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História Perfect Mistakes - Capítulo 18 - Rebecca e Louis


Escrita por: whoishoran

Notas do Autor


OIEEEEEEEEEEEEEEEEEEE! Não, não desisti, não morri, não sumi, estou aqui! Olha, até rimou :) Estou aqui, atrasada, passando um calor do capeta mas estou aqui! Como vocês estão, galerinha? Muito bem? Eu sei que devia esse capítulo na sexta mas eu sai, sábado estava sem computador e só consegui entrar aqui agora! Eu queria começar, meio que já comecei mas beleza, agradecendo a todo mundo que disse para eu ficar melhor, e denunciar quem fez o que fez, vocês me animaram e me deixaram bem melhor, obrigada mesmo <3 Segunda coisa, eu estou em choque porque PM está com quase 3.000 exibições e 200 comentários. MEU DEEEEUS! Quem lembra quando eu comemorei, sei lá, cinquenta comentários? Faz muito pouco tempo :0. Bem, eu também não consigo acreditar que já está no capítulo 18 (terceiro da segunda temporada) E que esse capítulo que vocês estão prestes a ler chegoooou! Minha nossa, lembro quando eu escrevi ele e fui dormir tipo... AAAAAAARG!
A música é simplesmente perfeita para o momento, os personagens, o que vai ou não acontecer, por isso, sei que quase nunca peço para vocês ouvirem junto, mas façam esse favor dessa vez porque vai valer a pena!
(Dica: quando o Harry falar "Hora da diversão" para a Nicole, põe pra tocar! E pode deixar no repeat.)
Espero muito que vocês gostam desse capítulo porque ele vai desencadear uma sérieeeee de acontecimentos. Aliás, essa temporada pode estar parecendo meio parada mas ainda vai acontecer muita coisa, aguardem!
Ai tô muito animada para vocês lerem logo e me falaram o que acharam, por isso, sem mais demandas e enrolação!

HERE WE GOOOOOOOO! #TeckyBoo #Lecky #Bou <333 hahahahaha

LEIAM AS NOTAS FINAIS POR FAVOR!

Capítulo 18 - Capítulo 18 - Rebecca e Louis


Fanfic / Fanfiction Perfect Mistakes - Capítulo 18 - Rebecca e Louis

(Trilha sonora - Abertura ♪ The Great Escape – Boys Like Girls/If you don’t know – 5 Seconds of Summer)

Abriu a porta animada, largou a mochila no chão e o bolo. Então, disse bem alto.

- Ganhamos! – fez uma dancinha comemorativa e em seguida ouviu a voz dos outros. Ficando ainda mais feliz.

- Uhuu! – Harry surgiu gritando e a segurou no colo. Provocando altas risadas. Ele a ajudou com as coisas e assim foram até a cozinha.

- Eu te daria um abraço, Becky. Digo, você sabe que eu te amo e tô muito feliz. E lhe daria um abraço bem apertado mesmo...

- Nicole, o que você está falando?

- Cala a boca, Lou. – retrucou. – Como ia dizendo, eu faria isso mas como estou.... ATIM! – espirrou e assuou o nariz no papel em seguida. – ...Doente, vou te poupar de ficar gripada.

- Está tudo bem, Nikki. Obrigada por isso. – riram fraco e Rebecca sorriu. Virou-se para Louis e ele a encarava. Ela esperou por alguns instantes que ele a parabenizasse ou dissesse qualquer coisa, mas o garoto não fez. – Teve bolo. E acabou sobrando para eu trazer.

- Jantar! – Hazza comemorou. Havia tido uma pequena competição de voleibol naquela quinta-feira, porém apenas os jogadores eram convidados. – E você, Tomlinson? Não queremos só força, queremos ver você jogando, cara!

Finalmente saiu de seus pensamentos e teve de piscar para acordar de vez. Recompôs-se e encarou o amigo.

- O jogo é só ano que vem. Ou seja, podem esperar até junho. – disse e voltou-se para mesa. Observou Rebecca soltar o cabelo, tirar o casaco e sentar-se ao lado de Harry. Deixou quatro colheres por ali e abriu uma enorme caixa. Tinha um bolo bem grande de chocolate, inteiro.

- Ninguém comeu? – Nicole perguntou fungando.

- Bem, eu irei comer. – Hazza nem esperou e pegou um pedaço gigante com a colher, colocando na boca em seguida.

- Que humilde você hein? – Becky disse irônica e o irmão riu de boca cheia. – Não sei qual foi a necessidade de dois bolos. Um ficou, outro veio. – explicou. Não demorou muito para os outros três começarem a comer também.

- Esqueci de falar. – Harry quebrou o silêncio forçando a garganta.

- Espera.... ATIM! – Nikki espirrou novamente e respirou fundo. – Fala.

- Como pegou esse resfriado, afinal? – Louis quis saber.

- Arg! Esse tempo louco. Meu deus, em uma mesma semana temos inverno, primavera, verão e outono! – disse nervosa. – Ai daí nisso.

- Certo... – Hazza fez uma expressão engraçada e revirou os olhos. – Bem, eu andei pensando no que você disse, Becky. Sobre o que a polícia anda procurando. Acontece que, fora as fichas lá da Rose, não seguimos mais nenhum “padrão”. – fez uma pausa e todos o olharam. – Além do mais, não foram todas as mortes que tiramos de lá. Ou seja, se eles foram por esse caminho mesmo, nunca chegarão à nós.

- E se estivermos errados? – Lou falou sem demandas. Estava realmente cansado dos amigos acharem que tudo daria certo quando, na verdade, eles estavam na berlinda. 

- Que otimismo. – Rebecca falou baixo mas ele ouviu. Olhou-a de relance e quis entender o que estava acontecendo.

Droga, por que tinha tanta certeza que havia algo errado?

- Eu ia chegar ai. – Harry concordou com a cabeça. – Acontece que não sabemos nada exatamente. Mal sabemos o que estamos fazendo, muito menos o que eles estão ou farão.

- Harry, não estou pensando direito. Pode ir direto ao ponto? – Nikki pediu resmungando e pela voz fanha era quase incompreensível. Rebecca desatou a rir por isso, Louis a acompanhou.  Hazza depois de alguns segundos fez o mesmo. – Que legal. Você fica doente e seus amigos estão rindo de você. Muito legal... Responde logo, Harold!

Ao mesmo tempo em que disse isso, pegou a colher e sem querer jogou bolo nele. O garoto parou de rir e os outros dois seguraram o riso. Harry a encarou e Nicole não sabia se ria ou corria.

- O que estou querendo dizer é que não podemos fazer nada enquanto a polícia não fizer nada também! – ele respirou fundo e jogou bolo nela também.

- Sério mesmo que vocês têm que fazer isso? – Lou perguntou rindo. Uma pequena guerra de doces começou em instantes.

- É o seguinte... – começou depois que os quatro estavam no chão, lado a lado, sujos e com as risadas controladas. – Não vamos matar por conta própria. Nós vamos correr atrás de criminosos que, literalmente, a polícia vai atrás. Tipo, seguir a polícia de um lado para o outro.

- Onde isso vai chegar?

- Nem faz sentindo.

- Querem que eles nos odeiem e nos prendam? Ou quer que sejamos aliados? – disse com uma enorme camada de bolo na cabeça. Os outros não estavam muito diferentes. – E além de tudo, isso protegerá Rose.

(...)

Alcançou o celular no bolso e discou na chamada rápida. Esperou três toques para finalmente atender.

- Oi, Lou.

- Tudo bem? – sabia que sua animação não era das melhores mas ele precisava ao menos ser educado.

- Sim, sim. E com você? Como é que está?

- Bem... – ficou confuso por não ter certeza da resposta. – Mira, precisamos conversar.

- Eu sei. – fez uma pausa. – Você não apareceu até agora.

- Não é sobre isso que quero falar. É sobre... O que deu para Rebecca.

- Hum... Certo. Não precisamos conversar sobre isso. Ela me explicou tudo. E bem... O final de Setembro já passou, isso significa que está tudo bem, certo?

Não, não está tudo bem. Ele não tinha vindo. Não viu nenhum sinal, rastros, absolutamente nada sobre o pai.

Em parte, estava agradecendo por isso.

- Er... Claro. Mas, Miranda... Eu não sei exatamente quanto foi, mas...

- Louis, nem comece. Não quero saber mais sobre esse dinheiro, não quis saber mais a partir do momento que chegou à você. Portanto, a única coisa que me interessa é sua segurança ok?

Sentiu ainda mais raiva, nem ao menos sabendo porque estava daquele jeito. Só queria que todo aquele problema acabasse logo e ele não se sentisse ruim, ou seja lá o que fosse.

- Tá bem. Muito obrigado mesmo, Mira. De verdade. – pensou um pouco. Precisava dizer mais. – Você provavelmente é a que mais se preocupa comigo.

- Louis, o que está havendo?

- Não sei também. – antes de conseguir dizer mais coisas, a porta se abriu atrás de si.

- Você está ai. – aquela voz calma e mansa que tanto gostava apareceu. Virou-se rapidamente só para ter certeza que era Becky.

- Preciso desligar.

- Lou...

- Até mais. Obrigado de novo. – sem pensar, bloqueou o celular e chutou o chão para fingir que estava tudo bem. – Oi.

- Oi. – parou a sua frente e cruzou os braços. Lou encostou as costas no jipe de Hazza e encarou o chão. Rebecca olhou para os lados sem aguentar aquela situação. – O que aconteceu com a gente?

- Hum? – levantou apenas os olhos e ela o encarou intensamente. Louis sentia sua cabeça dividida em dois desejos. O primeiro, desaparecer. E o segundo, quebrar o espaço entre eles, beijá-la e acabar com toda aquela palhaçada.

- Você ficou estranho desde que eu te entreguei o dinheiro, Lou. Por que? Já faz semanas que isso aconteceu... – disse sincera. Calma e não rompendo o contato com ele.

- Eu não sei. – deu de ombros.

- Certo... – assentiu com a cabeça e se afastou um pouco. – Quando souber me procura. – disse baixo. Não gostava nem um pouco quando ele lhe respondia com palavras curtas e era grosseiro.

- Becky... – segurou seu braço a impedindo de ir.

- Nicole está me esperando. Preciso ir. – disse. Respirou fundo e encarou-o novamente. – Cansei do seu estresse, sinceramente. Resolve isso logo, Lou e....

- Acha que eu que resolvo isso? – protestou sem aguentar. Ela arregalou os olhos com o tom de sua voz mas já estava acostumada. – Sinceramente... – repetiu. – Não consegui resolver isso até agora porque me preocupei com outra coisa. Outra pessoa, na verdade. – parou e não conseguiu aguentar novamente. – Mas essa parece estar preocupada com outra coisa também.

Já ia perguntar qual era o problema e quem era, mas sentiu-se idiota. Não queria ter certeza mas no fundo tinha sim. Sabia bem do que Louis falava. Falava dela, deles, talvez do que acontecera.

- Merda, Rebecca. Eu que tenho de resolver tudo sempre? – disse baixo porém bravo. Estava sem paciência e naquele momento, precisava de uma boa dose dela.

Ficaram se olhando por alguns minutos, em completo silêncio. Ele não sabia mesmo o que fazer. Estava simplesmente... Cansado. Precisava saber se eram amigos ou mais que isso. Talvez o problema fosse esse, a dúvida.

- Você está me machucando. – disse baixo e ele afrouxou os dedos em volta de seu braço. Desviou os olhos e suspirou. – Preciso ir.

Se afastou, deu as costas e entrou em casa. Assim que isso aconteceu, encostou o corpo na porta e passou a mão pela cabeça.

O que está acontecendo? perguntou-se.

Ao mesmo tempo que sentia raiva e um pouco de tristeza por ele não tomar uma atitude ou talvez continuar sempre na mesma, não conseguia parar de pensar em seus olhos, seu cabelo, seus músculos, seus dedos que a seguravam, sua voz... Tudo. Não conseguia parar de pensar nele e como se não bastasse, enquanto pensava nele seus pelos se arrepiavam e as vezes seu coração quase ia parar na boca.

Sensações tão estranhas. Que nunca tinha sentindo. Talvez já as conhecesse, mas não daquela maneira. Porque... eram doloridas. Como se enquanto não tivesse o que queria, aqueles tremores, as batidas aceleradas e as emoções à flor da pele, não fossem melhorar.

 

Louis bufou. Chutou um dos pneus do jipe e começou a andar em direção à sua casa. Estava na hora de ficar um tempo sozinho.

- Arg... – resmungou. – Está na hora de esquecer, isso sim. – atravessou a rua mudando de caminho. Se ele não conseguia ter a garota que queria, então iria arranjar alguma para passar o tempo. Odiou-se por ter esse pensamento, mas era exatamente o que precisava. 

Olhos curiosos e castanhos. Cabelos encaracolados e cacheados. Alta, corpo fino e um pouco de sardas no rosto. Só precisaria de alguém assim.

- Só... – pensou ironicamente. Por que Becky não podia ser um pouco mais fácil de se lidar? Sempre fora, mas por que agora...? – Foda-se.

Andou rápido até o ponto de ônibus. Estava quase escurecendo, o que não lhe faltaria agora era algum lugar com bebidas, alguns cigarros, e pessoas completamente diferentes.

Uma noite sem Rebecca, sem sua mãe, sem dinheiro, sem seu pai, sem Miranda e Max. Sem qualquer coisa que estava atormentando-o.

(...)

Olhou para a janela. Parecia que o mundo estava acabando. O céu completamente escuro e de cinco em cinco minutos, os trovões davam sinais do temporal que poderia cair a qualquer momento.

Desviou os olhos para frente e a segunda carteira da terceira fileira estava vazia. Nicole arrumava lenços de papeis em alguma ordem que ela nunca entenderia e Harry do outro lado da sala dormia. E Louis... Louis não fora para a escola.

Encarou seu desenho e se achou ainda mais idiota do que estava sendo o dia inteiro. Desenhou com traços fortes um céu exatamente ao que observara quase o período inteiro e no meio da folha, uma carteira fazia.

Ele só faltou na aula, Becky. Apenas.

Disse para si mesma e tentou prestar atenção na aula. Nikki virou-se para trás, olhou para ela e pegou o celular.

Ele está bem. Apontou para a tela do aparelho e disse com os lábios. Rebecca assentiu e sorriu fraco para a amiga. A mesma tinha os olhos caídos e uma feição de exausta. Deveria estar agradecendo que era sexta-feira.

Suspirou e ficou um pouco mais tranquila. Pelo menos, tinha dado notícia.

 

Largou o celular na cama e ao mesmo tempo caiu com tudo nela. Tudo estava girando. Piscou várias vezes para conseguir finalmente encarar o porta-retrato em sua escrivaninha com os amigos.

Pelo menos, alguma coisa estava intacta naquela casa.

Cheirou a própria blusa e o álcool era mais do que presente. Levantou-se cambaleando e pegou a garrafa de bebida que trouxera consigo. Bebeu um longo gole e sentiu arder a garganta.

- Bosta, Lou. – resmungou. Fechou os olhos e sentiu o sono chegar. Estava mais do que na hora de seu corpo pedir por descanso. Ficara a noite inteira em uma balada, então foi para outra festa desconhecida, para finalmente ir para casa. – Escola... Ai. – disse sentindo dor de cabeça.

Levantou-se e bebeu mais. Pronto para descansar ouviu um pequeno tumulto no andar de baixo e acordou para o mundo afora.

Resolveu descer, com dificuldade e cambaleando. Mas isso acabou rapidamente ao ver o que estava mesmo acontecendo.

- Lou, vai embora enquanto dá tempo. – Max disse com sangue escorrendo da boca. Ele estava todo machucado e cheirava a bebida também. Não teve tempo de alertá-lo, um homem grande chutou seu estômago, o fazendo cair no chão.

Ao lado de ambos, estava seu pai. Feição seria e brava. Os olhos roxos e fundos. O punho cerrado e ele mordia o lábio inferior. Louis odiou-se ainda mais por ter ficado fora.

Sabia que estava bêbado e ele não lutaria nada bem naquelas condições, porém precisava ser forte. Já que Max não tinha feito isso.

Ele sozinho, contra seu pai e mais dois homens desconhecidos. Disse inúmeros palavrões mentalmente mas tentou manter a calma.

- O-o que está fazendo aqui? – disse rígido.

- Vim pegar o que me pertence. – respondeu no mesmo tom. – Onde está?

- Depois disso vai embora? – cerrou os punhos e seu pai riu.

- Se acha forte, garoto? – virou-se para um dos homens e fez um sinal com a cabeça. Não demorou muito para Lou sentir um soco em seu rosto, revidou logo depois. Mas apanhou. – Eu fiz uma pergunta!

- Eu também! – retrucou. – Vai ou não nos deixar em paz?

- Onde está a porcaria do dinheiro, Louis? – deu-se por vencido e apontou para a cozinha. – Garantem que ele não esteja mentindo, e bem... Não gosto de gente mal criada.

- Ah droga. – resmungou já sabendo como aquela noite acabaria.

Desistiu de tentar se debater. Quando parou para pensar, já estava no chão e sua camiseta deveria estar com bastante sangue. Sentiu socos, chutes e muita dor.

Alguns longos minutos depois, com a visão ainda mais turva e o cheiro de bebida o deixando ainda mais enjoado e com dor de cabeça, pode ver um vulto. Os três homens foram embora em um segundo.

Max levantou rapidamente, para alguém que ficara esse tempo inteiro no chão e Lou pode vê-lo abrir a porta também e sair correndo, com dificuldade.

Tudo foi ficando escuro, as vozes na sua cabeça foi se acalmando e seus olhos finalmente se fecharam.

(...)

- Estamos ficando cada vez piores, sério. – Harry dizia sem que uma das duas prestasse atenção. – Na moral, que tipo de ser humano fica sexta-feira à noite estudando matemática?

- Nós. Para de reclamar, por favor? – Nicole pediu e sorriu falsamente. – Beeeeecky! Quanto é 1125 vezes 1125?

- Um milhão, duzentos e sessenta e cinco mil, seiscentos e vinte e cinco. – disse após alguns segundos pensando.

- Você é de outro mundo, cara. – Hazza começou a rir, chocado.

- Eu me pergunto como vocês são irmãos. Como alguém como o Harry é gêmeo de você? – Nikki questionou e Hazza lhe mostrou o dedo do meio. Os três gargalharam. Usando moletons, com vários pacotes de chips abertos, livros, folhas e cadernos faziam parte da noite.

- Onde está o Louis? – Rebecca largou o lápis na mesa e respirou fundo. Ele nunca sumia de repente, sem dizer o porquê. Respirou fundo e encarou um ponto fixo.

- Estou começando a estranhar também. – Harry concordou após um bocejo.

- Eu acho que... ATIM! Ai socorro. – resmungou. – Enfim, vocês o conhecem muito bem. Ele some e depois aparece como se nada tivesse acontecido, além do mais, odeia que se preocupem.

- E como. – Becky concordou baixo. – Vou pegar meu livro de álgebra, já venho.

Levantou-se e subiu as escadas. Adentrou o quarto e separou a apostila que fora atrás. Resolveu ir no banheiro aproveitando sua passagem por lá.

Assim que saiu e estava pronta para voltar, viu alguém tentar abrir a janela.

- Finalmente apareceu. – resmungou indo naquela direção.

Louis bateu quase sem força nenhuma com a cabeça na janela e Rebecca levou um susto ao se dar conta de como ele tinha aparecido.

- Meu deus... – estava sem reação.

- Oi...

O ajudou entrar e ele se apoiou nela. Mal sabia como tinha conseguido andar até sua casa. Assim que pisou no quarto, um trovão forte ecoou.

– Lou! O que houve? – fez uma pausa, recuperando o folego porque estar vendo-o daquela maneira a fez ficar fora de orbita por um instante.

- Er... Eu... – ela o observou. Seu rosto inteiro estava machucado e sua camiseta branca, deixará de ter esse tom. Mistura de sangue, com sujeira, pegadas, era qualquer coisa menos a cor original. – Eu estava pensando em você.

- Senta aqui, Louis. – disse sem paciência com sua resposta. Ele sentou-se a cama e quase caiu para trás. Além de todo dolorido, sentia seu mundo girar e sua cabeça latejar. – O que aconteceu com você? – com cuidado levantou um pouco sua camiseta e sentiu dor por ele. – Vamos ter que dar um jeito nisso...

- Pijama, hum? – sorriu fraco e a olhou de cima abaixo. Não estava tendo muito controle sobre as palavras. – Harry e Nikki estão aqui também?

- Uhum. – teve de segurar para as lágrimas não escorrerem em seus olhos. Já não era a primeira e provavelmente não seria a última vez vê-lo machucado daquela maneira.

- E por que não chamou eles? – puxou sua mão com força e a fez sentar-se ao seu lado.

- Lou, quero conversar com você. Para de ser bêbado um instante e me escuta? – segurou sua cabeça e o fez encará-la. Seus olhos estavam vermelhos e roxos.

- Certo... – assentiu. – Ai. – resmungou. Aquelas dores estavam incomodando muito. Seu corpo inteiro estava dolorido, ele sentia gosto de sangue na boca e quase tudo latejar.

- O que está havendo com você? Por que faltou na aula? Sumiu ontem? E principalmente, o que é tudo isso? – perguntou preocupada.

- Eu... – tentou pensar em uma simples resposta para todas aquelas perguntas. E todas as tentativas fizeram sua cabeça doer ainda mais. – Eu não sei.

Rebecca negou com a cabeça sem acreditar.

- Sabe de uma coisa? – começou com a voz fraca e arranjou forças de algum lugar desconhecido. – Becky, eu... Me desculpe. – respirou fundo e forçou a garganta. Juntou suas testas e foi deixando as palavras fluírem. – Eu não consigo parar de pensar em... Nós. E quando estavam fazendo isso comigo, eu não parava de pensar em você.

Becky fechou os olhos quase como um movimento automático. Ele cheirava a álcool mas isso não a incomodava, bem pelo contrário. A única coisa que ocupava sua mente era que, mesmo em todas aquelas condições que ambos se encontravam, não queria que o momento acabasse.

- Você está bêbado. – quis falar aquilo em voz alta para lembra-los que talvez, no dia seguinte, Lou não soubesse o que havia acontecido.

Se é que aconteceria alguma coisa.

- Eu sei. – sorriu fraco. – Mas quem liga? – respiravam o mesmo ar. Louis não aguentou e levou uma das mãos a perna dela, começando a acariciar em seguida. – Lembra o que aconteceu na noite da festa? – seus lábios roçavam. Chegou quase ao traseiro mas desceu novamente para perna.

- Lou...

- Quero que aconteça de novo, Becky. – beijou seu rosto e fez um carinho com o nariz pelo mesmo. A garota suspirou, ele estava a fazendo pirar. Mas tinha de se lembrar que estava sobre o efeito de bebida, não tinha consciência de seus atos. – Droga, estou me segurando mesmo para não te beijar, Rebecca. – sentiu a mão dele em sua nuca. Começou a se aproximar mais e mais, porém ela virou o rosto.

- Vai com calma, Lou. Estou falando sério. – disse se afastando. Ela não deixaria que ele fizesse aquilo. Não bêbado. – Você não é assim.

- Becky... – abriu os olhos e disse de uma maneira manhosa.

- Vamos cuidar desses machucados. – levantou-se e o puxou junto. Teve de recuperar o folego novamente, no fundo, ela sabia bem o que estava acontecendo.

O que estava acontecendo com eles.

No meio do caminho para o banheiro Louis bufou. Por que era tão difícil? Queria que ela dissesse logo que não o queria, assim ele não teria mais dúvida.

- Quem fez isso com você? – ele se apoiou na pia e em instante Rebecca pegou alguns remédios, curativos e o que era necessário.

- Meu... Pai. – resmungou.

- Por que? – perguntou baixo e com a cabeça do mesmo jeito. As lágrimas ameaçaram sair de novo.

- Não interessa. – olhou para outro lado. Ela o encarou. Pegou uma tesoura e cortou sua camiseta, sabendo que era o meio mais fácil de tirá-la sem machucar.

- Okay, eu... – encarou todo seu corpo machucado. Hematomas enormes, sangue, cortes, todo tipo de ferida estava ali. Desde seu quadril, até seu pescoço. E foi exatamente naquela região que Rebecca percebeu algo diferente.

Era roxo e estava bem marcado. Sabia que não era chute, muito menos marca de corte ou soco.

- Eu não posso fazer isso. – começou a deixar lágrimas escaparem sem aguentar. Juntou tudo. Pena por ele. Raiva pelo que viu em seu corpo. A insegurança sobre si mesma. Até mesmo o problema da polícia.  A confusão de sentimentos. Tudo de uma vez.  – Harry! – gritou.

Louis ficou sem reação. Ela estava chorando, chorando por sua causa e ele sabia bem disso.

- Becky, o que é? – perguntou sem entender exatamente o motivo. Virou-se rápido para o espelho e encarou a região de seu pescoço. – Ah merda! Não é que você tá pensando... E eu, me desculpa!

- Me desculpa eu! – retrucou nervosa.

- O-o que está acontecendo? – Hazza apareceu na porta ofegante. Se assustara com o grito da irmã. – E que cheiro de pato morto é esse?

- Por acaso já cheiro um pato, Harry? – Lou protestou sem paciência.

- Minha nossa! – Nicole disse de olhos arregalados.

- Alguém se machucou. – Rebecca falou ironicamente. Olhou-o nos olhos e lhe deu as costas. Abaixou a cabeça para garantir que Harry não a visse daquele jeito e saiu do quarto.

- Okay. Que merda você fez pra ela? – Hazza perguntou com o punho cerrado. Nikki também já tinha percebido que havia bem mais que um corpo machucado. – Hein?

- Eu não falei nada! – disse bravo e nervoso. – Só ensina para sua irmã que quando ela sente algo por alguém, se é que sente, é para avisar assim essa pessoa não vai esfriar a cabeça um pouco! – desabafou.

Harry olhou Nicole. Os dois trocaram olhares e permaneceram quietos.

- Sabe o que é engraçado? – Nicole deu-se por vencida e tirou de vez sua camiseta. Harry pegou um papel e começou a limpar o sangue em seu corpo. – Tem pessoas que são bem inseguras e precisam de um voto de confiança antes de se abrirem. – parecia ser piada ouvir aquilo.

– Você é idiota? – Hazza empurrou Lou e ele quase urrou de dor.

- Vai com calma. – disse entredentes.

- Calma? Louis, eu estou de saco cheio de vocês dois isso sim! Rebecca está a um fio de se declarar para você, então você vai pra balada e volta com esses chupões? – falou nervoso.

- Eu realmente não estou em boas condições, como pode perceber. Será que podemos ter essa conversa amanhã? – perguntou vendo tudo no banheiro girar.

- Amanhã você deveria tomar vergonha na cara e desfazer essa burrada. – aconselhou.

Louis não aguentou. Mesmo alcoolizado, percebeu que ele não estava errado. Não era nada mais que amigo de Rebecca. Não devia satisfações. Não tinha de contar nada e muito menos se desculpar.

Mas... Ele a tinha deixado mal. Ele a tinha feito chorar, ou pelo menos, pensara que tinha.

 

- Vê se toma um banho. – Nikki interferiu. – Você está fedendo.

- Estão do lado de quem? – perguntou baixo antes de saírem.

- De ninguém. – falaram ao mesmo tempo.  

- Pegue uma roupa no meu quarto! – Hazza gritou. – Não quero ninguém pelado...

Lou revirou os olhos e entrou no chuveiro.

(...)

Entrou no quarto indo finalmente atrás do livro. Assim que isso aconteceu, a luz do banheiro apagou-se e Lou saiu de lá.

- Oi... – disse baixo e ela já ia se retirar. – O que quarto é seu, não precisa ir embora.

- Eu sei. – respondeu seca.

- Rebecca, seja lá qual assunto for, podemos falar apenas amanhã? – perguntou respirando fundo.

- Tá. – concordou com a cabeça. – É melhor você descansar, Lou.

- Uhum. – foi até a cama e sentou-se com as pernas estendidas. Apontou para um lugar e ficou esperando ela ir até lá. Becky bufando sentou-se de frente para ele.

Ela percebeu que ele cheirava a sabonete agora e estava limpo. Mas seus olhos estavam roxos e ela sabia que os hematomas não estavam nem perto de ir embora.

- Vai falar alguma coisa ou não? – quebrou o silêncio e Louis se surpreendeu. Ele a encarou e tentou pensar em algo. Tinha que fazer qualquer coisa que fizesse Rebecca perceber que ele não estava mais de brincadeira. - Dorme, tá? – ia levantar-se mas ele impediu. Ficar perto de Lou estava a deixando triste de novo.

- Promete que quando eu acordar vai estar aqui? – perguntou aleatoriamente.

- Louis, já deu. – disse sem paciência. Tentou levantar mais uma vez, porém ele segurou sua mão e fez algo que a surpreendeu.

- Faltou meu beijo de boa noite. – disse e em um instante a puxou pra perto, juntando seus lábios.

Levantou mais o tronco para ficar mais confortável e então segurou sua cintura. A cabeça de Becky dizia para ela se afastar, mas o coração já a tinha feito pôr as mãos em seus ombros e permanecer ali.

- Me desculpa. – disse e lhe deu mais um selinho demorado. Ele queria mais que tudo, mas não iria, aprofundar o beijo de propósito, estava na hora de ela fazer algo.

Se afastaram e ficaram um instante em silêncio.

- Dorme, Lou. – levantou-se, apagou a luz e saiu do quarto. O garoto ficou confuso com suas próprias atitudes e mesmo sentido aquelas dores, fechou os olhos sorrindo.

 

Rebecca desceu os degraus e foi até a cozinha com o livro embaixo dos braços. Sentou-se na mesa, Nicole e Harry comiam uma pizza.

- Está tudo bem? – Hazza perguntou.

- Está. – disse rápido ainda perdida. Queria ter certeza do que havia acontecido.

- Mesmo?

- Já disse que sim! – foi grossa sem perceber. Nikki tirou os olhos da comida e a encarou.

- Estou perguntando sobre você... – Harry falou e ela olhou irmão.

- Que bosta. – resmungou e Hazza arregalou os olhos.

- Rebecca o que está havendo? – quis saber incrédulo.

- Eu também não sei! – deu de ombros. – Em um momento somos apenas amigos e está tudo bem. Mas no outro ele aparece na minha janela, todo machucado e diz que só ficou pensando em mim, mas está com.... Chupões. – desabafou sem aguentar. Harry olhou para ela depois para Nicole então começou a gargalhar.

- Qual o seu problema? – Nikki questionou e ele não conseguia se controlar.

- Harry... – disse de saco cheio pelas suas atitudes.

- É que... – respirou fundo e se acalmou. – Becky... – sorriu. – Você está com ciúmes.

- É, com certeza. – respondeu ironicamente.

- Se alguém te conhece de verdade, esse alguém sou eu. E você está com ciúmes, Becky Tecky. – disse calmo. – Não negue, não tem problema. – riu rapidamente mas segurou-se.

- Tá, você não serve para conselhos. – Nicole se apoiou em seu ombro e respirou pela boca já que seu nariz estava entupido. – Becky, falando sério, eu também ficaria assim!

- Como é que é? – os dois disseram ao mesmo tempo.

- Harry se eu aparecesse com chupões enormes, bem na sua cara, e você soubesse que temos algo especial, ia ou não ficar mal? – arqueou a sobrancelha e ele concordou. – Louis foi babaca, beleza. Mas Becky, não esqueça que...

- Acho melhor você não falar sobre isso. – Hazza disse baixo e Rebecca quase lhe deu um tapa.

- Fala, por favor. – quase implorou.

- Não esqueça como... – respirou fundo. – Ele ficou a respeito de você e Will.

- Me desculpe? – não entendeu.

- Rebecca para de ser sonsa. – Harry interferiu. – Ele ficou do mesmo jeito que você está, senão pior. Aliás, estava bem pior. – ouvir aquilo a fez sentir-se idiota. Depois de tanto tempo, saber sobre aquilo machucou.

Lou... Com ciúmes? Parecia tão estranho.

- A questão é a seguinte. – Nicole se pronunciou novamente. – Você gosta dele?

- Eu... – não conseguiu achar as palavras. Nikki e Hazza começaram a se animar com a resposta que ouviriam. – Er... eu.... – sorriu sozinha com as coisas que pensou.

Seu sorriso, seus olhos, suas piadas, suas risadas, seu jeito. Mas desfez-se ao pensar no resto, em suas grosserias, em seus erros e burradas. Porém nem mesmo os defeitos deixavam de fazer seu coração bater forte.

- Quer saber? Não responda! – Nicole falou sorrindo porque era mais do que obvio. – É o seu sentimento, e....

- Nicole, cala a boca! – Hazza pediu de um jeito engraçado e ela lhe deu uma cotovelada.

- O sentimento e o dele. Quando vocês se ajeitarem, sozinhos, vai ser a nossa hora de saber! – virou-se para Harry e o encarou. – Certo?

- Não. – resmungou e os três gargalharam.

(...)

- Você vai tomar um sorvete agora, sendo que vamos almoçar? – Louis perguntou assim que saíram da lanchonete.

- Olha só, voltou a reclamar. Isso é um bom sinal. – Harry disso irônico e bagunçou o cabelo do amigo. – Você ainda não me explicou.

- Explicar o que, Hazza?

- Sobre você, cara! Sabia que seu rosto tá bem melhor? Como conseguiu da noite pro dia te deixar assim? – era sábado. O dia estava nublado e os dois foram comprar comida.

- Eu não sei. – deu de ombros e sentiu Harry encará-lo. – Foi meu pai e mais alguns caras. Eles apareceram e só.

- Eu sinto muito, Lou. De verdade. – falou baixo e Louis sorriu fraco.

- Está tudo bem. Nada muito inesperado... – fez uma pausa. – Pelo menos agora eu sei que ele vai ficar distante por um tempo.

- Isso é muito bom!

Não sentia mais dores e tudo estava normal. Sem visão turva, sem dor de cabeça, sem nada. Depois de dormir quase quatorze horas, sentiu-se infinitamente melhor.

Apenas uma coisa estava errada, Rebecca.

- E você e a Nikki? Nunca mais me falou nada... – precisava de conselhos mas não sabia como pedir. Sentia-se um idiota.

- Ah... – riu sozinho e Louis estranhou aquilo. – A gente se diverte.

- Tô vendo só a hora que isso acabar virando sério. – brincou e Harry lhe deu um soco.

- Cala a boca! – riram juntos. – E você? – fez-se de desentendido. – Nenhuma novidade?

- Nem. – negou com a cabeça e pensou no que acontecera na noite anterior. Eles ainda não haviam se falado.

- Lou, corta essa né? – tinham chegada a rua que moravam e Harry parou de andar. Louis fez o mesmo e seguiu seu olhar. Hazza estava olhando a casa dele mesmo, onde Rebecca e Nicole saiam conversando.

- Eu não sei. – cruzou os braços esperando.

- Vai esperar até quando? – virou-se para ele e Lou se surpreendeu com a pergunta. – Eu sei, é minha irmã. Mas ela não pode te fazer de trouxa para sempre, cara! Tem que dizer alguma coisa. E você também ficar saindo por ai enquanto... – fez um sinal com a cabeça referindo-se à Becky.

- Mas... – olhou para elas novamente. – Tem razão. – disse concordando plenamente com o melhor amigo.

 - Precisa resolver isso...

- E vai ser agora. – começou a caminhar em direção à elas, tomando coragem e sentindo seu coração bater forte.

- Isso ai... Calma! Agora?! – correu até ele. – Louis!

- Harry, por favor. – o olhou sério. – Você sabe que eu vou ser diferente...

- Sei...– olhou-o desconfiado mas deu de ombros. – Torço por você. – brincou e andou até Nikki. – Nicole... – cantarolou de um jeito extravagante. – Hora da diversão.

- Minha nossa. – Becky riu de suas palavras.

- Estou doente. – Nikki resmungou sem entender.

- Vamos. – pelo olhar dele entendeu que precisavam deixá-los a sós e foi exatamente o que fizeram em seguida.

- Hey. – Rebecca encostou-se no jipe.

- Hey. – sorriu fraco. Repetiu na sua cabeça que precisava fazer aquilo. – Precisamos conversar.

- É, pois é.... – concordou.

- Sobre o que aconteceu na festa de encerramento do segundo ano e todo o resto... – olhou para os lados querendo saber se não tinha ninguém por perto. Comemorou mentalmente, sozinhos.

- Oh... – assentiu e mordeu o lábio. Não sabia o que falar. Quebrou o contato visual pelo mesmo motivo. – Lou, eu...

- Por favor, Rebecca. Não me peça para esquecer aquele beijo! Ou o de ontem também. – ouvir aquilo a fez perceber que ele lembrava-se do mais importante. Não soube se era algo bom ou ruim. – Porque sinceramente eu não consigo parar de pensar nisso!

- Eu não ia te pedir isso. – cruzou os braços e o encarou. – Porque eu também não consigo parar de pensar... no que aconteceu.

Gelou. Dúvidas cresceram na sua cabeça. E se ela havia mudado de ideia depois do dia anterior? E se pensava que fora tudo um erro? E se só quisesse amizade?

Droga. Droga. Droga. Droga de droga.

- Arg! E por que não faz algo a respeito então? – disse sem pensar mas não se arrependeu.

- Louis... Eu que tenho de tomar iniciativa? – perguntou calma e devagar. Não podia acreditar.

- Você pediu para eu esperar! Estou esperando, desde junho... – disse tristemente. Agora que tinha dito em voz alta, não iria parar até acabar. – Desde antes disso até. E nós estamos em outubro, Becky... – falou baixo mas ela pode ouvir perfeitamente.

- Você está deixando e deixou tudo mais difícil. – falou sincera pensando em tudo. Aquelas palavras o fizeram perder a cabeça.  

- Difícil, Rebecca? Eu? Para né! Trabalhamos o verão inteiro juntos e todos os dias eu pensava que você finalmente iria dizer alguma coisa. Não tá dando mais! Eu sei que você precisava de um tempo, mas eu não sou idiota! E tem mais... Quando eu acho que você desistiu e vou curtir minha vida, você começa agir de um jeito diferente! Como se fossemos mais que amigos. – falou nervoso. – Eu sei que foi errado estar bêbado e tal, mas nem satisfação eu te devia! Acha que eu sou o que?

Acabou abaixando a cabeça e resolveu encarar o chão.

Becky respirou fundo. Ela não pensara que seria tão difícil e que ouviria tanto. Repassou suas palavras, mas como sempre preferiu ficar em silêncio. Não sabia se era melhor ficar lá muda ou ir embora e deixar tudo inacabado.

Mas a verdade era que ela queria resolver o problema logo. Bem ou ruim, ele estava certo, não dava mais para enrolar.

- Eu te respeito, eu me importo com você. E eu jurei a mim mesmo que nunca te faria chorar, mas ontem... E quinta-feira você me tirou do sério e eu tive de ir para um lugar esquecer tudo, apenas isso. – fez uma pausa. – E a cada dia, Becky, fica mais difícil para eu saber qual vai ser sua decisão. E essa dúvida é cruel. – respirou fundo e disse bem baixo. – Eu gosto de você. De verdade e não é pouco.

Ficaram em silêncio. Pensando e tentando decidir o que fazer.

Louis cruzou os braços também e pensou que tinha acabado com todas as chances possíveis. Achou-se um pateta por finalmente ter falado o que sentia e nem isso mudara a situação.  

Becky tinha a prova. As cartas estavam na mesa e agora dependia dela. Começou a ficar nervosa, sem saber o que fazer.

A questão é.... Você gosta dele? Lembrou-se da pergunta da melhor amiga e pensou na resposta.

Louis sempre foi seu melhor amigo, mas agora ele fazia seu coração acelerar, fazia suas pernas tremerem e a deixava ansiosa. Seus abraços passaram a ser importantes e seus sorrisos eram a melhor parte do dia.

Eu gosto do meu melhor amigo.

Pensou e sentiu-se estupida. Era correspondido, mas o que fazer agora? Olhou para os lados e mordeu o lábio novamente. Suspirou pesado e tomou coragem suficiente para fazer o que queria, desejava e deveria.

Perguntou-se um milhão de vezes porque a tão esperada coragem demorara tanto.

Se aproximou em um paço. Em menos de um segundo colocou as mãos no pescoço dele e procurou pelos seus lábios. Beijando-o em seguida.

Louis se assustou, já que estava concentrado em pensamentos. Porém, o mundo ao seu redor pareceu finalmente fazer sentindo ao perceber o que estava acontecendo.

Ela afastou-se só o suficiente para olhar em seus olhos. Sentiu as mãos dele começarem a subir de sua cintura para seu ombro. E a partir daquele segundo, disse mentalmente um que se dane em relação a tudo que já haviam passado e se aproximou novamente.

Lou empurrou-a até o jipe e assim que Rebecca encostou as costas no carro, levou as mãos ao seu cabelo. Ele segurou sua nuca, rompeu o segundo selinho para pegar fôlego e a beijou intensamente.

Finalmente a beijou do jeito que queria. Calmo, carinhoso, quente e perfeito um para o outro.

Sentiu ela acariciar seu cabelo e depois seu braço. Não conseguia arranjar uma maneira de acabar com aquele calor a não ser em se aproximar mais.  

Becky sentiu a mão quente dele segurar sua nuca, para se juntarem mais e depois sua cintura com o mesmo intuito. Era ainda melhor do que ela pudesse imaginar. Apertou forte seus braços, percebendo que o Rugby fizera mesmo diferença em seu corpo.

Romperam apenas o beijo. Porque a vontade de ficarem perto era tanta que não fizeram nenhuma questão de diminuir o pouco espaço que havia entre eles.

Louis permaneceu com a mão em seu rosto, carinhosamente, e lhe deu três selinhos para depois, beijá-la mas uma vez com mais amor. Rebecca acariciou seu peitoral e suspirou. Abaixou a cabeça e pensou rapidamente em tudo.

- Será que isso responde suas dúvidas? – olhou para cima e encontrou com os olhos azuis mais que perfeitos dele. Sorriu fraco e recebeu um sorriso maravilhoso de Lou. O mesmo nem conseguia acreditar que aquilo estava mesmo acontecendo.

- Uhum. – acariciou seu rosto. – Mas me faz ter muitas outras. – se aproximou novamente e a beijou rápido.

- Lou. – o chamou e o fez se afastar. Precisa recuperar o ar. – Precisamos conversar.

- Ah não! – alcançou seus braços e fez seus corpos colarem novamente. – Sem conversas. – virou o rosto e começou a beijar todo o seu rosto. Rebecca não podia parar de sorrir.

 – Nós somos assim. – procurou pela sua mão e a apenas segurou.

- Eu quero ser assim. – entrelaçou os dedos a fazendo rir. – Becky, eu... – foi interrompido. A garota o fez se aproximar e disse bem baixo o que ele mais queria.

- Eu gosto de você, Lou. Gosto de verdade. – sorriu.

- Repete, por favor? – não parecia que tinha mesmo ouvido aquilo. Eles riram e Louis percebeu que Rebecca o surpreendia mesmo cada dia mais.

- Você ouviu, bobo. – empurrou de leve seu ombro. – E sério, não diga que tem mais dúvidas...

Louis gargalhou. O momento não podia ser melhor. Admirou seus olhos castanhos, seu sorriso meigo, a covinha que sempre aparecia e o cabelo cacheado. Tudo nela, era exatamente o que sonhara.

- Eu só tenho mais uma... – sorriu e ela revirou os olhos.

- O que é? – riu e ficou esperando. Lou procurou pelas suas duas mãos e entrelaçou os dedos em ambas.

- Vai ser assim, né? – foi a vez dela gargalhar, o fazendo sorrir ainda mais.


Notas Finais


UHUUUUUUUU! ACHARAM QUE IA SER SÓ SELINHO, É? Tá, eu deixo, podem gritar um enorme e ensurdecedor "FINALMENTE!". Demorou? Ah, gente, sinceramente? Demorou HAHAHAH. Mas, eu suspeita como sempre, achei que foi no tempo certo. Afinal, quando se trata de amor e melhores amigos, não é tão fácil quanto parece! Mas o que importa é que FINALMENTE aconteceu, certo? O que vocês acharam? Bom, ruim, péssimo, perfeito? Gostaram do tão esperado e aguardado beijo? hahahaha confesso que eu estou com muito medo de não ter sido do jeito que vocês esperaram e ter decepcionado alguém. Espero muito que vocês tenham sim gostado, do mesmo jeito que gostaram/gostam da Nikki e do Harry (aliás, o capítulo anterior me mostrou que vocês gostam mesmo dos dois hahahaha). Sério, eu espero muito muito muito muito que vocês tenham gostado. Não se esqueçam de me contar aqui nos comentários, oq acharam. E voltando as raízes antigas, a pergunta de hoje é.... Vocês acham que esses quatro doidos vão parar atrás das grades? :0 Me contam sobe vocês, sobre as férias, sobre a tristeza de que as aulas já já vão começar HAHAHAHA, enfimmmmm <3 uma incrível semana a todo mundo, que o calor amenize por favor, e muitos e muitos beijos dos apaixonados hehehehe. Mais uma vez, obrigada mesmo pessoal, por absolutamente tudo. O que importa para mim são os leitores, o carinho e todo o resto do que os números, mas eu preciso dizer que ver a fic crescer mais e mais (e alguns de vcs ver como eu fico feliz com isso, awww) é simplesmente sensacional e muito muito louco! Nunca vou poder agradecer o suficiente á vocês :)
O que mais tenho a dizer? O que mais tenho a dizer? Hum... O próximo capítulo tem isso aqui:

"- Quer saber? Ligue para a grande lista de contatos que você tem no celular de garotas loucas para ficarem com você... Eu estou cheia. "

Batata vai assar. Prometo que sexta-feira, sem falta, o capítulo está aqui! Se eu demorar para responder, é por causa do sinal também. Isso ai, pessoal.
FUUUUUUUUUUUUUUUUUUUI!


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