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História Pelo Espelho - O laranja mágico.


Escrita por: meowjessie

Notas do Autor


Pelo Espelho é a primeira história que eu posto em algum lugar para todos lerem, espero que gostem da jornada de Donatela por um mundo onde magia é real.

Capítulo 1 - O laranja mágico.


- Sinceramente, Donatela, seu currículo é excepcional, realmente acho que devemos contratá-la, você seria de uma grande ajuda a todos, porém não sou eu quem decido - risos - mas entraremos em contato. 

“ E lá vamos nós para mais uma entrevista que não dará em nada “ - Pensou Donatela, mas de sua boca apenas saiu um muito obrigada pela oportunidade, odiava ter que passar por isso, mas a vida adulta era assim, era o preço que se cobrava por crescer.

Era início do inverno, o sol já estava para se pôr, o céu era um laranja rosado desesperador, quase mágico. Os fones berravam músicas que confortaram o vazio dentro dela, no qual só aumentava dia após dia. O vento que empurrava seus cabelos como se o universo quisesse que aquele turbilhão de sentimentos se acalmassem. 

A duas quadras de sua casa, em uma esquina que jazia o esqueleto de uma casa outrora muito bonita e confortável, apesar de agora só restar destroços e a natureza que já reivindicar aquele local, se encontrava uma figura  bela, arrasadoramente bela, quase sufocante que lhe sorria com seus dentes impossivelmente brancos, os cachos negros como uma noite sem luar e olhos âmbar fixados em ninguém menos que nela.

- Olá Tela, estamos prontos? - o estranho sorriu preguiçosamente como se quisesse que ela apenas desse as mãos a ele e saíssem por aí cantarolando como velhos amigos.

- O que? Quem é você? - O meu deus seria um stalker? 

- Ai… Eu odeio essa parte, depois que contar você vai ficar o minha nossa eu não acredito blá blá blá… Enfim, eu sou um, não sei explicar, eu sou de outro mundo e vim te buscar, vamos? 

- Peraí… Você  oquê?  

- Ora, você odeia viver em um mundo como esse, que a própria magia correu para longe por odiar este lugar. 

- Você está drogado? É uma pegadinha? Eu vou ligar para a polícia. 

- A reação dele foi igualzinho, vocês humanos são engraçados, agora precisa de uma prova então começará a considerar que estou falando a verdade e você irá entrar em colapso e iremos para lá e é isso, é o padrão.

- Ok, a prova, vamos lá então.

O rapaz levantou uma das mãos - Olhem, eu não tenho muita magia por aqui e preciso guardá-la para abrir o portal e irmos embora,  vai ser uma demonstração bem modesta - Então rosas sem espinhos de um azul celeste surgiram de suas mãos e se espalharam por seus braços - Pronto? É prova o suficiente? Podemos ir. 

- Magia existe - As vozes na cabeça de Donatela gritaram para que corresse, porém ela sabia… Magia era real e a estava vindo reivindicá-la tudo que sempre sonhou era real? - E vocês, seja lá quem forem, estão vindo me buscar?

- Isso ai Tela, viemos te buscar porque você tem magia formigando loucamente dentro de si, agora vamos estou atrasado, foi difícil encontrá-la sabe? - Ele batia os dedos em um relógio de pulso imaginário, parecia incrivelmente humano.

- Eu? Eu tenho magia? Deus… Você pode me dizer seu nome antes de me sequestrar ao menos? E fora que meus pais vão enlouquecer se eu sumir e tudo mais...

- Ah! Claro! Fique tranquila, quanto ao tempo ele corre diferente em meu mundo, o tempo não passa para você quando sair daqui, ele  meio que congela e quando voltar tudo vai estar exatamente igual, sem um segundo a menos ou a mais, e meu nome é Lushar, podemos ir? - Suas mãos tremiam de impaciência, Tela sentiu uma pontada de medo cruzar sua mente.

- Vamos. - Irresponsável a mente dela gritava com todas as forças, confiar em alguém que simplesmente dizia que ela tinha magia, porém as flores eram reais - Você vai abrir um “ portal “ na rua? 

- Não, iremos a sua casa, preciso de um espelho para abrir o portal. 

- Ok, você quer ir a minha casa? Eu vou ligar sim para a polícia - A expressão divertida de Lushar se fechou em uma carranca e ele bufou alto  ao estalar os dedos e em um piscar de olhos estarem a sala da casa de Tela. 

- Aí esta garota, minha magia é quase mínima e precisamos ir para o portal agora mesmo eu simplesmente não tenho paciência para aguentar qualquer desconfiança sua entende? - E se encaminhou para o quarto como se fosse íntimo da casa, rapidamente tocou o espelho que tremeluziu e se alargou em um portal brilhante - Vamos agora - Para a sorte de Tela fazia alguns anos que morava sozinha sobrevivendo de trabalhos freelancer, então não teria uma mãe para estranhar um cara estranho abrindo um PORTAL em sua casa.

Donatela resolveu não teimar porém olhou para as malas e pensou que iria “ viajar “ sem roupas - Preciso arrumar minh- Antes de completar a frase Lushar soltou uma risada estridente e apenas disse - Você não precisa de roupas, temos tudo, e sim, seu celular fica e todas as outras coisas humanas chatas que você pensa que precisa para sobreviver, entre Donatela, por favor. 

Sem mais uma palavra de contestação Tela apenas fechou os olhos e entrou naquele que era um espelho-portal, o corpo todo formigou, sentiu o estômago querer devolver seu almoço a cabeça balançou e depois... Nada, abriu os olhos e graças a um braço gentil e quente ela não caiu de bunda no chão. Aquele era o lugar mais lindo que já viu em sua vida, o campo florido parecia saído diretamente de um de seus livros de fantasia, era magia, só isso explicava o céu dividido em dia e noite, a floresta ao oeste de plantas gigantes e coloridas com bolinhas, listras e tudo que era impossível de se ver. 

- Sim, é lindo não é? Peço desculpa pelo meu comportamento, nunca gostei do mundo humano, o ar é quase tóxico, o mundo sem magia fede, sabe? - Ele soltou uma gargalhada como se fosse a piada mais engraçada que tivesse contado - Enfim, outra coisa importante, esta é minha forma humana, por motivos óbvios precisei assumi-la mas agora preciso voltar a minha verdadeira forma, logo não se assuste ainda vou ser eu, e sou seu guardião pessoal, preciso de você calma para chegarmos no reino e você não enlouquecer, feche os olhos e abra quando eu pedir. 

 Rapidamente Donatela fechou os olhos com força para que doessem, as mãos suavam, as longas unhas pintadas de preto agora enfiadas a palma da mão a faziam lembrar que aquilo não era um sonho, os cabelos longos pintados de laranja, como os pelos de uma raposa caiam como cachos pesados pelas costas em sua pele com o leve bronzeado que pegará no último verão. Os casacos que usava agora pareciam sufocá-la, mas a ideia de estar quente naquele mundo só agarra-la naquele momento. 

- Pronto, pode abrir os olhos agora, não saia correndo está bem? 

Ao abrir os olhos uma figura alta por volta de dois metros, com uma pele cinza opaca, grandes olhos brilhantes sem iris e azuis a encaravam apreensivamente, cabelos brancos lisos, garras pretas que saiam de mãos e pés que só tinham 3 dedos, se parecia com um alien de filme hollywoodiano, porém ao que se esperava não sentiu medo, apenas uma certa admiração inesperada.

- Poxa, seu cabelo é  branco natural? Cara, isso pouparia a vida da gente sabe? Que inveja viu - Lushar conseguiu suspirar de alivio e sorriu mostrando dentes finos como de um tubarão. 

- Eu quase pensei que precisaria correr para te alcançar, vamos, estamos perto da corta, mas precisamos andar por meio dia e acredite, não quer estar aqui quando aquela parte - e apontou para o céu escuro com estrelas que parecia distante - vai estar sob nossas cabeças, essas plantas não se alimentam só do que conseguem produzir como as do mundo humano.

E começaram a caminhada. 

 



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