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História Perfect Mistakes - Capítulo 35 - Nicole


Escrita por: whoishoran

Notas do Autor


ALOOOOOOOOOOOOOOO! Ei galerinha maravilhosa, como vocês estão? Eu vou ótima! Gente, sério, esse feriado está sendo tudinho o que eu precisava e vocês? Como estão as coisas? Bem, incrivelmente, hoje eu nem tenho muitas coisas para falar por aqui hehe na verdade, andei pensando, e levando em conta tudo que compartilhei e desabafei com vocês nos últimos capítulos nas notas finais/iniciais vocês bem que merecem uma folguinha de mim, né? Mas falando em vocês e em mim, eu preciso muito agradecer pelos 600 favoritos! Pessu, sério, muito muito muito obrigada por isso, vocês nem fazem ideia como significa tudo isso! E a propósito, as visualizações, as mesmas que pensei que havia perdido de um jeito bem esquisito, voltaram YAY! Eu fiquei muito contente que todo mundo pareceu apoiar a ideia de mandar PM para uma editora e de criar o grupo do whatsapp (aproveitando, se você quer participar, me manda uma mensagem por aqui com nome e número que eu vou criar o grupo essa semana!). Obrigada por tudo, galerinha, sério, o apoio de vocês é o que me faz correr ainda mais atrás e não desistir!

O capítulo de hoje não é um dos meus favoritos porque ele é meio paradinho, porém, por outro lado, ele é cheio de descobertas, finalmente! Eu consegui um tempinho extra nos últimos dias e andei escrevendo bastante e olhem, o capítulo 38 vai ser daqueles! Sério, eu tô muito ansiosa! Mas, voltando ao de hoje, temos a ilustre e maravilhosa Nicole como personagem principal <3 Eu editei ele ouvindo Nobody's Home, da Avril Lavigne, e bateu uma saudadeeeeeees da primeira temporada, quem lembra? Gente, os problemas eram tão menores (como os capítulos HAHAHA) e era tão mais fácil escrever sobre esses quatro! Mas não é por nada não, acho que a história está bem melhor e vocês?

Não irei enrolar mais! Espero muito que gostem do capítulo, leiam e releiam hahaha, escutem The Pretty Reckless porque eles são demais hehehe e é isso! Nos vemos nas notas finais, eu espero <3

HERE WEEEEEEEEEEE GOOOOOOOO! Boa leitura :)

Capítulo 35 - Capítulo 35 - Nicole


Fanfic / Fanfiction Perfect Mistakes - Capítulo 35 - Nicole

(Trilha sonora - Abertura ♪ The Great Escape – Boys Like Girls/Heart – The Pretty Reckless)

Abriu os olhos lentamente.

Ainda continuava a ser mais do que estranho acordar longe da areia e do cheiro de maresia de Brighton. Ainda continuava a ser estranho aquela mais do que bizarra situação.

Deu de cara com pingos pesados e rápidos de chuva na janela. Típico londrino, setembro havia acabado há apenas quatro dias e a Inglaterra já voltava a ser chuvosa, como sempre.

Apenas encarando a janela e a neblina de Londres, passou a mão pela cama e sentiu algo quente. Uma pele bem quente, na verdade. Logo mais, percebeu naquele silêncio uma respiração calma.

Droga, ele estava sem roupa, lembrou-se.

Não demorou a perceber que também encontrava-se sem vestuário.

Droga!

Virou a cabeça e finalmente viu Harry. Ele dormia tranquilamente. Algo tanto quanto irônico levando em conta que, nos últimos dias, Hazza parecia tudo, menos tranquilo. Em fato, ele andava quieto e com poucas palavras. Lentamente, deixava de ser o Harry alegre e divertido e enquanto isso, pouco Nicole sabia o que fazer.

Afinal, ela provavelmente andava agindo estranhamente tanto quanto ele.

Admirou-o. Os fios rebeldes e bagunçados em tom negro. A pele clara porém não totalmente branca. A respiração sossegada. A feição despreocupada. Nem ao menos parecia o Harry estressado de sempre mesmo.

Nikki sabia que sob as cobertas eles estavam protegidos do estranho mundo ao que viviam agora. Nos últimos tempos, pouco conversavam também, havia tornando-se apenas uma fonte de carência e medo, mesmo que subliminar.

Se ele ao menos soubesse o quanto ela queria, desesperadamente e simplesmente, gritar.

Deus e se ele soubesse como ela o achava lindo. Como Nicole gostava daquela feição!

Apoiou a cabeça em seu peitoral e respirou fundo. Alguns poucos minutos depois, sentiu ele se mexer.

- Bom dia, raio de sol – falou baixo e começou a acariciar seus cabelos loiros.

- Não me chame assim.... – resmungou e eles riram fraco. O despertador começou a tocar e, com um rápido movimento, Hazza o desligou. – Harry, você está pelado... E você precisa ir.

- Você também – mesmo não vendo seu rosto, sabia que havia um sorriso malicioso nele. Sentiu ele descer as mãos de sua cabeça para sua cintura.

Ela teria permitido. Sem dúvidas nenhuma, teria permitido que ele continuasse, que ele dissesse besteiras, que ele a atrasasse. Permitiria todo aquele ensaio que ele sabia fazer mais do que perfeitamente.

Mas Nicole estava incomodada. E assim que seus olhos deram de cara, mais uma vez, com um celular totalmente chato e com um nome grande e garrafante ainda mais insuportável, deu-se por vencida e levantou-se.

- Tem alguém te procurando – puxou a primeira peça de roupa que encontrou, que no caso era a dele, e prendeu os cabelos rebeldes em um coque mal feito.

- Eu provavelmente preciso ir trabalhar – ele resmungou e pelo canto dos olhos Nikki percebeu que Harry jogou o aparelho telefone longe e passou a se trocar também.

- É, eu também – disse qualquer coisa e odiou-se por ver-se no espelho vestindo algo dele. Saiu da suíte e encostou no batente da porta do banheiro. Ele já estava de calças e casaco, o que foi uma verdadeira frustração.

- Você manda sinais de vida? – ele quis saber enquanto amarrava os all stars surrados e sujos.

- Yep – assentiu baixo e quando ergueu notou que ele já estava pronto para sair. – Ei, espera – correu até ele.

- O que foi? – Harry tinha uma feição mais do que exausta, como se precisasse dormir por uma semana inteira. Ele parecia, na verdade, bem mal.

- O que... – mordeu o lábio e se aproximou mais. – O que você tem, Harold?

Silêncio.

- Hein? – insistiu e tocou seu ombro, carinhosamente. Por um momento, ele pareceu que ia chorar. Mas rapidamente, depois do telefone dele tocar de novo, Hazza se reergueu e a olhou sério.

- Sono – forçou um sorriso, beijou-a mais do que rápido nos lábios e foi embora.

- Sono – Nicole resmungou e revirou os olhos.

 (...)

Tomou um grande e enorme gole de café. Agradeceu pelos inúmeros compostos que formavam a cafeína responderem bem ao seu organismo porque segundos depois sentiu-se mais desperta.

Respirou fundo. Fechou os olhos por alguns momentos, então abriu-os, ajeitou a máscara de papel no rosto, estalou os dedos e alcançou o bisturi.

- Eu nunca pensei que teria que abrir o corpo de alguém que matei – resmungou e ouviu a risada nervosa de Niall. – Isso não é mesmo engraçado.

- Sei disso – ele sorriu, mesmo que ela não pudesse ver, e continuo com o próprio trabalho.

- Certo. Está tudo bem? – a cada dia, estranhava cada vez mais as atitudes dele. Era como se, em um momento, ele soubesse, de fato, exatamente o que estava fazendo. Logo mais no outro, estava apavorado.

- Perfeitamente. E com você? – questionou de volta.

- Indo né – deu de ombros. De qualquer forma, gostava de falar com ele. Gostava de verdade.  

Antes que pudessem continuar a conversar, Nikki sentiu o celular vibrar no bolso. Agradeceu por não ter feito nenhum corte profundo e ainda estar longe de sangue. Atendeu a chamada, após alguns segundos.

- Alô?

- Ei, eu sou eu – a voz doce de Rebecca ecoou.

- Hey – sorriu fraco ao ter notícias da melhor amiga. – O que me conta de bom?

- Na verdade, antes das novidade, se é que tem alguma, eu andei pensando em algumas coisas. E acho que você precisa me ajudar.

- O que está havendo? – ajeitou-se na cadeira, preocupada, e reparou que Niall ergueu a cabeça, dando ouvidos a conversa também.

- Você está com o Niall? – Becky quis saber baixo.

- Er...

- Não fale que sou eu, Nikki. Isso se trata de todos nós e tenho medo de ele abrir a boca para o Will – ela continuou a dizer e Nicole estranhou mais ainda as ações dela. Respirou fundo e resmungou, quase um cochicho, como se concordasse e fizesse um pedido mudo para que ela seguisse em frente. – Tá, lembra daquela sala de arquivos que você achou?

- Hum.

- Nicole, você precisa entrar lá de novo e descobrir tudo que tiver para descobrir!

- Por que? – resmungou novamente.

- Minha nossa, parece que eu sou a única de nós que ainda não achou uma nova zona de conforto nessa vida, hein? – pareceu falar sozinha. – Nikki, sério, o Harry miou de encontrar minha mãe por algum motivo. Aliás, tenho certeza que ele sabe alguma coisa e não quer me falar.

- Espere um pouco, o H...

- Não fale em voz alta, por favor – ela pediu e Nicole parou no meio da frase.

- Er... – tentou pensar em alguma maneira de falar, o que quer que fosse, com a melhor amiga sem que Niall percebesse. – O cérebro está sabendo de coisas e não nos falou?

- Me diga, pelo amor de deus, que você também percebeu que ele anda estranho... Harry sabe de algo. E sendo inteligente ou não, se ele descobriu algo sobre Will ou o que for, ele não descobriu sozinho – ela tinha razão e com isso Nicole ficou ainda mais intrigada.

- S? – sugeriu o mesmo nome que havia ligado ao garoto naquela manhã.

- Não sei. Acho que ela não entregaria o próprio irmão...

- É, mas...

- Tá bom o telefone ai, gorda? – Niall a interrompeu rindo. Nikki arqueou a sobrancelha ao mesmo tempo, sem acreditar que havia despercebido.

O garoto loiro e seu companheiro no necrotério era o único que tinha conhecimento da sala de arquivos já que, o próprio, abrira-a.

Droga!

- Te ligo mais tarde, tenho uma coisa para resolver – disse rápido e bloqueou o celular antes de ouvir a resposta de Rebecca.

- Uau – ele estranhou a agilidade dela e riu novamente, corando logo.

- Niall – disse bem séria e o rapaz a olhou, timidamente.

- O que é? – ele parou nos cortes e Nicole notou que seus dedos, aqueles que seguravam um bisturi e uma tesoura, ficaram tensos. 

- Preciso da sua ajuda.

- Com...?

- Informação – após dizer o pedido, ele largou os instrumentos e abaixou a cabeça.

Bingo! Aquela foi sua deixa.

- Nikki, hum... Eu... Er...

- Só me diz o que você sabe – praticamente implorou mas ele, surpreendendo-a, levantou-se e passou as mãos pelas calças brancas.

Sentia raiva. Nicole sentia muita raiva. Ele era inteligente, bonito, simpático e estava preso em algo que não queria: o crime.

- Nós vamos nos dar mal, Nikki. Vamos nos dar muito mal e, acredite em mim, é melhor... E eu não sei muito mesmo!

- Mas você sabe alguma coisa – levantou-se. – Vocês todos estavam antes de nós. Você sabe como as coisas foram programadas, sei que sabe. Isso já basta...

- Mas...

- Ninguém vai saber! – protestou e eles se olharam.

- Já sabem – ele confessou e começou a se direcionar à porta.

- O que o Harry te pediu? – não precisava de muitas outras dicas ou deixas para perceber que os dois estavam envolvidos de alguma maneira.

Niall parou com as mãos na maçaneta. Ele abaixou a cabeça e respirou fundo, como se pensasse no que dizer.  Ela aproveitou sua pausa e correu até seu alcance.

- Por favor – sussurrou e tocou seu ombro.

- Ele queria que eu descobrisse alguma coisa sobra a mãe deles – contou baixo.

- E...?

- Isso é ruim, gorda. Muito ruim. Eu não posso falar sobre isso já que nem ele...

- Niall, por favor! Isso envolve todos nós! Até mesmo vocês! Ou vai me dizer que vocês quatro estão fazendo parte disso porque querem?! – falou, sem pensar, tudo o que achava.

- Esse não é o ponto! – ele continuou tristemente suas palavras. – Eles vão fazer a gente se dar muito mal.

- Eles? – recuou para trás, achando esquisito.

- Não achou que a mãe deles trabalhava no hospital à toa, não é?

- Ah meu deus! – colocou as mãos sob os lábios e Niall pareceu xingar-se mentalmente por falar mais do que devia.

Nicole deu alguns passos para trás, sem acreditar. Visualizou a mulher que conhecera por algum tempo, aquela mesma que havia dado de herança mil e umas características a Harry e a Rebecca.

Droga.

Aquilo devia ser mais do que uma boa história, com uma boa explicação, porque mesmo que Nikki já tivesse visto mil e uns filmes, não conseguia pensar em motivo ou razão para aquele fato.

- Você não pode contar nada a ninguém, Nikki. Ninguém mesmo.

- Mas e o Harry?

- Ele ainda não sabe. Eu não falei nada porque ainda não nos encontramos desde que ele pediu para que eu pesquisasse sobre ela, mas...

- O que sabe? – o interrompeu sem se importar. – Digo, o que você descobriu?

- Não muito, como eu disse – deu de ombros. – Ela tem alguma relação com o Will e com a Savannah, obviamente, mas acho que Savs não sabe de nada, na verdade, acho que ela está tão perdida como nós – contou e Nicole não conseguiu acreditar.

- O que mais?

- O hospital, de algum jeito, controla tudo. O sistema no computador é muito complexo e tudo requer senha mas é através dele que temos empregos e a delegacia, onde Harry e Savannah trabalham, também tem alguma ligação.

- O que você acha que pode ser? – mesmo com excesso de informação, não conseguia pensar direito.

- Não sei, de verdade. Mas, sinceramente, isso não é só uma brincadeira. É algo sério. Afinal, olha quanta coisa está envolvida – fez uma breve pausa. – Eu acho que o hospital aliou-se a uma delegacia e concordou em bancar e proteger um grupo de pessoas que dariam um jeito em criminosos. 

- Hum – resmungou e pensou em suas palavras. Não poderia ser tão simples. Tinha de haver uma explicação melhor.  E mesmo se fosse o palpite de Niall, onde diabos a mãe de Harry e Rebecca, e Will entravam?

- E, bem... – antes que ele continuasse, foi interrompido pelo próprio celular. – E as coisas só melhoram.

- O que foi?

- Will quer te ver – contou sério e rígido.

- Merda.

 (...)

O elevador abriu as portas e Nicole viu-se novamente no lugar que menos gostava. Adentrou o andar tentando pisar firme e não demonstrar medo, mas, droga, percebeu que estava sozinha.

Além de sua cabeça estar, praticamente, girando cento e cinco por cento em torno de informações completamente confusas e sem sentido, ela ainda estava nauseada devido ao cheiro de formol do necrotério. E agora, acima de tudo, tinha de lidar com aquele escritório e aquele homem.

- Nicole – Will virou-se, tirando os olhos da janela e a encarou.

- Oi – cruzou os braços e parou alguns metros de distância dele.

- Eu estive pensando... – abriu os braços e depois deixou-os ao lado de suas pernas. – Não tivemos uma apresentação, tivemos?

- Precisamos de uma? – arqueou a sobrancelha enquanto ele riu e ela procurou entender a graça.

- Sabe... Eu te mandei para aquele tratamento pelo seu próprio bem – sentou-se e fez com ela se sentasse também. – Não foi por maldade. Eu estava pensando em seu futuro. De verdade.

- De verdade? – ignorou seu comentário, na sua opinião completamente desnecessário e perguntou uma das coisas que mais queria conhecer: sua honestidade. – Tá falando sério?

- Você quer mesmo saber?

- Por que faz isso? – cruzou os braços e percebeu um olhar confuso em sua feição. – Por que pega cada um de nós e dá uma resposta seguida de um milhão de perguntas? Não é mais fácil explicar tudo logo?

- Talvez – deu de ombros e reclinou as costas na cadeira. Ele pareceu ficar mais sério, diria até um pouco triste. – Vou te contar uma coisa, uma coisa bem séria.

- Fala – praticamente mandou.

Queria respostas, apenas.

- Harry é o irmão dela, além de tudo, ele não aguenta não entender tudo isso. Louis sempre me quer morto. Rebecca... Ela... Ela é ela – fez uma pausa. – Mas você... Você não é como nenhum deles. Você não parece ter nada contra mim.

- Acredite, eu tenho – riu fraco e revirou os olhos. Ele não tinha rompido o contato visual.

- E talvez você tenha mesmo. Quem sabe mais com Savannah do que comigo... – deu de ombros. – Mas, você não parece querer uma vingança. Talvez você só me odeie e isso eu posso aguentar. Mas você não me quer morto.

- O que é que você quer? – deu-se por vencida de ouvir toda aquela porcaria.

- Você não se cansa, Nicole? – relaxou mais na cadeira. – Acredite, eu me cansaria... Não é à toa que deixei Niall com você.

- Minha nossa, onde quer chegar? – protestou. – Me pergunta se quero respostas mas eu nem ao menos entendo o que você está falando!

- Não se cansa de ser sombra? – disse alto a deixando em choque. – Rebecca é a doce e a carinhosa. Harry é o gênio. Louis é namorado dela e melhor amigo dele. Além de causar os problemas. Mas... E você?

Ele parecia Savannah mesmo. Naquele instante, notou, finalmente, uma semelhança nos dois. Quer dizer, notou muito mais! O nariz, as sobrancelhas, as linhas que formavam no queixo e, principalmente, a maneira de falar. Eles eram iguais.

Eles eram bons na hora de tornarem-se superiores.

De qualquer jeito, precisou de um minuto de silêncio. Precisou aderir todas as suas palavras para formar uma resposta. Estava dividida. Ele estava certo e ao mesmo tempo, completamente errado.

- Não sou sombra – disse séria. – Okay, eles são tudo isso mesmo. Mas eu sou a melhor amiga dela, Becky me escolheria antes deles facilmente, exatamente como eu. Eu e Lou somos praticamente irmãos. E Harry... – tentou achar uma palavra, mas falhou rapidamente. – Não importa. Eu não sou sombra. Eu mantenho as nossas pontas firmes e se todos nós não piramos até agora, desculpe-me ser orgulhosa, mas é por grande influência minha – o encarou e respirou fundo.

- Bem dito – concordou com a cabeça surpreso.

- E o que diabos Niall tem a ver com isso? – arqueou a sobrancelha ao lembrar-se do rapaz citado.

- Ele se preocupa com você – sorriu fraco.

- Também me preocupo com ele – deu de ombros. Will começou a rir. – O que foi?

- Nada... – negou com a cabeça e segurou o riso. – Só estou imaginando como tudo irá acabar, será realmente interessante...

- Que seja – revirou os olhos. – Eu vim aqui para você ficar falando coisas estranhas ou...?

- Não me veja como vilão – ele pediu baixo e ela o encarou por alguns segundos.  

- Como soube sobre nós? – quis saber de uma vez.

- Por que isso é tão importante?

- Porque não faz sentindo. Nós tínhamos cuidado. Sempre longe de câmeras, fugindo da polícia, ninguém mais sabia. Apenas... Como? – era o que mais desejava saber.

- Isso realmente importa? – apoiou os braços na mesa.

- Importa! – levantou-se rapidamente e ele seguiu-a. – Acha que não é cansativo ficar sendo tratado como cachorrinho? Do dia para noite você transformou nossas vidas. Okay, Niall se preocupa comigo, mas eu nem o conhecia! Nunca tinha saído da Inglaterra e você me coloca em um avião com um estranho – disse alto e nervosa. – Então, acredite em mim, eu preciso saber onde erramos para merecermos tudo isso.

- Se eu disser que é tudo uma bela de uma coincidência, acreditaria? – por um momento, ele soou como um homem normal, soou como um escravo da própria vida. Por alguns instante, ele pareceu odiar tal situação tanto quanto eles.

- Onde quer chegar? – quis saber baixo.

- Brighton e tudo que ela envolve é a resposta.

- Como?! – odiava enigmas e jogos de adivinhação, odiava mesmo.

- Assassinatos. Cidade pequena. Uma única delegacia. Um coração adulto partido. Isso é suficiente?

- Não – negou e sorriu ironicamente, sem entender suas palavras.

- Portanto, eu sinto muito – sorriu do mesmo jeito.

- Você pediu para o Harry encontrar com a mãe dele – falou bem baixo, lembrando-se daquilo. – Onde ela entra nessa história?

- Ela era mulher do único delegado da cidade e, anos depois, os filhos dela cometeram uma série de assassinatos. Precisa de mais? – respondeu no mesmo tom que ela e Nicole precisou de alguns segundos para recompor-se.

Precisa ir embora.

- Inacreditável – alcançou a bolsa e virou as costas, chamando o elevador em seguida. Sentiu ele segui-la. – E só para constar, não sinta dó.

- Bem, eu sinto – ele estava em uma proximidade... Perigosa.

Droga, como Rebecca tinha mesmo gostado dele? Ou pensado que tinha?

- Por que? – sua voz tremeu e Nicole sentiu medo, afinal, ele havia dado seis facadas em sua melhor amiga. Sabe se lá o que podia fazer com ela também.

- Você não é a malvada da história, Nicole... – encarou o painel do elevador, esperando que ele chegasse logo. – Sei que não é.

- Você não me conhece! – continuou de costas. – Sabe qual o problema? – percebeu que o elevador estava próximo.

- Qual? – sentiu ele mais perto. Virou-se para Will e ao mesmo tempo adentrou no elevador.

- Eu também sinto muita dó de você – olhou-o nos olhos. – Eles têm raiva.... – deu de ombros. – Eu tenho pena – as portas se fecharam ao mesmo tempo.

Encostou-se em uma daquelas quatro paredes e respirou fundo.

Procurou tentar sair dos prédios às pressas mas assim que chegou a porta, sentiu outro corpo contra o seu.

- O que você está fazendo aqui?! – as duas se perguntaram ao mesmo tempo.

Savannah não conseguia mudar, não importava, ela sempre continuaria, para Nicole, insuportável apenas por saber falar.

- Foi você – Nikki ouviu um clique na cabeça ao encarar o rosto claro e maquiado na garota a sua frente.

- Eu...? – ela parecia confusa. – O que?

- Foi você que colocou os ingressos do jogo no meu quarto. Foi você que deu um jeito de todas aquelas mortes na escola aconteceram na hora e no dia certo para que a gente visse – disse séria, dando-se conta de onde Savs entrava na história.

- Nicole.

- Minha nossa! – gritou de raiva e sentiu vontade soca-la. – Como você consegue ir dormir à noite sem pensar nos alunos que matou? – protestou, porém baixo, assim ninguém que passasse por perto ouviria.

- Oras, você não fez muito diferente, fez? Sua lista de pessoas mortas é muito maior – ela provocou e Nikki a fulminou com os olhos.

- Jamais matei inocentes – disse entredentes. – Agora você...

- Você não sabe nada sobre mim – ela protestou séria e com a voz tremida.

- E nem preciso saber! – devolveu com força as palavras. – Aliás, a única coisa que eu quero de você é distância. Na verdade, fique longe de todos nós ok? Se você pensou que faz parte da “turma” se enganou.

- Vai ter que lidar comigo querendo ou não – Savannah continuou rígida. – Ele é meu irmão.

- Sinto muito por isso, então – virou as costas e começou a andar para longe.

Assim que terminou a discussão e viu-se longe daquela região londrina, alcançou o celular e discou o número que havia pensando nos últimas dias, não esquecendo-se do DDD de Brighton.

Foram necessários três toques até finalmente atenderem.

- Alô?

- Vó? – sua voz saiu tremida novamente. Um instante de silêncio.

- Nicole... – amoleceu. – Você sumiu demais! Por onde anda? Como está?

- Bem, estou muito bem – mentiu. Depois daquela conversa de minutos atrás, aquilo era a última coisa que estava. – Estudando. Eu te avisei, lembra? Vim para a London South.

- Claro! – pareceu mais animada. – Nossa, imagino que deve estar sendo incrível.

- Você não faz ideia – forçou uma risada. – Me desculpe não ter ligado, eu andei... Meio ocupada.

- Entendo. Mas é por uma boa causa – ah se fosse... – Ele quer falar com você.

- Meu deus – pensou alto. Quanto tempo. Quantas coisas já não tinham acontecido e ela perdera. Sentiu-se uma idiota, sentiu-se péssima e odiou-se fortemente. – Por favor. Me deixa falar com ele?

- Um minuto – pediu e permaneceu na espera. Encostou em um ponto de ônibus e aguardou. – Nikki?

- Ei, garotão... – sentiu lágrimas preencherem seus olhos. – Tudo beleza?

- Uhum – concordou baixo. – E com você?

- Ótimo, também – riu fraco. – Quais são as novidades? – ele começou conta-las, porém bem baixo e com uma timidez que não havia antes. Novamente, Nicole sentiu-se péssima.

- Acho que é isso.

- Muito legal, Tony. Muito mesmo.

- Gostaria que você estivesse aqui – disse ainda mais baixo.

- Eu... – respirou fundo e voltou a andar. Droga, não se aguentava. – Tentarei ir em breve.

- Não demore – sua voz sumiu então outra surgiu. – O médico e o psicólogo disseram que está piorando... – sua avó comentou. – Ele se fecha cada dia mais e fala cada vez menos.

- Minha nossa....

- Eu sei que você está ocupada e provavelmente cheia de tarefas, mas venha quando der, okay? – sugeriu.

- Com certeza – concordou tentando pensar quando seria isso. – Eu vou avisando e tentarei ligar mais.

- Seria maravilhoso – podia ver seu sorriso fraco pela cabeça.

- Er... Alguma notícia da minha mãe?

- Ela ligou alguns dias atrás. O de sempre, perguntando se tinha algum problema e falando que ficaria mais tempo longe – contou.

- Certo – assentiu. Esquecera-se completamente que a mãe e Jordan estavam na mesma cidade que ela agora. – Ligo quando der, vó.

- Irei esperar, querida – desligaram logo depois.

Respirou fundo e quando percebeu as lágrimas já desciam de seus olhos. Riu sozinha, era incrível seu dom de sentir-se totalmente sozinha de um momento ao outro.

Harry estava estranho. Rebecca pirava cada vez mais. Louis não aparecia há dias e, naquele instante, notou-se sem ninguém em uma cidade grande com gente diferente.

Lembrou-se que dois anos antes odiava voltar para casa porque também não encontraria ninguém, já que a mãe estava fora. Mas ali, entre uma buzina e outra da enorme Londres, naqueles faróis que apagavam e acendiam a todo tempo, só desejou estar em casa de novo.

Andou por algumas ruas, pegou alguns metros e voltou ao hospital. Não demorou para dar de cara com Niall na lanchonete do centro médico.

- Oh... Oi. – abaixou a cabeça e limpou os olhos, ao surpreender-se com a presença do rapaz.

- Estava para te ligar... – ele contou e estranhou a feição dela. – O que aconteceu?

- Nada – negou rápido e continuou olhando para o chão tentando se recompor.

- Nikki... – ergueu seu queixo. Ela admirou seus olhos azuis, sua pele clara e seu cabelo loiro. – O que houve?

- Eu não sei! Esse é o problema, eu nem sei o que aconteceu, mal sei o que está acontecendo agora... – afastou-se e protestou. – Sabe, você não sabe quão ruim é acordar e nem saber o que vai acontecer. Eu percebi agora que até hoje consegui esconder muito bem que estava tudo certo, que todos nós estávamos bem, mas... Merda, estamos tão longe disso – olhou para os lados.

- Er... – ele abaixou os olhos, confuso. – Não sei exatamente o que dizer.

- Não precisa dizer nada. Afinal, pelo que consegui entender, sou só um mais um trabalho, não é? Não precisa ser minha babá, Niall – desviou-se dele e começou a andar.

- Como é que é? – correu até ela e parou a sua frente. – Quem disse isso?

- Will! Ele parece ter sempre uma coisa pronta para dizer, me confundindo ainda mais. Isso é tão... Atormentador – abriu os braços. – E ainda tem a porcaria da Savannah!

- Ele faz isso com todo mundo, Nikki – disse calmo.

Nicole culpou-se por comprar ele com Harry. Mas de qualquer jeito, se fosse Hazza naquele momento, ele já teria perdido a cabeça e estaria gritando com ela. Enquanto Niall, mantinha a calma.

- E se lembra de tudo que te contei... Posso descobrir mais coisas.

Lembrar-se das descobertas fez as lágrimas voltarem a descer mais forte.

Ela não podia ser fraca. Não podia se abrir com ele e deixa-lo participar de seus problemas. Não queria isso porque ao fazer, poderia significar tudo ou nada.

E afinal, o que Niall era?

- Sou um trabalho para você, não sou? – o encarou. Ele negou com a cabeça.

- Claro que não – disse baixo. – Deixou de ser há muito tempo – preferiu ouvir aquelas palavras e não procurar entende-las. Enquanto, Niall, perguntava-se como tinha achado coragem para falar alto e claro aquilo.

Respirou fundo e o abraçou. Niall correspondeu o gesto fortemente.

- Por favor, não chora... – pediu baixo, passando a mão pelas suas costas. – Vem... – abraçou-a de lado e eles começaram a andar em silêncio.

(...)

Niall fez o pedido e então sentou-se ao seu lado na lanchonete. Seus braços estavam colados e mesmo que não quisesse, ele lhe respeitou e não se aproximou mais.

- Por que está aqui? – encarou a mesa e perguntou.

- Hum?

- O que fez para estar aqui? Tipo, Will não conhece vocês à toa... – olhou-o rapidamente. Não chorava mais.

- É meio que uma longa história... – resmungou baixo. – Por que quer saber? – perguntou mais sério e Nicole o encarou. Pela primeira vez, Niall não parecia engraçado, seguro ou divertido. E tal assunto não parecia ser algo confortável para ele.

- Porque não consigo te ver como um criminoso... – deu de ombros e suspirou pesado em seguida. – Não consigo te imaginar fazendo algo ruim para alguém.

- Isso pode ser bom – sorriu fraco e ela fez o mesmo. – Liam costuma dizer que não faço mal a uma mosca.

- Isso é verdade – riram fraco. Novamente, Nikki sentiu que não podia se aproximar muito dele. Teria que estabelecer um limite ou não teria um equilíbrio.

Enquanto ela tinha problemas em excesso, ele era bom ao extremo.

- Não precisa me contar – quebrou o silêncio.

- Não seria um problema – virou-se para ela. Droga, estavam próximos demais.

- Niall... – sorriu fraco. – Quando você quiser, não faça isso por mim.

- Er... – se encararam e ele começou a ficar levemente vermelho. Desviou os olhos pelo mesmo motivo. – Certo.

Sentiu o celular vibrar e um calafrio passou pelo seu corpo. Das vezes que havia tocado, não foram boas. Alcançou o aparelho e viu Harold na tela. Observou a hora também. Já passava das oito da noite. Normalmente, já estaria em casa.

Ignorou a chamada e guardou o aparelho.

- Não vai atender? – Niall perguntou baixo.

- É o Harry. Falo com ele depois – encarou a janela e depois voltou a olhar a mesa.

- Vocês... Brigaram?

- Não, não é isso... É que... – Harry gosta de causar e um show é o que menos preciso agora, pensou sozinha. – Ele é difícil, nós somos talvez.

- Acho que entendi – disse baixo e eles riram fraco.

(...)

Destrancou a maçaneta e adentrou em casa. Largou a bolsa na sala e foi em direção a cozinha atrás de água. Estava tudo em silêncio.

Passou pelo corredor e percebeu que a porta de Louis estava encostada. Tirou os coturnos, o casaco e adentrou ao quarto do amigo.

Ele estava todo espalhado na cama, dormindo tranquilamente. Mas, de qualquer jeito, vê-lo vivo e sossegado foi um verdadeiro alivio.

- Vai para lá, folgado – pediu puxando a coberta para que pudesse deitar-se também.

- Essa é a minha cama – resmungou mas fez o que ela mandou.

- Não quero ficar sozinha hoje – disse baixo e juntou as costas com a dele, tornando-se impossível um ver ao outro.  

- O que houve?

- Tudo – deu de ombros.

- Talvez não estejamos tão diferentes – disse após um bocejo.

- Como é que é? – estranhou. – Você parece bem demais para essa situação toda.

- Só pareço – Nicole respirou fundo ao ouvir aquilo. – Você parecia bem até agora.

- Eu acho que também só parecia – concordou com a cabeça. – Droga, Lou, onde fomos parar?

- Não faço ideia, Nikki – ficaram um tempo em silêncio.

- Harry e Rebecca?

- Foram embora há mais ou menos uma hora – explicou e fez uma breve pausa. – Ele saiu puto daqui.

- Comigo, certo? – bufou.

- Yep – passou a mão pelo rosto. Ótimo, mais um problema.

- Eu não consigo entender. Ele andou agindo estranho desde Modern e agora isso?

- Ele anda meio quietão mesmo. Mas sobre vocês, é normal. Ele tá morrendo de ciúmes.

- Do que, exatamente?

- Niall – deu de ombros.

- Harry é um idiota.

- Dá uma folga... – pediu debochadamente.

- Dá uma folga você. Eu estou na sua cama bancando a terapeuta – deu-lhe uma cotovelada e eles riram.

- Ele sempre foi o único para você, Nicole. É natural ficar bravo porque agora você passa mais tempo com Niall – comentou.

- Olhe, ele tem a Savannah! Harry está longe de ser vítima, viu? – protestou e ouviu uma risada fraca de Louis. – Que seja – respirou fundo. – Harry é o Harry. Mas e você? Como você está?

- O cara que dormiu pela primeira vez com a garota que amo está por aqui. Como acha que estou? – disse ironicamente e ela riu fraco.

- Okay, você ganhou – brincou. – Ela não vai chegar perto dele.

- Acha que me preocupo com Rebecca? – Louis virou-se e encarou o teto.

- Ele parece ter tudo que precisa e que quer na palma da mão. – Nikki pensou alto e encarou o teto também.

- Nem me fale – concordou. – O pior de tudo é que... Bem... Ele também nos tem.

(...)

Não conseguia aguentar. Precisava ter algo entre os dedos e não seriam as unhas, já que tinha nojo de roê-las. Só sobrou-lhe uma única opção, ou a menos pior que existia.

Tragou o cigarro e deixou que a fumaça se misturasse com a brisa do outono.

Droga, como sentia-se péssima em fazer aquilo. Já não fumava qualquer coisa que fosse há tanto tempo. E tinha que continuar longe disso.

Sabia a ordem dos acontecimentos. Primeiro, um cigarro. Depois, um tabaco. Então, um pouco de maconha. Alguns comprimidos em seguida. Lentamente, voltava para o caminho das drogas.

Não podia deixar esse ciclo passar mais uma vez pela sua vida. Okay, era um cigarro. Apenas, mais nada. Tinha que ficar repetindo isso para si mesma ou iria decair mais.

Tragou novamente e respirou fundo. Nicole percebeu que, na maioria das vezes, ela não sabia qual era exatamente o problema. Ele apenas existia.

Uma coisinha ali, depois outra lá. E quando parava para pensar, percebia que já tinha tornando-se uma bola de nove.

Continuava a pensar sem parar no dia anterior. Na conversa com Niall, depois com Will e por último com Savannah. Os três estavam batucando tanto em sua cabeça que ela, praticamente, os odiava por isso.

Sentiu uma presença ao seu lado e virou-se para ver quem era. Deu de cara com um rosto levemente bronzeado um tanto quanto perfeito. O cabelo estava abaixado e ele acendia um cigarro que permanecia entre os lábios.

Zayn.

- Você tem uma tendência em aparecer nos lugares do nada, não tem? – perguntou. Ele levantou os olhos escuros e deu de ombros. – Veio me procurar ou algo do tipo? – achava estranho estarem no mesmo lugar, ao mesmo tempo, sendo que trabalhavam em direções opostas e em outras áreas.

- Nem sempre se trata sobre você – brincou e riu fraco da expressão que ela fez.

- Você e Louis devem se dar tão bem – arregalou os olhos dizendo ironicamente. Ambos grosseiros, mal humorados e quietos.

- Você é não burra. Conhece Londres, sabe que essa hora Green Park está vazio – ignorou seu comentário e explicou a razão de se encontrarem. – Além do mais, nenhum policial vem encher o saco se achar batuca de cigarro.

- Realmente – concordou e levantou a cabeça fazendo com que a fumaça fosse para cima e não na direção deles. Ficaram em silêncio. – Posso te perguntar uma coisa?

- Se você for falar sobre seus problemas, estou fora – avisou logo fazendo-a rir.

- Credo, alguma garota fez mancada com você ou todos os dias você acorda com o pé esquerdo? – cruzou os braços. Zayn revirou os olhos e gargalhou. – Você consegue ganhar do Lou.

- Sou assim – deu de ombros novamente. – Prefiro... Não me envolver.

- Nem um pouco? – arqueou a sobrancelha. Zayn a olhou por alguns segundos.

- Às vezes acontece – resmungou e ela sorriu divertida. – Enfim, era isso que ia perguntar?

- Não – negou com a cabeça e ajeitou os cabelos. – Você acha que se... Alguma coisa der errado algum dia, Will nos entregará para a polícia? E isso inclui vocês quatro também.

- Hum... – piscou e precisou de alguns minutos em silêncio. – Eu não faço ideia.

- Falando sério? – perguntou sem acreditar e ele assentiu. – Grande porcaria. Ultimamente ninguém ter certeza, ninguém sabe de nada, ninguém faz ideia. Meu deus, será que nenhum de nós oito está um passo à frente?

- Nicole... – apoiou a mão na grama e com a outra tragou. – Seja esperta. Todos nós, nós oito, estamos escondendo algo. Okay, cada um quer que essa história toda acabe de um jeito. Mas... Todos temos segredos. E talvez, todos estejamos em passos diferentes.

- Você sabe das coisas – pensou alto.

- A questão é a seguinte, se quiséssemos de verdade entender tudo isso já teríamos entendido. Falando sério, eu tenho quase certeza que Liam, Rebecca, Savannah e Niall sabem de tudo – confessou. – Você, Harry e eu não queremos acreditar no que achamos que é. E Louis... Ele sabe que se parar para pensar, ligar todos os pontos, vai entender também.

- Mas é isso! Quais pontos? Entender o que, exatamente? – protestou.

- Para quem Will trabalha...

- Hospital.  

- Como ele nos descobriu...

- Savannah – deu de ombros.

- E porque quer que trabalhemos para ele....

- Por que somos bons? – chutou. Zayn a encarou e sorriu fraco. – Tá, okay, isso são respostas. Mas e todo o resto? Quero saber além disso.

- Então vai atrás – deu de ombros. Jogou o cigarro no chão, pisou em cima e rapidamente ele se apagou.

- Simples assim? – estranhou.

- Por que não? – arqueou a sobrancelha. – Ele não vai ligar para a polícia por causa disso. Mas, Nikki... Aguente o que ele lhe fizer ouvir.

(...)

- Oh... Hey – disse largando a bolsa no sofá e observando Harry na cozinha. Caminhou até lá. Percebeu que nem Becky nem Lou estavam por perto.

- Onde você estava ontem? – quis saber.

- Er... Will me chamou e depois fui dar uma volta com Niall – explicou.

- Will?

- Eu realmente não quero falar sobre isso – pediu séria.

- E Niall...?

- Acabamos nos encontrando meio que por acaso, lá no hospital – contou e percebeu que Harry arregalou os olhos por um momento. – Eu não cheguei tarde, você podia ter me esperado já que, pelo jeito, esse parece o problema.

Encará-lo lembrava-lhe tudo que Niall havia contando. Lembrava-lhe a mãe dele. Quando Harry descobrisse...

- Não disse nada – ergueu as mãos indicando inocência. – Só quero saber quem vai ser o próximo... Liam ou Zayn? – bufou. Preferiu deixar em sigilo que tinha passado parte da tarde ao lado do último.

- Você é ridículo.

- Ah, eu que sou? – protestou. – Nicole, convenhamos, você quer que eu pense o que?! Para começar, você não desgruda do Niall e algumas semanas atrás ele veio com um papo que sabia o que era melhor para você... – disse bravo e Nikki achou estranho já que não tinha conhecimento nenhum daquilo. – Aí, nem ao menos comenta sobre ter ido falar com Will!

- Harry.... – repreendeu.

- O que? Alguns dias atrás parecia tudo ótimo. Você então começa a se afastar, ignora minhas ligações, não me procura... Tô cansado, Nikki.

- Oh, você está cansado?! – abriu os braços em forma de protesto. – Você está há dias mais do que estranho e, fique sabendo, não sou a única que acho isso! Você não fala, você é que não liga, você aparece implorando para que a gente fique juntos à noite e só! Depois o despertador toca e se manda, sem dizer nada!

- Escuta aqui... – não permitiu que ele continuasse.

- Do que você está reclamando, exatamente, Harry? De não ser mais o centro das atenções? De eu não sair mais correndo até você quando preciso? É isso? – perguntou alto. – Para de agir como se fosse errado o que eu estivesse fazendo, se é que estou fazendo algo demais – fez uma pausa. – Afinal, é só Savannah te ligar que você já diz que precisa ir também.

- O centro das atenções, hum... – resmungou, ignorando os outros comentários, e cruzou os braços. Ele usava uma camiseta xadrez e uma calça jeans. Estava lindo, infelizmente. – Até onde eu sei tínhamos combinado que éramos só nós dois...

- Olha quem fala – revirou os olhos e percebeu que ele ficou perplexo.

- Nicole!

- O que é?! – protestou. – Eu não falei nada sobre Savannah! Nada, Harry. E vamos lembrar que ela fez tudo aquilo no ano passado e, aliás, é culpada de grande parte do que está acontecendo agora. Então, você vem até minha casa e insinua que estou saindo com outras pessoas? – não poderia lidar com aquilo também.

- Novamente, quer que eu pense o que?! – falou mais alto. – E Savannah não tem nada a ver com isso e você sabe!

- Então começa a agir normalmente ou me diz o que está pegando. E para de me tratar como brinquedinho… – pediu mais baixo.

- Brinquedinho?

- Sei que nem ao menos somos um casal – falou séria. – Aliás, não somos mesmo isso. Mas é extremamente chato você me tratar como alguém que ocupa suas noites, ir embora sem dizer nada e depois ficar exigindo que eu te ligue, te avise sobre tudo, sendo que eu não te peço nada disso – Hazza respirou fundo, olhou para baixo e depois para os lados.

- Certo, Nicole. Você ganhou, feliz agora? – continuou falando alto. – Pelo jeito, sou o único que sente falta de sua companhia constante e....

- Eu não disse isso – ergueu a voz. – Droga, você não entende mesmo né?

- Não, não entendo! – concordou com a cabeça. – Parece que deixei de te entender há um tempo...

- Talvez tenha sido na mesma época que tornou-se difícil chorar no seu ombro – disse sincera. Ficaram se olhando por um momento. Percebeu que Harry deixou de ficar sério e tornou-se triste.

Minha nossa. Os olhos verdes dele. O cabelo preto dessa vez abaixado. Os lábios finos. Os músculos. O ombro largo. A altura não baixa e nem muito alta.

Ele era perfeito para ela.

Nicole percebeu. Naquele momento percebeu o que Harry era para ela. Não, não, não. Não podia deixar isso acontecer. Negou aquele sentimento ao mesmo tempo em que desviou o olhar com o dele.

Não se tornaria ainda mais fraca mesmo que Hazza fosse mestre em fazer isso.

- Isso é mais uma briga ou...? – ele quis saber e Nikki suspirou. Ele não se lembrava do que tinha dito no verão? Ele não se lembrava do que ele mesmo havia dito em Brighton?

- Eu não sei – deu de ombros.

- Ótimo – abaixou a cabeça.

- Ótimo – disse no mesmo tom. Pensou no que dizer, mas desistiu. Só que... Não tinha como ir embora, aquela era a sua casa. – Boa noite, Harry – passou por ele, já que era o único caminho, pensando e torcendo para que em breve ele fosse embora.

Não deu nem um passo para longe dele que sentiu o garoto alcançar seu braço e colar seus corpos. Tudo aconteceu em um segundo. Quando percebeu, Hazza já se aproximava.

Ele então beijou-a de verdade.

Sentiu-o segurar suas costas ao mesmo tempo em que Nicole abraçou seu pescoço. Teve de ficar na ponta dos pés um instante já que ele a segurou forte. Deus, como Harry sabia fazer direito.

O momento em que virou a cabeça foi o suficiente para recuperar o ar e se beijaram novamente. Apertou-o mais forte contra si e sentiu todo o calor e carinho que havia precisado nos últimos dias. Acariciou seu cabelo rapidamente enquanto ele passou a mão pela sua cintura.

Voltou a ter os pés grudados no chão e se afastaram rapidamente. Hazza passou o nariz pelo seu, ambos de olhos fechados, e logo a beijou mais uma vez.

Sentiu ele ir descendo as mãos, mas não permitiu que continuasse.

- Não – o repreendeu, cansada de ser apenas uma fonte de prazer de alguém que não dizia nada e agia estranhamente.

- Vai ser diferente hoje – ele cochichou e selou seu lábios. De qualquer maneira, Harry a respeitou e a abraçou forte, sem romper o beijo. Já quando isso aconteceu, estavam ofegantes.

Ele se aproximou lentamente e Nikki não mexeu um músculo. Houveram dois selinhos e quase ao mesmo tempo abriram os olhos. Hazza tinha uma mão em seu rosto e outra na sua cintura. Nicole procurava o ar ainda e mantinha as duas mãos em seus braços.

- Eu estava pensando em algo assim, de qualquer jeito... – resmungou e Nikki assentiu sem tirar os olhos dos dele. – Me diz, por favor, que só foi uma briga – pediu porém ficaram em silêncio, apenas se encarando. Ele acariciou seu rosto juntamente com seu cabelo e deu lhe mais um selinho demorado. – Por que não me contou que anda chorando?

- Você parece mais preocupado em brigar comigo – deu de ombros. – E eu não ando chorando – mentiu.

- Quando quiser contar sabe que eu estarei aqui, não é? – disse sério e ela assentiu com a cabeça. - Eu sempre estarei aqui, Nicole. Independentemente do que formos – falou. Ele segurou sua cintura forte e a colocou em cima da mesa, garota enlaçou as pernas ao redor de seu corpo logo depois.

- O que está havendo com você? – quis saber apalpando seu peitoral.

- Estou com medo – ele deu de ombros e confessou baixo. – Saiu uma matéria e apareceu lá no mural da delegacia sobre aquela noite em Modern. E éramos nós. Querem saber quem somos nós.

- Harry...

- Londres não é Brighton e isso me assusta – ele disse e logo juntou suas testas. – Pouco importa, nós ficaremos bem. Sei disso.

- Hazza... – quando ele soubesse sobre a mãe, sobre Savannah e as mortes, sobre o hospital, Harry provavelmente piraria.

- Só me prometa que... Erm... Bem... Só me diz, por favor, que seja lá como as coisas ficarem, sou eu e você contra o mundo – pediu e a olhou. Nicole abriu a boca e respirou fundo. Depois mordeu os lábios e abaixou os olhos. Passou os dedos pela nuca dele e aproximou-o mais.

- Savannah?

- Ela não é nada – ele disse baixo novamente. – Niall?

- Pare de paranoia – pediu e os dois se olharam. – Eu e você contra o mundo, idiota – deu-lhe um selinho, o que o fez sorrir. Ele beijou-a calmamente e, então, aprofundou. Segurou suas pernas mais fortes ao redor de seu corpo enquanto Nikki segurou o cós de sua calça.

Era ridículo para ela pensar o quanto Harry conseguia fazê-la incrivelmente muito bem, muito feliz e, em algum momento após uma briga, muito calma. Mas por isso mesmo, conseguia deixa-la facilmente triste, insegura e muito nervosa.

Hazza tinha um maldito efeito gigante!

(...)

Andava apressadamente pelas ruas de Londres indo em direção ao hospital. Andava pensando que, talvez, as pessoas, os adultos e até mesmo os autores críticos estivessem todos errados, no fim das contas, a escola e o mundo agora eram muitos parecidos.

Ambos continham rotina, pessoas desnecessárias, desafios e inúmeras complicações.  

Pelo menos era o que Nicole pensava.

Mas, ainda assim, andava sentindo tanta falta de sentir o cheiro da maresia. De pegar o ônibus escolar todos os dias e passar pela orla da praia. De ouvir os professores. Até mesmo de fazer provas. Além de tudo, essa antiga vida lhe fazia ver os melhores amigos todos os dias. E isso não acontecia mais com tanta facilidade.

Droga, coisas tão banais deixara escapar entre seus dedos sem nem mesmo perceber.

Foi um tanto quanto difícil conseguir adentrar o hospital carregando sua bolsa, duas sacolas de comida e mais dois cafés na mão. Enquanto esforçava-se para carregar tudo e ainda continuar a andar, cumprimentou com um aceno de cabeça aqueles rostos que já tornava-se conhecidos.

Logo, virou alguns corredores sem muita dificuldade de saber o caminho. Passou por algumas portas, desceu uma longa escada e chegou, ao que que era praticamente o porão, ou mais conhecido como necrotério.

Alcançou a chave com dificuldade no bolso da sala em que costumava ficar e assim que adentrou, arrependeu-se por não ter ficado mais tempo na lanchonete.

- Cadê o Niall? – quis saber de prontidão.

- Ele foi resolver umas coisas com o Liam e o com o Zayn – deu de ombros.

- E você...? – era mais do que estranho olhar para a antiga líder de torcida e vê-la vestida de jaleco e luvas brancas de borracha.

- Nós temos que conversar – Savannah disse séria e sentou-se na mesma cadeira que Niall costumava a ficar.

- Você não entendeu o que eu disse? Quero d...

- Você está sabendo coisas demais e eu estou te ajudando, beleza? – ela protestou e Nikki calou-se. – Temos que combinar um jeito de ficar de boca fechada mesmo ou se não todos nós iremos parar atrás das grades.

Nicole largou tudo que carregava, aflita, e cruzou os braços.

- Do que é que você está falando?

- Eu disse que ele era meu irmão, não disse? – arqueou a sobrancelha e fez um corpo do corpo que estava sob a mesa de metal.

 

 

 

 


Notas Finais


MINHA NOSSA! QUANTA COISA NOVA! Ai gentiiiiiiiiiiiii, o que vocês acham? Hospital? Will vitima? Mãe dos Styles? Savannah assassina?! Quero saber tudo o que vocês acham! E para aqueles que estão com a cabeça bugada, esperem, em breve, bem em breve mesmo, tudo será explicado! Bom, ruim, perfeito, péssimo? Me contem tudinho aqui nos comentários, por favor! Sobre os casais, afinal NIALL POR FAVOR HEIN NIALL, preciso saber, alguém shippa ou Hikki permanece firme e forte? Sobre o Will, sobre a Nicole que, lentamente, volta a ser como antes... ME FALEM TUDO!

As próximas semanas serão uma verdadeira loucura porque tenho ENEM, provas, mil e uns trabalhos, vou viajar então vai ser muito corrido para mim entrar aqui gente! Por isso que eu não prometo vir daqui duas semanas mas tentarei ao máximo e se não conseguir, no fim de semana seguinte, se tudo der certo, apareço :) Mas, enquanto isso, vou criar o grupo no wpp então qualquer um que quiser entrar me manda uma mensagem, por aqui mesmo, com o número e o nome para eu adicionar e assim que tiver um número de pessoas, eu crio! Aposto que vai ser super legal e divertido.

E também, como já virou rotina, eu vou deixar um pedacinho do próximo capítulo!

"- Você vai trabalhar para mim. Vai fazer o que eu mandar, sem ajuda e sem que seus amigos saibam – apoiou as mãos na mesa e disse. Lou encarou a arma e depois a ele. Só poderia ser piada. "

TCHARAAAAAAAAAAAAAM! Quero muito muito muito que vocês leiam logo! E ò, lá em cima eu disse sobre o capítulo 38 e para matar os curiosos eu vou dar três pequenos spoilers: descobriremos como foi a primeira morte do nosso quarteto fantástico; vai ter feeeeeexxxxxxxta e, por último, Savs, querida e lindona, vai ser envolver com um dos homens hehe!

Fui bem legal hein, gente? soltei muita coisa! Espero muito que tenham gostado, comentem tudo o que quiserem aqui em baixo e nos vemos em breve, eu espero! Me ajudem a divulgar a fiiiiiic, comam muita pizza, aproveitem a vida e até maaaaaais

FUUUUUUUUUUUUUUUUUUUUI
Xx Luh :)


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