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História Pensée - Peônias


Escrita por: duduahhh

Notas do Autor


Olá olá

Obrigada a minha corretora (que corrige até Winwins com nariz entupido hihihi)

Desculpem a demora, boa leitura !!!

Capítulo 4 - Peônias


Na maioria das culturas, a peônia é vista como símbolo de graça e cura

Os antigos gregos acreditavam que a beleza se esconde na peônia, associando-a à timidez


A cabeça de Nakamoto doía. Não tinha mais remédios em casa, por isso teve que ir até a farmácia no meio da tempestade. Sua mãe sempre dizia que isso o deixaria resfriado, mas o garoto adorava andar de baixo da chuva. Gostava de sentir as gotas grossas e geladas caindo pelo rosto. A chuva sempre ajudava a aliviar sua dor ou sofrimento. E apesar das trovoadas, Yuta se sentia calmo naquela situação. Mas hoje sua dor de cabeça estava acabando com toda essa magia.

Entrou na farmácia apertando os olhos para se acostumar com a luz forte do local. Ouviu uma senhora reclamar do tempo para o farmacêutico no balcão. Andou pelo lugar a procura de seu remédio, o que naquela farmácia era quase impossível, porque os funcionários dali nunca arrumavam as prateleiras e os clientes tinham preguiça de colocar a mercadoria no seu respectivo lugar quando não a queriam mais.

Finalmente achou o que queria. Estendeu o braço para pegar a caixinha com os comprimidos, mas deixou cair várias outras no processo. Abaixou-se para pegá-las e colocar de volta na prateleira. No meio das cartelas de aspirina, ao encontrar uma embalagem de curativos da Hello Kitty, sorriu sem perceber.

Não costumavam gastar dinheiro a toa com coisinhas bobas, exceto pelos Band-Aids de bichinhos que o mais velho fazia questão de comprar para o outro, que vivia com cortes nos dedos por causa das flores.


Flashback on

– O que você fez? - Yuta apontava para as mãos machucadas do outro, assim que o viu chegando em casa.

– Oi pra ti também. - Beijou o japonês fingindo não saber do que ele falava. O mais velho agarrou as mãos do outro, preocupado.

– Perguntei: o que você fez? - as mãos magras e delicadas tinham vários cortes e arranhões. - Você trabalha demais, tem que saber a hora de parar.

Winwin revirou os olhos.

– Não é nada.

– Pff! Claro que é! - O japonês cutucou uma das feridas com o dedo indicador, fazendo o outro gemer e se encolher de dor. - Dói?

– Um pouco… - Sorriu sem graça. Yuta fez cara de emburrado e puxou o outro pelo braço até o banheiro.

Flashback off


Si Cheng era muito dedicado às suas flores, sempre cuidando delas com muita atenção. Só que acabava esquecendo de cuidar de si próprio. E era assim com quase tudo.

O garoto devolveu a caixinha de curativos à prateleira, acordando de seus pensamentos.

Dirigiu-se ao caixa, indiferente a maneira polida de falar do atendente. Guardou a caixa com os comprimidos no bolso do casaco escuro e saiu andando, sem se preocupar se o céu estava caindo violentamente sobre sua cabeça.

Apenas continuou sua caminhada.


— • —


Depois que chegou em casa, decidiu tomar um banho para ver se a dor passava. Funcionou. Os remédios tinham efeito rápido em seu organismo, o que sempre deixava Si Cheng impressionado com a ótima imunidade do namorado.


Flashback on

– Eu dão entendo… - costumava dizer no inverno, enrolado na coberta rosa de estrelinhas, com o nariz entupido - Eu tomo ar puro e be exercito, vejo o sol todos os dias e, no primeiro vendinho que bate fico podre desse jeito! Enquanto você… - aceitou a xícara que o mais velho oferecia, inalando o aroma de gengibre com limão, proveniente do chá que Yuta fazia para o namorado sempre que ele ficava doente, o que era muito frequente, levando em conta sua extensa lista de alergias. - ... que fica dentro de casa o tempo inteiro e esquece até de comer, tá ótimo!

Flashback off


Saiu do box, enrolando-se na toalha felpuda. O mais novo costumava lhe dar trabalho, mas, por Winwin ser seu escape do caos, valia o esforço. Era o ser mais desastrado que Yuta já conhecera, vivia derrubando as coisas, o que deixava o mais velho impressionado pelo fato de que nenhum vaso da floricultura em que trabalhava fora quebrado no seu expediente.

Pegou o celular, muitas mensagens não lidas de Taeil, que oscilavam entre avisos sobre a conveniência e vários "Você já comeu? Posso passar aí mais tarde". Respondeu brevemente que já havia comido, o que era mentira, Yuta não comia direito há semanas. Mas não sentia fome, muito menos vontade de comer.

Foi até a sala, deitando-se no carpete. Sempre gostou da sensação dos pés descalços em contato com o material macio que cobria o chão, sabia que ter carpete em casa daria muito trabalho, mas aquela pequena alegria fazia valer a pena.

Pequenas alegrias. Já as desconhecia. Conforme crescia, Yuta achava o mundo cada vez mais feio e sem graça, e as únicas pessoas que o tornavam melhor estavam mortas.

Acabou adormecendo em meio a monotonia do teto cor de creme, para o qual costumava olhar quando se perdia em pensamentos. As noites já não lhe eram agradáveis, sua dificuldade em dormir voltara com força, por isso toda vez que apagava involuntariamente era quase como uma benção para seu corpo exausto.


— • —


Acordou com o barulho da porta de entrada sendo aberta. Levantou incrédulo, coçando os olhos.

"Não pode ser…"

Parte sua queria acreditar que não era apenas um sonho, mas a outra só queria aproveitá-lo ao máximo antes que acordasse. Caminhou com certa hesitação em direção a porta, enquanto ouvia os barulhos de quem entrava na casa. Sorriu, preguiçosamente, Si Cheng não costumava ser discreto ao chegar, mesmo que o namorado já estivesse dormindo, ele simplesmente não conseguia ser silencioso enquanto tirava os sapatos ao mesmo tempo que tentava fechar a porta.


Flashback on

A porta abriu e o japonês pode ouvir o barulho de algo caindo. Foi até a entrada e encontrou um Si Cheng bêbado esparramado no carpete. Soluçava e ria sem motivo. Ele não costumava chegar assim depois de um encontro com amigos, - Yuta pensava que era por consideração a ele, mas não tinha certeza - o que deixou o mais velho surpreso.

– Oi gatinho… Miauuuu! - Mexia a mão como um felino. Nakamoto o olhava com as mãos na cintura, balançou a cabeça achando a cena engraçada.

– Não tente me seduzir, você está fedendo. - O outro, ainda no chão, levou a mão ao peito e fez um biquinho, fingindo estar ofendido. Tentou se levantar, mas escorregou por causa das meias. - –Venha! Vou te dar um banho - Pegou o mais novo por baixo dos braços para ajudá-lo a ficar de pé, mas ele acabou pulando em seu colo, abraçando o corpo de Yuta com as pernas. O mais velho arfou pelo impacto, depois começou a andar até o banheiro.

–Você vai se aproveitar de mim, moço?

O de cabelos vermelhos riu pelo nariz e entrou no box, com o outro ainda no colo. Ajustou o chuveiro para água gelada e ligou-o bem em cima da cabeça do outro. Winwin gritou assustado e abraçou mais o outro, molhando-o completamente.

–Hora do banho! - Ria o mais novo como se fosse uma criancinha. Yuta riu também.

Flashback off


Quando chegou na entrada não conseguiu impedir que as lágrimas caíssem pelo rosto cansado. Taeil estava parado de pé em sua frente, com duas sacolas de supermercado penduradas no braço. Deixou-as caírem junto com o seu sorriso pré formado, envolvendo o garoto de cabelos vermelhos com os braços agora livres.

–Ah, Yuta! Vai ficar tudo bem… Eu estou aqui agora. - sua voz serena não era o suficiente para calar os soluços do outro, por muito sufocados em sua garganta.

– Isso dói tanto, Hyung. Não sei se consigo aguentar - falava com dificuldade, quase sussurrando. - Eu sinto tanta falta dele…

– Eu sei, eu sei - O coreano apertou o amigo com mais força, como se tivesse medo do que aconteceria se o soltasse tão cedo. - Eu estou aqui agora. Não vou deixá-lo sozinho.

Yuta se permitiu chorar no ombro amigo, sem pensar no que aconteceria a seguir.


Notas Finais


Aaaah

Estamos chegando no final (mais uns dois capítulos) ㅠㅠㅠ


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