça e o que estava ao seu lado pegou um pequeno walkie-talkie em sua cintura, provavelmente comunicando algum outro segurança de dentro da casa ou até mesmo o próprio Cameron.

Espera, o que diabos eu estou fazendo aqui mesmo?!

Quando eu estava pronta pra girar a chave na ignição, batidas altas e fortes socaram o vidro ao meu lado, fazendo-me dar um pulo no banco e meu coração palpitar acelerado. Sem pressa, apertei o botão e deixei o vidro descer lentamente, dando de cara com um Cameron da cara amarrada com os braços agora apoiados na porta do carro.

— Angel? O que faz aqui? — ele parecia tão surpreso quanto eu.

— Eu... eu... eu não sei. Eu só queria sair de casa e acabei vindo pra cá — dei de ombros, tentando disfarçar o meu rosto inchado e a voz de quem chorou há poucos minutos atrás.

— Por que você não entrou? — bem, será que é porque eu descobri recentemente que o meu ex-namorado é um traficante, ladrão de banco e trapaceiro?

Me calei, tentando formular uma resposta convincente até pra mim mesma, mas fica bem difícil quando aquele par de olhos castanhos que eu tanto amo me olham atentos, observando todo e qualquer movimento meu.

— Eu também não sei — disse sincera.

— Você quer entrar? — perguntou e em seguida apontou para sua casa. Assenti.

Cameron abriu a porta do meu carro e estendeu a mão pra mim, que agarrei e segurei firme a mesma. Ele tirou a chave da ignição e bateu a porta, ativando o alarme logo em seguida.

Cam está, literalmente, me arrastando pra dentro. Cameron olha de cara fechada para os seus seguranças quando percebem que estão me olhando. Se eu não estivesse em uma semana tão ruim ou estivesse com um pouco do meu senso de humor, eu riria, mas eu apenas desvio o olhar e continuo a ser arrastada por Cam.

Quando eu entro pela porta da sala, vejo-a um completo caos. Toalhas, latas de cerveja e refrigerante, camisas e mais uma porrada de coisas em pilhas espalhadas por toda a casa, basicamente.

— Um furacão passou por aqui, foi? — ri de leve.

— É, vamos dizer que sim — Cam coça a nuca, envergonhado.

 

 

— Caramba! Onde é que você estava, Blake?! — Katherine berrou assim que coloquei o pé dentro de casa.

— Acalme-se, Stewart! Eu estava com o Cameron — disse indiferente e subi rapidamente as escadas.

— Angel — Kath me chama e eu finjo não escutar. — Angel — ela chama um pouco mais alto e faço a mesma coisa. — Angel, para! — ela grita. — Você tá agindo feito uma criancinha mimada, sabia? Está agindo assim desde que a tia Jade sumiu, mas você tem que parar com isso, Angelina!

— Eu estou sofrendo, Katherine! É a minha mãe, você sabia disso?! — digo no mesmo tom.

— Eu sei, eu não sou burra, Angel. Mas você tem que entender que eu também estou sofrendo! Todos estamos sofrendo com o sequestro da tia Jade, Angel! Para de pensar só em si mesma e começa a pensar nos outros também! Assim como você tem sentimentos, eu também tenho, eu também estou sentindo essa dor mas nem por isso eu tô agindo feito uma menina mimada que quer tudo na hora que bem entende! Você sai e nem sequer fala pra onde tá indo e nem se preocupa com o que eu penso — Kath suspira e se aproxima de mim, limpando as lágrimas que escorriam pela minha bochecha. — Droga, Angel! Eu sou sua melhor amiga e me preocupo com você! E não é nem um pouquinho legal te ver desse jeito.

Suspiro, engolindo o nó que estava preso em minha garganta.

— Sei que tem mais alguma coisa rolando com você e que por algum motivo você não quer me contar. Sei que você está abalada pelas coisas que soube sobre o Cameron. Sei que você tá bebendo e eu sei que você está usando aqueles seus remédios outra vez.

— Quem...

— Matt me contou — ela disse antes mesmo deu terminar a frase.

— Um vídeo — digo e Kath me olha sem entender. — Eu recebi um e-mail de um anônimo e eles, seja lá quem for, estão torturando a minha mãe. Ele disse que grampeou todas as minhas coisas e agora tem o controle do meu computador. Disse que está observando tudo o que e disse pra não tentar contatar a polícia.

— Um vídeo? Quando foi isso? — ela pergunta com certo tom de preocupação em sua voz.

— Hoje... hoje de manhã — fungo e limpo as lágrimas em minhas bochechas.

— Eu sinto muito, Angel, sinto mesmo, mas você tem que parar de ficar sozinha. Você não vai se ajudar e ajudar a tia Jade desse jeito — Kath agarra os meus ombros e olha em meus olhos. — Eu tô aqui para o que você quiser e precisar, okay? — concordei com a cabeça e Kath logo me abraçou.

 

 

Eu finalmente decidi que estava com fome quando escutei a minha barriga roncar alto, então pedi uma pizza pra dividir com a Kath, mas ela foi para o hospital visitar Kyle antes mesmo da pizza chegar, então o jeito foi comer sozinha.

Quando terminei de comer, guardei o resto na geladeira e subi pro meu quarto outra vez. Tomei um bom e longo banho, escovei os meus dentes e me enfiei debaixo do cobertor.

Eu já estava cochilando quando fui acordada por um barulho do lado de fora de casa. Era um barulho estranho, como se alguém estivesse escalando a casa e eu começo a me apavorar quando escuto o barulho chegando perto da minha varanda.

Em um ato de total infantilidade, desespero e medo, eu levantei o cobertor até a minha cabeça, cobrindo o meu corpo completamente, deixando apenas uma pequena brecha para que eu pudesse ver o que estava ali e também respirar.

A cada segundo o barulho aumentava gradativamente o volume e eu sinto que estava chegando ainda mais perto do meu quarto, o meu coração bate rápido dentro da minha caixa torácica e jurei que estava ouvindo os batimentos do mesmo soarem altos.

De repente, vejo uma silhueta grande e consideravelmente forte pular a grade da minha varanda e eu me encolho mais debaixo do cobertor. E então eu lembro que não tranquei a porta da varanda. Talvez seja impossível, mas meu coração acelerou-se ainda mais dentro do meu peito.

Quando a porta se abre, tudo pareceu acontecer em câmera lenta diante dos meus olhos. A silhueta se aproxima e eu me desespero ainda mais – se é que isso ainda é possível.

Talvez eu morra hoje.

Eu já não consigo mais controlar a minha respiração, completamente ofegante.

E então, a silhueta se aproximou e sussurrou baixinho no pé do meu ouvido:

— Angel? Você tá acordada? — desgraçado!

— Caralho! Seu desgraçado, filha de uma puta! — berrei ainda aterrorizada. Dei um pulo da cama e corri para acender a luz. — Eu vou ficar traumatizada pelo resto da minha vida, Justin! Por que diabos você fez isso?! O que estava pensando?! Por um acaso você tem merda na cabeça, menino?! O que... o que você estava pensando, hã? Talvez um “ah! Espera um pouco, eu vou invadir a casa de uma pessoa em plena madrugada por que isso é legal e eu gosto de aterrorizar as pessoas, e essa pessoa será Angel Phillips Blake, a garota que tem medo até de baratas.” — falei tudo de uma vez e ao menos respirei, só então percebendo que Justin me olhava com os olhos arregalados e com uma cara de total espanto e que eu chorava de nervosismo. Mas ele estava segurando o riso e isso me irritou ainda mais. — Seu idiota! Imbecil! Retardado! Eu te odeio, Justin! Eu te odeio!

Eu estava tão assustada que mal percebi quando Justin se moveu para me pegar em seus braços. Seus músculos fortes envolveram a minha cintura de forma ágil e aconchegante, com meu rosto perfeitamente encaixado à curvatura de seu pescoço que tem um cheiro maravilhosamente irresistível.

 — Angel, fica calma! Não era a minha intenção te deixar assustada. Me desculpe — ele disse rouco e sereno, mas ainda segurava o riso.

A essa hora, provavelmente todo o condomínio acordara com a minha gritaria. O vizinho da casa da frente acendeu a luz da varanda e espremeu os olhos olhando para o meu quarto na tentativa de poder ver alguma coisa. Eu quero rir, mas ainda estou zangada e meio apavorada.

— O que diabos você tá fazendo aqui a essa hora, Justin? — pergunto, a voz rouca e abafada contra o peito de Justin.

O senti suspirar e o calor de sua boca alcançar o topo de minha cabeça, segundos antes de me soltar e olhar atentamente, talvez procurando uma resposta admissível até para si mesmo.

— Eu fiquei sabendo da Jade — ele disse em meio a um breve suspiro. — Como você está?

— Eu tô tentando segurar a barra ao máximo, Justin, mas isso tá tão difícil — funguei, sentindo o canto dos meus olhos começarem a arder.

— Eu queria tanto poder ajudar — ele disse, sua voz em um tom baixo.

Lembro-me do bilhete no mesmo instante e logo me dirijo a pequena e velha escrivaninha de pintura desgastada. Abri a pequenina gaveta lateral e tirei de lá um os dois bilhetes.

Caminhei em sua direção enquanto ele me olhava atentamente.

Pego sua mão de jeito delicado, segurando-a por alguns instantes enquanto Justin olhava profundamente em meus olhos. Desviei rapidamente o meu olhar de seu rosto e foquei em sua mão desajeitadamente extensa e desproporcional. Coloquei os dois papeis em sua mão. Justin me olhou confuso, mas logo abriu os dois pequenos bilhetes e começou a ler.

Ele umedeceu os lábios e suspirou, deixou os bilhetes em cima da cama e colocou as mãos nos bolsos da calça, caminhando em direção a porta aberta da varanda.

— Justin... você tem alguma coisa a ver com isso? — pergunto em um fio de voz, quase inaudível.

Justin ergueu a cabeça e olhou a Lua no meio do céu.

— Por que você não responde? Tem culpa no cartório? — deixo a raiva transparecer em minha voz.

— Você não iria entender, Angel — sussurrou.

— Tenta explicar, por favor! Por que todos insistem em me tratar como uma criancinha?! Ai meu Deus! — esbravejo zangada, rangendo os dentes.

— Por que é complicado! Você não entenderia e ponto final!

— Tenta, caramba! — berro irritada. — Eu não sou uma criança, será que você percebeu?! — ele não demonstra nenhuma reação, ao menos se mexe. — Você tem alguma coisa a ver com o sequestro de minha mãe, Justin? Por que se você tem...

— Eu não tenho nada a ver com o sequestro, Angel! — ele me interrompeu em um berro alto e estridente, fazendo-me dar um pulinho de susto. — Entenda, eu não posso te contar. Pelo menos, não agora! Você estaria correndo um risco enorme, e eu não quero te ver machucada por minha causa, Angel! Por favor, tente entender — ele baixou o seu tom de voz.

— Machucada? Você já tá me machucando, mentindo pra mim! — digo baixinho, mas ele consegue ouvir pelo silêncio que a madrugada nos oferecia.

— Não é nesse sentido que eu estou falando, Angel. Você vai, literalmente, se machucar! Fisicamente, não emocionalmente — ele passou a língua entre os lábios e virou a cabeça para o lado e me olhou pelo canto de seus olhos. — Eu prefiro ver você machucada emocionalmente do que te ver machucada fisicamente — Justin suspirou e voltou a olhar para fora.

Um silêncio ensurdecedor instalou-se no quarto por, pelo menos, dez minutos.

— Eu tenho que ir — Justin disse e andou em direção a varanda.

— Por que você não sai pela porta?

— Não precisa, eu posso sair por aqui mesmo — suspiro derrotada. Discutir com ele a essa hora seria perda de tempo.

Ando até a varanda e o observo descer a lateral da minha casa com uma enorme facilidade, como se aquilo fosse uma de suas especialidades. Volto para dentro do quarto assim que Justin dobra a esquina em uma curva rápida. Tranco a porta da varanda e volto para cama, pegando no sono rapidamente.

 

 

Uma sirene alta e extremamente estridente invadirá os meus tímpanos e me acorda assustada. No corredor, eu posso ver uma luz avermelhada piscando no andar de baixo. O alarme de segurança havia sido disparado, ou seja, alguém entrou em casa.

Katherine entrou correndo em meu quarto, apavorada e se jogou ao meu lado na cama.

— Kath, a gente tem que ir ver o que é! — digo, talvez eu esteja um pouco mais apavorada que ela, por ter sofrido uma ameaça recente.

— O quê?! Nem a pau que eu ver quem invadiu a nossa casa, Angel! Tá ficando louca? Por que você acha que eu vim correndo pra cá? Eu tô morrendo de medo, queridinha!

— Qual é! — me levantei, pegando um taco de beisebol debaixo da cama. — Se você não for, eu vou, porque esse barulho tá me irritando pra caralho! — digo nervosa e vou em direção as escadas, descendo-as cautelosamente.

Quando eu já tenho uma visão de quase toda a sala, vejo a porta da mesma aberta até atrás, porém eu não vejo ninguém, então eu checo a cozinha e os outros dois cômodos de baixo.

Quando eu me virei para ir fechar a porta da sala e desativar o alarme, fiquei completamente paralisada com a figura parada na entrada da cozinha, vestida de preto e com uma máscara. Dei dois passos para trás e acabei esbarrando na mesa. A figura deu dois passos para frente. Os meus olhos estão arregalados, eu posso sentir.

Tentei observar ao redor. Tinha uma brecha entre o corpo da silhueta e a parede, provavelmente eu passo ali.

— Quem é você? — perguntei, na expectativa de que fosse Justin outra vez, mas a pessoa nada respondeu, apenas ergueu os ombros, como se estivesse dizendo que não sabe. — Por favor, não me machuque — peço. Eu estou sendo uma completa tola, tô fazendo tudo como nos filmes, e pelo menos lá, isso não acaba nada bem.

Eu senti minha respiração falhar e meu coração parar por milésimos de segundos quando ele ignorou as minhas palavras e começou a se aproximar.

Foi ai que eu corri. Comecei a correr na tentativa de passar por aquela pessoa, mas eu estava em desvantagem. Ele havia mudado a mobília de lugar e eu estava perdida em minha própria casa. Apenas a luz da Lua que ainda permanecia ali, iluminava a sala mas não era o suficiente.

Meu desespero cresceu quando ouvi passos pesados correndo atrás de mim. Era um homem, disso eu tenho certeza.

Ele pulou e caiu perto do meu pé, agarrando o mesmo e me fazendo cair, literalmente, de cara no chão. Ele se levantou e logo depois se ajoelhou, colocando cada perna do lado da minha cintura, segurou os meus braços acima da minha cabeça e me virou a força. Eu comecei a me debater e gritar de desespero.

— Katherine! Katherine, me ajuda! — berrei.

— Angel! O que tá acontecendo? — ouço sua voz cada vez mais perto.

— Katherine! — grito e no mesmo instante, o cara em cima de mim pegou meus cabelos com uma das mãos e bateu com a minha cabeça no chão, deixando-me tonta.

A partir dali todo pareceu ficar em câmera lenta: Katherine correndo em direção a cozinha, meu agressor batendo minha cabeça no chão repetidas vezes e então o barulho do que parecia ser uma arma sendo engatilhada.

— Ei! — alguém berrou e eu não consegui ver quem era ou pelo menos reconhecer a voz, eu estava tonta demais pra isso.

O cara soltou o meu cabelo e minhas mãos, saindo de cima de mim em seguida. Direcionei meu olhar pra porta, mas eu já não estava vendo mais nada. Tudo não passava de um belo de um borrão diante meus olhos, até eu apagar de vez. Mas ainda lembro de alguém correndo em minha direção.

 

 

Pisquei os meus olhos diversas vezes e os abri, me deparando com a claridade de uma sala completamente branca, o que deduzi ser um quarto de hospital e confirmei assim que olhei em volta.

Uma pequena tevê apoiada em um ferro alto ao lado da minha cama fazia um barulho irritante a cada batida que meu coração dava. Duas agulhas em meus dois braços cediam soro para mim.

Justin dormia junto com Kath em um pequeno sofá marrom de dois lugares no canto do quarto. Vozes altas e passos largos podiam ser ouvidos no corredor.

Sinto minha garganta queimar clamando por um copo cheio de água gelada e minha barriga roncar querendo por um prato cheio de comida.

Há quanto tempo eu estou aqui?

Pelo canto do olho, vi Justin se mexer no sofá e olhei pra ele. Ele se assustou quando me viu acordada mas logo veio em minha direção, cambaleando.

— Angel, hey! — ele sussurra surpreso. — Hey, amor — ele disse acariciando o meu rosto com seu polegar.

Okay, eu vou ignorar o jeito como ele me chamou.

— Você não sabe o quanto eu tô feliz por te ver acordada — ele fala baixo.

— Há quanto tempo eu estou aqui, Justin? — pergunto rouca.

— Acho... acho que uns três dias — ele limpa a garganta. — Você quer água?

— E alguma coisa boa pra comer, por favor — peço com os olhos brilhando.

— Tudo bem — ele ri de leve. — Já volto, babe — ele sorri de lado e deposita um beijo em minha testa.

Justin caminha em direção a porta e logo some. Ele não demora muito pra voltar, em menos de vinte minutos ele já estava de volta.

 — O que trouxe? — pergunto já com água na boca.

— Não se anime muito, são coisas daquela lojinha do lado de fora do hospital — ele ri pelo nariz. — Mas parece estar bem apetitoso, então aproveite — ele disse me entregando uma bandeja com dois salgados, um copo de refrigerante e um maior de água.

Peguei um dos salgados e dei uma grande mordida, faminta. E o pior é que isso está mesmo bem apetitoso.

— Isso é uma delícia! — falo, dando outra mordida. — Você quer? — pergunto.

— Não, não. Fique à vontade — ele diz e ri outra vez.

Depois que eu acabei de comer tudo, Justin jogou as coisas fora e ficamos conversando bobagens até Kath acordar. Disse pra ela ir embora para tomar um banho e comer algo. Queria que Justin fizesse o mesmo, mas ele insistiu em ficar e eu acabei cedendo.

— Deixe o rapaz ficar — o médico disse entrando no quarto, sorridente.

— Ela já deixou, doutor. A senhorita Blake não resiste a minha beleza — o doutor e eu rimos de como Justin estava falando.

— Tudo bem, vamos ao que interessa — ele diz e rabisca algumas coisas em sua prancheta, passando a folha e olha para mim. — Pelo que a sua amiga me falou, você levou várias pancadas na cabeça, não é mesmo? — concordo. — Tem sorte de não ter sofrido nada grava, senhorita Blake. Pois bem, você já pode ir pra casa, já passou tempo suficiente no hospital — ele ri de leve.

— Obrigada, doutor — agradeço.

— Disponha, senhorita. E você — ele aponta para Justin — cuide bem da moça, ela merece — ele dá uma piscadela para Justin.

— Do que ele tá falando? — estreito os meus olhos olhando para Justin assim que o doutor saí do quarto. Justin dá de ombros.

— Não sei — ele ri. — Pronta para ir embora?

— Mais do que pronta.

Levanto depressa e vou em direção ao banheiro. Havia uma bolsa com roupas minhas dentro, então eu as vesti e arrumei o meu cabelo.

— Ah, e, nós vamos pra minha casa — ele pisca.

— O que? Mas eu...

— Eu não estou te pedindo, só tô te avisando — ele sorri diabólico e me puxa pela mão delicadamente.

 

 

— Eu só vou pegar algumas roupas e já volto. Pode ficar aqui ou entrar, você que escolhe — digo já saindo do carro de Justin e indo em direção a porta.

Toquei a campainha algumas vezes e logo Kath apareceu de toalha.

— Você não fugiu não, né? — ela grita pra mim enquanto subo as escadas rapidamente.

— Não! O doutor me deu alta! — grito de volta enquanto abro a porta do closet e pego uma bolsa, enfiando tudo o que eu precisava dentro da mesma.

— E eu posso saber pra onde está indo? — ela se escorou na porta do meu quarto, me encarando e esperando por uma resposta.

— Justin me pediu pra ir pra casa dele — dei de ombros e peguei o notebook em cima da cama, colocando-o em sua capa e depois coloquei dentro da bolsa junto com o resto das coisas. Peguei meu celular e as chaves do meu carro, jogando-as para Kath. — O carro é seu esse fim de semana, aproveite — dei uma piscadela e desci as escadas enquanto ela comemorava e resmungava algo que eu não consegui entender.

Sai de casa batendo a porta e caminhei depressa até o carro de Justin. Ficamos conversando durante o caminho pra sua casa. É tão incrível a forma como eu me divirto e me sinto bem com ele, chega a ser inacreditavelmente estranho.

Quando chegamos, Justin foi tomar banho enquanto eu fiquei mexendo em meu notebook. Ele não demorou muito pra sair, então logo depois dele, foi a minha vez de tomar banho enquanto ele ficou mexendo no meu notebook.

— Angel? — Justin me chamou assim que eu desliguei o chuveiro.

— Eu já tô saindo — respondi e vesti a minha roupa. Sequei mais ou menos o meu cabelo com a toalha e penteei o mesmo, saindo do banheiro em seguida.

— Angel, o que é isso? — ele perguntou olhando para a tela do meu notebook.

— Isso, o que? — sentei no pé da cama, observando-o.

— Isso — ele disse sério, virando o computador para que eu pudesse ver.

Foi então que eu ouvi a voz do cara vídeo. O vídeo em que minha mãe aparecia. E lá estava eu vendo aquele maldito vídeo novamente. Tenho certeza de que estou até com os olhos arregalados. Eu deveria ter previsto isso, Justin é muito curioso.

Antes que eu pudesse fazer ou falar alguma coisa, outro e-mail anônimo chegou. Justin abriu e começou a ler:

— Como você é desobediente, Angelina! Eu não avisei pra que você não contasse nada à ninguém?! Agora o seu namoradinho sabe e eu estou zangado por isso. Diga adeus à sua mãezinha! — ele me olhou e clicou em alguma coisa, logo virando o computador para mim de novo.

Dessa vez, ninguém falou nada. Nem um ruído saía do vídeo. Na verdade a tela ainda estava completamente preta e já tinha se passado quinze segundos do vídeo.

— Não, não! Por favor, não faça isso! — escutei a voz da minha mãe e logo em seguida seu rosto apareceu.

A câmera foi passada para algum outro cara e a pessoa que antes filmava, apareceu na frente da filmagem. Estava encapuzado.

Ele foi até um canto do cômodo em que aquilo estava sendo filmado e voltou com uma faca na mão.

— Não! Não! Por favor, não! — mamãe implorava e tentava se livrar das correntes que prendiam seus pulsos.

Um grito agudo saiu do fundo da sua garganta quando o cara passou a faca em sua coxa e subiu até um pouco abaixo do seu seio esquerdo, ainda rasgando sua pele com a faca. Muito sangue escorre por sua perna agora. A tela fica preta novamente e o vídeo se fecha.

Tapei a minha boca com uma mão evitando um grito e senti as lágrimas arderem no canto de meus olhos.

— Angel, há quanto tempo você tá recebendo isso? — Justin perguntou baixinho. Não respondi, apenas me levantei ainda em choque. — Ang, me deixa te ajudar. Me conta o que ele quer. Me conta tudo e me deixe te ajudar! — ouvi sua voz chegando mais perto de mim, mas eu não o estava vendo, estava de costas. — Angel, o que ele quer? Você...

— Eu não sei! Eu não sei, tá bom? Eu não sei o que esse desgraçado quer! — grito, me virando bruscamente para Justin e ele leva um pequeno susto com o meu surto. — Porque ele tá fazendo isso comigo, Justin?! Por quê?! Já que ele quer tanta informação de mim, por que pegou ela e não eu?! Era pra ser eu sendo torturada, era pra ser eu sofrendo nas mãos desse filho da puta e não ela! A minha mãe não merece isso! Não merece! — em segundos, me vi aconchegada em um abraço reconfortante de Justin. Ele me abraça forte.

— Nem você merece isso, Ang... Ninguém merece algo tão cruel assim! — ele sussurra baixinho perto do meu ouvido.

— Eu só queria saber o porquê disso tudo, só isso — funguei e só então percebi que estava chorando.

Justin acariciou o meu cabelo e continuou sussurrando um “vai ficar tudo bem”.

— Justin, eu tô com tanto medo — sussurro contra seu peito.

— Shh, Angel! Vai ficar tudo bem, eu vou fazer tudo ficar bem! Eu vou descobrir quem tá fazendo isso com você e com sua mãe! Eu te prometo. Eu nunca vou te abandonar, nunca vou te deixar sozinha, tá entendo? Eu vou te proteger, nem que isso custe a minha vida — ele sussurra em meu ouvido enquanto acaricia o meu cabelo.


Notas Finais


E ai? O que acaram? Gostaram? Que tal deixar aquele lindo comentário que me deixa SUPER feliz, huh? Não? Okay ~choremos.
Anyway, babes, eu vou começar a escrever o especial de Natal (sim, vou começar a escrever o especial de Natal na véspera do Natal '-' eu sou estranha, eu sei), mas nem que eu poste em Janeiro, mas eu vou escrever a bosta desse especial de Natal.
SPOILER A SEGUIR: bem, para as minhas leitoras que gostam de spoiler -e são taradas-, aqui vai um: EU VOU POSTAR O CAPÍTULO HOT ANTES DO ESPERADO! EBAAAAA \O/ Sim, comemorem, pois o hot vai rolar no especial de Natal! Agora, eu não sei se é um hot da Angel com o Justin, da Angel com o Cam, da Kath com o Kyle (outro :3), ou se vai acontecer uma orgia hehe' mas eu sei que vai rolar hot no próximo capítulo :3 e ai? Em que hot vocês apostam? Joguem suas cartas e apostem nos comentários. Quem acertar terá o nome no próximo capítulo ~lê chantagem~
Enfim, espero que tenham gostado e comentem pra me deixar feliz <3
Kisses Kisses my bitches ♥
P.S.: Path Of No Return está com uma capa novíssima e maravilhosa. Deem uma olhada ♥


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