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História Pequenos Detalhes(concluída) - Capítulo 33


Escrita por: Jenny_guima

Capítulo 33 - Capítulo 33


Quarta-feira, 20/07/2016.

[...]

- Por que não senta para tratarmos de negócios. - Falou ao apontar para a mesa do nosso lado.
- Não quero sentar, aliás não quero ficar no mesmo ambiente que você...
- Mas vai. - Disse ao me interromper. - Ao menos que queira ver seu irmão desempregado.
- Como é que é? - Não conseguia acreditar no que eu estava ouvindo.

[...]

Estavamos sentados um de frente pro outro, o sorriso cínico não vacilava por nada em seu rosto. Já a raiva predominava no meu corpo. Não acredito que fui tão tola ao ponto de achar que ele realmente estaria disposto a se desculpar. E agora estou aqui, prestes a ser chantageada por alguém que um dia amei.

- Acaba logo com essa enrolação e diz logo o que você quer, Nicolas. - Pedi impaciente.

- Eu quero você, meu amor. Isso não é óbvio?

- Pena que isso é algo que você nunca vai ter…

- Estranho dizer isso, porque eu já tive você. - Brincou com as palavras e tornou a se aproximar de mim. - Já tive seu corpo, seus beijos e você implorava por isso.

- Antes de descobrir quem você realmente era…

- Não seja tolinha, você sempre soube quem eu "realmente era". Apenas não queria enxergar isso, estava ocupada demais se apaixonando. - Segurou meu rosto e ameaçou beijar-me novamente, mas não o fez. - Mas você está certa.

- Estou? - Perguntei sem saber ao que ele se referia.

- Está, chega de enrolação. O que eu quero é muito simples. - Começou. - Acabe esse namoro ridículo com Daniel.

- Eu nunca vou fazer isso! - Gritei.

- Você quem sabe. - Permaneceu da forma mais tranquila possível. Me entregou uma pasta com alguns papéis e documentos. - Se não o fizer esses papéis vão cair nas mão da diretoria e do conselho estudantil. Com sorte, seu irmão perde o emprego, sem sorte... Bom, sem sorte ele vai preso por falsa identidade.

- Seu cretino. - Não conseguia expressar minha raiva em palavras. Mas não me dei por vencida. - O que você ganha com isso? Sabe que nunca mais vou voltar a ser sua.

- Acreditou mesmo que quero ficar com você? - Deu uma risada cínica. - Admiro sua inocência.

- Então o que você quer? Por que está fazendo tudo isso?

- Não tenho tempo pra isso agora, espero que pense bem sobre minha proposta. - Não esperou que eu dissesse nada e saiu da biblioteca. Eu não tinha a intenção de prejudicar Jason, mas sabia que Nicolas não agiria tão rápido. Ao menos me daria a chance de pensar melhor. Meu sangue fervia e minha vontade era de matar aquele infeliz. Então um flashback veio a minha mente.

~~Flashback on~~

- Julie, não adianta esconder. Eu sei que você ainda me ama.

Seus olhos verdes estavam grudados nos meus. Queria me afastar mas não conseguia. Era como se eu perdesse o controle do meu próprio corpo.

- Anda, diz que não me quer? Diz olhando pra mim que não sente falta de nós.

Amar? Sentir falta? Tudo o que vivemos foi uma mentira. Infelizmente não consegui pronunciar tais palavras. Em pensamento eu suplicava pela presença do Daniel. Sabia que com ele tudo ficaria bem.

- Seu namoradinho não vai te salvar dessa vez. Você vai voltar a ser minha e nem ele nem ninguém vai poder impedir.

- NÃO!

Finalmente ouvi o som sair da minha boca, mas com isso vi tudo ao meu redor se quebrar como vidro.

~~Flashback off~~

Não podia acreditar que Lucas tinha razão. O sonho realmente foi um presságio. Eu me recuso a deixar esse sonho infeliz se realizar, eu não posso perder o Daniel.

O sinal para início das aula já tinha tocado e pra minha felicidade iria chegar atrasada. O primeiro tempo era aula do Jason, o que me fez temer ter que olhar pra ele depois de tal ameaça que recebi. Entrei rápido na sala sem ao menos olhá-lo, mas não foi a melhor das escolhas. - Senhorita Julie? - Virei-me para ele. - Poderia nos esclarecer o motivo do seu atraso?

- Desculpa Jas... Professor Jackson, não irá se repetir.

- Poderia falar com a senhorita um instante? - Assenti e segui-o para fora da sala.

- O que houve? - Perguntei

- Julie, sei que sou seu irmão mas não posso te encobrir toda hora. - Sussurrou. - E precisa tomar mais cuidado quando for dizer meu nome. Ninguém pode saber que me chamo Jason.

- Desculpa, eu sei, foi um descuido.

- Está tudo bem? Parece mal.

- Eu estou bem, só um pouco distraída. Briguei com meu p…

- Com licença, desculpe interromper professor. - Disse uma professora que não conhecia.

- Pois não. - Jason voltou sua atenção para a senhora morena já de meia idade.

- O diretor pediu para chamá-lo para uma reunião, ou algo do tipo. - Arregalei os olhos diante daquelas palavras. Não podia ser o que eu estava pensando. - Pediu para que eu juntasse nossas turmas pois poderia demorar.

- Tudo bem, em qual sala a senhora está? Vou avisar a turma que vá para lá.

- Estamos no auditório, mas não será necessário, eu mesma os comunico. Acho que a conversa com o Diretor é de grande urgência.

- Tudo bem então. Com licença. - Foi tudo o que disse antes de se retirar.

Antes de me virar e voltar para a sala, minhas suspeitas foram confirmadas. Lá estava ele, Nicolas, com seu típico sorriso que já estava me dando nos nervos. Por hora não poderia fazer nada para ajudar Jason, então voltei pra sala, peguei meu material e segui para o auditório assim como o resto da turma.

[...]

Fui almoçar na casa da minha mãe junto de Jason. Terminamos de comer e Miranda foi buscar a sobremesa enquanto eu e Jason esperávamos na sala. Filhos igualmente folgados? Talvez um pouco.

- O que o diretor queria com você?

- Queria mesmo falar com você sobre isso. Achei muito estranho. - Explicava em tom de voz baixo, me entregando um envelope. - Alguém entregou essa carta pra ele.

" Professor Jackson Queiróz não é o que parece."


Quando comecei a ler tive certeza, aquela era a letra do Nicolas. Onde ele pretende chegar com esse joguinho?

- Eu achei estranho, mas também me assustou. - Continuou Jason.

- Por que te assustou? - Perguntei ainda perdida em pensamentos.

- Você não entendeu? Isso pode significar que alguém sabe que sou seu irmão e que meu nome não é Jackson.

- Mas isso seria um problema tão grave? Afinal você não fez nada de errado.

- É tem razão. Apenas menti sobre meu nome e falsifiquei meus documentos pra poder trabalhar no Apollo. Eu posso pegar de três a sete anos de prisão Julie.

- Mas eles não podem... - Eu estava alarmada, completamente nervosa e sem saídas.

- Sim eles podem. Só por favor, não deixa a mamãe ficar sabendo disso. - Assenti com a cabeça, e aos poucos fui me acalmando.

Quinta-feira, 21/07/2016.

- Amor, o que tá acontecendo? Você anda tão tristinha. - Perguntou Daniel no carro. Estavamos a caminho da escola.

- Desculpa, Dan. Eu ainda não conversei sobre isso com você, mas não vamos poder sair por duas semanas.

- Como assim?

- Quando cheguei em casa ontem, meu pai me colocou de castigo. Me proibiu de sair para "encontros". - Imitei aspas com os dedos. - Só vamos poder nos ver na escola ou em casa.

- Acho que exageramos. Mas podia ser pior.

- Você nem imagina... - Sussurrei pra mim mesma.

Chegamos na escola e fomos direto para a sala. Hoje teria aula de biologia, o que significava ter que dividir a sala com a turma do Nicolas, precisava conversar com ele e resolver essa história de uma vez por todas. Chegamos na sala e boa parte da turma e ele já estava lá, mas ele não. Aproveitei que a professora ainda não havia chego e resolvi ir beber água. No meio do caminho, recebi uma mensagem de número desconhecido.

"Talvez tenha sido um erro envolver Jason em algo que só se refere a eu, você e Daniel. Deixei um presentinho no seu armário. Espero que goste...
- Com amor, N."


Não perdi tempo e corri em direção ao meu armário. Nao levei muita fé nisso de "foi um erro", por isso preciso saber o que esse traste está aprontando agora. Abri meu armário e me deparei com a mesma pasta que ele me mostrou no dia anterior. Conferi tudo e todos os documentos que ele tinha contra Jason estavam ali. Não entendi o porquê dele se desfazer de tudo em troca de nada, mas por outro lado agradeci mentalmente por isso.

Voltei pra sala de aula e Nicolas já se encontrava lá. A professora logo entro e encheu o quadro de exercício para nós  e de matéria nova para eles . Quando abri meu caderno encontrei uma foto virada de cabeça pra baixo com uma mensagem atrás.

"...Afinal, não tem porque eu usar algo contra ele, se posso usar algo contra os dois pombinhos. Nós vemos no mesmo lugar às 10:15.
- N."


Quando virei a foto, não sei como consegui encontrar forças para não levantar e matá-lo ali mesmo. A dor dentro de mim era incondicional. Não podia acreditar que toda a felicidade que construí ao lado do Daniel estava sendo tão facilmente roubada. Acho que só não derramei algumas lágrimas, pois o ódio dentro de mim era grande demais.


[...]

E lá estava eu de volta aquela biblioteca. - Como conseguiu essa foto? - Perguntei sem paciência.

- Essas, você quis dizer. Tem muito mais de onde essa veio. - Falou tirando um pendrive do bolso. - Mas se quer saber, seu namoradinho deveria ser mais atento aos donos dos lugares para onde ele te leva.

- O que quer dizer?

- Meu pai é o dono daquela casa de campo, coincidência ou não ele é amigo do pai do Daniel. - Falou se aproximando de mim. - Na verdade, fiquei muito triste de te ver na cama com ele. Pensei que era alucinação então tirei algumas fotos pra ter certeza.

- Você é louco. - Estava inconformada. - Você não tinha o direito.

- O chalé era meu. Eu tinha todo o direito. - Falou acariciando meu rosto. - Eu ia odiar que alguém visse essas fotos.

- O que você quer que eu faça? - Perguntei entre dentes.

- Por agora? Termine com seu namoradinho, até domingo. Se passar disso. - Tornou a mostrar o pendrive. - Considere essas fotos publicadas.

Ele simplesmente se virou e foi em direção a porta. Peguei um livro na estante e taquei em sua direção sem sucesso. - EU TE ODEIO. - Gritei com todas as minhas forças. (In)Felizmente ninguém me ouviria. Sentei no chão empoeirado e me derramei em lágrimas.

CONTINUAÇÃO...




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