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História Perfect Mistakes - Capítulo 15 - Todos - Fim da Primeira Temporada


Escrita por: whoishoran

Notas do Autor


Oi gente tudo bom? Eu pensei que teria mil e uma coisa para escrever aqui hoje, só que, nada importante vem na minha cabeça. Eu passei a semana inteira relembrando uma série de momentos e tendo ideias malucas para escrever mas hoje, exatamente hoje, nada. Eu já comentei isso algumas vezes e direi de novo mas, PM nasceu na última folha do meu caderno de biologia. Eu tinha acabado de voltar da Educação Física e não fazia questão nenhuma de prestar atenção em porque nossos olhos têm cores diferentes. Isso foi a mais ou menos um ano atrás... Doido, né? Hahaha. Lembro que veio um “Era uma Vez” e de repente, me senti ridícula por ser tão clichê. Isso é um pouco Nicole, certo? Foi assim que ela surgiu. Podia ver uma versão de Harry Styles bem diferente do que ele provavelmente é. Um inteligente, um gênio do crime, um cabeça quente e além de tudo, carente. Levando uma bronca da professora, sobre como devia prestar atenção, desejei ser muito inteligente. Alô, Rebecca, é você ai? E por último, mas não menos importante, eu me coloquei no papel. Estressada, com sorrisos tímidos, muito sozinha e ao mesmo tempo nenhum um pouco, muito... Louis. Foi assim. Da noite pro dia, de uma aula para outra, eles “nasceram”. E sabe... Eles me confortaram e preencheram todo o vazio que eu tinha. Talvez isso nem seja importante para vocês, mas para mim é. Antes de começarem a ler o último capítulo da primeira temporada de Perfect Mistakes (ai dor, não dá para acreditar ainda) eu quero que saibam que essa fic é tipo, meu mundo. Vocês e eles me ajudaram muito. E qualquer coisa, sempre e quando quiserem, contem comigo. Ou com quatro adolescentes problemáticos, um pouco criminosos, porém com um coração enorme :)
E me desculpem o tamanho do capítulo, só fui perceber agora. E achei melhor não dividir porque ficaria ruim, enfim, espero que gostem.
LEIAM AS NOTAS FINAIS POR FAVOR!

Capítulo 15 - Capítulo 15 - Todos - Fim da Primeira Temporada


Fanfic / Fanfiction Perfect Mistakes - Capítulo 15 - Todos - Fim da Primeira Temporada

(Trilha sonora - Abertura ♪ The Great Escape – Boys Like Girls)

- Atenção alunos. – a voz no autofalante ecoou em todas as salas de primeiro, segundo e terceiro ano. – Na sexta-feira, vocês só irão vir para a escola para pegar os boletins, como sabem... Porém nesse mesmo dia, á noite, será a festa de formatura de vocês.

A maioria dos alunos estava fazendo prova mas teve de parar para ouvir o que a mulher da secretaria dizia.

- A Brighton High School decide sempre fazer algo especial para essa ocasião, e quase todas as festas até agora tiveram um tema. Felizmente ou infelizmente a desse ano é.... – os próprios professores já estavam bufando, além de interromper uma prova importante era desnecessário. – Fantasias!

Aquilo fez as seis salas de todo o colegial protestarem. Só era difícil de saber se contra ou a favor.

 

- Ótimo. Vamos ter que ver os professores fantasiados? – Harry resmungou e quase todos seus colegas riram.

- Hazza, qual a resposta da dez e da quinze? – Nicole que sentava atrás dele aproveitou a distração do professor.

- A e D.

- Styles! – o professor que aplicava prova para eles apontou para o garoto. – Estou de olho em você!

 

- Eles sempre conseguem estragar essas festas fazendo isso. – Louis virou-se por um instante para Rebecca, de cabeça baixa. Ele não queria que ela visse o enorme hematoma em seu rosto. No dia anterior, segunda-feira, tinha sido a mesma coisa.

- Sim, nem me fale... – Becky concordou estranhando as atitudes do garoto. Desde que chegou não tinha levantado a cabeça e o capuz que usava cobria quase todo seu rosto.

- Voltando aos testes! – a professora avisou e ele virou-se. Os dois e todo o resto da classe seguindo as ordens dela.

(...)

(Trilha sonora – Until it’s gone – Linkin Park)

Acabou saindo no horário normal, já que naquela terça-feira houveram duas provas e era praticamente impossível acabar antes.

Andou pela rua com calma. Não estava certo que queria mesmo fazer aquilo, mas precisava não é?

Atravessou a avenida quando chegou nela e respirou fundo ao ver o local se aproximar mais e mais. Alcançou a maçaneta e, não como de costume, entrou pela porta principal. E ainda, ao invés de passar por todo o corredor para chegar à sala de relatórios, entrou na primeira.

- Oi, Harry! Des, seu filho está aqui... – policial que estava na sala disse ao senhor Styles. O mesmo virou-se e estava no telefone.

- Sim... Sim, podemos nos falar depois. Claro, eu ligo. Até mais tarde. – terminou a ligação em um instante e sentou-se na poltrona. Apontou com a cabeça para a cadeira a sua frente e Hazza caminhou com um pouco de medo e vergonha até lá.

- Oi. – disse encarando qualquer lugar menos os olhos do pai.

- Oi. – respondeu achando aquilo ridículo da parte do filho. Eles não se falavam desde que tinham brigado na cozinha. Isso nem era tão difícil apesar de se verem. – Aconteceu alguma coisa?

- Er... – droga, não sabia o que dizer. Tinha ido até lá, não dava para levantar e ir para casa. Tinha e precisava terminar aquilo logo. – Me desculpa, pai.

Finalmente os olhos nos olhos. Des franziu a testa sem acreditar em suas palavras. Harry raramente fazia aquilo, e por isso ficou surpreso.

- Becky e Rose...

- Espera, Rose? Você contou para ela? – levantou-se nervoso.

- Está vendo?! – levantou-se também. – Você nunca me deixa explicar, nunca ouve até o final. Eu sei que faço a mesma coisa, mas poxa pai! Eu nem sempre faço tudo certo, mas você precisa aceitar isso. – fez uma pausa e decidiu que falaria tudo o que queria. – Você não pode exigir que eu esqueça a mamãe e nunca mais pergunte dela, porque isso nunca vai acontecer. E você não precisa ser um pai cem por cento presente, mas por que não fazemos um esforço para não brigar toda vez que você aparece?

Ficaram em silêncio. Ele tinha tomado coragem, agora só precisava de uma resposta. Ou qualquer sinal de que estava tudo bem. Qualquer coisa.

- Você também precisa aprender a ouvir, Harry. Eu me odeio toda vez que brigamos porque você é exatamente igual a mim. – sorriu fraco. – Mas eu acho que podemos nos esforçar sim. E sobre sua mãe...

- Você... Eu... Respeito seu espaço. Mas, por favor, não finja que nada nunca aconteceu. – sentiu lágrimas brotarem nos seus olhos.

- Combinado. – assentiu. Abriu os braços e Hazza ficou indeciso por um instante. Deu de ombros e foi até o pai, o abraçando em seguida. – Somos cabeça quente demais.

- Como Becky nos aguenta? – perguntou e eles gargalharam. Se afastaram e Harry sorriu tímido. – Vou deixar você terminar seu trabalho.

Olhou rapidamente por cima do ombro de Des e observou o quadro de cortiça na parede. Tinha o mapa de toda a cidade e vários barbantes coloridos se cruzavam. Pelo que pareceu, a delegacia estava tentando descobrir algo bem complicado.

- Er... O que é? – apontou e o pai virou o rosto para saber. Hazza gelou. Um ponto indicava a floresta de Vicky e o bêbado, outro para fora da cidade indicando outras regiões, mais um na biblioteca da senhora Haverwood, então o beco em que Carton morrera, depois a mansão de Joe...

- Alguém está matando várias pessoas por Brighton, ou até mesmo fora. – explicou. – Estamos tentando descobrir quem é mas a pessoa é muito boa. Houve também um assassinato em uma escola em Liverpool, mas foi melhor porque era criminosos procurados, então...

Estavam à procura deles.

Rebecca estava certa. Eles tinham de matar quem a polícia não encontrava e não quem ela estava protegendo até ir para a prisão.

- Tecnicamente, isso não é muito importante. Digo, a procura. Mas se os assassinatos piorarem, principalmente os que são de pessoas das quais daqui alguns meses iriam para uma penitenciária, teremos que levar mais a sério. – explicou mas Hazza não conseguia tirar os olhos do quadro. Ele teria que fazer um igual para arranjar um jeito de despistá-los, além de ajuda-los nas mortes.

- Entendo. – assentiu. Não se importou de chegar mais perto. – A pessoa é boa, muito boa. Deve conhecer a cidade perfeitamente, além de... Ser cuidadoso.

- Bem observado. – aproveitou que o pai estava concentrado demais no quadro e passou a mão pela estante baixa, alcançou rápido o rádio que todos os policiais usavam e conseguiam se comunicar. Guardou no bolso e foi se afastando, como se nada tivesse acontecido.

- Deve ser mais de uma pessoa. – sabia que jogar aquela informação era perigoso, mas não se importou.

- É, claro. – riu ironicamente.

- Pai, como alguém conseguiria matar todas essas pessoas sem nenhuma testemunha, não ser pego pela polícia e conseguir continuar fazendo isso? – virou-se para ele e o homem estava de queixo caído. – Ou é muito muito bom, ou tem ajuda de alguém.

-Er... – riu nervoso sem saber o que dizer do filho. Ele estava certo.

- Tô indo para casa, tá bem? – deu um tapinha em suas costas e saiu. O mais rápido possível, não sabia o que pensar. Atravessou a rua e praticamente correu até a cafeteria, vendo como a situação era séria.

 

Nicole lia o livro de Filosofia e pensava ser a única pessoa que estava estudando para aquela matéria. Mas afinal, suas notas baixas exigiam que fizesse aquilo.

Ela estava indo muito bem. Conseguia trabalhar e estudar ao mesmo tempo. Tinha boas noites de sono e podia até dizer que sua vida estava começando a se ajeitar.

Seus pensamentos e seu estudo foram interrompidos pela porta se abrindo em um segundo. O sino que indicava que alguém tinha chegado escoou por todo lugar. Como estava vazio, todos se assustaram.

- Nicole! – falou ofegante e andou até ela.

- É só o Harry. – avisou aos outros e todos riram. Selma, Ally, Biff, Carol e ela tinham sido tornados como uma família.

- Temos um problema.

- O que foi? – nem se surpreendeu com o jeito desesperado dele. Hazza gostava de fazer drama, então estava esperando qualquer bobagem.

- Vou ligar pro Lou e para Becky, antes.

- Obrigada hein? – foi atrás do café sabendo que ele iria querer um em breve.

(...)

- Quando é que você vai tirar esses óculos e me dizer o que está acontecendo? – perguntou assim que atravessaram as ruas. Os dois de uniforme da escola. Ele do de Rugby, ela do de Voleibol.

- Estou usando óculos porque está sol. – deu de ombros.

- O que você tem, Lou? – disse preocupada.

- Por que você sempre age como se tivesse algo errado? – virou-se para ela sem paciência. Se encararam por um instante. Ele podia ver seus olhos perfeitamente enquanto ela admirava lentes escuras. Becky ficou chateada com as atitudes dele e alcançou a maçaneta da cafeteria logo. Entrou sem esperar por ele e sentou-se ao lado de Harry.

- Qual é o tal problema? – Louis entrou bufando e sentou-se do outro lado de Hazza. Nikki se aproximou e ficou à frente deles, distante apenas pelo balcão.

- Gente... – Harry respirou fundo e deixou a caneca de café de lado. – A polícia está nos procurando.

- O quê? – protestaram ao mesmo tempo.

- Como assim?

- Como sabe disso?

- Eles sabem que somos nós? – diziam ao mesmo tempo entrando em pânico.

- Ei, ei... – disse mais alto e os amigos ficaram em silêncio. – Calem a boca e me escutem.

- Que educação, hum? – Rebecca revirou os olhos.

- Eu fui na delegacia hoje, falar com o papai. – virou-se para a irmã. – Eles estão seguindo nossos paços. Tem um papel e uma caneta ai, Nikki? – ela se afastou rapidamente e trouxe os dois. Harry começou a desenhar o quadro e mostrou os amigos. – Ocupa quase a parede inteira, é um mapa da cidade.

- Todas as pessoas que matamos eles souberam. – Lou entendeu, aquilo não era nada bom. 

- Exato. E ele disse que até agora isso não é tão preocupante, mas se continuarmos fazendo isso com as pessoas que já foram incriminadas a coisa vai ficar séria. – avisou-os rígido.

- O que fazemos então? – Nicole perguntou pensando em tudo aquilo.

- Não podemos mais contar com as fichas de Rose. – Becky respondeu. Nem sabia o que pensar depois daquela. Seu próprio pai indo atrás deles. – Temos que fazer igual com os homens na escola. Ir atrás de quem a polícia está procurando.

- Ai é que está. Eles também souberam de Liverpoool. Inclusive... – desenhou na folha a região do mapa em que indicava fora de Brighton. – O quadro também marca isso. Mas ele disse que esse assassinato, de alguém que estava sendo procurado, não é tão ruim quanto os outros.

- O que fazemos? – Louis perguntou preocupado.

- Primeiro, faremos um quadro exatamente igual ao da delegacia. Temos que ficar atentos com tudo a partir de agora. – Hazza explicou. – Depois, temos que arranjar um jeito de despistá-los.

- Como vamos fazer isso? Não tem jeito. Eles são a polícia contra quatro adolescentes! – Nikki protestou.

- A polícia não tem a mesma força de vontade que nós. A polícia não conseguiu matar todas essas pessoas como a gente. E somos quatro adolescentes, por que desconfiariam? – Harry disse sério.

- Nós temos que... – Lou começou a pensar e uma ideia apareceu. – Temos que deixar de matar pessoas que cometeram ou cometem coisas pequenas.

- Exatamente. – Hazza agradeceu por alguém ter finalmente entendido. – Temos que provar para a polícia que não estamos fazendo mal, estamos ajudando eles.

- Temos que investigar casos e terminar com eles. Não causar mais. – Rebecca completou.

- Isso muda tudo, então. – Nicole suspirou pesado. Aquilo estava começando a ficar sério.

(...)

(Trilha sonora – Nobody’s Home – Avril Lavigne)

Desceu do ônibus sentindo o cansaço bater forte. Não via a hora de estar finalmente de férias para poder descansar.

Andava pela rua já sonhando em chegar e casa mas se surpreendeu ao ver o que tinha no seu quintal. Um carro. Mas não era um qualquer, era o de Jordan e de sua mãe.

Mordeu o próprio lábio temendo o que iria encontrar ou o que iria acontecer. Pela primeira vez, ela não sentiu-se bem em saber que eles tinham voltado. Sentiu-se mal.

Entrou em casa e nem deu tempo de respirar que aquela voz que odiava escoou.

- Onde você estava? – preocupação, algo que não acontecia antes. – Vivian, ela está em casa!

- Nicole! – a mãe apareceu na cozinha com os braços cruzados. – Que roupa é essa?

Oi, senti saudades. Como você está? Indo bem nas provas, está bem sozinha? Como anda sua vida, com problemas, curtindo? Nada. Parecia que eles nem tinham ficado quase quatro meses longe.

- Eu estava no Ritter’s Café. – jogou a mochila no chão. – Trabalho lá agora.

- Como é que é? – a Senhora Petersheiw disse sem acreditar. Jordan riu ironicamente. – Trabalhar? Não precisa disso!

- Ficar sozinha em casa é que eu não vou, né? – virou-se para o padrasto e o encarou séria.

- Nós deixamos dinheiro para você fazer o que bem quer, não precisa trabalhar, Nicole!

- Está falando isso por que acha mesmo ou se preocupa com o que as pessoas vão falar sobre a família de uma grande empresária ser garçonete? – não aguentou e disse tudo bem rápido. – Porque é exatamente o que eu sou, mãe. Eu já tenho dezesseis, posso trabalhar muito bem se eu quiser. E afinal, lembra do Tony? Seu filho? Ele sofre de autismo, caso não lembre também. Não vou pagar o que ele precisa com o dinheiro do Jordan.

- Nicole. – os dois falaram bravos ao mesmo tempo.

- Vocês perguntaram que roupa é essa e onde eu estava, estou respondendo. – alcançou a mochila e começou a subir a escada mas foi impedida por uma mão firme.

- Olha bem como fala. – Jordan disse bravo. A empurrou fazendo a voltar para o primeiro andar. Ele também desceu e ficou novamente, os três lado a lado. Sua mãe parecia pensar no que dizer.

- Vocês nunca estão em casa. Eu praticamente moro sozinha, é tão errado assim fazer algo por minha conta? – virou-se para Vivian. Queria poder falar que ele a traia, mas ela nunca acreditaria. – Não pode ficar um instante orgulhosa de mim? Eu vou me formar mãe, estou indo para o último ano e você não vai estar aqui!

- Acha que não sabemos de todas as suas festas? De suas drogas, suas bebidas e principalmente do que apronta na escola? – Jordan interferiu, teve vontade de virar-se e dar um soco nele.

- Vai ter que aprender a viver com isso, Nicole. Estamos te dando muita liberdade e você devia gostar, agradecer por isso. – a mulher disse séria.

- Quando vocês partem? – disse ignorando suas palavras.

- Em uma hora. – Jordan respondeu e subiu para o segundo andar.

- Por que é assim? – perguntou assim que ele sumiu. – Por que você não para mais em casa? Na verdade, nem mora mais aqui? É ele? Ele que pede as coisas? Porque...

- Não, não é ele. – disse desconfortável e Nikki sentiu que não era fácil para ela também. – É bem mais difícil do que parece, Nicole.

- Não deveria ser. Você é nossa mãe. Ele nem é da família e desde que chegou causou tudo isso. – as lágrimas queria escapar de seus olhos.

- Você cuida do Tony melhor do que. – sorriu fraco. – Sempre foi assim. – fez uma pequena pausa. – Não me decepcione, ou você irá para Londres também. – retomou a pose séria e rígida.

- Mas mãe...

- Você consegue fazer isso, tá? – se aproximou a olhando tristemente. – Sei que consegue.

- Não tenho tanta certeza. – não queria ficar sozinha. Ao mesmo tempo que era bom ter eles bem distante, era horrível não ter ninguém.

Olhou para os olhos azuis da mãe, os mesmo que os dela, e subiu as escadas. Entrou no quarto e deitou-se na cama. Aquilo nem a surpreendia.

Nem sabia dizer o porquê eles ainda iam para lá. Não era a casa deles mais, já que nem moravam apenas pagavam as contas.

Nicole respirou fundo, a vontade de chorar passou. Não tinha motivos para fazer isso e não iria adiantar nada.

O celular vibrou em seu bolso traseiro e ela alcançou-o rapidamente.

Cabana.

Era uma mensagem de Louis. A tensão de seu corpo e a tristeza presente foi embora. Ela não estava sozinha, ainda tinha os amigos.

 Levantou-se sem pensar, entrou no chuveiro rapidamente, trocou de roupa e saiu pela janela. Não queria encará-los uma última vez então foi embora sem nem mesmo avisar.

Não estava mal. Aquilo não era uma novidade e ficar sozinha não era algo que apreciasse. Porém, ela ficava melhor quando eles não estavam em casa do que quando estavam.

E novamente, pensou. Não era como se não tivesse ninguém, porque afinal, ela tinha. As três melhores pessoas do mundo.

(...)

Pulou a cerca e andou rápido até a casa pequena que ficava entre as arvores. Digitou a senha no painel ao lado da maçaneta e entrou.

- Gente? – chamou pelos amigos.

- Aqui. – ouviu a voz abafada de Harry e virou-se para o lado esquerdo. O garoto tinha Louis nas costas e a única coisa que Nicole pode fazer foi gargalhar.

- Isso é engraçado. – foi até eles. Estavam tentando subir no sótão.

- Vai logo, cara. – Hazza resmungou sentindo Lou subir em seu pescoço. Aquilo não ia acabar bem.

- Hey, isso não ajuda? – Rebecca apareceu carregando uma escada.

- Sim, por favor. – Louis abriu os braços e perdeu o equilíbrio, Harry foi junto. Os dois sentiram as costas baterem contra o chão e para piorar, caíram um em cima do outro.

- Puta que pariu, Tomlinson! – disse nervoso. Pode ouvir a risada da irmã. Nicole também ria alto.

- Cala a boca, você que deu a ideia. – Lou levantou rindo e estendeu a mão para o amigo.

Becky apoiou a escada na pequena parte que a madeira que cobria o alçapão estava aberta. Subiu os degraus e empurrou a madeira para o lado dentro, fazendo aquele pequeno quadrado no teto se abrisse por completo.

- Pode ir. – Louis disse e segurou a escada para ela não cair. Rebecca assentiu e subiu até o final, entrou no sótão.

- Vamos ter que limpar isso aqui! – disse alto para ouvirem. Estendeu a mão e o próximo a subir foi Lou. Em seguida, Nikki e por último Hazza. Os quatro tossiram por causa da poeira.

Era ainda menor do que o andar de baixo, mas dava perfeitamente para o que queriam fazer. Tinha uma parede maior de todas e eles colocariam o mapa lá. No lado oposto uma janela toda suja e com um sofá embutido. As laterais eram vazias e pequenas por causa do telhado.

- Vamos mesmo. – Nicole concordou passando o dedo pela parede e saindo uma camada de pó.

- Pelo jeito vamos ter trabalho nas férias. – Louis resmungou e todos riram.

- Uhum. – Harry concordou dando uma volta, observando o lugar.

- Precisamos do mapa, tachinhas e barbantes. – Becky lembrou.

- Cadeiras e mais um computador aqui seria bom. – Lou completou.

- Se vamos investigar casos mais sério... Precisamos saber tudo sobre essa cidade e tudo sobre as pessoas. – Nikki falou pensando.

- Isso vai ser.... Interessante. – Hazza sorriu divertido e os outros fizeram o mesmo.

(...)

(Trilha sonora – Hold up – Demi Lovato)

Saiu de sala de aula pensativa. O que estava acontecendo? Sentia-se tão perdida em pensamentos e nem sabia dizer se tinha ido bem ou mal na prova.

Isso era raro.

Caminhou pelo correr silencioso e finalmente saiu do prédio de aulas. Não sabia para onde ir exatamente, só não queria ir para casa.

Pegou o primeiro ônibus que passou sem pensar duas vezes. Não ia esperar os amigos, porque naquele dia, naquela quarta-feira, não queria dar satisfações e mesmo sendo um pouco egoísta, não queria companhia.

Sentou-se ao lado da janela e começou a pensar em tudo que tinha acontecido. Como se estivesse fazendo uma retrospectiva.

Desde a primeira morte. Depois quando o pai quase os encontrou na floresta, então da festa em que tiveram que voltar por causa das notas de dinheiro, em seguida da bibliotecária e de como ela era misteriosa, depois de Carton que quase atirou em Nicole, depois da garota que quase matou Harry, então da mulher empresária que eles invadiram a casa...

Pensou no prédio que tiveram que hackear as senhas para matar Joseph Fox, depois em Jane Torn, então nos quatro homens em Liverpool. E por último, pensou em Will.

Assim que ele veio em sua cabeça o ônibus parou e foi sua deixa. Desceu sentindo um calafrio mas precisava fazer aquilo. Atravessou a rua e caminhou em direção ao grande portão.

Passou por ele e mais uma série de memórias veio em sua cabeça. Boas, ruins, mas principalmente doloridas.

O cemitério.

Andou por ele sem pressa e agradeceu por estar vazio. Podia chorar, gritar, fazer o que bem entendesse sem se importar.

Lembrava-se exatamente como era seu sorriso, como eram seus olhos escuros, e como era sua voz. Podia rever de traz para frente se fosse possível em sua cabeça o momento em que se conheceram e como ela sentiu que tudo tinha parado.

Isso provavelmente vai soar estranho, mas...

Era fácil pensar como os amigos ficaram tristes com ela mas nem por isso ela deixou de sentir o que sentia.

Só que isso não era problema mais, porque ele não estava mais lá.

Sentia o coração acelerar ao pensar nele. Tinha vontade de sorrir toda vez lembrava-se de sua risada e de seus carinhos. Mas também tudo dentro de si se apertava ao lembrar como acabou. Da pior maneira possível.

Becky finalmente encontrou a arvore e a região em que tudo tinha acontecido. Andou até lá e respirou fundo tentando controlar as lágrimas. Sentou-se no chão e encostou as costas no tronco.

Tirou o caderno de desenhos da mochila e folheou até encontrar aqueles que tinha feito quando ainda estavam juntos. Chorou um pouco ao vê-los.

Ela com a cabeça no ombro dele. Depois os dois em pé conversando. E por último, o que se beijavam.

Tinha que parar com aquilo, tinha que achar um fim para aquele sentimento. Ele não estava mais lá, tinha morrido, não fazia sentido sentir algo que não era recíproco. E talvez nunca tenha sido.

Ele era um idiota. Isso sim.

Aquele pensamento a deixou pior. Ele tinha machucando-a, ele tinha mentido, ele não era uma pessoa boa ou certa.

Droga.

Alcançou um lápis e foi à procura de uma página em branco. Começou a desenhar.

Becky era uma das melhores pessoas para saber que tudo tinha um fim. Matar uma pessoa todo mês ou quase toda semana lhe ensinou isso, perfeitamente ou não.

Sabia que tinha uma hora que a morte batia na porta e não havia o que fazer. Mas morte não era apenas quando uma pessoa deixava de viver. Para ela podia significar tantas coisas, mas além de tudo, era o fim de algo.

E foi naquele momento, traçando a rua do cemitério e no fundo do desenho um corpo preto, como se estivesse indo embora, que ela percebeu que Will tinha que morrer para ela. Não só fisicamente, mas ele tinha que deixar de ser seus pensamentos diários e ser apenas uma boa e má lembrança.

Tinha que terminar. Porque se isso não acontecesse, nunca iria superar. Nunca ia voltar a ser como antes e ela precisava voltar. Claro, com uma ferida mas esse machucado tinha que cicatrizar. E aquela era a hora.

Respirou fundo e as lágrimas começaram a escapar de seus olhos com menos intensidade.

Era como terminar um livro. Estava nas ultimas páginas, mas queria um pouco mais. E era isso o que queria, um pouco mais. Mas não era o que precisava.

Seus batimentos voltaram ao normal. E seu sorriso não era mais uma boa lembrança. Foi como se estivesse passando uma borracha.

Deixou o desenho bem escuro, representando a noite. Fez as arvores do cemitério, a rua e terminou de fazer um corpo ao fundo. Não queria saber se era o dele ou o dela, a única coisa para mostrar era aquela despedida.

Então ao lado, escreveu em letras bastão o necessário, e o que finalmente, desejava.

Adeus.

Era obvio, o final não tinha sido feliz, mas tinha sido um final.

Levantou-se já com o rosto seco e guardou as coisas. Sentia-se bem. Pensou que ela não tinha superado tudo naquela hora, foi um dia de cada vez, desde que aconteceu. E era isso que importava.

Passou.

Começou a caminhar para ir embora e foi exatamente o que fez. Pegou outro ônibus e rapidamente desceu no pet shop. O jipe de Harry estava lá e imaginou que Nicole também deveria estar.

- Oi, Mart! – disse ao ver o veterinário sentado em sua sala.

 - Oi, Becky. – levantou o braço, ele parecia ocupado com um gato. Andou mais um pouco até poder o vidro que separava o corredor da sala que Louis ficava. Logo pode vê-lo na frente da mesa. Nicole e Harry estavam sentados próximo dele.

- Quem é o garotão? Hein? Quem é o garotão? – observou Lou todo carinhoso com um Golden Retriver assim que entrou.

- Isso tá um pouco gay. – Hazza falou rindo.

- Na verdade, é fofo. – Nikki deu de ombros.

- É mesmo. – os três viraram-se para ela surpresos. Louis ao mesmo tempo se afastou do cão, envergonhado.

- Becky Tecky! – Nicole brincou e riu alto. A garota sorriu e foi em direção à mesa de metal, onde o cachorro estava. Sentou-se e começou a acariciar sua cabeça.

- Onde você estava? – Harry perguntou.

- Fui dar uma volta. – respondeu rápido. Se dissesse onde realmente estava, iria ter problemas com eles. Lou sentou-se no outro lado, começando a escovar os dentes do animal em seguida.

- Por que tá de óculos? – Nikki perguntou e ele respirou fundo.

- Nada. – negou com a cabeça.

- É por causa do sol? – Becky virou-se para ele e o mesmo a encarou.

- Não é nada, gente.

- Qual o problema, cara? – Hazza questionou estranhando. Louis levantou a cabeça e bufou. A região dos dois olhos estava machucada, mas a direita era a pior. Ainda sentia doer.

- Esse é o problema. – tirou os óculos. Virou-se para Rebecca. Ela tinha enchido tanto ele, agora podia ver.

- Minha nossa. – desceu da mesa e se aproximou dele para ver melhor. Nicole e Harry fizeram o mesmo.

- Se meteu em outra briga? – Nikki quis saber.

- Quem fez isso? – Hazza também quis saber.

- Não importa. – os três observaram o enorme roxo que estava em seu rosto. Por pouco os óculos deixavam de cobrir de tão grande que era.

- Lou...

- Já disse que não importa. – foi grosseiro. Lembrar-se do ocorrido lhe dava raiva. Vestiu o acessório novamente e voltou ao trabalho com o cachorro.

- Okay. – Nikki quebrou o silêncio não entendendo nada. – Amanhã vocês não têm treino, porque acabou ontem e eu recebi folga por estar trabalhando mais esses dias na cafeteria, portanto, iremos para Londres.

- Que? – os três disseram confusos.

- Fazer o que em Londres? – Harry riu achando graça da ideia da garota.

- Vamos arrumar nossas fantasias para sexta, ué. – disse sorridente. Becky também sorriu com a ideia, era o que eles precisavam. Um descanso.

- Não sei se vou nessa festa. – Lou resmungou. Não estava nem um pouco animado.

- Também não sei. – Hazza concordou sem entusiasmo.

- Ah não gente! Parem com isso. Vocês vão sim, e nós quatro vamos nos divertir muito. – Nicole retomou a fala. – Fantasia é meio cafona, mas pode ser divertido!

- Eu concordo. – Rebecca completou.

- Você? Topando festas? Tá ai algo novo. – Harry riu alto.

- Essas festas são diferentes e vai ser legal. Qual é? Vamos fechar o segundo ano de um jeito especial. – sorriu e encarou os garotos.

Lou virou-se para Hazza e quase ao mesmo tempo os dois deram de ombros. É, poderia ser bem legal.

- E do que vamos vestidos? – Harry perguntou e ambas comemoraram.

- A gente vê amanhã.

- Beleza. – voltaram a ficar em silêncio até Nicole, novamente quebra-lo.

- Que fome. – riu fraco.

- Vamos comprar alguma coisa para comer. – Hazza puxou seu braço e os dois saíram rápido, rindo alto. Becky caminhou até a mesa e sentou-se ao lado de Louis, já tinha terminado com o Golden Retriver.

- Foi meu pai. – disse sem aguentar. – Ele apareceu domingo à noite e fez isso. – tirou os óculos e apontou para os olhos.

- Por que? – perguntou calma mas estava em choque. Que tipo de monstro fazia aquilo com o próprio filho? Pensava.

- Porque eu não estava ouvindo ele. – riu ironicamente das próprias palavras. – Ele estava bêbado e bem... Fui o primeiro que apareceu na sua frente, perfeito para descontar a raiva.

Ela se aproximou com cuidado, não sabendo se queria fazer aquilo mesmo. Tocou o queixo de Louis e o fez encará-la. O hematoma estava horrível.

- Não se esconde, Lou. Você sabe que pode contar com todos nós. – e ele sabia mesmo. Só não tinha coragem de pedir por ajuda. – Você vai precisar dar um jeito nisso.

- Já faz três dias, não vai adiantar muito. – revirou os olhos e recebeu um olhar de repreensão. Riu da expressão de Rebecca. – Ele precisa de quinze mil libras até o final de setembro, Becky.

- Como é que é? – não acreditou no que ouviu. – Como assim?

- Também não sei porque. Mas deve ser por alguma dívida, algo do tipo.

- O que acontece se você não arranjar? – ele tirou os olhos do chão e a encarou sério.

- Eu não faço ideia.

- Er... – tentou pensar em qualquer coisa. Tinha que fazer algo, tinha que dizer, precisava ajuda-lo.

- A preguiça falou mais alto. – a voz de Harry apareceu novamente. Olharam para frente e ele carregava Nicole nas costas. – O que aconteceu?

- Nikki, acha que o Ritter aceita Hazza trabalhar na cafeteria? – perguntou curiosa.

- Ahn? – os dois falaram mais do que confusos.

- Eu não vou trab... – o garoto já estava reclamando mas Louis o interrompeu.

- Preciso de ajuda, cérebro. – nem acreditou quando disse aquilo em voz alta.

- O que aconteceu? – Nikki desceu das costas dele.

- Hey Lou, o cachorro está pronto? – Mart apareceu na porta. Muita coisa acontecendo ao mesmo tempo.

- Está sim. – fez o cão descer e ir até o veterinário.

- Ei, Mart! – Rebecca o chamou antes de pensar duas vezes.

- Diga. – o homem virou-se e a encarou.

- Aceita um segundo ajudante para trabalhar aqui nas férias? – sorriu animada e virou-se do mesmo jeito para Louis. Ele nem podia acreditar.

- Gostei da ideia. – Mart sorriu mas teve de sair correndo porque o animal fez a mesma coisa.

- Okay, o que diabos está acontecendo? – Harry não entendia mais nada e queria uma explicação. – Qual o problema, Lou?

- Gente, vamos ter que nos ajudar. – Rebecca falou e se aproximou de Louis. Ele levantou o rosto e disse rápido.

- Preciso de quinze mil libras.

- O quê? – Nicole quase caiu. Era muito dinheiro para um jovem de quase dezessete anos.

- Longa história. Não é para mim e nem para alguma dívida. – ia começar a explicar sobre o pai mas Hazza o interrompeu.

- Não precisa dizer. – falou amigavelmente. Nikki assentiu. Os dois sabiam que provavelmente tinha alguma coisa a ver com Max ou com o pai dele. Mas se precisasse de ajuda, ele teria. – Se Ritter topar, acho que seremos colegas de trabalho.

Sorriu malicioso querendo descontrair o clima e foi o que conseguiu. Os quatro riram alto.

(...)

(Trilha sonora – Afire Love – Ed Sheeran)

Saiu da prova achando que tinha ido muito bem. Também, praticamente não dormiu de tanto estudar. Iria recuperar as notas, iria conseguir.

Colocou o skate na rua e em segundos já estava andando em uma velocidade razoável. Tinha acabado, apenas um dia para receber o resultado e teria dois meses e meio para descansar da escola.

Correu com o pé no cimento mais rápido porque precisava fazer aquilo logo. Não tinha muito tempo até eles irem para Londres, mas ficou contente por arranjar um tempo.

Chegou no hospital um pouco ofegante e procurou por Miranda. Encontrou ela na lanchonete.

- Plena quinta e você por aqui? – ela sorriu e deixou seu café de lado. O abraçou forte. – Estou contente.

- Oi. – riu fraco. – Eu estou bem sabe? Eu me sinto bem em vir aqui agora.

- Lou, isso é demais. – sorriu ainda mais. – Quem foi que fez isso com você?

- Bem, er...

- Acha que eu não sei, bobo? – riram. – Ela devia abrir os olhos e vir correndo para você.

- Er... – ficou sem graça sem saber o que responder exatamente. Como desejava aquilo também.  

- Quer saber? Vamos lá. – o puxou em direção ao elevador e os dois subiram conversando sobre as provas.

- Fica aqui? – perguntou antes de entrarem. – Fica comigo e com ela, por favor?

- Tem certeza?

- Quero estar com vocês duas. – sorriu. Mira fez o mesmo e eles entraram juntos. A mãe encarava a janela com um sorriso e um olhar perdido no rosto.

- Johannah... – Miranda cantarolou e a mulher virou o rosto. Sorriu largo em seguida.

- Oi, Lou. – estendeu a mão para ele e Louis foi até lá. Sentou-se próximo e Mira ficou do outro lado da cama.

- Está bem?

- Eu estou sim. Que bom que está aqui. – acariciou sua palma. Ela estava quente e para os olhos dele parecia cada dia mais fraca, mas naquele momento aquilo não foi problema. – Onde está a Becky?

- Ela... – pensou em chama-la antes de ir, mas queria ir sozinho dessa vez. – Teve alguns compromissos hoje, mas da próxima vez ela vem.

- Que bom. – riu divertida. – Você gosta dela?

- Nossa, também estou esperando por essa resposta há tempos. – Miranda interferiu e as duas riram alto. Louis sentiu suas bochechas corarem.

- Eu... Er... Nós somos só amigos.

- Não foi isso que eu perguntei. – arqueou a sobrancelha. – Você olha para ela de um jeito diferente, Lou. Como se sorrisse com os olhos. Você a trata bem e sorri todo bobo quando ela fala.

- Para com isso... – pediu envergonhado. Ele pensou em suas palavras. Amava o sorriso dela, o jeito que as covinhas apareciam quando ela estava mesmo feliz ou apenas quando dizia algo. Admirava seu jeito de olhar sempre intensamente e ao mesmo tempo meiga para ele ou para os outros. Como se perdia em seus rabiscos e desenhos mais do que perfeitos.

Adorava a maneira que sempre precisava ter uma jaqueta consigo, usando ou apoiada no braço. Como estava sempre de Osklen e não se importava quando eles estavam sujos. Não aguentava mais tentar afastar ela de sua cabeça porque a verdade é que Rebecca sempre conseguia aparecer.

O decepcionou muito mas ultimamente ela era a única que o conseguia acalmá-lo e parecia sempre arranjar uma solução perfeita para seus problemas.

Então, cansou.

Desistiu de negar aquele sentimento porque foi como todo aquele excesso de pensamentos, devaneios e desejos na sua cabeça que Louis percebeu que ele gostava de Becky. Gostava mais do que um melhor amigo. Gostava de verdade.

- É, eu gosto dela. – respondeu finalmente.

- Isso é muito legal. – a mãe sorriu divertida e Miranda riu.

- Mas não pode falar nada. Vocês duas, na verdade. – pediu sério. – A última coisa que eu quero é que nossa amizade acabe.

- Segredo guardado. – levantou as mãos fazendo o filho rir.

- Mas por que você não pode falar para ela? – Mira perguntou.

- Ainda não. – pensou. – Ela... Precisa de tempo e eu entendo isso.

- Quando for a hora certa, você vai saber. Vocês dois irão saber. – Johannah apertou a mão dele forte e sorriu fraco.

- Eu espero.

- Vai sim. – assentiu.

Conversaram sobre mais algumas bobagens, até Lou ver a hora de ir embora. Se despediu das duas, e saiu deixando-as sozinhas.

Se apressou em chegar até a cabana e assim que isso aconteceu pode ver os amigos entrando no jipe. Correu até lá, assustando-os quando subiu no carro.

- Hey, estávamos indo atrás de você. – Harry disse dando a partida.

- Mals. Eu... Estava conversando com Mart. – mentiu e agradeceu por nenhum deles perguntar sobre o que.

- Lá vamos nós. – Nicole brincou e eles começaram a conversar.

(...)

- Definitivamente não. – Rebecca falou dentro do provador já sabendo que o irmão não estava legal. Eles estavam experimentando as primeiras roupas.

- Ah, não está tão ruim. – Harry deu uma volta para se avaliar. Parou na frente do espelho e começou a rir também. O chapéu caia sobre sua cabeça e a roupa era muito larga.  Não ficou bem de pirata. Ele praticamente caiu no chão de rir ao ver Louis. – E ai papai?

- Tô me sentindo seu pai mesmo. – falou se olhando no espelho. A fantasia valorizava seus músculos por ser agarrada e verde lhe caia bem. Estava de xerife. Os dois viraram-se para trás para esperar as duas e quase ao mesmo tempo elas saíram. Ficaram boquiabertos.

- É meio quente. – Becky reclamou rindo. Estava de ursinho. Mas na verdade era um vestido marrom bem curto cheio de pelos fofos. Na cabeça, um corro enorme com duas orelhas completava a roupa. Lou não conseguiu disfarçar e desceu o olhar para as pernas dela, levando uma cotovelada de Harry. – Parece meu pai. – acordou o de pensamentos inadequados após dar um tapinha em suas costas.

- Até curto coisas apertadas, mas não vai dá para respirar com isso aqui. – Nikki se aproximou dela. Toda de preto e o tecido brilhava no seu corpo. O cabelo loiro estava solto e a tira com orelhas de gatos destacava ainda mais. A fantasia de mulher gato era acompanhando com um espartilho fazendo sua barriga e a região dos seis chamarem atenção. – Nossa, pirata? – gargalhou dele.

- Er...

- Er... Isso, vamos trocar de roupas. – Hazza empurrou Lou, para que eles deixassem de babar.

- Nós também. – disseram quase em uníssimo.

(...)

(Trilha sonora – Young Blood – Bea Miller)

Não conseguia parar de rir dele. Só podia ser mesmo piada.

- Nem ficou tão ruim assim, agora falando sério. – Harry disse.

- Não, não vamos combinando. Principalmente assim. – olhou para sua roupa. O vestido era branco, curto e simples. Na cabeça tinha uma coroa de flores. Hazza estava como um príncipe, porém de uma maneira plebeu. Romeu e Julieta.

- Vocês não foram os únicos que acabaram combinados. – Lou saiu virou-se ao lado de Becky. Ele estava com a fantasia como se fosse toda remendada e suja de tinta, na cabeça levava um chapéu enorme mas que ficou bom. Ela agora tinha outro vestido, porém azul e branco. Cheio de laços e fitas coloridas. Alice no país das Maravilhas e o Chapeleiro.

- Podíamos mesmo ir assim. – Becky deu de ombros. Os quatro ficaram lado a lado no espelho e em segundos gargalharam alto. Estava um mais engraçado que o outro.

- Devolve isso! – Nicole pediu assim que Hazza pegou sua coroa de flores e pôs.

- Quero ver como fica. – Rebecca pegou o chapéu de Lou e ele riu ainda mais assim que ele colocou.

- Isso merece uma foto. – Nikki disse pegando o celular. Ela pulou nas suas costas de Harry e em um instante Louis passou o braço por baixo das pernas de Becky, a pegando no colo.

- Xisss! – houve uma sessão de risos.

(...)

- Isso é ridículo. – Nicole andava de um lado par ao outro. Estava toda de rosa e pensou como tinha achado que aquilo ficaria bom. Se sentia em um filme da Barbie. Riu da própria expressão. Era um vestido Pink, como o de urso, mas tinha alguns desenhos de arco íris. Estava de unicórnio agora.

- Tá bonitinha. – Rebecca saiu do provador antes de falar.

- Uau. – Nikki sorriu maliciosa para ela. A garota tinha o cabelo solto e um gorro vermelho se destacava. O vestido ia até bem antes do joelho e também era vermelho. – Temos que achar uma Papai Noel para você agora.  – Becky gargalhou alto.

- Não estou confortável. – se fantasiava de Mamãe Noel.

- O que acham? – Louis saiu colocando a pequena toca verde. Pode jurar que a viu abrir a boca de surpresa. A bermuda ia até a canela e também era verde. Usava uma regata do mesmo tom, e ele gostou bastante de como Rebecca a olhou. E nossa, ele também não conseguiu se controlar ao vê-la.

- Se quiser me levar para a Terra do Nunca... – Becky brincou mas no fundo falava sério. Ele estava de Peter Pan.

- Minha nossa. – Nicole não aguentou. Harry saiu do provador vendo se tinha posto tudo certo. Estava de lutador de box, ou seja, apenas trajava uma calça e um colete. Ele riu malicioso ao ver como ela o admirava. Todo seu peitoral e abdômen estavam à mostra. Nunca mais reclamaria de Hazza correr muito.

- Você não vai assim. – ele disse olhando para Rebecca e vendo o comprimento de seu vestido, tinha ciúmes dela.

- Por que não? – Louis e ela falaram ao mesmo tempo. Os dois se olharam confusos e riram. Harry encarou o melhor amigo achando ainda mais estranho e Nikki teve de segurar o riso.

- Deixa para lá. – revirou os olhos e virou-se para Nicole. Ela se aproximou dele. – Então, dá para reconsiderar minhas desculpas? Por aquele dia...?

- Ô se dá. – assentiu rindo. Desceu o olhar dos olhos dele para seu peitoral.

- Quem sabe a gente não se diverte depois da festa? – beijou seu rosto e entrou no provador novamente.

- Ficou legal sério. – Becky dizia sem conseguir para de rir.

- Para de me zoar. – pediu começando a rir também. Os dois se encararam e ele não conseguiu segurar as palavras. – Becky, uau.

- Vai me deixar sem graça. – abaixou a cabeça.

- Me desculpa. – foi ele que gargalhou dela.

- Besta. – empurrou seu ombro e foi tirar a roupa.

(...)

Enquanto assistia um de seus filmes favoritos, agradeceu por não precisar estudar mais. Pensar no dia seguinte à fez sentir um pequeno frio na barriga, o segundo ano tinha acabado. Apenas mais um dia mas para ver o boletim. Tinha finalmente acabado.

Nikki riu sozinha por ficar tão feliz com isso. Riu também por pensar no dia que tiveram, fora uma tarde bem divertida, com certeza iriam lembrar.

Não estava mais triste consigo mesma, nem com Jordan, nem com sua mãe. Aquela era sua vida e precisava aceitar. Foi exatamente o que fez.

Aceitou.

Estava bem, estava feliz, estava contente. Sentia que não havia mais problemas sérios.

 

Parou rapidamente de desenhar a loja de fantasias e encarou o mar a sua frente. Gostava de ficar no telhado, não só porque era alto mas porque podia ver a praia.

Respirou fundo e sentiu-se bem em saber que mais um ano se passava. Sentiu-se bem por pensar que as coisas estavam bem.

Estava bem com Harry, estava bem com Nicole e estava bem com Louis. Estava bem com seu pai e suas notas nunca foram problemas. Mas principalmente, estava bem com ela mesma e com seus sentimentos.

Becky sabia que agora era apenas uma lembrança. Guardada, apenas isso. Como se estivesse no fundo de uma gaveta, para um dia ser lembrada. Não passava mais disso.

E agora seu coração estava aberto. Na verdade, sempre esteve. Mas ela só percebeu isso naquele momento.

 

Deu a última braçada e encostou as costas na parede gelada. Tirou os óculos de natação e recuperou o folego. Passou a mão pelo cabelo, nadar era maravilhoso.

Lou sorriu fraco sozinho.

Aquilo era bom. Não precisava negar mais, não precisava esconder aquele sentimento, e principalmente não tinha de sofrer com as coisas sozinhos.

Tinha os amigos e eles lhe passavam a maior segurança, a melhor que precisava. Sabia que estariam juntos nessa e em todas as outras.

Não sentia mais medo de ser como seu tio ou como seu pai, porque percebeu que era diferente deles. Tinha companhia, tinha carinho, sabia o que era amor.

Aquele sentimento de estar perdido foi embora, como se o vento tivesse soprado. Não estava mais lá, exatamente como o medo que lhe ocupava.

 

Antes de entrar em casa, tirou a chave no carro e deixou o corpo encostar no banco. Respirou fundo.

Ele não temia encontrar mais com o pai em casa e brigar. Ele não tinha dúvidas que os dois passariam a se esforçar, de verdade.

Harry então, finalmente não sentiu culpa. Ele conseguiu entender que haviam coisas que ele era mesmo responsável, mas outras não.

Sentiu-se como se fosse livre, não tinha mais pesos nas costas. Algumas coisas tinham de acontecer e nada ele podia fazer. Outras, tentava impedir, mas quando não dava não precisava se culpar.

Não mais.

Suspirou pesado e ficou contente consigo mesmo. As coisas estavam boas, todos estavam bem, não tinham nada mais a perder.

Mesmo que seu pai estivesse atrás deles, não viu como um grande problema. Porque naquele momento a única coisa que conseguia pensar, era que estava tudo muito bem mesmo.

(...)

- Vem logo. – deu a mão para ela e puxou pelo corredor.

- Becky, olha quanta gente! Podemos ver depois. – Nicole apontou para a multidão de alunos que fazia em volta do quadro onde tinha as notas.

- Cala a boca. – falou entre risos deixando a amiga ainda mais espantada. – Nikki, você passou. Tenho certeza.

- Só está dizendo isso para me deixar melhor. – revirou os olhos. Antes que uma das duas pudesse falar mais uma coisa Louis e Harry apareceram no meio de todas aquelas pessoas e correram até elas.

- Passou? – Becky olhou para Lou e ele assentiu com uma animação que ela nunca havia visto, ou que não via há muito tempo. Andou rápido até ele e o abraçou forte. De brincadeira, o garoto a girou no ar. Ambos gargalhando.

- Isso ai vai dar romance. – Nicole sorriu maliciosa ao ver os dois juntos.

- Como que é? – Hazza olhou para ela, sem entender.

- Vai se acostumando, Harold. – virou o rosto para ele.

- Enfim... Não vai ver suas notas? – sorriu divertido.

- Tô com medo. – falou bem baixo.

- Nicole... – alcançou sua mão e praticamente arrastou-a até o quadro. Não fez questão de pedir licença para os outros alunos, porque naquela situação estavam todos se empurrando.

- Harry... – estava nervosa.

- Vou falar para você, tá bem? – procurou pelo nome dela na lista e começou a falar. – B, C, C, B, A.... – sorriu largamente e Nikki não conseguia parar de fazer o mesmo. – E então...

- Fala logo!

- Aprovada! – a voz de Rebecca apareceu, quando virou-se para trás, ela e Louis estavam a sua cola. Abraçou a amiga que olhava orgulhosa para ela. E claro que Hazza e Lou não perderam a chance de se juntar.

(...)

 - E você, Lou?

- Três C e dois B. – deu de ombros. Estava tão contente quanto ela.

- Temos que ter um último ano bem especial. Para compensar todo esse estudo para passar. – Becky sugeriu e eles concordaram com a ideia.

- Gente, mesa de confissões. – Nikki bateu a mão no tampo da mesa. Já tinham voltado para casa, e agora estavam na de Rebecca e Harry. Os quatro abaixaram a cabeça e esperaram ela dizer. – Quero botar fogo na escola. – falou tão naturalmente que os três gargalharam.

- Eu também topo. – Louis concordou e eles fizeram um toque com as mãos. – Hum... Quero que essas férias sejam boas. – sorriu fraco.

- Vão ser. – Becky interferiu. – Sem escola, vamos ver Hazza trabalhando... – apertou a bochecha do irmão fazendo Lou e Nikki rirem.

- Você também. – resmungou. – Vamos nos divertir, pessoal.

- Uhum. – se entreolharam e riram pela situação.

- Somos uns idiotas problemáticos. – Lou bufou. Se encaram mais uma vez.

Gargalharam.

(...)

- Me ajuda aqui? – chamou pela amiga e Rebecca levantou-se da cama. Apertou o espartilho, deixando as mangas mais soltas.

- Tá bom assim?

- Aham, obrigada. – Nicole agradeceu. Becky voltou a se arrumar e Nikki fez o mesmo. – Er... Becky?

-Eu?

- Precisamos conversar.

- O que aconteceu? – tirou os olhos da meia quadriculada que tentava pôr.

- Eu já deveria ter feito isso há muito tempo, mas.... – estava mais do que na hora. – Me desculpa?

- Por que? – riu fraco sem saber do que ela estava falando.

- Sobre o Will. Sobre o que eu disse e contei para eles. – apontou com a cabeça para a porta, indicando o quarto de Harry.

- Nikki... – levantou-se e sorriu. Estavam da mesma altura. – Você fez o que achou que devia fazer. E... Não tem problema.

- Mesmo? – sentiu-se muito bem.

- Uhum. – trocaram sorrisos. – Agora... Eu quero que você me fale sobre o Hazza.

- Como é que é? – riu alto.

- Não quero saber os detalhes, mas... O que vocês são exatamente? – olhou a amiga e riu

- Eu não faço ideia. – riram alto. Queria dar alguma indireta sobre Lou, mas preferiu ficar quieta.

- Posso te pedir uma coisa? – perguntou depois que controlou a risada.

- O que é?

- Dá um jeito nele, Nikki. – sorriu fraco.

- O que quer dizer?

- Harry é todo cabeça quente, mas ele te ouve. Talvez a única pessoa que ele ouça seja você. – disse pensando. – Então... Ajuda ele a colocar a cabeça no lugar quando ele não conseguir?

- Faço isso se você fizer uma coisa também. – sorriu meiga, pensando na ideia.

- Diga.

- Se alguém aparecer... – não podia citá-lo, mas podia falar suas características. – Especial, que te entenda e que também consiga colocar sua cabeça no lugar... – riram fraco. – Dá uma chance a ele?

- Okay. – assentiu tentando entender exatamente o que ela estava falando, mas não se preocupou. Faria isso e Nicole também faria.

 

- É assim que põe? – Louis virou-se para Harry e o mesmo assentiu.

- Acha que vai ser legal?

- O que?

- A festa, anta. – riram fraco.

- Ah sim. Acho que sim... – disse pensando sobre aquilo. – Se a escola se preocupou em não fazer no ginásio, e sim em uma casa noturna, vai ser bom.

- Espero. – levantou-se após calçar o all star.

- Ei, você ainda não me falou sobre a Nikki... – Lou virou-se para ele e sorriu malicioso. – Por outro lado, sei das coisas por causa dela.

- Ela te conta? – não acreditou ao ouvir aquilo. Começou a rir. – Não tenho o que falar, cara.

- Gosta dela?

- Não. – respondeu rápido e ambos ficaram surpresos. – Quer dizer, - riu nervoso. – Ela é uma das pessoas mais importantes para mim. E você sabe, a gente no fundo se ama. – riram alto. – Mas apenas como amigos.

- Tem certeza? – arqueou a sobrancelha.

- Ô se tenho. A gente se diverte. – riu sozinho ao pensar nos dois. – E você, Tomlinson? Ninguém?

- Er... – fez um barulho estranho com a boca. Contava ou não contava? – Talvez haja uma pessoa sim.

- Ah é? – Hazza virou-se contente para ele. Já ia perguntar quem era, mas outras coisas apareceram na sua cabeça. O olhar de Lou, por que não? Então Nicole, isso ai vai dar romance... respirou fundo, aquilo não era ruim. Era muito bom na verdade. – Por acaso essa pessoa está no quarto ao lado?

Louis gelou. Como diabos ele sabia? Abaixou a cabeça e tentou pensar em alguma coisa. Virou-se para o amigo e suspirou.

- Me desculpa, cara.

- Desculpa? Você merece um grande soco... – estava caminhando em direção a ele, fingindo-se de nervoso. – Ah qual é, músculos? Vou apoiar vocês até a morte... – pulou em cima dele.

- Mas que porra? – o garoto já estava sentindo a mão de Hazza em seu rosto e agradeceu inúmeras vezes por ser uma brincadeira. – Babaca.

- Você que é. – se afastou dele com um sorriso malicioso. – Precisa de segredo?

- Muito. Tô falando sério.

- Fechado. – concordou com a cabeça, entendendo perfeitamente.

- Valeu.

- Hey.

- Fala.

- Lou, não a faça chorar. – pediu sério.

- Nunca. – negou com a cabeça. – Hazza?

- Hum?

- Não faça burrada com a Nikki também, beleza? – pediu no mesmo tom e o amigo assentiu, sabendo do que ele falava.

- Toc Toc. – Nicole brincou ao bater na porta deles.

- Pera aí. – Harry gritou.

- Não tivemos essa conversa. – Louis falou baixo.

- Com certeza. – concordou rindo. – Entra.

- Uau. – os quatro falaram ao mesmo tempo ao se verem.

Nikki estava de pirata. O vestido era branco a as mangas iam quase até seu cotovelo. Por cima, um espartilho marrom bem escuro. Abaixo, a saia ficava rodada e tinha decoração vermelha e preta. O cabelo loiro estava ondulado, como sempre, e solto destacando o tom por causa da roupa. Uma maquiagem forte, usava botas que chegavam bem perto de seu joelho, e uma meia calça quadriculada por baixo. O chapéu estava em uma das mãos, porque não tinha colocado ainda.

Becky trajava um vestido vermelho, branco e preto. Os corações, indicando as copas, eram no primeiro tom, as mangas no segundo e o resto era preto. Calçava botas, o que era um milagre ter deixado o Osklen de lado, e uma meia subia quase até sua coxa bem escura e na ponta um laço vermelho. O cabelo estava cacheado nas pontas, naturalmente, e usava uma tiara comum apenas com um coração em cima. Rainha de Copas.

Hazza usava uma calça jeans, e uma camiseta preta escrita Hot Fireman em laranja. O capacete de bombeiro estava nas mãos e por cima da blusa tinha um suspensório de cor amarelo bem chamativo. Os tons escuros caíram bem nele, e o cabelo estava no mesmo jeito de sempre. Um pequeno topete, na frente. Ele poderia se passar perfeitamente por um bombeiro sexy.

Lou também estava de calça jeans mas a dele era ainda mais escura. Vestia uma camiseta azul marinho mas ela era agarrada o bastante para deixar seus músculos, causados pelo Rugby, a mostra. Por cima, um colete um pouco mais escuro e com estofamento. S.W.A.T. estava escrito em branco do lado direito. Não tinha nada na cabeça, e o cabelo estava despenteado mas do jeito que ele gostava. Os Vans não ficaram de lado.

A fantasia caiu muito bem em cada um deles. Se entreolharam e começaram a rir.

- Er... – Rebecca quebrou o silêncio depois das risadas. – Vamos então?

- Vamos.

(...)

(Trilha sonora – Red Lights – Tiesto)

Já faziam duas horas que estavam lá. A música estava alta e as pessoas mais do que empolgadas. Todos os alunos do ensino médio acabaram indo a caráter mesmo e era divertido ver quem era o que.

- Ah meu deus. Olha aquele garoto. – Nicole apontou para frente e Rebecca virou a cabeça.

- Wow. – riram alto juntas, mas o riso foi abafada por causa do som. - Vish, vem coisa podre por ai. – virou-se para ficar frente a frente com Nikki e a mesma não entendeu. Becky tomou um gole da sua bebida para disfarçar e apontou para a cabeça para um lado do lugar.

- Quem? Ah... – revirou os olhos mas nem se importou. Estava de anjo e as amigas pareciam ser gatos. Savannah vinha rebolando e chamando atenção por onde passava. - Espero que a asa dela quebre. – resmungou e as duram riram alto mais uma vez.

 

- Na moral, como não reparamos quando estamos na escola? – Harry apontou para um grupo de meninas que passaram por eles.

- Estou me fazendo a mesma pergunta. – Louis passou a mão pelo cabelo, concordando.

A casa noturna era enorme. Mas com todos os alunos, lotou. Tinha um bar no lado direito, a pista de dança ocupava quase tudo e o DJ era a estrela. Havia banheiros no andar de cima, além de uma sacada para tomar ar ou fumar. Claro, apenas coisas legais.

- Vamos beber. – Lou empurrou Hazza e ele riu da reação do amigo.

- Só tem refrigerante. – o bar men disse mas os dois não se importaram. Encostaram no bar e ficaram observando. Louis correu os olhos pelo local, mas era difícil ver já que tinha muita gente.

- Foram mais rápidos que nós. – Harry ficou reto e tenso. Observou dois garotos do terceiro ano perto de Rebecca e Nicole, dançando com elas. – Ah, vamos lá. – disse ao ver um deles abraçar a cintura de Nikki. Lou ficou tenso ao ver a cena também.

Antes que pudessem caminhar até lá sem perde-las na multidão, um grupo de meninas o impediu.

- Harry... – Savs forçou um sorriso. Ela fez um sinal para as amigas, que se retiraram em seguida. – Tá olhando o quê? – encarou Louis.

- O quanto você é feia. – resmungou, deixando-a com cara de tacho. Hazza segurou a risada. – Vou lá, cara. – apontou para as amigas e foi embora.

- Já vai tarde. – Savannah virou-se novamente para Harry.

- Bom te ver né? – ia começar a andar mas mais uma vez ela segurou seu ombro e o impediu. – O que quer?

- Conversar. – sorriu divertida.

- Desembucha. – disse como se estivesse entediado.

- Hey. – ela chamou o bar man. – Uma bebida, por favor.

 

Lou caminhou, passando pelas pessoas que dançavam e estavam animadas, finalmente chegando até Nicole e Rebecca.

- Ei. – sem força fez o garoto que estava com Becky se afastar e abraçou a cintura dela. – Ela tem companhia. – o garoto revirou os olhos e foi embora.

- Lou... – ela riu sem entender exatamente sua atitude, mas não pode deixar de gostar. Sentiu um toque de ciúmes nele e preferiu ficar quieta.

- Não reclama, Becky Tecky. – pediu sorrindo. Sem reclamar mesmo, colocou as mãos nos ombros dele e os dois começaram a dançar de acordo com o ritmo da música. A pele dele estava quente e era uma sensação boa estar próxima. Lou nem acreditava que aquilo estava mesmo acontecendo.

- Harry? – Nikki perguntou com o outro garoto a sua cola.

- Você não vai querer saber...

- Savannah, né? – adivinhou já sabendo perfeitamente. Louis assentiu sem entusiasmo. – Se merecem, sinceramente. – agarrou a gola do menino que estava com ela e se afastou.

 

- Eu sinto sua falta, Hazza. – começou a se aproximar dele e a acariciar seu cabelo.

- Savs, para. – pediu. – Eu disse aquele dia que não tínhamos mais nada.

- Isso não significa que não podemos ter novamente alguma coisa. – se aproximou ainda mais, deixando seu copo de bebida de lado.

- Mas eu não quero ter alguma coisa. – abriu os braços nervoso.

- Pensa vai, Harry. Pensa em nós, como nos divertíamos... – sorriu maliciosa. Ele desviou os olhos dos dela e assim que isso aconteceu viu Nicole subindo as escadas para o segundo andar com o mesmo garoto que vira com ela alguns minutos atrás.

- Mas o que...? – resmungou sem acreditar.

 

Nikki subiu dando risada e cambaleando por causa da bebida que tinha batizado. O garoto era bem legal e ela não via problema em ficar alguns minutos com ele.

 

- Ahn? – Savannah não entendeu.

- A gente já conversa, tá? – se afastou dela e correu até a escada subindo em seguida. Agradeceu por ver o menino conversando com alguns amigos enquanto Nicole entrava no banheiro. Foi rápido e entrou com ela também. A mesma gritou de susto ao vê-lo.

- O que você está fazendo aqui? – socou seu ombro. Hazza fechou a porta e a trancou.

- Quem é a figura? – apontou com a cabeça pro lado de fora. Forçou uma risada.

- Não interessa. – ficou nervosa, ela não queria ele ali, queria só se divertir.

- Tá fazendo ciúmes em mim? – perguntou rindo.

- É com certeza. – falou ironicamente. Tirou o chapéu sentindo calor e o apoiou no vaso sanitário.

- Então, não fica com ele. A gente tinha combinado de se divertir depois da festa... – disse bravo. Não queria ela com outra pessoa.

- Ah é? Nós dois e a Savannah? Esse é seu plano, Harry? – virou-se brava também e o encarou. – Sabe... Eu não odeio ela por sua causa, odeio ela porque existe.

- Não posso fazer nada sobre isso. – deu de ombros.

- Arg! – não conseguiu aguentar. Hazza estava do mesmo jeito. – Quer saber? Ainda bem que você apareceu aqui. – deu-se por vencida.

- Ahn? Por que? – Nicole o empurrou e ele sentiu as costas baterem na parede.

- Pensa nisso quando falar com ela de novo. – pulou em cima da pia e o aproximou assim que enlaçou as pernas ao redor de seu corpo. Em segundos, o beijou.

Harry mais do que gostou, ela tinha tomado iniciativa e foi perfeito. Passou a mão pelas suas pernas, aproveitando que dessa vez ela não o repreenderia. Então, ao sentir Nikki arranhar suas costas por cima da blusa, ele mordeu seu lábio, terminando o beijo.

- Você está me deixando louco. E com essa fantasia... – disse bem próximo e deu um selinho demorado. Nicole desceu da pia e aproximou a boca do seu ouvido.

- Quem sabe você não tira ela depois? – referiu-se à roupa. Sorriu divertida ao ver a expressão dele. Hazza não tinha jeito, era idiota mas por algum motivo ela conseguia gostar disso.

- Mas...

- Pensa nisso, Harold. – destrancou a porta e o olhou. Ela queria que ele se lembrasse dela e pensasse nela a noite inteira, isso sim.

Pegou o chapéu e saiu.

- Puta merda. – Harry resmungou. Ela era mais do que problema.

 

- Rugby, hum? – passou a mão por um dos braços de Louis e sorriu sozinha

- Uhum. – ainda a abraçava pela cintura e não pararia com isso tão cedo.

- Gostei. – disse baixo mas ele pode ouvir. Sorriu sozinho com aquilo, e os fez se aproximarem mais. – Lou?

- Hum? – estavam quase da mesma altura, por causa do salto dela. Rebecca colocou o rosto apoiado em dos ombros dele e inspirou seu perfume. Era maravilhoso.

Louis aproveitou que ela fez aquilo e levou o rosto também no pescoço dela. Tinha cheiro de baunilha, beijou seu rosto e respirou fundo. Parecia um sonho.

- Não posso me machucar mais uma vez. – disse baixo em seu ouvido. Não podia acontecer de novo, já tinha sido dolorido demais. Becky suspirou desejando que ele tivesse entendido. Lou teve de repassar suas palavras na cabeça outra vez e ficou contente com o que ouviu. Ela praticamente disse que ficaria com ele.

- Não vou quebrar seu coração, Becky. – respondeu e abraçou sua cintura mais forte. A garota acariciou seu cabelo e depois foi a vez dela beijar seu rosto.

Sabia que ele estaria lá. Esperando por ela quando estivesse pronta. Tinha certeza, na verdade. E Louis... Era exatamente o que ele estava e estaria fazendo.

(...)

Abriu a geladeira sentindo a maior fome. Esse era o problema das festas, quando voltava estava faminta. Alcançou uma pizza congelada e colocou no forno em seguida.

Subiu as escadas rapidamente e entrou no banheiro. Tirou aquelas botas que estavam matando seu pé e nem perdeu tempo com o vestido, estava apertado demais. Substituiu por um short jeans e uma regata larga.

Saiu do banheiro em seguida.

- É, é. Traz o carro de volta... – ouviu a voz de Harry e virou-se. Ele tinha acabado de entrar no quarto. Havia tirado os suspensórios e o chapéu provavelmente ficara em sua casa. – Okay. Tchaaau.

- Lou? 

- Uhum. Voltar a pé nos fez esquecer o jipe e eles. – deu de ombros. – Vão voltar com o carro.

- Mas e a chave?

- Deixei o carro aberto. – sorriu envergonhado. – Ah não. Você tirou a roupa?

- Nada dura para sempre, Harold. – riu divertida.

- Poxa, Nicole. – pareceu decepcionado. Saiu do batente da porta e foi até ela. Pôs as mãos em sua cintura e a empurrou até a escrivaninha.

- O que foi? – perguntou rindo, estranhando ele ter feito aquilo.

- Por que estava subindo para o banheiro com aquele garoto hoje? – se aproximou e começou a beijar seu pescoço.

- Por que você estava com a Savannah? – respondeu com outra pergunta. Fechou os olhos por um instante, ficando sem ar.

- Disse para ela que acabou tudo. Tipo, para sempre. – tirou os lábios de seu pescoço e a beijou. Segurou suas pernas e a faz sentar-se na escrivaninha. Nikki acariciou seu cabelo e ele percorreu com as mãos das pernas até sua cintura, levantando a blusa em seguida.

- Que bom né? – voltou a beijar seu rosto e pescoço. – Tem uma pizza no forno e eu realmente não quero que a casa pegue fogo. – brincou e ele riu. Aqueles beijos estavam sendo provocantes e ela só queria dar um jeito de se aproximar ainda mais dele. Hazza conseguia ser carinhoso e malicioso ao mesmo tempo.

- Ia ser engraçado se pegasse fogo. – disse entre uma risada e um beijo.

- Não ia não. – empurrou seu ombro e eles riram alto. Fechou aos olhos quando Harry mordeu sua pele e depois deu uma série de beijos.

- Então... O que iremos fazer? – provocou e passou os lábios bem perto de sua boca. Subiu as mãos da cintura para o sutiã mas não fez nada dessa vez. Apenas acariciou seu corpo. Ele também fechou os olhos, estava sendo bom demais.

- Não sei. – respondeu. Segurou sua cabeça e o fez beijá-la de verdade dessa vez. Ficando sem ar rapidamente.  Não era a casa que iria pegar fogo, eram eles.

Se afastou e abraçou o cós de sua calça, o fazendo a ficar mais próximo. Hazza beijou mais seu pescoço, sua pele era macia e seu perfume delicioso. Mas ele parou quando ela tirou a mão de seu corpo. Foi se afastando levemente e a encarou.

Por um instante, Hazza ficou nervoso. Era Nicole ali, não podia errar, não podia fazer burradas. E Nikki pensou a mesma coisa. Não seria mais um cara qualquer, era com Hazza. Era alguém que conhecia e continuaria conhecendo.

- O-o que? O que foi? – perguntou sem entender. Nicole lambeu os lábios e respirou fundo.

- O que estamos fazendo, Harry? – queria conseguir entender onde acabaria. Como aquilo iria influenciar na relação dos dois.

- Er... – desceu da escrivaninha quando ele ficou em dúvida. – Ok, vamos pensar. – respirou fundo tentando fazer aquele calor passar.

- Certo... – concordou. Ambos andando de um lado para o outro. – Não seremos um casal, né?

- Não, claro que não! – disse rápido.

- Mas não podemos ser iguais você era com a Savannah. Bancando o prazer do outro. – completou.

- Beleza. – tentou pensar em alguma palavra que pudesse defini-los. Qualquer uma. – Hey, já viu o filme Amizade Colorida? – parou de andar e a encarou.

- Sim. Claro que sim. – pensou. – Amigos coloridos?! – aquilo era ridículo.

-É. A gente não acaba com a nossa amizade, mas se pega. – sugeriu gostando da ideia. – Não seremos um casal e não deixamos de ser amigos.

- E quando acaba? – certo, não era tão ruim assim.

- Quando um se apaixonar. – explicou. Nicole pensou, era uma ótima ideia na verdade.

- Isso não vai prestar. Somos nós. – o olhou.

- Eu sei. – Hazza concordou a encarando. Ficaram alguns segundos daquele jeito, apenas se admirando. – Ah merda. – correu até Nikki e ela pulou em seu colo.

(Trilha sonora – Replay - Zendaya)

Se beijaram e ele a carregou até a cama. Deitou em cima dela e ao mesmo tempo Nicole tirou sua blusa, ele estava fervendo, se aproximaram novamente. Em um rápido movimento, trocaram de posição. Ela ficando por cima e ele em baixo.

Nikki tirou o cabelo do rosto e com a ajuda dele, tirou a blusa também. Ficaram se olhando por alguns segundos, ofegantes. Ela passou a mão pelo peitoral todo malhado dele e Hazza acariciou sua cintura, observando suas curvas.

- Puta que pariu... – disse baixo sem saber como reagir. Aquele era o Harry, o mesmo que conheceu em um parquinho e era seu vizinho de rua há mais de dez anos. Mas agora todo crescido, adolescente e.... Lindo.

- Tô achando que isso vai prestar sim. – ele tinha acertado em uma coisa sobre Nicole. Ela tinha uma beleza incrível, mais que incrível na verdade. E o sabia deixar completamente louco. Aproveitou sua distração e se colocou sobre ela novamente. Beijou todo seu pescoço e começou a descer para o colo. Primeiro levemente, mas depois mais forte. Causaria marcas no dia seguinte, mas naquele momento não havia dia seguinte.

- Vem aqui. – alcançou seu rosto e o beijou. Hazza tirou as mãos de seu corpo e abriu o cinto da calça.

- Tem certeza? Não vai se arrepender depois? – perguntou no meio do beijo.

- Você vai? – se afastou mordendo seu lábio. Harry negou ao mesmo tempo à fazendo rir.

- E você vai? – olhou para ela e a mesma negou também. – Que bom. – abriu seu short, deixando-os do mesmo jeito. Pegando fogo.

Observou-a rapidamente, a lingerie preta e um corpo maravilhoso, era perfeito para ele. Aproximaram-se e se beijaram.

Com a ajuda um do outro, Hazza ficou sem a calça jeans. Ele usava uma box preta e Nicole tentou afastar da cabeça que estava vendo o irmão de sua melhor amiga daquele jeito. Na verdade, não precisou tentar afastar. Harry fazia isso por conta própria.

Ele sentou-se na cama e a colocou sobre seu colo. Estava já tonto com todo aquele encanto que viu que ela causava. Era um encanto completamente desconhecido mas que se esforçaria para entender.

Pôs a mão em seu rosto e se afastou ofegante. Nikki piscou algumas vezes até acordar para a realidade. Hazza beijou toda a extensão de sua palma enquanto acariciava suas pernas.

- Meu deus... – resmungou tentando abrir o criado-mudo. Harry riu fraco. Seria melhor do que ele esperava. Nicole finalmente encontrou o que procurava e voltou-se para ele.

Ficou bem à sua frente e levantou o preservativo. Sorrindo maliciosa.

- Odeio você. – riu fraco. Ele com apenas um movimento ficou sobre ela novamente, alcançou o pequeno pacote com a boca e apagou a luz.

Seria uma longa noite.

 

- Como alguém esquece o próprio carro? – Rebecca disse assim que abriu a porta. A fechou com as costas e ficou encostada lá. Louis apareceu e balançou a chave no ar, entregando-a em seguida.

- É o Harry... E a Nicole. – deu de ombros fazendo-a rir.

- Realmente. – concordou. Ficaram em silêncio. Próximos, frente a frente. – Então...

- Eu vou para casa tá bem? – disse não querendo ir mas aquilo era o certo. – Foi um longo dia. – Becky assentiu, mas ela não queria que ele fosse tão cedo também. Tinham se divertido na festa.

- Okay. – disse baixo. Foi surpreendida com um beijo no rosto dele e Rebecca sorriu com aquilo. Já ele, queria poder congelar o momento.

Passou os braços pelo seu pescoço e o abraçou forte, fazendo-o ficar bem perto mesmo. Acariciou seu cabelo e beijou seu pescoço sem aguentar. Louis se arrepiou e amou aquilo.

- Até amanhã. – se afastou e começou a caminhar em direção a porta. Virou-se rapidamente e sorriu para Lou. Aquele sorriso era tudo o que ele precisava.

- Até. – virou as costas e começou andar para a sua casa. Rebecca adentrou e percebeu que Hazza não estava lá. Só tinha um lugar que ele poderia estar e ela sorriu ao pensar nele com Nicole.

O pai estava provavelmente no trabalho, então dormiria sozinha. Subiu a escada e entrou no quarto logo depois. Apressou-se em livrar-se daquela fantasia que já estava incomodando e trocou para uma calça de pijama e uma regata velha.  

Desceu para a cozinha rapidamente e pegou uma série de porcarias para comer. Não estava com sono então ia se encher de besteiras.

Voltou para o quarto e sentou-se na cama. Não passou nem um minuto e a janela se abriu.

- Perdi meu ursinho, posso dormir com você? – Louis pulou no chão, sorrindo. Trocara de roupa também, estava de moletom. Ele chegou em casa e percebeu que não perderia tempo se podia ficar com ela.

- Mas você que tem o apelido de Boo Bear. – brincou e bateu com a mão para o outro lado da cama.

- Nem começa. – revirou os olhos rindo. Arrumou um dos travesseiros e sentou-se na cama com as pernas estendidas. Becky fez o mesmo.

- Quando vamos lá de novo? – Lou não tinha falado sobre o dia anterior que tinha ido visitar sua mãe e preferiu manter apenas para ele também.

- Agora nas férias é mais fácil. Quando quiser. – deu de ombros. – Aliás, falei com o Mart. Você vai trabalhar mesmo lá.

- Ah é? – sorriu divertida. – Isso vai ser engraçado.

- Não vai poder reclamar mais do meu cheiro de cachorro... Você também vai ter. – brincou e gargalhou das próprias palavras. Rebecca deu uma cotovelada nele e começou a rir também. 

Conversaram por horas. A madrugada ia passando e eles continuavam rindo, falando de planos para o verão, tirando sarro das fantasias que viram, de como seria engraçado trabalharem juntos ou falando sobre qualquer bobagem.

- Eu quero que esses três meses de férias sejam bons... – Becky disse pensativa.

- Vão ser, sabe disso. – deu de ombros. – Todo ano, depois que o verão acaba, ficamos relembrando...

- Pois é! – concordou rindo. – Espero que seja assim para sempre. – virou-se para ele. Ficaram se olhando por um momento. – Lou? – abaixou os olhos e olhou para frente.

- Hum? – continuou admirando-a. Becky já tinha apagado as luzes e apenas o abajur que havia ao lado dele estava aceso.

- Por que mandou aquele garoto ir embora hoje? – tinha a cabeça apoiada no braço e o cotovelo na cama. Ele estava deitado.

- Becky, eu... – aquelas horas que conversaram foram incríveis. Na verdade, todo aquele dia estava sendo incrível, não podia estragar. – Er... Eu não sei. – sorriu fraco. Mas ele sabia sim.

- Tudo bem. – assentiu sem saber porque. Ela estava sentindo-se tão bem e estar próxima dele estava tão perfeito, que uma coisa lá no fundo começou a batucar em seus pensamentos.

(Trilha sonora – Monsters – Timeflies feat. Sky)

Foi como se, um novo sentimento, em um estralo de dedos começasse a nascer. Ou quem sabe, tomar coragem para surgir. Porque talvez aquela emoção estivesse lá o tempo inteiro, mas só quisesse aparecer naquele momento.

Levantou os olhos e encarou seus olhos azuis. Droga, como eram lindos. Ou melhor, como ele era lindo.

Tirou a mão que apoiava sua cabeça e deitou-se no travesseiro. Eles não romperam o contato visual.

Louis sem aguentar tirou uma mexa de cabelo de seu rosto e depois acariciou o mesmo. Ele não poderia se segurar. Esqueceu que aquilo mudaria tudo, que estaria se expressando, esqueceu-se de tudo. Porque quando estava com ela, se esquecia de tudo.

Rebecca incerta levou a mão até o cabelo dele também, e no meio de sua cabeça, entrelaçou os dedos nos fios macios. Começando a acaricia-los em seguida. Lembrou-se de quando fez o mesmo em seu braço quando ele apanhara. A diferença era que daquela vez, fizera por carência, e naquele momento estava fazendo porque queria.

Porque desejava.

Ele foi se aproximando lentamente, com medo de estar fazendo errado mas ao sentir Becky puxar ele para mais perto, ficou seguro. Deixou a boca entreaberta e parecia que era um sonho.

Rebecca fechou os olhos e um segundo depois, sentiu os lábios dele contra os dela. Eram macios, eram leves, e mesmo que não tivesse aprofundado o beijo, eram carinhosos.

Lou a aproximou mais e foi como se respirasse o beijo. Sabia que não devia aprofundar, mas não pode aguentar e virou a cabeça, dando outro selinho nela. Estava perfeito daquele jeito, não precisava de mais nem de menos. Sentiu que ela era feita para ele.

Se afastaram quando a necessidade de ar falou mais alto. Becky alcançou o abajur e desligou a luz, mas nem por isso se afastou dele. Pelo contrário, fez questão de abraçá-lo mais forte para ficar bem próxima.

- Boa noite, Lou. – passou o nariz em seu rosto, fazendo um carinho e sorrindo em seguida. Tinha sido tão perfeito e tão bom para ela quanto para ele.

- Boa noite, Becky. – beijou seu rosto e fechou os olhos. Só precisava de um pouco mais de tempo, sabia disso.

(...)

Abriu os olhos e sentiu uma pequena dor de cabeça. Pelo menos a ressaca não seria grande. Virou-se para o outro lado da cama e começou a rir.

- Droga. – resmungou. Alcançou sua cintura e a trouxe para perto.

- Não enche. – Nicole resmungou começando a rir também. Mal acordara e ele já estava provocando. Passou a mão pelos olhos e finalmente os abriu. – Oi... – disse divertida para Harry.

- Oi. – sorriu malicioso. Vergonha não seria problema para eles.

- Precisamos ir no Ritter, ver se você pode trabalha lá... – levantou-se e agradeceu por estar vestida.

- Trabalhar juntos? Isso não vai dar certo. – Hazza falou acompanhando com os olhos seu andar. Mordeu ao lábio quando Nikki virou-se confusa.

- Por que não? – após ver o sorriso malicioso dele, entendeu. Jogou um travesseiro em sua direção e os dois gargalharam. – Vamos logo...

 

Caminhou pelo píer com as mãos no bolso. Pode ver que no fim dele, ela estava sentada. De costas para o resto da estrutura e os pés balançavam no ar. Parecia completamente concentrada em pensamentos.

- Hey. – Rebecca disse antes de ele falar alguma coisa. Em segundos, Louis sentou-se ao seu lado. O vento batia contra eles, fazendo o cabelo bagunçar.

- O mar está lindo. – disse admirando-o. Estava verde mas completamente limpo.

- Uhum. – concordou e virou-se para ele. Os olhos de Lou estavam da mesma cor. Perfeitos.

- Dormiu bem? – virou-se para ela e sorriu divertido. Becky o empurrou com o ombro, fazendo-os rir em seguida.

- Lou, eu...

- Não precisa falar. – mordeu o lábio de nervosismo. – Eu entendo, e.... Eu espero. – Rebecca sorriu meiga e um pouco sem graça também. Se aproximou dele e beijou seu rosto.

- Foi perfeito. – disse baixo. – E eu dormi muito bem. – brincou e ele riu alto. – Vem... Vamos ver o que os dois aprontaram.

Levantaram-se e começaram a caminhar.

(...)

- Ritter! – Nicole entrou na cafeteria animada e ficou ainda mais feliz ao ver o chefe no balcão.

- Olá. – falou contente para ela e Harry. Os dois ficaram à sua frente. – Como vocês estão?

- Bem... – Hazza respondeu e de brincadeira, passou um dos braços pelos ombros dela.

- Estão juntos? – arqueou a sobrancelha.

- Não... Na verdade, é meio complicado. – Nikki disse.

- Complicado mesmo, né gatinha? – virou para ela e Nicole gargalhou.

- Gatinha? Nossa, Harry essa doeu de tão ruim... – falou entre risos.

- Foi tão ruim assim? – perguntou à Ritter que também estava rindo.

- Foi. – não só Ritter mas Biff, Selma, Carol e Ally disseram. Fazendo Nikki rir ainda mais.

- Enfim, queremos saber se essa criança... – apertou as bochechas dele. – Pode trabalhar aqui? Digo, só até as aulas começarem.

- Não quero ninguém se amassando na minha cafeteria. – Ritter fingiu-se de bravo mas começou a rir, Hazza o acompanhou. – Só posso pagar o mesmo que pago para você, Nikki.

- Não tem problema. Já tá ótimo. – Harry concordou com a cabeça, pensando em Louis. Qualquer coisa ajudaria.

- Todos nós conhecemos você, e você praticamente trabalha aqui. Fechado. Seja bem-vindo! – estendeu o braço e eles fizeram um cumprimento.

- Valeu, Ritter. – disse sorridente.

- A gente vem segunda. – começaram a caminhar em direção a porta. – Tchau, pessoal! – Nicole acenou para os outros. Saíram de lá e andaram pela rua. – Sem gatinha, ok?

- Ok.

- Esquecemos de falar sobre algumas coisas... – Nikki começou.

- O que?

- Porta aberta ou fechada? – virou para ele. Hazza ainda tinha o braço em cima dela.

- Como é que é? – riu sem entender.

- Só eu e você? Tipo, podemos ficar com outras pessoas ou não? – encarou-o sério. Estavam exatamente no meio da rua já que haviam parado de andar.

- Sem ninguém. – negou rápido. – Só eu e você. – falou rígido e ela riu de sua expressão.

- Então tá. Sem ninguém. Sem uma loira, babaca e que merece ir pro inferno... – Harry começou a rir da maneira que Nicole falou.

- Isso ai. – assentiu.

- Hey! – outra voz surgiu e não deu tempo de pensar. Louis pedalava e Rebecca estava sentada na cesta da bicicleta, como não saíram da frente, em segundos os dois atropelaram eles.

Fazendo os quatro caírem no chão, em altas gargalhadas.

(Trilha sonora – The Great Escape – Boys Like Girls)

Formou-se como uma roda. Becky em cima de Lou, que estava apoiado em Hazza, que caiu encostado em Nikki, e a mesma ficou ao lado de Rebecca.

- Okay, okay... – Harry disse controlando a risada, a queda machucou.

- Vocês não prestam... – Rebecca reclamou ainda rindo.

- Até que começamos as férias bem... – Nicole deu de ombros. – No chão.

- É assim que vai ser, então? – Louis perguntou e eles se entreolharam. Rindo em seguida.

Antes que pudessem dizer mais alguma coisa, um barulho conhecido ecoou.

Foi possível rapidamente ver as luzes vermelhas, azuis e brancas passaram pela rua. A sirene da polícia estava alta e clara.

Os quatro se encararam e sorriram de um jeito cumplice.

- É bom eles não conseguirem nos pegar.

Muita coisa iria acontecer.

 

“Throw it away. Forget yesterday. We'll make the great escape. We won't hear a word they say. They don't know us anyway. Watch it burn. Let it die. Cause we are finally free tonight.” – The Great Escape, Boys Like Girls

 

 

 


Notas Finais


Entãoooooooo? “Como assim só um selinho?” “Eles fizeram sexo selvagem?!” “E a polícia?” “E tudo que tem no verão, e ainda, o que vai acontecer?” Oops, muita coisa no ar? Desculpa se te decepcionei com esse capítulo, desculpa se queria mais ou menos, desculpa mesmo! Eu tentei colocar todas as coisas que vocês queriam, sério mesmo! E todas essas perguntas serão respondidas na segunda temporada. Meu deus, acabou! SEGUNDA TEMPORADA LÁ VAMOS NÓS! Porém, ela não estará aqui semana que vêm, nem na outra, e nem na próxima também. Hoje é a primeira vez que venho me despedir com uma distância... Grande. Sabe pessoal, eu posto aqui desde Agosto. O ano tá acabando e eu preciso mesmo de um tempo. Digo, eu postaria com certeza. Mas eu vou viajar, e depois vou descansar e ai sim, voltaria para o site. Como eles na fic, preciso de férias kk. Prometo, que em quatro/cinco semanas no máximo, estarei aqui. Não desistam de mim, por favor. Eu preciso dormir, preciso repor as ideias, preciso comer muita pizza HAHAHA, preciso divulgar mais a fic, ler outras que não tive tempo, preciso fazer muita coisa que não fiz nas minhas sextas-feiras por causa de PM. Não desistam de mim nem da fic, por favor. É SÓ O QUE PEÇO. Claro que como sempre eu quero saber a opinião de vocês. E dessa vez, não perguntarei nada, só irei pedir uma coisa, comentem TUDO o que pensarem. Digo, você ai que só lê e nunca diz nada, vem me dar um oi! Por favor, façam um resumo de PM inteiro, do que gostaram do que amaram, os personagens, o que querem que aconteça, me contem tudo, sei lá kk. Quero muitos, muitos, muitos comentários não por causa de números (claro que não!) mas para fechar essa primeira temporada com chave de ouro <3. Comentem tudo o que acharem, o que esperam, o que gostaram, o que queriam! E agora, imaginem que estou à sua frente, ou que Harry Styles e Louis Tomlinson, talvez com Rebecca e Nicole também, estão à sua frente, agradecendo vocês por absolutamente tudo. Eu sei, sou só uma adolescente com problemas banais que escreve e ocupa as notas do seu celular com uma fic nada a ver, mas vocês mudaram a minha vida. E eu agradecerei isso eternamente. É cedo demais para dizer que amo vocês? Não? Amo vocês. Sim? Amo vocês mesmo assim hahahaha. OBRIGADA POR TUDO! Boas férias e enfim, eu espero do fundo do coração e com todos os dedos cruzados que vocês tenham gostado de PM. Digo, não só desse capítulo, mas de tudo. O meu sonho desde criança era tocar as pessoas emocionalmente e espero de verdade que eu tenha tocado vocês <3 Obrigada, obrigada, obrigada.
SEGUNDA TEMPORADA “STABBING” HERE WE GOOOOO!
E claro, o tão esperado trailer. Com muitos spoilers hehehe mas muito especial. Me digam também o que acharam, por favor. E só lembrando, ele é um trailer primeira/segunda temporada <3
http://youtu.be/RvkOR9XFfJM
FUUUUUUUUI


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