1. Spirit Fanfics >
  2. Pedresa - One Shots >
  3. La nuova signora in rosso

História Pedresa - One Shots - La nuova signora in rosso


Escrita por: merylstan

Notas do Autor


OIEEE

Demorei, mas voltei. E voltei com o que eu quero que aconteça após a conversa em que o Pedro contará que está apaixonado pela Luisa...

espero que gostem...

Capítulo 2 - La nuova signora in rosso


 

Era uma bela manhã no Rio de Janeiro. O sol iluminava os cabelos negros da Imperatriz que caminhava pelo Jardim da Quinta, trajando um leve vestido vermelho.
 

Sentando-se em um banco, de baixo de um coreto de madeira, localizado bem no meio do Jardim principal da Quinta da Boa Vista, Teresa ajeitou o vestido e olhou para as belas formas entalhadas na madeira. Sorriu levemente sentindo o vento tocar seu rosto e lembrou-se de quantos momentos aquele local havia sido palco.

 

Primeiro, lembrou-se dos primeiros passos de Leopoldina:

-Venha, Dina – Pedro dizia curvado sobre o chão do coreto, esticando as mãos para a pequena princesa.

- Ora, Pedro, é cedo demais. Ela não tem nem um ano.

- Não subestime a inteligência da nossa menina, Teresa. Ela está quase – o Imperador reforçou sorrindo para a esposa. E de fato, Leopoldina já estava pronta. Influenciada pelo apoio do pai, a princesa deu, naquele dia, seus primeiros passos em direção à Imperatriz e ouviu todos do palácio aplaudirem seu feito.

 

Depois, lembrou-se dos inúmeros eventos que Pedro e ela costumavam sediar no Palácio, em especial, os vários saraus em que a bela voz da italiana era a grande atração.

- Teresa, você tem que cantar. – o jovem imperador pediu manhoso – Todos estão aqui ansiosos para ouvirem a sua bela voz.

- Pare, Pedro – Teresa pediu envergonhada, levando as mãos ao rosto – ninguém aqui quer me ouvir cantar. Todos vieram para te ver!

- E eu, só estou aqui pois anseio ouvir minha esposa presentear-nos com suas canções

- Sua esposa? – a jovem moça sorriu boba. Gostava, mais do que devia, de ouvir Pedro chama-la de esposa.

- Minha, mia moglie. Solo mio!

 

Teresa sorriu involuntariamente deleitando-se com as boas lembranças. Porém, sua mente lúcida demais, tratou de lembrar-se também da derradeira conversa que a imperatriz compartilhou com o marido. A conversa que findara todo e qualquer resquício de amor entre o casal imperial.
 

Alguns meses antes…
 

Fazia alguns dias que Teresa e Pedro haviam retornado da viagem pelo Nordeste. Era sexta feira, o dia livre das princesas, e Teresa sabia que Pedro estaria com a Condessa. Entretanto, deixando de lado seus sentimentos conflituosos, a Imperatriz decidiu aproveitar o dia ao lado das filhas. Organizou um piquenique para as três de baixo do coreto, bem no meio do jardim.

Comeram, riram e se divertiram muito, como sempre faziam quando estavam juntas as três: mãe e filhas. E, sentadas na grande toalha xadrez que Nicolau havia estendido para elas, aproveitaram para ler os livros que Pedro havia trazido de viagem para cada uma delas.

- Eu cansei de ler! Vamos brincar?! - Leopoldina disparou levantando-se.

- Ora, Dina! Me espere terminar esse capítulo!

Isabel rebateu e a princesa mais nova revirou os olhos:

- Vamos, Isabel! Vamos aproveitar o sol! - A menina retirou os calçados e, em um movimento rápido, correu pelo jardim - Venha me pegar, Isabel!

A herdeira do trono não pensou duas vezes, saiu correndo atrás da irmã e deixou a mãe e Lurdes, que observava o momento, boquiabertas.

- Princesas! A senhoritas não podem correr sem calçados! Vão pegar um resfriado! - Lurdes esbravejou, tentando trazer um pouco de protocolo para as ações da menina que corria de maneira desinibida pelo jardim.

- Deixe, Lurdes! Deixe as ragazzas brincarem! - Teresa tentou argumentar, deleitando-se com a diversão das filhas

- Corra atrás de nós, Lourdes! É a sua vez! - Dina sugeriu divertida, aproximando-se de Lurdes e levando a bengala da Baronesa para longe.

- Dina! Dina! Volte aqui, Dina!

- Venha me pegar Lurdes!

Leopoldina gargalhou e Teresa levantou-se para repreender a filha. Estava prestes a pedir para que as meninas deixassem Lurdes, que já corria desengonçada atrás das crianças, em paz, quando ouviu passos atrás de si.

Virando-se de supetão, pode ver o Imperador observar a cena:

- Elas adoram uma bagunça… - o homem disse ao perceber que a esposa o observava.

- É… Elas gostam - Teresa sorriu de canto, passando as mãos pelo vestido empoeirado. - Achei que estava ocupado com seus afazeres.

- Precisamos conversar, Teresa.

- Bene, diga! - A imperatriz pôs-se a disposição para ouvir.

- Não aqui. Pode me acompanhar?

A mulher franziu cenho. Havia algo na voz do marido, algo desconhecido. Um temor, talvez. Uma dúvida. Uma insegurança. Ela devia ter previsto. Sentia-se burra por não ter percebido todos aqueles sinais.

- Sicuro! Io vou apenas lavar as mãos, encontro vossa majestade lá dentro! - Teresa disse sorrindo e sem esperar a resposta do imperador, seguiu para dentro do palácio.

Lavou as mãos, como disse que faria, e passou um pouco d’água no rosto, buscando se refrescar e ganhar tempo. Não sabia porquê, mas temia o que viria a seguir. Anulando o fato de que seu coração estava acelerado, a mulher seguiu para o escritório do marido, que já a esperava de frente para a grande janela.

- Sono qui, Pedro! - Teresa chamou a atenção do homem para si.

Pedro virou-se para ela. Seus olhos transmitiam uma insegurança desconhecida para a mulher

Desabotoando os dois primeiros botões da casaca, o Imperador caminhou até a esposa. Evitava olhar para os olhos negros de Teresa, mas ficava cada vez mais próximo.

- Pedro, vá tutto bene? O que houve? - Ela perguntou, sentindo seu corpo ser tomado por um medo quase irracional.

- Me perdoe, Teresa… - Ele disse em um sussurro, levando a mão direita até a bochecha rubra da esposa - Me perdoe…

Teresa nada disse, apenas pendeu a cabeça para encostá-la na mão do imperador e sorriu levemente. Ela achou que ele queria fazer as pazes, mas pensando agora, parecia que Pedro estava se despendido dela. E de fato estava. Aquela fora a última vez que Pedro e Teresa estiveram juntos. A partir daquele momento, apenas a Imperatriz e o Imperador se encontrariam

- Ora, Pedro, o que foi? - ela disse de maneira leve, tentando dissipar o medo que tomava seu peito.

- Eu tentei guardar isso comigo. Dentro do meu peito, mas agora todos já sabem! - O imperador virou-se de costas para a mulher - Caxias me disse… ele me disse que seria melhor se você soubesse por mim…

-Soubesse o que? - Teresa perguntou Temerosa - Che cosa sta succedendo?
 

- Eu sinto muito, Teresa - Pedro disse ainda sem olhar para ela. Ele não conseguiria falar se vislumbrasse aqueles belos infinitos negros que Teresa trazia nos olhos - Você é uma companheira maravilhosa… é minha melhor amiga! , Além de ser minha Imperatriz…

- Io sei disso, Pedro. - Ela disse impaciente. Aquela situação, a dificuldade de Pedro de falar o que precisava, já deixava a Imperatriz impaciente, ansiosa e acima disso, temerosa -Andiamo! O que de tão importante para me dizer, ? Fale logo, Pedro! Non te reconheço, nunca foi homem de rodeios!

- Eu estou apaixonada pela Condessa. Estou apaixonada pela Luísa!

E então o chão de baixo dos pés de Teresa se desfez. Tudo que era firme, sólido, certo, acabou, em um milésimo de segundo.

Teresa já sabia que o marido tinha um apresso excessivo pela tutora de suas filhas. Ela não era burra, tampouco cega. Porém, mesmo sendo lúcida e ciente, a Imperatriz jamais imaginou ouvir os lábios, que por muitas vezes a levaram aos céus, pronunciarem aquelas quatro palavras malditas.

´´Estou apaixonado pela Luísa``, Teresa ouviu as palavras passearem por sua mente, desfilarem por seus olhos e acabarem bem no meio do seu coração, acertando onde mais podia doer.

Sentindo suas pernas falharem, seu estômago embrulhar e seu coração ser amassado como um papel de cartas qualquer, a Imperatriz soluçou. Deixou que as lágrimas escorressem por suas bochechas e sentou-se, buscando por um amparo.

- Teresa, eu…

Sua mente girava e seu corpo já não respondia a suas ordens. Queria sair, gritar, esbravejar... queria desaparecer, mas sentia-se presa ali, de frente para o homem que acabara de destruir tudo que ela levara anos para construir.

- Eu sinto muito, Teresa... sinto muito por não controlar meu coração!

- Ancora... – ela sussurrou, tentando controlar sua respiração.

- O que disse?

- Ancora! Cala-te, Pedro! Eu já ouvi demais! - A mulher esbravejou. Deixou que tudo que havia aprisionado escapasse por seus lábios em forma de um grito dolorido – Cala- te! EU NÃO QUERO OUVIR SUAS PALAVRAS MENTIROSAS! LE TUE PAROLE VUOTE, LE TUE PAROLE SENZA SIGNIFICATO!

Gritou o mais alto que pôde, sem importar com quem ouviria, e olhando finalmente para o marido viu algo que a magoou ainda mais: um homem que não conhecia.

- Non voglio sentirlo! Não quero ouvir mais nada!

Pedro tremeu os lábios, tentando interromper a fala da mulher, mas Teresa levantou a mão e o impediu de tal ação.

- Poupe sua lábia para a diplomacia, Imperador. E poupe meus ouvidos das suas desculpas covardes. Non me ofenda ainda mais desrespeitando a minha inteligência. - A imperatriz apontou o dedo para o marido, mas seus olhos encontraram os dele e ela sentiu que iria desabar.

As lágrimas tornaram-se mais densas e a Imperatriz passou a soluçar compulsivamente. Seus olhos já não viam mais nada, apenas eram fonte para as lágrimas escorrerem deliberadamente por seu rosto.

- Lasciami, Pedro. Deixe-me sola, Per favore - Teresa pediu em um sussurro e Pedro tentou se aproximar mas vendo a dor que causara, deixou-a.
 

Atualmente...

Teresa ainda podia sentir a dor que tornou-se sua acompanhante nos dias subsequentes  conversa com o Imperador. Ela ainda conseguia lembrar horas que passou sentada naquela mesma poltrona, onde fez seu amparo, apenas deixando suas lágrimas escorrerem. Ainda se lembrava que, seguindo direto para seus aposentos, fez da cama macia seu aconchego pela semana que se seguiu. E ainda conseguia lembrar da decisão que tinha tomado no sétimo dia após aquela conversa: era hora de deixar aquele quarto e viver a vida que merecia. Era hora de ser uma nova Teresa.

- Majestade…

Celestina chamou sua atenção, aproximando-se vagarosamente do coreto. Teresa ergueu a cabeça e olhou para a Baronesa, ansiosa pelo que sabia que ela diria.

- A Carruagem já está pronta. O Senhor Nino a aguarda.

- Grazie, Celestina. – sorriu cortês, como sempre fazia

- Se me permite dizer, senhora, está belíssima! Vermelho lhe cai muito bem.

Teresa sorriu sem graça e levantou-se olhando o vestido vermelho mais uma vez.

- Io ainda estou me acostumando… - Ela confessou caminhado em direção a saída do jardim. - A Teresa antiga gostava de azul, mas a nova, gosta muito de rosso.
 

- E a senhora gosta da nova Teresa?

- Muito mais do que achei que gostaria.


Notas Finais


Nos próximos capítulos, mas da nossa dama de vermelho (e do nino também)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...