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História Percy Jackson - Uma nova profecia - EM REVISÃO - Capitulo quarenta –Reyna e Júlio–Piper ataca.


Escrita por: storyteller_

Notas do Autor


Oiii =)

Motivos de estar postando hoje e não domingo?
Estive lendo minha fanfic para lembrar de alguns detalhes e verificar se não havia feito confusões. E acontece que notei algumas falhas na história e resolvi concertá-las, mas para avisá-los sobre isso resolvi postar um novo capitulo.
Modifiquei alguns detalhes do capitulo 5; e outros sem muita importância dos capítulos 6 e 8.
Caso queiram dar uma olhada no capitulo 5 para ter certeza fiquem á vontade, mas não mudará em nada o foco da história.

O segundo motivo é que como disse nos comentários do capitulo anterior, postaria durante a semana caso enlouquecesse e como estou acordada desde as 6:40 da manhã pode-se dizer que estou um pouco "louca" ; D

Então aqui está o tão esperado capitulo de Reyna e Júlio.
Espero que gostem, boa leitura á todos e desculpem os erros : D

Capítulo 40 - Capitulo quarenta –Reyna e Júlio–Piper ataca.


  Flashback on Cap. 37–Júlio e Reyna. –Aprendendo a conviver com ela\ele part. II 

  Alguns minutos depois ele dormia tranquilamente com a cara toda suja de açúcar. Afastei-me um pouco de Reyna para que ela não se assustasse quando acordasse, então encostei a cabeça na parede e entrei no modo Hibernação.

Flashback off

 Reyna:

  “Foi aqui que eu á perdi...”

 “Impedindo que sonhos ruins á atormentem...”

 “Deve conhecer sua Reynazinha muito bem para saber que ela tem tido pesadelos...”

  Essas palavras ecoavam em minha mente nesses últimos dois dias; eles achavam que eu estava dormindo, mas graças aquilo fiquei acordada quase a noite inteira. Pois senti quando Júlio me cobriu com a coberta para que não passasse frio; ouvi suas respostas ás perguntas que julguei ser de Guido (apesar de não entender como isso era possível até o dia seguinte quando ele me explicou sobre a conexão); e vi quando Júlio se afastou de mim para que eu não acordasse assustada.

  Mas só consegui pegar no sono depois que ele entrou no modo hibernação (Percy me explicou sobre isso antes de partirmos), quando senti uma de suas mãos pousar em meus cabelos e acaricia-los gentilmente. Aquilo me passou uma sensação de paz e conforto, mesmo sabendo que provavelmente ele só estava fazendo isso porque seu subconsciente acreditava ser outra pessoa.

  Tive mais certeza disso na manhã seguinte, quando despertei com a cabeça pousada em seu ombro e seus braços em volta de mim.

  Os dois dias seguintes foram sem muitas surpresas; passamos algumas horas na cidade vizinha de Split, até que Júlio se convencesse de que tanto eu quanto Guido estávamos aptos para seguir viagem; alguns quilômetros depois fizemos outra parada para que ele pegasse algumas plantas que reforçariam nossa camuflagem; voamos pelo resto do dia e um pouco da noite, mas então Júlio insistiu que parássemos, pois não podíamos abusar muito de nosso estado; graças à essa última parada, meu Pégaso foi capaz de recuperar toda a sua energia e não houve necessidades de uma única pausa durante o dia todo.

  Era quase noite do dia 29 de agosto quando avistamos o Afeganistão; claro que graças as explosões, tiros e gritos, foi possível ouvi-lo antes de ver o País.

  Júlio encontrou um abrigo subterrâneo abandonado em meio à pouca vegetação existente no local; não era muito afastada nem tão perto da mina em que encontraríamos a fonte de lápis-lazúli. E para a nossa sorte (ou azar) o lugar parecia inabitado desde a Segunda Guerra Mundial e nos manteria “seguros” até que escurecesse totalmente.

  As provisões existentes eram várias latas e alguns sacos plásticos com comida orgânica, então concordamos que não faria mal se usássemos Celpet novamente, já que segundo Júlio ele nunca se cansava. É claro que isso não impediu o garoto de recolher a maior parte daquelas provisões; quando o interroguei ele simplesmente deu de ombros e disse: “Nunca se sabe do dia de amanhã”.

  Como estávamos em um abrigo subterrâneo não foi possível acender a fogueira então para a nossa última refeição antes de adentrarmos nas minas, preparamos um sanduiche natural, acompanhado de água (sem fogueira sem chocolate quente, infelizmente) e como sobremesa, uma barra de chocolate para cada um, exceto para Guido que preferiu donuts.

 -Dentro de quatro horas, vamos partir. -Falei enquanto abria os pães. -Guido irá para a cidade vizinha esperar pelo nosso sinal e percorreremos o resto do caminho a pé. -Esperei que ele reclamasse, mas como não fez resolvi explicar. -Sei que você poderia nos tele transportar, mas não tenho ideia do que encontraremos lá e precisamos de toda energia possível.

 -Você é quem manda.

  Parei e o encarei, ele não falou muito menos parecia estar sendo sarcástico; na verdade sua voz fora suave e tranquila, enquanto olhava fixamente para os tomates que picava no prato.

  Fiquei sem reação por alguns segundos, de todas as respostas essa era a que eu achava a menos provável de acontecer.

 -Quer que passe os condimentos?

  Sua pergunta me trouxe de volta à realidade e vi que ele me encarava com os lábios apertados, tentando conter o riso, ao ver a reação que causou em mim com poucas palavras. Recuperei a postura e peguei os condimentos.

 -Não precisa eu faço isso. -Ele concordou e continuou me encarando. -Mas se quiser montar o recheio...

 -Já fiz isso. -Ele apontou para outro prato onde o presunto e queijo estavam cobertos por alface, tomate e orégano. -Vi que estava um pouco distraída e resolvi terminar.

  Ele encolheu os ombros tentando parecer estar com vergonha por ter me visto sem reação; o que teria me convencido facilmente se não o tivesse estudado nesses últimos dias, e mesmo que suas expressões não mudassem muito (as vezes eram mais neutras que as minhas), sabia que Júlio lutava fortemente para não ficar sarcástico.

  Me limitei á concordar com a cabeça e voltar minha concentração para os pães.

  Depois de tudo pronto, cada um sentou em um saco de dormir empoeirado e começamos a comer. Tudo que ouvíamos era o som de Guido devorando suas maças para depois partir para os donuts. Antes, era um tanto quanto desconfortável o silêncio, mas acabamos nos acostumando com ele, que se tornou algo bom para pensarmos; e nunca durava muito, pois era só um de nós falar algo simples que quando notávamos já havíamos mudado de assunto diversas vezes e era hora de descansar.

  Não falávamos muito da vida pessoal, e sempre que o assunto tomava esse rumo, logo o mudávamos. Geralmente Júlio contava de suas aventuras com Tainara e Tobias e eu falava sobre as confusões que aconteciam no acampamento Júpiter e um pouco da Guerra contra Gaia.

  Aquela noite não foi diferente. Júlio bebeu quase toda a água do seu cantil e me encarou começando a formular as palavras.

 -Depois de soltarmos Guido e percorremos o caminho a pé, porém invisíveis. -Ele esperou até que eu concordasse e continuou. -O que faremos?

 -Renderemos quem quer esteja vigiando as minas e pegaremos a pedra. -Falei sem hesitar, mas sabia que ele queria detalhes e não informações já conhecidas.

 -Mas e se forem apenas mortais comuns que não fazem ideia do porquê dois adolescentes estão lá no meio da madrugada?

 -Não disse que iria mata-los; mas para podermos entrar sem que desconfiem teremos que render as pessoas ou monstros que estiverem lá. -Respondi calmamente; já havíamos revisado o plano em nossa última parada, mas sabia que poderiam ter falhas e isso estava fora de questão. Então não me incomodava Júlio fazer todas as perguntas de novo, pois ele também ajudou a arquiteta-lo. -Além do mais pelo último aviso que recebemos, não acho que serão mortais que nos receberão. 

 -Certo. -Ele pegou as barras de chocolate e me estendeu uma, aceitei e esperei que Júlio desembrulhasse seu doce antes de prosseguir. -Depois de rendermos ou possivelmente matarmos os vigias, no caso de serem monstros, como faremos para pegar a pedra? Quer dizer, é uma mina cheia delas, não tenho certeza se teremos a sorte de encontrar um carrinho já disponível.

 -É por isso que tenho você.

  Me arrependi no mesmo instante em que falei, não sei porque disse aquilo, as palavras simplesmente saíram e agora fui obrigada a lidar com um rosto em chamas e o sorriso meigo, porém convencido da grama ambulante; que a cada dia que se passava, parecia menos com um pedaço de grama e mais com um garoto de feições perfeitas, olhos penetrantes e...

  Pera! Mas o que estou pensando?

  Não havia se passado nem meio segundo entre a minha resposta e a próxima.

 -Digo... Você tem magia certo? É claro que tem... Que pergunta... Enfim, vamos usar você... Quer dizer... O seu poder para tirar a quantidade de pedras necessárias e sair dali o mais rápido possível.

  Ok. Aquilo estava fora de controle. O que foi que eu fiz?

  Nunca agi dessa forma antes, nem mesmo perto de... Bem... Vocês sabem.

  A questão é que minha resposta rápida e quase indecifrável o deixou com um sorriso discreto, porém muito visível, com as feições levemente coradas e os olhos ainda mais brilhantes. O que não ajudou em nada na minha recuperação.

 -Tudo bem. Temos um plano, muito bom por sinal. -O sorriso aumentou um pouco, mas desviei o olhar e me concentrei em meu chocolate; passou alguns segundos antes dele voltar à falar. -Ainda temos três horas, o que acha de descansar um pouco? E antes que questione, não precisa se preocupar porque entrarei no modo hibernação.

  Júlio havia me explicado dessa técnica na noite anterior e achei ela muito útil; por isso não discordei, principalmente pelo fato de que não confiava na minha boca nesse momento. Então me limitei a afastar-me um pouco para ajeitar o saco de dormir, o que levantou uma cortina de poeira; resolvi dormir na minha mochila novamente e depois de me remexer diversas vezes no chão, senti alguém pousar a mão em meu ombro; virei-me e deparei-me com seus olhos roxos.

 -Tem uma cama ali no canto. -Ele apontou para a outra parede, onde havia uma pequena cama de metal com um colchonete fino. -Não é grande coisa, mas acho muito mais confortável do que o chão. -Um sorriso tímido brotou de seus lábios, mas dessa vez parecia verdadeiro e não uma forma de conter o riso.

 -Mas e você? -Sentei-me o encarando, ele apenas deu de ombros.

 -Celpet é mais confortável.

  Ri um pouco, mas sabia que não teria como discordar. Fiquei em pé e caminhei até a cama, onde encontrei o colchonete forrado por uma coberta e outra para que me cobrisse. O olhei por cima do ombro e hesitei antes de deitar. Ela não estava empoeirada e era muito mais confortável do que realmente aparentava. Apaguei assim que fechei os olhos.

  ***

 -Posso vê-los. -Sussurrei (apesar de estarmos invisíveis aos outros) olhando por cima da rocha que nos escondíamos. Haviam cerca de dez mortais fortemente armados com metralhadoras e M16, vigiando a entrada da mina. Não eram monstros, mas o desafio se intensificou, pois não podíamos mata-los e duvido que aceitassem uma conversa amigável. -Estou vendo dez e estão todos carregados.

 -Bom. -Júlio sussurrou próximo ao meu ouvido enquanto olhava por cima de meus ombros. -Pelo menos não são monstros.

 -Não acho que isso é algo bom. -Rebati com os olhos fixos nas metralhadoras. -Eles podem nos matar, mas nós não...

 -A vantagem é que não precisaremos nem nos aproximar...

  Olhei para ele que se afastou e puxou um pouco a jaqueta camuflada, revelando um coldre, que se entrelaçava em sua cintura, com uma pistola preta e cinza. Júlio tirou o pente da arma e o guardou dentro de um bolso escondido da blusa (antes dele colocar o objeto lá eu nem mesmo sabia da existência daquele bolso); então ele pegou outro pente do mesmo lugar e o encaixou na pistola.

 -Você carrega uma arma de fogo? -Sussurrei incrédula, nunca soube de um semideus que fizesse isso; além de espadas, lanças, facas menores e arcos, nossa única arma eram os nossos poderes. Ver um de nós com algo capaz de ferir mortais me deixou nauseada e um pouco desconfiada. -Já disse. Não vamos mata-los.

 -E quem falou que quero mata-los? -Seu tom de voz era indiferente, mas por um segundo achei que tivesse decepcionado pelo fato de eu desconfiar de suas intensões; é claro que provavelmente é coisa da minha cabeça; mas isso não o impediu de puxar outra arma idêntica e retirar o pente para me mostrar. -Não tenho apenas balas de fogo; essa é uma pistola 380, está carregada com balas neutralizantes. Faz um tempo que não as uso, mas um bom semideus sempre anda prevenido.

  Ele encaixou o pente de volta na segunda pistola e a estendeu na minha direção. Fiquei com a expressão neutra enquanto o encarava, deixando claro que não tocaria em uma arma de fogo. Júlio sorriu tranquilizador.

 -Não se preocupe, já disse que são apenas tranquilizantes, assim não correremos o risco deles chamarem o exército, nem de acabarmos os matando. Além do mais nossas espadas não surtiriam efeito algum neles e uma luta corpo a corpo chamaria a atenção dos que estão lá dentro.

  Hesitei, mas sabia que ele tinha razão; não poderíamos feri-los com nossas armas e mata-los estava fora de questão. E depois de passar quase uma semana o estudando e observando, podia confiar nele, já que teve várias oportunidades de me matar e ainda estamos aqui.

  Peguei a arma e Júlio aproximou-se de mim.

 -Assim ela está travada. -Ele mostrou a que estava em sua mão, então fez um gesto com o dedão e a arma emitiu um chiado; olhei com o canto dos olhos para ter certeza que ainda estávamos sós. -Agora ela está destravada e assim que puxar o gatilho a bala irá sair. -Ele fingiu puxar a espécie de alavanca pra trás e fez sinal como se algo estivesse saindo do cano.

 -Entendi. -Falei fazendo o mesmo com a pistola em minha mão; ele assentiu.

 -Não é tão difícil disparar com uma arma, só temos que tomar cuidado com o tranco que elas podem dar algumas vezes, porém para nós acostumados com monstros nem mesmo sentimos. -Ele sussurrou dando de ombros. -Mirar pode ser um pouco mais desafiante; é necessário ter objetivo e foco no seu alvo, tem que esvaziar a mente de tudo que acontece à sua volta; e ter total confiança na sua arma, ela faz parte de você e você faz parte dela, uma depende da outra, precisa senti-la como se fossem uma só... -Júlio me encarou por alguns instantes. -Você me falou que sabe atirar com arco certo?

 -Sim. Apesar de preferir uma lança ou espada.

 -Então será ainda mais fácil, pois temos que ter confiança em qualquer arma que carregamos. Além do mais o fato de sermos semideuses nos dá uma grande vantagem nas habilidades que precisamos para manusear isto. -Ele levantou sua pistola e sorriu ainda mais, então voltou a me encarar. -Alguma pergunta?

 -Quais ou outros tipos de balas que você tem? -Sua expressão ficou neutra novamente, acho que provavelmente imaginou que fosse perguntar isso, mas preferia que não. Pois mostra que não confio tanto assim.

 -As necessárias.

 -Que seriam? -Levantei uma das sobrancelhas, ele continuou o mesmo.

 -Tenho balas neutralizantes, de bronze, prata, mágicas, flamejantes e de pólvora.

  Me limitei a assentir, não havia muito mais o que fazer e ainda não conseguia saber se ele mentia ou não.

  Virei-me para espiar uma última vez o que nos aguardava, porém Júlio segurou um de meus pulsos e me fez ficar novamente de frente pra ele, mas de uma distância muito mais perigosa.

  Quando o encarei, seus olhos estavam arregalados, como se não quisesse ter me puxado com tanta força e agora se esqueceu completamente o que ia dizer; assim como eu perdi toda a vontade de xingá-lo.

  Seu hálito cheirava á chocolate (mesmo depois de escovarmos os dentes e lavarmos os rostos antes de virmos); os olhos roxos estavam ainda mais hipnotizantes; o cabelo verde voava um pouco com o vento; sua expressão se suavizou, deixando a face levemente corada enquanto nos aproximávamos como aconteceu há dois dias. E assim como daquela vez, nunca achei a combinação verde e roxo tão lindos...

  Dei um passo para trás e espremi os lábios para não dizer ou fazer qualquer coisa da qual me arrependesse ou viesse a gostar muito depois; tinha minhas dúvidas de que a segunda opção era mais propensa a acontecer... E não sei se estava pronta para isso...

  Mas não consegui dar mais que um passo, pois ele ainda segurava meus pulsos e mantinha os olhos fixos nos meus...

“Você não vai encontrar o amor onde deseja ou espera. Nenhum semideus vai curar seu coração”

  Ok. Aquilo foi o suficiente; contrai os lábios ainda mais e como não era capaz de desviar o olhar, me limitei á fechar os olhos e conter a angustia.

  Porque ela estava fazendo isso comigo?

  Sua respiração ficou mais pesada conforme os dedos se afrouxavam em meu pulso; ele não o soltou, mas deixou livre para que eu o fizesse. E com muita força de vontade puxei o braço delicadamente enquanto abria os olhos.

  Júlio também os havia fechado e fiquei alguns segundos o encarando antes de continuar o que fazia antes daquele momento embaraçoso.

***

  Júlio estava certo em relação ao manuseio de uma pistola, confiança e sentimentos pelo objeto, funcionaram muito. Além de estar correto sobre nossas habilidades com outras armas ajudarem.

  É claro que o fato de nunca ter atirado com uma arma antes atrapalhava; o combinado era cinco pra cada um; porém enquanto abatia o terceiro ele já havia neutralizado os outros sete.

  Antes de entrarmos Júlio jogou um pó em cima dos mortais que fez com que ficassem de pé, como se ainda estivessem de guarda.

 -Para evitarmos curiosos. -Foi tudo que ele falou.

 -Certo. -Minha resposta. Voltamos para o início e isso não era bom àquela altura do campeonato.

  Havia outro mortal no corredor de entrada, do qual Júlio atirou sem nem piscar; fazendo o mesmo que fez com os outros.

  Mais cinco foram encontrados dentro da Mina vigiando as pedras de Lápis-lazúli. Fiquei com dois e ele com o resto.

  Era impressionante o modo como abatia as pessoas sem esforço algum, como se já tivesse adquirido experiencia o suficiente para uma vida.

  Não houve necessidade de deixá-los em pé, então partimos para a próxima etapa. Júlio passou uma pasta transparente em cima de um enorme pedaço da pedra, achei um pouco exagerado, mas não sabíamos de quanto iriamos precisar então... Não questionei.

  Depois tudo que tive que fazer foi pegar minha espada e nocautear o local com toda a minha força.

  A pedra caiu emitindo um barulho ensurdecedor; olhamos ao redor, mas os mortais continuavam caídos inconscientes e nenhum outro apareceu pela entrada.

 -Tudo bem. -Júlio falou tirando a mochila dos ombros e abrindo Celpet. -Vamos acabar logo com isso antes que a máscara caia.

  O ajudei a pegar a pedra e a guardamos; não achei surpreendente o fato daquilo caber em Celpet, muito menos as palavras usadas por Júlio.

  O raio que nos atingiu naquela noite fora apenas uma prova do que Júpiter faria conosco se soubesse com certeza onde estávamos; e por mais que nossa viagem não tenha sido com muitas surpresas, nunca é bom dar sorte para o azar. A máscara revelando as verdadeiras intensões dos deuses pode cair a qualquer momento.

 -Mas olha só o que temos aqui! -Paramos na metade do caminho e começamos a olhar em volta. O eco de uma mulher... Aquela voz... -Depois de tantos anos finalmente nos reencontramos.

  Segurei a espada com mais força; Júlio materializou sua espada de dois lados diferente, um embainhado em bronze e o outro em ouro.

  Isso me surpreendeu; como ele poderia ter algo assim se não sabia da existência de romanos?

  Ou será que os três descobriram antes mesmo de chegar no acampamento meio-sangue?

Eles são gregos? Percy e Annabeth me falaram que são. Então por que...

 -Vocês são tão imprevisíveis...

  Júlio segurou minha mão livre com força; seu toque era quente e macio; mas não era isso que importava, pois ele a segurou ao ouvir a voz da mulher novamente e á julgar pela sua expressão, também a conhecia... Mas de onde?

  Outra pergunta da qual não obteria resposta.

 -Já estavam de saída? -Estava se aproximando, apertei sua mão tentando chamar a atenção, mas ele olhava em todas as direções exceto na minha. -Mas a festa nem começou...

  Toda a caverna tremeu e os cinco mortais, que deveriam estar inconscientes, começaram a se levantar com as armas ainda em mãos. Raios! Esquecemos das armas!

  Puxei seu braço, tentando alertá-lo para que ficássemos invisíveis. Não podíamos mata-los; mas Júlio não parecia estar totalmente presente e sua mão estava esquentando cada vez mais.

  Os outros onze atiradores apareceram, mais despertos do que nunca, com as miras todas voltadas para nós. Eram um total de dezesseis pessoas que não hesitariam em nos matar por roubá-los; estávamos cercados.

  A situação ficou ainda pior quando ela finalmente apareceu, com seus cabelos castanhos repicados, camiseta do acampamento, shorts rasgado, traços indígenas, sorriso cruel nos lábios e olhos brancos sem emoção. Aquela não era ela, sabia disso, mas também tinha ciência do motivo de Piper Mclean aparecer.

 -E estou louca para ver como essa história vai acabar. 

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 Júlio:

  Perdido!

  Tudo que passei para aprender a me controlar, as coisas que fiz, a ajuda recebida, os sentimentos bons... Perdido... Acabado... A certeza de que nunca iria mudar apenas aumentando... O ódio crescendo...

 -Achei que iria fugir como sempre faz. -A voz de Reyna estava abafada, mas mortal e a expressão de Piper ficou rígida.

 -Eu nunca fujo das minhas batalhas. -Ela rosnou.

 -Claro que não. Você sempre as vence com pombas e glitter. -Sarcasmo; ela estava olhando para a menina que roubou o garoto que ela gostava e... Agia sarcasticamente.

  O que havia de errado comigo?

  Continuei com a mesma expressão, enquanto pensava em um modo de saímos de lá, já tínhamos o que fomos buscar. Poderia nos tele transportar para o abrigo novamente, mas o ódio aumentava a cada palavra dita por ela.

  Estava ciente de nossas mãos entrelaçadas, apenas por esse motivo que contive meu poder; assim como sabia dos dezesseis Mirmidões à nossa volta, não são mortais como Reyna deduziu (notei depois de nocautear o primeiro); além do fato de a deusa da beleza estar se parecendo com alguém que Reyna poderia perder o controle facilmente dependendo do assunto.

 -Cuidado com o que fala. -Piper fechou os punhos, mas se conteve e sorriu. -Estou impressionada! Você mudou muito desde a última vez que te vi, quando arruinei suas chances com o Jason e o mandei direto para os braços da minha filha.

  Tudo bem, já sabia o que fazer e não deixaria que ela manipulasse Reyna como fez comigo. Mas a pretora novamente me impressionou com uma risada gostosa, porem curta.

 -Continue pensando assim que quem sabe um dia você mesmo acredita... Ah me lembrei de uma coisa... -Um largo sorriso brotou em seus lábios. -Você não tem capacidade para pensar.

  Não pude segurar o riso o que fez com que a deusa prestasse atenção em mim. Ela estava vermelha de raiva, mas não mantive o olhar por muito tempo, pois se não a manipulação iria começar e não sou tão forte quanto Reyna.

  Segurei sua mão com mais força e nos deixei invisíveis.

 -O QUE VOCÊS PENSAM QUE ESTÃO FAZENDO? -A deusa urrou e o tiroteio começou. -APAREÇAM E LUTEM DE FORMA JUSTA!

 -FALOU A DEUSA QUE NÃO TEM CORAGEM NEM DE FICAR COM A PRÓPRIA APARÊNCA! -Gritei em resposta enquanto puxava Reyna para mais fundo na mina. -DIZEM QUE VOCÊ NÃO É MUITO BONITA!

 -VAI PAGAR POR ISSO JÚLIO HORFMAN.

  Ri e troquei o pente da arma para balas de bronze e ouro. Reyna me parou com um puxão; á olhei sério e ofegante.

 -Por que está trocando os pentes? Não usamos todas as balas.

 -Eles são os Mirmidões; há uma lenda sobre esses homens formigas, mas não acho que você queira ou dê tempo de ouvir. -Peguei sua arma e troquei o pente. -O que precisa saber é que temos que mata-los, já que ela não vai nos deixar sair com tanta facilidade assim. -lhe entreguei a pistola novamente.

 -Certo. -Reyna á pegou tocando minhas mãos. -Na volta você me conta.

  Assenti, nos encaramos por alguns segundos e voltamos para a luta.

***

  A invisibilidade nos deu a vantagem que Afrodite tinha sobre nós; antes mesmo que ela pudesse ver a direção dos tiros, os dezesseis soldados formigas se desintegraram completamente.

 -JÁ CHEGA DESSA PALHAÇADA!

  Um gesto com as mãos e estávamos de frente pra ela. Paralisamos nos encarando com o canto dos olhos. Havíamos nos separado para acabar com eles mais rapidamente e ficamos muito surpresos para dizer qualquer coisa. Como ela conseguiu nos deixar visíveis?

 -Se quer uma coisa bem-feita faça você mesmo. -Piper revirou os olhos irritada. -Agora que já se divertiram é minha vez. -Um sorriso cruel se formou em seus lábios, mas foi interrompido pela risada de Reyna. Ela á fulminou com o olhar. -O que é tão engraçado Ramirez?

  Ela riu um pouco mais antes de responder, me dando tempo para agir. Era incrível como todos caiam no truque da conversa fiada.

 -Foi mal, mas não dá pra te levar à sério com você sendo ela. -Mais risos. -Piper sério? Para uma deusa moderna, está muito desatualizada sobre o que aconteceu.

 -Quem que você preferia que eu fosse então? -Ela fazia o possível para manter o controle. -Annabeth? Edvine? Ou qualquer outra garota que conseguiu o que você NUNCA vai conseguir!

  Parei o que estava fazendo e olhei para Reyna que mantinha o mesmo sorriso confiante e desafiador, seus olhos implacáveis estudando a vítima, decidindo qual seria o próximo ataque.  

  A deusa julgou seu breve silêncio como desistência e suspirou feliz.

 -Parece que não mudou muito a final de contas. Já que deixa ser silenciada por uma frase tão irrelevante.

  Serrei os punhos. Como Reyna conseguia ficar tão calma com todas essas provocações? Estava passando dos limites.

  Sem contar o fato dela ter mencionado o nome de Edvine... Que relação ela tem com Reyna?

 -Na verdade não gasto saliva com pessoas incapacitadas de formular um simples debate. -Ela deu de ombros. -Quando chegar ao nosso nível de inteligência conversamos.

  A raiva emanava do corpo da deusa. Reyna conseguiu tirá-la do sério e essa era nossa deixa.

  Segurei uma das mãos de Reyna sem que Afrodite notasse e á apertei como um sinal, que foi respondido no mesmo instante.

  O pequeno pedaço de Lápis-lazúli estava fechado sobre nossas mãos enquanto recitava as palavras com os lábios entreabertos.

 -Quer me comparar com uma garota que é incapaz de conquistar o amor e se esconde em um muro de mentiras e desilusões? -Piper riu, fazendo com que toda a caverna tremesse; Reyna apertou minha mão. Mais dez segundos. -E com um garoto que matou milhares só porque também não teve a capacidade de fazer com que alguém o amasse? -A pedra esquentava cada vez mais; tudo estava prestes a desmoronar; pedaços das pedras e rochas caiam do teto e das paredes. Cinco segundos. -Se isso é sinal de inteligência... Sabemos porque nenhum semideus dura muito tempo!

 -É o que vamos ver. -Falei antes que uma luz azul envolvesse á ambos; puxei Reyna para meus braços e sussurrei em seu ouvido. -Para a sua casa. -Ela assentiu e me abraçou com força, o que gerou uma nova descarga de energia em todo o meu corpo.

 -NÃO PENSSEM QUE ACABOU... -Sua voz ficou abafada pelos estrondos da Mina e da luz que á cegava. - ...Veremos... Sobrevivem... Lembranças...

  Conseguimos. Ela não tinha mais como nos deter. Voltaríamos com o nosso troféu.

  Mas todos sabemos o perigo de dar sorte ao azar...

  Uma bola de energia surgiu nas mãos de Afrodite e veio como um foguete em nossas direções... Na verdade apenas em Reyna que estava na minha frente. Arregalei os olhos, celpet estava ao meu lado, uma preocupação á menos. Então sem pensar duas vezes me virei de costas para Piper...

  A última coisa que me lembro é de ouvir uma risada estridente estourando meus tímpanos os olhos arregalados de Reyna ao ver o que me atingira...

  Então o mar infinito de lembranças me levou pra mais fundo ainda.


Notas Finais


Então o que acharam?
O que acham que vai acontecer?
O que querem que aconteça?
Será que Júlio e Reyna serão os mesmo depois disso?
Nossa querida pretora terá forças para aguentar o que esta por vir?
Curiosos?

Então não deixem de comentar, favoritar, acompanhar e deixar sua escritora feliz e motivada = D
Obrigada por tudo que fazem por mim e até a próxima : )

Ps: Provavelmente não postarei esse domingo, pelo fato de ter publicado hoje, ou seja, o desfecho da aventura deles vai demorar um pouco, mas prometo não decepcioná-los ; D


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