História Perfect Sin - Twelve

        Demi parou o carro no estacionamento do colégio, ao lado de outro carro conhecido por mim. Descemos e não pude deixar de reparar no carro de Lauren, é bem a cara dela mesmo. Andamos até o colégio e entramos.

        O corredor estava vazio, mas dava para ouvir vozes de dentro das salas. Entramos em uma porta no final do corredor e havia uma senhora de meia idade com os óculos na ponta do nariz.

        —Bom dia, eu gostaria de falar com o diretor. – Demi disse educadamente para a senhora. – Meu nome é Demetria Lovato, gostaria de matricular minha filha.

        —Senhora Lovato, o senhor Malik está aguardando na sala dele. – Sorriu simpática e Demi assentiu. – Segue reto e terá uma porta, só entrar nela.

        —Obrigada. – Demi agradeceu. – Acho que amanhã os documentos de vocês chegam.

        —Documentos? – Sofi perguntou confusa. Ela segurava a mão de Demi e andava dando pulinhos.

        —Certidão de nascimento, cartão de vacina e a Camila tem carteira de identidade. – Demi explicou. – Vou comprar algumas coisas hoje, porque vocês irão precisar.

        —Precisamos entrar com você? – Perguntei receosa, não queria entrar de novo em uma sala de diretor.

        —Se quiserem, podem andar na escola, mas me encontrem no carro. – Demi disse. – Escreve só seu nome para mim, sei que esquecerei. – Me entregou um papel e uma caneta. Escrevi meu nome e entreguei para ela. – Sofi, você vai ou fica comigo?

        —Eu vou com a Kaki. – Ela agarrou minha mão e saímos andando, passamos pela senhora e já estávamos no corredor cheio de armários e havia uma escada próxima a porta de entrada.

        Andamos olhando as coisas e acabamos descobrindo a quadra, que é enorme. Quando estávamos voltando, encontramos as meninas juntas de várias pessoas conversando animadamente.

        —Olha. – Sofi apontou para elas. – Dinaaaaah. – Sofi correu até a loira, que se virou e pegou minha irmãzinha no colo.

        —O que estão fazendo aqui? – Ally perguntou.

        —Demi vai me matricular aqui e dará um jeito de sermos da mesma turma. – Respondi. – Sofi já começa amanhã na escolinha.

        —Oi Mila. – Normani me cumprimentou.

        —Oi Mani, onde está a Lauren? – Perguntei procurando pela morena de pele pálida e branca.

        —Acho que ela foi ao banheiro. – Dinah respondeu com um sorriso no rosto.

        —DJ, você não sabe o que eu vi. – Sofi atraiu a atenção de todas.

        —Me conta o que você viu, projeto de bunduda. – Dinah disse divertida e todas rimos.

        —A Kaki beijou a Laur. – Minha irmã disse e me olhou, com as mãos tampando sua boca.

        —A branquela ficou com a bunduda? – Dinah quase gritou e fiquei vermelha por isso. – Eu quero saber tudo.

        —Jane, larga de ser chata. – Lauren apareceu com uma menina atrás dela.

        —Como assim você não me contou?

        —Porque eu sabia que você faria um escândalo e vai perturbar a Camila. Desculpa, ela não tem cérebro, ela tem uma ervilha no lugar dele. – Lauren disse brincalhona. – Demi está aqui?

        —Sim, falando com o diretor. – Respondi sem olhá-la, estou morrendo de vergonha. – Sofi, vamos que as meninas tem aula. – Peguei a pequena no colo de Dinah.

        —Lauren, a mamãe disse que podemos nadar e você prometeu brincar comigo hoje. – Sofi fez uma voz manhosa que faz qualquer coração se derreter. – Você vai?

        —Claro que eu vou, princesa. – Beijou a bochecha de Sofi. – Depois da aula, eu passo em casa e depois vou lá brincar com você. Até mais tarde.

        —Tchau bunduda e tchau projeto de bunduda. – Dinah disse enquanto caminhava ao lado de Lauren e da outra menina.

        —Tchau Mila, se cuida. – Mani me abraçou.

        —Tchau meninas. – Ally nos abraçou. – Vão com Deus e ignorem a Dinah. – A baixinha disse e foi na mesma direção que as meninas.

        —Em casa nós conversamos. – Falei para Sofi. – Vamos procurar a Demi.

        Voltamos para onde a senhora estava e Demi saía da sala, com um sorriso nos lábios.

        —Está matriculada e já começa amanhã. – Disse animada. – Vamos para casa ver algum filme que de tarde eu tenho trabalho. – Fomos para o carro. – Minhas filhas já estão matriculadas.

        Demi acelerou o carro, parando em alguns sinais fechados e chegamos logo no condomínio, estacionando em frente a casa, já que mais tarde ela sairia. Adentramos a casa e logo Marissa apareceu.

        —Senhorita Demi, o que irá querer para o almoço? – Perguntou.

        —Alguma sugestão? – Demi nos perguntou.

        —Lasanha. – Sofi pediu animada e assenti. – Por favor, mamãe.

        —Tudo bem, minha princesinha. – Sorriu para Sofi e para mim. – Pode ser lasanha, Marissa. – Respondeu para a moça. – Sofi, vai ver desenho, quero conversar com Camila.

        —Pode ser de princesa? – Sofi perguntou e Demi ligou a televisão em um canal que passava um filme da Ariel. – Oba. – Sentou no sofá.

        —Mila, venha comigo. – Fui com Demi até seu quarto, que é enorme e lindo, havia um closet e um banheiro. – Eu até chamaria Sofia para participar da conversa, mas você é a mais velha e entende melhor disso.

        —É alguma coisa séria? – Já me preocupava e ansiava para saber.

        —Agora a adoção está concluída e como já disse, só falta os documentos. – Assenti. – Eu queria saber se gostariam de ter o Lovato como sobrenome. Como eu disse desde o começo, eu não quero pegar o lugar de ninguém, longe de mim querer isso. Eu só adicionaria o Lovato. – Ela suspirou. – Sei que Sofi está amando tudo isso e você não demonstra muito.

        —Estou adorando, eu só não acostumei ainda. – Sorri para ela. – E seria uma honra ter seu sobrenome. Imagina só, Karla Camila Cabello Estrabao Lovato e Sofia Isabella Cabello Estrabao Lovato, ficou muito chique. – Sorri.

        —Você aceita? – Assenti e abracei ela. – Amanhã eu cuido disso, pedirei meu advogado para resolver tudo. Obrigada, você não sabe o quanto vocês duas estão me fazendo feliz.

Point Of View Lauren Michelle Jauregui Morgado

        Aula de educação física, eu nunca gostei. Hoje vi a pequena Sofi e Camila, isso já alegrou meu dia e não sei explicar. A pequena acabou contando para as meninas, mais especificamente para Dinah, que deu chilique quando soube do beijo. Foi um selinho, eu até diria que foi um simples selinho, mas não posso nem dizer isso, porque foi mais que um selinho para mim.

        Quando vi ela, ou melhor, elas, eu estava com Lucy atrás de mim. O motivo é meio óbvio, estava ficando com ela no banheiro e Lucy quase gemeu em meus dedos, só não fez isso porque ouvi a voz de Camila e saí ao ouvir os gritos de Dinah.

        Agora estamos no intervalo, sentadas na mesa de sempre, cada um com seu lanche e dispensei Lucy, que queria ficar comigo.

        —Desembucha logo branquela. – Dinah sentou ao meu lado.

        —Foi um selinho, mas foi diferente. É diferente de todos os outros beijos que eu já dei. – Respondi mexendo na comida.

        —Vejo que alguém está caidinha. – Normani me zoou. – Admite, Laur.

        —Não é nada disso. – Falei para elas e revirei meus olhos.

        —Hoje seremos liberadas mais cedo, o professor da última aula faltou. – Ally disse feliz.

        —Vejo que alguém vai namorar. – Sorri maliciosa para ela. – Eu vou pra casa de Demi.

        —Beijar a bunduda. – Dinah respondeu de forma provocativa. – Que bunda que ela tem. – Mani deu um empurrão em seu braço e percebi um ciúmes ali.

        —Engraçadinha você. – Me levantei, já que o sinal havia soado, avisando que teríamos que voltar para a sala. – Vamos logo. – Caminhamos para a sala e sentamos em nossos lugares.

[...]

        Última aula e o diretor veio nos liberar. Mandei uma mensagem para Taylor avisando que sairei mais cedo e que estaria na Demi. Entrei em meu carro e dei partida. Procurei no porta-luvas e peguei meu CD da Lana, colocando no som e ouvindo, às vezes cantava.

        Fui para o condomínio e parei em minha casa, desci e entrei, indo direto para o meu quarto. Retirei a roupa e fiquei nua. Dentro do meu closet peguei meu biquíni branco e coloquei um vestido curto preto, um pouco transparente. Calcei meu chinelo, minha toalha e peguei o celular. Fui para o carro e dirigi até a casa de Demi.

        Estacionei atrás do carro da Demi e entrei a casa, encontrando todas concentradas na televisão assistindo Bob Esponja.

        —Nesse calor infernal de Miami e vocês vendo desenho. – Resmunguei e me joguei ao lado de Camila, já que era o único lugar vazio. – Partiu piscina? – Perguntei sorridente.

        —Kaki, meu maiô. – Sofi pediu para a irmã com um tom manhoso.

        —Vamos nos trocar. – Camila levantou e levou a irmã junto. – Não iremos demorar.

        —Lauren, não esquece do protetor e eu estou saindo. – Demi levantou e me abraçou. – Vou trabalhar agora e sua mãe ficará brava se me atrasar. Estava esperando você chegar para cuidar das minhas meninas.

        —Bom trabalho e fala pra minha mãe levar pizza. – Sorri para Demi. Me deitei no sofá e coloquei em um filme. Sofi desceu a escada correndo com seu maiô vermelho com corações rosa. – Vai machucar se continuar correndo.

        —Laur, a Kaki está no quarto e quer falar com você. – Levantei e subi para o quarto delas.

        —Camila? – Bati na porta e depois entrei. – Quer falar comigo?

        —Claro. – Ela estava sentada na cama e me sentei ao seu lado, olhando para ela. – Eu estive conversando com a Sofi e uma menina de cinco anos está certa no que disse. Ela viu o beijo e conversei com ela sobre isso, eu estava confusa e ela me aconselhou a falar com você o que sinto.

        —Pode falar. – A incentivei e ela suspirou.

        —Eu não sei o que estou sentindo, só sei que é bom. Meu coração acelera quando te vejo ou escuto sua voz e tem tão pouco tempo que nos conhecemos. Eu não paro de pensar naquele beijo, foi o meu primeiro, você é a primeira que eu beijei e é como se tivesse milhares de borboletas em minha barriga quando estou perto de você. – Camila me olhou nos olhos, aquele castanho que me faz querer só olhar para eles. – Eu não sei se você sente o mesmo, eu não quero criar expectativa, por isso estou te falando isso, porque todos falam que devemos ficar juntas, mesmo que não pareça.

        —Camila, eu também sinto o mesmo por você. Nosso beijo foi diferente de todos os outros que já dei, você me causa sensações desconhecidas por mim. Eu fico com Lucy e outras, mas ninguém chega perto do que sinto com você. Camila, você é minha droga, me viciou. – Sorri para ela e segurei sua mão. – Se você quiser tentar algo, ficarei feliz.

        —Você fica com outras e tem a tal da Lucy, acho que é ela que estava com você na escola. – Camila abaixou o olhar, ficando triste.

        —Eu largo para ficar com você, eu mudo para podermos ter algo. – Falei de uma vez, eufórica.

        —Lauren, tudo bem. – Sorri para ela. – Podemos ir devagar? Não quero apressar nada.