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História Pelos seus olhos - Capítulo 2


Escrita por: Hanna_Mar

Notas do Autor


E aí amoreees. Mais um capítulo da fic nova, espero que gostem ♡♡
Ps: pretendo fazer os capítulos alternando as narrações

Capítulo 2 - Capítulo 2


Fanfic / Fanfiction Pelos seus olhos - Capítulo 2

SASUKE

Eu não acreditava em sorte, não acreditava em azar, nem em astros ou destino, não, tudo que dependesse de algo que eu não pudesse controlar parecia ridículo, ideias idiotas criadas por pessoas que não conseguiam assumir as rédeas da própria vida.

Mas naquele momento, com as mãos tentando conter o sangramento e o carro sendo dirigido por uma estranha que eu suspeitava não ser completamente sã e que com certeza não estava totalmente sóbria, eu desejei muito acreditar em algo, simplesmente para poder culpar pelos rumos que aquela noite estava tomando.

—Vire à direita.—Disse para a mulher que tinha os cabelos tingidos de rosa e as mãos trêmulas no volante. Um movimento que, inclusive, estava começando a me irritar.

—Eu sei chegar ao hospital, não teria me oferecido para levá-lo se não soubesse.— Sua voz estava séria, mas não rude, ela parecia simplesmente concentrada.

—Claro, que gentileza a sua, nem parece que foi você quem me acertou com uma bolsa.

A mulher respirou fundo mas não respondeu, apenas manteve os olhos no tráfego.

O sangue parecia ter parado o fluxo, mas minha cabeça ainda doia absurdamente, quase como se alguém estivesse enfiando uma série de agulhas dentro do meu cérebro, espetando-o.

Viramos em outra rua movimentada. As luzes da cidade incomodavam meus olhos e eu já não sabia se era por conta do ferimento na cabeça ou pelas noites mal dormidas e remédios para controlar a insônia, mas, independente do motivo, senti vontade de fecha-los uma vontade absurda e irracional, mas os mantive abertos, atentos. Não confiava na mulher ao meu lado, não confiaria minha vida a alguém que tinha acabado de me atacar.

Ela parecia mais calma, observei com a visão periférica, e já quase não tremia quando finalmente  chegamos ao hospital.

—Vou entrar com você.—ela disse decidida, saindo do carro antes de mim e, apesar de desejar muito, não protestei, preferia não estar ali sozinho, mesmo que a companhia fosse...bem, ela.

Atravessamos as portas grandes da entrada de emergência e a desconhecida acelerou até o balcão parando na frente de uma mulher de meia idade e começando a falar de forma incisiva apontando na minha direção.

Eu não conseguia ouvir direito o que ela falava por conta do barulho do hospital e pela dor de cabeça que a cada minuto piorava e me impedia de me concentrar em qualquer coisa.

A atendente se levantou e indicou uma porta a frente dando duas pulseiras a mulher de cabelos rosa que logo correu em minha direção de novo.

—Aqui. Vou colocar em você.

Ela colou uma pulseira em meu braço livre e outra em si mesma.

—Venha, Eva me disse para onde levar você.

Presumi que Eva fosse a atendente mas não disse nada, apenas me deixei ser levado.

Caminhamos para uma sala no final do corredor, era pequena e ainda mais branca que o resto do hospital. Me apoiei na maca no centro do local e a mulher sentou -se numa poltrona larga que ficava no fundo da sala.

—Sinto muito.— a dona dos cabelos rosa disse de repente, me encarando — Eu senti você tocando o meu braço e pensei que estivesse sendo assaltada, não queria que as coisas acabassem...aqui.

Ela parecia verdadeiramente culpada e cansada, mas isso não diminuía a dor que eu sentia.

—Bem, você não deveria sair batendo nos outros.—Eu disse um pouco ríspido, talvez eu estivesse mais irritado do que imaginei que estaria.

—E Você não devia tocar no braço das pessoas aleatoriamente.— ela respondeu petulante.

—Eu ia avisa-la que o seu vestido está rasgado.

A garota arregalou os olhos.

—Como é?

—Seu vestido está rasgado na altura da cintura. Eu ia avisar você sobre isso.

Ela se levantou rapidamente e olhou para trás vendo o rasgo visível que mostrava parte da sua pele branca.

—Que merda.

Apesar de tudo eu quase ri do desespero nítido que ela estava sentindo, mas ao invés disso preferi continuar culpando-a pela dor lancinante que sentia na testa.

—Me lembre de nunca mais tentar ajudar alguém.

—Eu já disse que sinto muito.—Ela falou um tanto irritada, com as mãos apoiadas nos quadris, encarando-me.

—Isso não torna a minha dor de cabeça menos intensa.

Ela bufou e se atirou novamente na poltrona, dessa vez sem olhar para mim.

Com a pausa na discussão permiti encara-la, analisar seu rosto, suas expressões. Ela era uma mulher nova, devia ter uns 23 anos no máximo, tinha o cabelo comprido e tingido de um rosa claro e olhos surpreendentemente verdes. Seu rosto era angulado, tinha as feições delicadas, mas expressivas, como um grande paradoxo e me surpreendi ao perceber o quanto ela era bonita.

Meus pensamentos fora interrompidos quando um homem de mais um menos uns 50 anos entrou na sala.

—Boa noite, eu me chamo Hugo, vocês são?

Antes que eu pudesse responder a mulher se levantou.

—Boa noite, eu sou Sakura, ele é...

—Sasuke Uchiha.

Eu não tive tempo de me supreender com o fato de que não tínhamos nos apresentado um para o outro ainda, porque Sakura continuou falando:

—Ele está com um corte na testa, eu bati nele com a bolsa e ele bateu na parede.

O médico deu um sorriso largo e caminhou na minha direção.

—Eu espero não ter que chamar a polícia por isso.

—Não!— a Voz de Sakura saiu alta demais– não, não, foi só um acidente, eu achei que ele ia me assaltar.

O médico assentiu como se aquilo fosse normal e tirou o pano da minha testa.

—Você tem uma mão forte.— Hugo olhou para Sakura e eu percebi que ela sorria amarelo, provavelmente de nervoso.

Hugo limpou o ferimento com um líquido transparente e mesmo não sabendo exatamente o que era eu sabia que ardia. O processo foi lento e quando finalmente acabou o homem se afastou e buscou uma bandeja com agulhas.

—Eu vou ter que dar alguns pontos ai, tudo bem?

Eu ia matar aquela mulher, ia matar mesmo, talvez estrangula-la até a morte, ou então afoga-la em água fria, ou fervendo, não sabia, muitos jeitos de cometer assassinato passaram pela minha cabeça ao mesmo tempo.

—Estamos falando de quantos pontos?— perguntei tentando manter a voz calma.

—Acho que uns 7 ou 8.

Eu iria mesmo mata-la.

—E eu vou ficar quanto tempo com isso?

—Uma semana mais ou menos, coisa rápida, não precisa se preocupar. Mas acho melhor ficar quieto e não mexer nisso para não ficar com uma cicatriz muito grande.

A palavra cicatriz rodou a minha mente, deu uma, duas, três voltas até conseguir ser compreendida.

—Eu vou ficar com uma cicatriz?

—É provável, mas deve ser pequena.

Eu encarei Sakura com um olhar que a fez se encolher, não tinha nenhuma chance de ela terminar aquele dia com vida.

Sem poder argumentar contra, apenas deixei Hugo trabalhar em meu rosto, senti as agulhas da injeção de anestesia e depois parei se sentir dor, sentia apenas a perfuração na pele, como se eu fosse um pedaço de pano.

Não demorou muito para o trabalho estar concluído e, quando finalizou, Hugo me entregou um espelho.

Eu não sabia o que estava pior, meu rosto estava inchado, a testa parecia que tinha 3 vezes o tamanho normal e os pontos pretos eram como um inseto horroroso andando pela minha pele que variava entre tons de vermelho e amarelo.

Eu não conseguia falar nada, nem olhar para a mulher que insistia em balançar a perna ao meu lado. Eu estava acabando de assinar os documentos para sair do hospital e sabia que ainda teria que aguentar Sakura por pelo menos alguns minutos porque tínhamos vindo no mesmo carro, e pelo bem da vida dela eu preferia que ela ficasse quieta.

A mulher que me atendia finalmente nos liberou para sair dali e eu caminhei ao lado de Sakura até o estacionamento. O efeito da anestesia começava a passar e eu sabia que a cabeça começaria a doer um absurdo em alguns minutos então não me opus quando Sakura, que ainda estava com a chave do meu carro, se prontificou em dirigir o veículo.

—Olha, não está tão ruim.— ela disse assim que saímos do estacionamento.

—O que?

—A testa, não está tão ruim.

—Você por acaso é cega? É óbvio que isso está muito ruim.

Ela tamborilou os dedos no volante.

—Poderia estar pior, se você quer saber.

—Ah, poderia? — arqueei a sobrancelhas mas ela apenas deu ombros, o fato de que eu já estava em segurança parecia deixa-la muito mais despreocupada.

—Sim, você poderia ter tido uma concussão, um traumatismo, eu sei lá, são só uns pontos.

Eu revirei os olhos e esse movimento fez minha cabeça doer.

—Você diz isso porque não é a sua testa que tem 7 pontos.

Ela não respondeu mas voltou a mexer a perna e bater os dedos. E com esse movimento eu finalmente perdi a paciência que já não tinha.

—Você pode por favor, parar de se mexer?

Ela se virou, confusa.

—Como é?

—Você não para de se mexer desde que entramos nesse carro pela primeira vez, será que consegue parar?

Ela abriu e fechou a boca antes de segurar o volante com força.

—Não. Não consigo parar de me mexer, se você está tão incomodado pode parar de olhar.

Eu estava pronto para rebater quando meu celular tocou e o nome da minha mais nova cliente apareceu na tela.

Ignorando a presença de sakura atendi e deixei a mulher falar sobre os documentos que eu pedi que ela arranjasse para que déssemos início ao divórcio.

—Certo, obrigada, Marta. Pode passar no meu escritório na terça? Eu gostaria de olhar os papéis e colher algumas informações sobre seu marido para podermos usar no processo do divórcio.

Ela concordou em me encontrar e eu desliguei o celular, exausto. Quando olhei para o lado, Sakura tinha um sorriso preocupante no rosto.

—O que foi? Por que está sorrindo?

—Você é advogado. Isso explica muita coisa.


Notas Finais


E aí??? Comentem e favoritem amores ♡♡


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