Summer Rain Hall
Eu não conseguia acreditar que era real. Não. Ele estava bem. Ele ia ficar bem. Isso não estava acontecendo. Era tudo mentira. Ele ia levantar daquela cama e me abraçar forte, dizer que me ama, que quer ficar comigo pra sempre e que iríamos ser felizes juntos.
- Lamento muito, Summer.
A voz de Ryan ecoava na minha mente, assim como a notícia de que o homem que eu amava não tinha resistido. A culpa era toda minha. Eu não deveria ter ido embora, eu deveria ter ficado ao lado dele segurando sua mão até que ela acordasse. A culpa era toda minha.
- Por favor Justin, acorda! – implorei no meio de lágrimas.
Debrucei-me sobre o corpo gélido dele e o apetei com força. Isso era um pesadelo. Só podia ser um pesadelo e eu precisava acordar.
- Vamos Summer, acorda! – me afastei gritando comigo mesma – acorda!
Com um último grito eu me levantei da cama em um pulo. Meu peito queimava e meu coração batia acelerado no peito como se a qualquer momento ele fosse sair pela boca. Foi apenas um pesadelo. Chequei meu celular e não tinha nenhuma chamada ou mensagem de emergência. Eram 18h30 da tarde. Eu tinha dormido desde às 11h da manhã. Eu estava me sentindo melhor, só precisava comer um pouco e podia voltar para o hospital.
Levantei da cama cambaleando e entrei no banheiro. Tomei um banho relaxante e vesti uma roupa qualquer. Peguei tudo o que precisava e fui até ao restaurante do hotel para comer alguma coisa. Mal me sentei na mesa e o empregado apareceu para anotar meu pedido.
- Quero esparguete à bolonhesa e um suco de abacaxi, por favor.
O empregado anotou e se retirou. Poucos minutos depois ele voltou com o meu pedido e eu comi como se o mundo fosse acabar. Eu estava esfomeada e era nítido. Eu andei todos esses dias me alimentando mal e dormindo mal. Eu precisava disso.
Depois que acabei, eu paguei e fui para o hospital. Na sala de espera estavam todos menos Chaz. Jeremy estava falando no celular de costas para mim. Hailey estava cochilando no ombro de Christian que me olhou sem jeito e depois desviou o olhar para o chão. Ryan sorriu para mim e eu retribuí o sorriso. Tyler e Caleb me abraçaram e logo Jeremy notou minha presença. Ele não disse nada ou teve nenhuma expressão. Ele simplesmente me virou as costas e eu não me importei.
- Está tudo bem por aqui? – perguntei ajeitando minha bolsa no ombro e meu casaco pendurado nos braços.
- Sim. Ele está na mesma. – Tyler suspirou.
- Talvez ele esteja apenas aproveitando esse tempo para descansar um pouco. Não é? – Caleb perguntou inocentemente.
- Sim, talvez seja apenas isso. – sorri serena.
Hailey se remexeu e depois acordou um pouco assustada. Quando ela me viu ela sorriu de canto e eu ignorei. Fiz um sinal com a cabeça para Ryan me seguir e ele assim o fez. Quando estávamos longe de todos, eu falei.
- Eu não quero essa mulher aqui. – disse firme.
- Summer…
- Não! – o cortei – ela não deveria estar aqui.
- Ela é nossa amiga, Sum. – a defendeu.
- E eu sou o quê?
- Por favor, Summer. Ela está arrependida e quer se redimir. Porque você não pode aceitar isso?
- Porque ao contrário do que vocês pensam, eu não sou assim tão ingenua.
E dito isso, eu virei as costas indo em direção ao quarto de Justin. Abri a porta devagar e encontrei Chaz com a cabeça caída na cama, dormindo. Fechei a porta lentamente e entrei com cuidado para não o assustar. Quando cheguei perto dele, coloquei minha mão sobre seu ombro e o abanei levemente o despertando. Ele levantou a cabeça um pouco assustado e riu sem graça quando viu que era apenas eu.
- Desculpa a demora, dormi mais do que pretendia. – mordi meu lábio.
Coloquei a bolsa e o casaco em cima do sofá e Chaz se levantou, se espreguiçando em seguida – Eu não sei como você consegue ficar tanto tempo aqui sentada. É exaustivo.
Quando fui rir, Justin começou a se debater na cama fazendo as máquinas apitarem. Eu olhei assustada para ele e Chaz correu para chamar os enfermeiros e os médicos. Segurei forte na mão do Justin e apoiei minha mão sobre seu peito tentando acalma-lo.
- Justin! – o chamei – eu estou aqui.
Os enfermeiros e o médico responsável por ele se aproximaram e me afastaram contra a minha vontade. Justin continuava se debatendo na cama, tornando a cena um pouco assustadora. Tampei minha boca com uma mão. Logo ele foi se acalmando quando o médico tirou o tubo que ele tinha na boca o ajudando a respirar.
O médico sorriu satisfeito e eu não sabia se era algo bom. Ele tinha acabado de se debater na cama e as máquinas apitaram – elas já tinham parado, mas foi assustador.
- Ele já está respirando sozinho. A qualquer momento ele pode acordar. – o médico disse me fazendo sorrir largo.
Chaz riu e me abraçou forte me tirando do chão – Finalmente porra!
Eu comecei a chorar de alegria e corri para perto dele. Voltei a apertar sua mão e a acariciar seu rosto – Acorda meu amor. – pedi.
- Ele ainda está sedado, mas vamos deixar de o sedar a partir de agora. Daqui a uma hora eu venho ver como ele está.
O médico disse e eu agradeci sorrindo. Chaz avisou que iria dar a notícia a todos e eu permaneci ali apenas o observando. Ele iria acordar a qualquer momento.
Justin Drew Bieber
Meu peito queimava de tanta dor. O barulho irritante de “bip” estava dando comigo em doido. Minhas pálpebras estavam pesadas e eu não estava conseguindo abrir os olhos. Minha boca estava seca e tinha um gosto horrível. Minha garganta estava irritada como se eu tivesse com algo nela durante anos. Mas algo era bom… o cheiro dela. O toque dela. Eu estava sentindo. Ela estava apertando minha mão com força e o cheiro dela estava agradando meu olfato. A voz dela… ah a voz dela. Porque eu estava com tanta saudade dela assim?
- Vamos Justin, já chega de dormir meu amor. – ela pediu.
Era como se eu estivesse ouvindo isso pela milésima vez. Era estranho. Eu precisava acordar. Fiz um enorme esforço e finalmente consegui abrir os olhos. Pisquei várias vezes para me acostumar e finalmente consegui enxergar. Eu estava em um quarto branco, com uma luz fraca e máquinas mostrando coisas indecifráveis. Tinha um saco de soro, com um fio ligado no meu braço. Aliás, fios era o que eu mais tinha. No meu dedo tinha algo preso. Tentei me mexer, mas todo meu corpo reclamou com o meu movimento. Passei meus olhos pelo quarto, até parar em um belo rosto. Summer.
Ela tinha lágrimas escorrendo na sua bochecha, mas o lindo sorriso que eu tanto venerava estava ali. Ela apertou minha mão com força e fechou os olhos com força os abrindo em seguida.
- Eu não estou sonhando. Me diga que não é um sonho. – ela pediu entre lágrimas e soluços.
Eu ri fraco – Oi.
Minha voz saiu quase inaudível, mas ela pareceu ouvir – Você voltou.
- Eu tinha ido a algum lado? – brinquei.
- Você… não. Você não foi a lado nenhum. – ela sorriu e enxugou as lágrimas.
- O que aconteceu? – perguntei. Minha voz ainda saia bem fraca.
- É melhor os médicos te examinarem primeiro. Depois eu prometo que te conto tudo, ok?
Eu assenti e ela se levantou para chamar os médicos, mas eu segurei sua mão. Ela se virou assustada e segurou meu rosto levemente com suas duas mãos – Eu te amo.
As palavras saíram fracas da minha boca, mas parece terem a atingido com força. Ela deu um sorriso largo depois que pareceu ter finalmente entendido o que eu tinha dito.
- Eu também te amo.
Ela disse e eu sorri. Ela selou meus lábios e depois saiu do quarto, voltando pouco tempo depois com vários médicos e enfermeiros. Fui examinado e contragosto fui obrigado a fazer vários exames.
Quando voltei para o quarto, eles me acomodaram melhor na cama e retiraram algumas máquinas me deixando apenas ligado ao soro e outras para medirem meus batimentos cardíacos, tensão e etc. Summer se aproximou novamente de mim quando todos saíram e selou meus lábios novamente.
- Agora você já pode finalmente me contar o que aconteceu? – pedi.
Ela assentiu fazendo seu belo sorriso desaparecer de seus lábios. Ela colocou uma mecha de cabelo atrás da orelha e respirou fundo. Quando ela abriu a boca para falar, a porta foi aberta brutalmente nos assustando. E de lá entraram os filhos da puta que eu chamava de amigos e meu pai.
- Finalmente ein vacilão. – Ryan resmungou.
- Também estou feliz em ver você, Butler. – debochei.
- Pensávamos que íamos ter que procurar outro patrão para encher nosso saco.
Caleb brincou me fazendo rir, mas Summer não achou a menor graça. Ela fechou a cara e saiu do quarto sem dizer nenhuma única palavra. Tyler deu um tapa na cabeça do irmão o repreendendo, que reclamou em seguida.
- Está tudo bem. Eu só preciso saber o que aconteceu. – eu disse.
- Você não se lembra? – meu pai abriu a boca pela primeira vez desde que entrou no quarto.
- Não. – molhei meus lábios que continuavam secos.
- Nós fomos tentar pegar Alejandro e seus trapos e eles armaram uma emboscada pra nós. Você acabou sendo baleado. – ele disse baixando a cabeça.
As memórias do acontecido começaram a voltar e com elas a lembrança da morte da minha mãe, Alyssa e de tudo de podre que tinha acontecido nos últimos tempos.
- Não acredito que você deixou Summer vir até aqui. – eu disse surpreso.
- Não tive escolha. – ele disse.
- Como assim?
- Seu pai se recusou a trazer Summer, mas Alejandro fez isso por ele. – Tyler falou irritado.
- Alejandro tocou nela de novo? – me exaltei fazendo meus batimentos cardíacos aumentarem e a máquina apitar.
- Fica calmo, JB. – Chaz falou.
- A bala ficou alojada no seu peito, bem próximo ao seu coração e rompeu duas artérias importantes. Mas além disso, a bala estava envenenada. O único antídoto estava no sangue da Summer. Eles a sequestraram e colocaram o antídoto no sangue dela e a prenderam – Jeremy falou – quando você foi baleado, Alejandro colocou um papel com um endereço no meu bolso. Quando você estava a salvo, eu fui até ele e lá encontrei Summer. Eles me contaram todo o plano, mas só deixariam Summer te salvar se eu entregasse todo meu império na máfia para Alejandro.
- Não. Você não fez isso. – trinquei meu maxilar.
- Eu não poderia deixar você morrer, filho.
- E eles poderiam ter matado Summer se seu pai recusasse. Ele fez certo, JB. – Ryan disse.
- E agora?
- E agora ele vai tentar roubar você. – meu pai disse.
- E não é só isso. – Chris disse sério.
- O que pode ser pior do que isso? – murmurei.
- Todos os quartos do hotel que estamos hospedados têm câmaras para proteção, inclusive o de Summer. Eu fui ver as gravações do dia de hoje e vi que Anthony esteve com ela no quarto dela.
Meu sangue ferveu e meu maxilar trancou. Meu batimento cardíaco aumentou novamente e Chaz quase me bateu me obrigando a ficar calmo – O que aquele filho da puta queria com ela?
- Ele a instigou a te perguntar sobre o segredo, Justin. Eles não só querem te deixar sem império, como querem te tirar tudo. Inclusive ela.
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