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História Perfeitamente Quebrados - Capítulo dezoito - Se arrependimento matasse...


Escrita por: Kkarllotta

Capítulo 19 - Capítulo dezoito - Se arrependimento matasse...


                     Paul

        Vejo Jolene saindo do Barnes's com o rosto desconfiado. Ela está tão diferente da última vez que a vi! Parece mentira que não vejo ela há três meses. Sou um monstro!

        Ela está muito diferente. Suas coxas e seu traseiro aumentaram, seus seios estão maiores, seu rosto tem mais cor e seus cabelos ruivos estão mais curtos caindo até aos ombros em ondas perfeitas.

      Olhar para ela me lembra do quanto sou apaixonado por ela. Mas ela deve me odiar. Eu mereço seu ódio depois do que eu fiz. Eu fui embora. Ela me deu uma oportunidade para cuidar dela e das meninas, mas eu fui embora.

     Ela pega um ónibus e desaparece. Eu aproveito para descer do carro e entrar no Barnes's. As filhas de Kate olham para mim assim que eu entro.

      — Garoto, você está no lugar errado. — Janice diz.

     Eu subo os degraus até o lugar onde Jolene mora e encontro a porta encostada. Não espero nada para entrar e caminhar até ao quarto de Jolene.

      Kate está colocando elas nos berços e cantando para elas. Eu quero ver o rosto delas. Quero que elas saibam quem eu sou.

     — Kate! — Eu chamo, e ela assusta.

      — Céus! Quer me matar de susto? — Ela coloca a mão no peito. — O que você está fazendo aqui?

     — Eu vim ver minhas filhas.

     — Não. Jolene, disse que não quer você perto delas. Ela não quer que veja elas, toque nelas, sinta o cheiro delas, diga o nome delas ou pense nelas.

      — Eu errei. Por favor! Jolene não precisa saber. Eu sou o pai delas. Eu não consigo dormir só de pensar nelas.

     Ela suspira. — Tudo bem. Mas seja rápido.

     Me aproximo devagar e olho para elas. Elas são idênticas e muito parecidas com Jolene, mas têm cabelos loiros como eu. Eu não devia duvidar que elas eram minhas filhas.

      — Elas são a cara de Jolene. São tão lindas! — Digo.

       — São mais parecidas com você. — Kate diz.

       — Eu quero segurar elas. Posso? — Pergunto.

       — Sim. — Ela tira uma delas do berço e me ensina como segurar. Elas são tão pequenas e tão delicadas que eu tenho vontade de protegê-las.

      Kate mostra a pequena pulseira de ouro no pulso da bebê. Ela é a Sky. A minha Sky.

       — Filha! — Eu beijo a testa dela. Ela olha para algum lugar e grita. Mexe seus pézinhos e suas mãozinhas.

     Ela coloca a mão na boca e depois tenta tocar o meu rosto. Eu estou hipnotizado com essa bela criatura nos meus braços. Ela parece um anjinho.

        — Eu acho que ela te reconheceu. — Kate diz.

       — Eu também acho. — Sorrio. — Eu quero pegar Stella também.

       Coloco Sky no berço, mas ela começa a chorar. — Calma! Eu não vou embora. — Digo para Sky.

       Kate segura Sky e eu coloco Stella no meu colo. Ela está sorrindo e eu sorrio também. Não consigo evitar uma lágrima. Estou arrependido de ter ido embora naquele dia. O que foi que eu fiz?

         — Eu posso ficar sozinho com elas? — Pergunto para Kate.

         — Está bem. — Ela coloca Sky no berço e sai.

         — Filhinha! Minhas filhas, eu amo vocês. Eu lamento muito ter deixado vocês. Desculpa! — Abraço Stella. Sky começa a chorar novamente.

        Eu coloco Stella no carrinho e depois Sky. Sento na cama e aproximo o carrinho de mim. Elas param de chorar, mas eu não.

        Sinto que elas precisam muito de mim. Eu não quero mais deixá-las. Quero cuidar delas e protegê-las de tudo e de todos.

      Eu perco a noção do tempo enquanto estou brincando com as minhas filhas. Elas nem estão cansadas. Não sei quanto tempo passou e nem me interessa. Quero ficar mais um pouco.

        — Vocês estão gostando de ficar com o papai? — Pergunto. — Papai vai cuidar de vocês. — Beijo as mãozinhas das duas.

       Oiço a porta se abrindo e Jolene entra no quarto. Ela olha para mim e depois vem tirar as meninas de mim.

       — O que você está fazendo aqui? — Ela pergunta com raiva.

       — Eu queria ver as nossas filhas. Eu tenho esse direito.

       Ela ri. — O quê? Você abandonou a gente há três meses. Você não tem vergonha de aparecer agora e dizer que tem direitos?

      Levanto. — Eu sou o pai, Jolene!

      — Você não é. Elas são apenas minhas. Você chamou elas de coisa, malditas, isso, agora você quer saber? Depois de ter me deixado? — Ela se altera. — E saiba que graças à sua namorada, a gente quase morreu? Você não estaria aqui agora, mas sim olhando para a campa!

     O quê?

      — Do que você está falando? O que Stephenie fez?

     — Pergunte para ela!

      — Jolene...

      — Na última vez, eu pedi que esquecesse o passado e ficasse com a gente, mas você foi embora. Como se eu não fosse nada. Como se as nossas filhas não fossem nada. Eu nunca mais quero você perto da gente. Você não tem filhas. Esqueça as minhas!

     — Desculpa! — Me aproximo dela.

       — Desculpa? Um pedido de desculpas não vai resolver nada. Não vai apagar aquilo que eu senti e você ainda teve a maldita coragem de me mandar essa mensagem. — Ela mostra o celular para mim.

      Paul: "Espero que esteja tudo bem por aí. Eu só queria dizer que consegui entrar em Harvard. A universidade dos meus sonhos! Eu estou muito feliz por isso. Lamento não ter resultado entre a gente."

       Leio a mensagem que enviei no mês passado. Fui tão cruel assim?

       — E você ainda tem a coragem de aparecer aqui?

       — Eu não quero que aquele doutorzinho cuide das minhas filhas.

       — Eu não estou mais com Mike. Você devia saber disso porque foi graças a você que eu odeio ele. — Ela aponta para mim.

        — Graças a mim?

        — Não se faça de inocente porque você sabe perfeitamente o que você fez, Paul Gareth Júnior!

        — O que quer que esteja pensando, não é verdade, Jolene! — Passo a mão no cabelo. — Porquê você odeia ele? O que ele fez?

        — Você devia era saber o que a sua namorada fez.

        — Eu terminei com Stephenie há imenso tempo.

       — Foi por isso que ela veio aqui e tentou matar a gente?

       — Do que você está falando? Como assim tentou matar? — Me aproximo ainda mais.

       — Porquê você não descobre sozinho?

       — Jolene, eu quero cuidar das minhas filhas também.

       — Você não vai fazer isso porque elas não são suas filhas. Além disso, você vai para Harvard e vai deixas elas.

       Harvard. Eu sempre sonhei em entrar para Harvard e agora que eu consegui eu quero também ficar perto das minhas filhas. Porquê a vida é assim?

       — Você sabe que Harvard sempre foi o meu sonho.

       — Então, vai! Faça uma boa viagem. Eu cuido das meninas sozinha. Como sempre.

       Uma das bebês começa a chorar e eu me sinto mal. Até parece que elas sabem que eu vou embora, por isso estão chorando. Vai ser muito difícil deixar elas.

        Jolene coloca uma delas no colo e consola ela. — Calma! Calma! Mamãe não vai a lugar nenhum. Eu vou sempre ficar com vocês. Sempre. — Ela olha para mim.

        A outra também chora e eu coloco ela no colo. Infelizmente eu não posso dizer o mesmo que Jolene disse porque eu vou para Massachusetts daqui a pouco tempo.

        — Shhh! — Beijo ela. — Não chore, filha. — Falo baixinho.

        — Você pode deixar a minha filha em paz? — Jolene olha para mim com desdém.

       — Ela é minha também.

       — Eu não entendo você! Você veio aqui para vê-las, mesmo sabendo que vai embora?

       — Você não entende mesmo. Nem vai entender.

      — Eu não sei se quero. Você não devia ter vindo porque eu não quero que elas se apeguem e depois você vai embora.

      — Isso não significa que eu não vou voltar.

      — Quando você voltar, elas não vão saber quem você é. Eu não vou dizer porque você não é o pai delas.

       — Elas são parecidas comigo! — Digo. Stella grita no meu colo.

       — Podem ser parecidas com qualquer pessoa. Elas são apenas minhas. Deixa Stella e vai embora.

        — Elas não têm culpa de nada. Eu não estou pedindo para você voltar para mim apenas que me deixe ficar perto delas enquanto continuo morando aqui. Eu só quero as meninas. Você não. — Digo.

        Jolene me olha como se eu tivesse espetado uma faca no seu coração. Acho que piorei ainda mais a situação.

        — Vai embora, Paul! — Ela diz calmamente.

      — Eu vou, mas vou voltar. Você não pode me impedir que ver as meninas. Eu vou continuar vendo elas.

     — Tente! — Ela abraça Sky.

       Coloco Stella no berço, mas ela chora como se estivesse pedindo para eu ficar. Elas não vão querer crescer longe do pai. Mas não será mais de cinco anos.

       — Não chore, princesa! — Digo. — Eu não vou embora para sempre. Papai amava vocês.

        — Saia daqui agora! — Ela quase grita.

        — Está bem. — Me aproximo e beijo a bochecha de Sky. — Tchau, filha! — Digo. Jolene afasta ela de mim.

      — Vai! — Ela grita.

      Eu passo por ela e saio do quarto. Abro a porta principal e saio correndo do Barnes's. Eu não esperava que fosse assim. Jolene me odeia mais do que eu imaginava.

      Chego em casa e vou diretamente para o escritório do meu pai. Ele está assinando alguns papéis e sorri quando olha para mim. Todo o orgulho que ele sente vai desaparecer quando souber o que eu fiz.

      — Meu filho! — Ele levanta.

      — Pai, eu preciso dizer uma coisa.

       — Está bem. Eu também. Eu comprei uma casa em Massachusetts para você morar. Tenho a certeza que vai querer mais privacidade...

      — O senhor é avô! — Interrompo ele.

        — O quê? — Ele arregala os olhos.

        — Jolene teve bebês no mês passado.

        — Como assim? O quê? Bebês? Você é pai? Não estou entendendo nada, Paul!

        — Lembra quando eu falava da minha namorada Jolene?

       — Sim, você gostava muito dela.

       — Eu deixei ela quando soube. Eu entrei em pânico. Eu não pensei que elas eram minhas filhas. Hoje eu vi elas. Elas são minhas e eu quero cuidar delas, mas não quero desistir do meu sonho. — Sento no sofá e limpo as minhas lágrimas.

      — Você é pai de gêmeos? Você abandonou seus filhos? É isso que estou ouvindo? — Ele senta ao meu lado.

       — Não. Gêmeas. Eu só fui embora porque estava com raiva de Jolene. Eu nem pensei. Elas não têm culpa de nada. Estou arrependido.

       — E o que você vai fazer?

       — Eu vou para Harvard, mas eu volto. Vou cuidar delas quando voltar. Não é tanto tempo assim.

       — É sim. Passou quase um ano e eu descobri muita coisa. Uma delas é que você escondeu que era pai. Você é tão jovem, Paul!

        — Eu sei.

        — A decisão é sua, mas eu não acho que você possa se integrar na vida das suas filhas quando voltar.

       — Eu vou tentar. Depois de conhecer elas não posso mais ficar sem elas.

       — No entanto, você vai embora.

       — Pai! — Eu levanto.

       — Você escondeu uma coisa dessas de mim porquê?

       — Eu não sei. Eu já disse que não estava pensando. Me perdoe!

       — Eu podia ter ajudado você. E agora? Eu suponho que a mãe das suas filhas deve odiar você.

        — Ela odeia, mas eu não vou desistir. Vou lutar por elas.

        — A viagem é daqui a pouco tempo.

        — Tempo suficiente para eu conseguir fazer isso. — Abro a porta.

       — Onde você vai?

       — Vou voltar para lá. 



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