História Pequena Consequência - Capitulo 21

Pov Camila

Numa quarta feira, cerca de dez dias após o acontecido no chá de bebe de Dinah, Veronica me ligou a pedido de Lauren marcando um dia para comparecer ao seu escritório. No momento da ligação eu já sabia do que se tratava essa conversa, senti uma tristeza tão grande, foi como se o pouco de esperança que ainda eu tinha fosse pelo ralo a baixo.

Em uma das visitas a Dinah comentei com ela, Normani acabou ouvindo e me dando um belo de um sermão por cogitar a ideia de não aparecer na data combinada para a reunião. Então, Dinah se ofereceu a vir comigo e ficar com Laurinha do lado de fora da sala.

Chegamos já tem uns quinze minutos, e a pedido da secretaria nos sentamos a espera de Veronica que conversava com outra cliente. Cerca de cinco minutos depois Lauren entrou no escritório, desejou um bom dia para a secretaria, que a avisou que Veronica logo a atenderia. Ela caminhou ate uma das cadeiras confortáveis da sala de espera, passando por mim e por Dinah também desejando um bom dia, apenas acenei com a cabeça, Dinah se quer se deu ao trabalho de olha-la. Continuou com a atenção toda em Laura que não queria ficar sentada em seu colo. Estranhei Lauren estar vestida toda de branco, pelo horário era para estar no trabalho.

- Trocou de turno no trabalho? – ousei perguntar, ela desviou os olhos do celular, se certificou que eu estava mesmo falando com ela e respondeu com poucas palavras.

- Não, estou em horário de trabalho. – e voltou a olhar para o celular. Com quem ela tanto conversava? –

Estava pronta a fazer outra perguntava, mas o resmungo da minha filha me interrompeu, ela já estava ficando irritada de ficar no mesmo lugar. Abri minha bolsa e tirei a chupeta de dentro dela. Laurinha se afobou ao ver a tão amada chupeta na minha mão. A peguei no colo, colocando o bico em sua boca. Ela se acalmou e deitou a cabeça em meu peito, quietinha sugando seu bico.

- Hoje esse menino está inquieto dentro de mim. – Dinah reclamou sentindo o filho em sua barriga. – Espero que não invente de nascer hoje, não estou preparada psicologicamente ainda. – deu uma pausa acariciando o local onde o filho mexia. – Pra falar a verdade, nem fisicamente estou preparada.

- Se prepara amiga, porque a coisa não é brincadeira não. – sorri notando que minha filha dormia no meu colo, a deitei para que ficasse mais confortável. –

Continuei conversando com Dinah, vi Lauren se levantando, parecia incomodada. Ela foi ate a secretaria, falou algo, ambas riram para depois voltar ao lugar que estava antes. Quase que no momento seguinte Veronica saiu da sala com a cliente. Apertou as mãos da moca e veio ate nós nos cumprimentando.

- Bom dia e desculpa faze-las esperar, vamos lá?  

- Você consegue ficar com Laura? – Ela assentiu, passei minha filha para o colo dela e segui ate a sala onde Veronica me esperava na porta. Ao entrar na sala nos sentamos lado a lado e Veronica a nossa frente. Lauren permaneceu  seria o tempo todo.

- Bom, eu te liguei marcando essa reunião para tratarmos assuntos sobre o divorcio. – senti minha garganta secar, toda vez que ouvia essa palavra eu ficava bem desconfortável. Me remexi na cadeira tentando me controlar. – Minha cliente – apontou para Lauren que pela primeira vez me olhou – quer o divorcio você Camila, aceitaria o divorcio amigável?

Ambas me encaravam esperando a minha resposta. Me senti meio que pressionada.

- Veja bem Camila, se divorciar nunca é fácil, mas o processo pode ser muito menos problemático se ambas as partes colaborarem. – Senti vontade de chorar novamente, meus olhos ardiam – Se você aceitar o divorcio amigável hoje mesmo já dou entrada na petição inicial e no máximo três meses tudo estará resolvido, sem mais problemas.

- E como fica a partilha de bens? – perguntei e vi Lauren revirar os olhos. – eu quero ficar com o apartamento.

- Não – Lauren se revoltou – ele era meu antes de termos algo Camila!

- Eu tenho uma filha Lauren, não posso sair com as mãos vazias e deixa-la sem ter onde morar.

- Exatamente, VOCE tem uma filha, e não eu. Não haja como se a menina fosse minha. O pai dela e você têm responsabilidades com ela, não eu.

- Lauren – Veronica chamou atenção dela –

- Não é justo eu ter que abrir mão de algo que lutei tanto para conseguir terminar de pagar e outra pessoa pegar assim.

- Lauren, entenda que eu não posso deixar minha filha sem um teto para morar. – me irritei com a atitude de Lauren –

- Você é nova Camila, pode trabalhar para conseguir um teto para você e sua filha. Olha o absurdo que você esta propondo Camila, você quer algo que não é seu.

-  Somos casadas, Lauren, então é meu sim! – esbravejei –

- Eu me recuso a abri mão do meu apartamento para essa dai – se referiu a mim com nojo – viver com seus homens dentro do que é MEU.  – Senti vontade de voar no pescoço de Lauren e fazer calar a boca –

- Então você que entre na justiça e me faca assinar esse divorcio. Se não for dessa forma eu não assino. – me levantei – passar bem

Me retirei da sala extremamente nervosa, irritada com a atitude de Lauren. Chamei Dinah que prontamente se levantou ainda com Laura dormindo em seus braços. Fomos ate o carro sem trocar nenhuma palavra. Peguei minha filha a colocando na cadeirinha. Entramos no carro, Dinah deu partida seguindo para meu apartamento. Parte do caminho fomos caladas, Dinah respeitou meu momento mantendo-se calada. Ao pararmos em um semáforo ela se pronunciou

- O que aconteceu lá dentro  que te aborreceu tanto assim ?

Bufei lembrando a audácia de Lauren ao dizer que eu levava homens para o apartamento.

-  Lauren quer o divorcio.

- Ok, mas em todo caso vocês não tem mais nada mesmo. – deu ombros e voltou a dirigir assim que o semáforo abriu – seria ate bom, se você futuramente vir se casar com o Drey não terá esse problema para resolver.

- Dinah, eu pedi o apartamento e ela disse que quero o apartamento para levar meus homens para dentro dele. – Dina revirou os olhos -

- Olha a babaca que você tinha como esposa! Mas e ai, o que vão fazer agora?

- Me revoltei e disse que se quisesse o divorcio que entrasse na justiça e me obrigasse a assinar.

- Fez certo mesmo amiga. – Deu seta a esquerda procurando um lugar para estacionar – se importa se eu passar no banco rápidinho? Hoje Mani e eu vamos fazer as compras do mês e ainda não tive tempo de vir buscar dinheiro.

- Vai la, te espero aqui dentro.

Dinah pegou sua bolsa e saiu andando o mais rápido que pode em direção ao banco. Olhei para Laura que sugava a chupeta tão forte que chegava a fazer barulhinhos, ela estava com fome. O que parecia que seria rápido  não aconteceu, Dinah demorou uma eternidade la dentro. E quando voltou eu estava sentada amamentando Laura.

- Desculpa a demora amiga, tive que resolver um problema com a senha do cartão. – se explicou colocando o cinto e saindo com o carro – Estou com uma dorzinha chata – reclamou -

-Dinah, estou achando que esse neném esta querendo vir ao mundo em.

- Não fala isso, tem mais doze dias ate a data prevista do parto. – fez uma falsa cara de choro –

- Parto normal não tem dessas coisas não, quando o bebe resolve vir ele vem. Fica preparada já. As malas estão prontas?

- Estão sim. Normani checa as malas todos os dias. – sorriu – quer ir um pouco pra casa ou vai direto para a sua?

Fiquei preocupada com as dores de Dinah, deixa-la sozinha ate o horário que Mani chega não era uma opção.

- Vou para a sua. Te faço companhia ate Mani chegar.

- Certo. Vamos para a minha então. – Laura  mamou praticamente o caminho todo. Dinah me fez algumas perguntas relacionadas a conversa hoje e pediu que eu conversasse com um advogado.

Passei o restante da tarde com Dinah que reclamava de dor constantemente.

- Eu acho que são contrações essas dores amiga. Quer que eu ligue para Normani?

- Não – se contorceu no sofá -  ela já esta para chegar.

Só voltei para casa quando Normani chegou, Dinah ainda sentia dores, mas se recusava a ir ao hospital sem que as contrações  tivessem ritmadas a cinco em cinco minutos.  Dei um banho em Laura, a coloquei na cadeirinha enquanto preparava seu suco. Recebi uma ligação de Drey, contei rapidamente o que havia acontecido, ele disse que conhecia um ótimo advogado e que assim que chegasse aqui conversaríamos melhor sobre isso.