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História Perfeito Acaso (ONESHOT - Park Jimin) - Único


Escrita por: Konni_Sama

Notas do Autor


Gente, eu tenho que me desculpar por ser a atrasada do rolê, era pra eu ter postado isso dia 28/03 bem cedo, mas eu to postando faltando 2 minutos pra meia noite kkkkkkkkkkkkk auge

Mas eu quero postar essa OS, dedicando a uma pessoa que está fazendo aniversário e que eu queria muito presentear
@lolokc, me desculpa pelo atraso e não desiste de mim kkkkkkkkkkkkkk Feliz aniversário ♥
Talvez a personalidade esteja distinta, mas foi feita com carinho e espero que goste.

E desculpa os erros, irei corrigir assim que possivel

Boa leitura ♥

Capítulo 1 - Único


Fanfic / Fanfiction Perfeito Acaso (ONESHOT - Park Jimin) - Único

“O tanto que meu coração palpita, eu me preocupo
O destino está com inveja de nós
Assim como você, eu estou tão assustado
Quando você me vê
Quando você me toca”

Serendipity – Jimin (BTS)

 

Era um dia relativamente agradável, nem muito frio e também não muito quente. Era um tempo bom o suficiente para me permitir usar um vestido até os joelhos, de manga longa e com um pequeno decote.

Naquele momento eu estava numa livraria em Seoul, numa sessão de autografo do lançamento do meu livro. Desviei meu olhar pelo local, notando  a fila bem longa e os fãs aparentemente ansiosos tanto quanto eu.

Se a  3 anos atrás me perguntassem se eu me imaginaria como estou agora, eu jamais poderia afirmar que me veria assim. Eu sempre me empenhava nas minhas histórias, mesmo dando o máximo de mim eu gostava das reações das pessoas, principalmente das minhas amigas leitoras e escritoras.

Ainda assim jamais poderia imaginar que uma das minhas histórias pudesse se tornar um livro mundialmente conhecido, por mais que fizesse seis meses desde o lançamento ainda era tudo muito surreal e insano. Principalmente o fato de rodar o mundo fazendo esses eventos para conversar e autografar para meus próprios leitores.

Ironicamente,  me peguei no país da pessoa que me inspirou a isso tudo e até hoje ele não sabe disso. Eu tive o prazer de conhece-lo pessoalmente quando estava na Bienal em Paris num evento de uma amiga, ele foi simplesmente pedir um autografo e ninguém percebeu que era ele além dela e eu ,que esbarrei nele por acidente enquanto caminhava pelo local.

Consigo me lembrar do quão cordial e maravilhoso ele foi comigo, se certificando de que eu estava bem e eu nem conseguia formular uma frase coerente. Era a primeira vez que ele me via mas não era a primeira vez que eu o via.

Eu o conhecia e inclusive era uma grande fã. As palavras se perderam na minha garganta e eu prendi todo o ar nos meus pulmões sem nem ao menos perceber. Ele me encarava ansioso, como se tivesse esperando as minhas palavras.

Podia notar as orbes escuras me analisando com curiosidade e um certo fascínio. Já eu o encarava com a mesma intensidade, tentando capturar todos os seus detalhes — que de perto eram ainda mais lindos. Foi então que ele falou as palavras que me desconcertaram ainda mais.

— Você é muito bonita! — As palavras escaparam daqueles lábios como um sussurro e eu fiquei estática por alguns segundos antes de absorve-las, ficando totalmente sem jeito e desviando o olhar.

— O-Obrigada... Jimin. — Falei vacilante, agradecendo mentalmente por conseguir formular alguma frase.

— Oh?! — Murmurou surpreso e eu juntei coragem para encara-lo novamente. — Você me conhece? — Sussurrou e eu achei fofo o gesto dele, mas apenas acenei positivo. — É uma fã? — Acenei novamente, tomada pela vergonha e sentindo o rosto queimar e então ele abriu o sorriso mais lindo que já vi.

Ficamos em silêncio por mais alguns segundos, até percebermos que ainda estávamos no chão. Absurdamente próximos e eu tive medo dele conseguir ouvir as batidas descompassadas em meu peito, no entanto ele me ofereceu uma mão para me ajudar a levantar e assim eu o fiz.

Um gemido sôfrego escapou dos meus lábios quando senti o sapato de salto em contato com o machucado no meu tornozelo, só então lembrei o motivo de eu estar ali. Eu estava procurando um banheiro ou um local, para que eu pudesse colocar um bandaid.

— Você está bem? — Perguntou num tom preocupado e eu expliquei a situação, embora gaguejando.  Então ele me guiou até uma cadeira num ponto menos movimentado do evento e pediu para que me sentasse.

O gesto doce e cavalheiro, me deixou completamente atônita e eu queria de todo modo dizer que ele não precisava fazer aquilo, mas as palavras se perderam na minha garganta mais uma vez quando ele segurou minha perna — Desnuda pela fenda do vestido que eu usava — e tirou o calçado com cuidado.

Fiquei constrangida, por estar num momento assim justo com ele. Me imaginava em diversos momentos com ele, mas jamais nessa situação. Jimin analisou a parte de trás do  meu tornozelo e puxou o ar entre os dentes, som que me fez engolir seco.

— Você deve ter cuidado, não deveria usar coisas desconfortáveis. — Alertou enquanto focava em colocar o bandaid ali. O jeito atencioso  dele e o bico que se formava em seus lábios, me fez sorrir por instinto. — Está sozinha? — Indagou finalizando o processo.

— Não, eu estou com uma amiga. — Respondi e o vi levantar. — Obrigada. — Agradeci e tentei calçar o sapato, imediatamente fui impedida por ele, que voltou a tocar minha perna.

 — Espere um pouco antes de calça-lo. — Advertiu.

O toque na minha pele, fez o meu corpo se arrepiar por inteiro. Eu já era afetada por ele a milhas de distancia e pessoalmente tudo era multiplicado, ele tirou a mão e pigarreou antes de se sentar ao meu lado, fazendo meu coração acelerar outra vez.

Não tinha como eu me acostumar com a presença dele ali.

Ainda era algo surreal e me perguntei se eu não estava em um sonho, por isso cravei as unhas em meus braços para me certificar, a dor denunciava que tudo era real. Um silêncio foi estabelecido entre nós e ele parecia tão nervoso quanto eu, esfregando uma palma na outra e com a visão focada nas mãos. E repentinamente ele começou a rir, mas parecia ser de nervoso.

— Eu nunca imaginei que encontraria uma fã nesse evento, não sei como proceder a isso. — Ele disse com um certo nervoso na voz.

— Ajudaria se eu dissesse que também não imaginava encontra-lo aqui? — Murmurei mais pra mim do que pra ele, porém ele pareceu ter escutado pois redirecionou sua atenção para mim.

Constatei que realmente não tinha como eu me acostumar com aquilo. Eu sempre imaginei o momento que poderia vê-lo e o que eu diria, mas agora eu não sabia nem mesmo como respirar. Pois por mais que eu soubesse que aquilo era real, ainda me parecia inacreditável.

— Acabei de perceber que ainda não sei seu nome. — Mencionou me encarando com curiosidade. — Como se chama?

— Karolayne...Karolayne Leório. — Respondi sem jeito.

—Karo...layne... — Ele proferiu meu nome pausadamente, com um sotaque diferente e senti meu coração vibrar, pois jamais imaginei que ouviria Jimin dizer meu nome ainda mais de uma forma tão adorável. — É um belo nome.  — Disse transformando seus olhos em dois risquinhos enquanto sorria e eu poderia jurar que derreteria apenas com aquele sorriso.

— O-Obrigada. — Respondi, totalmente incapaz de olhar pra ele pois sentia meu rosto quente.

— E de onde você é...Karolayne? —Indagou, mas eu só conseguia frisar a parte que ele dizia o meu nome, pois eu sempre me arrepiava.

— Brasil. — No momento em que respondi, os olhos  dele aumentaram de tamanho devido a surpresa.

— Wo... Brasil? É um tanto longe, achei que morasse por aqui. Você está se tornando ainda mais interessante ao meu ver. — Murmurou a última parte quase inaudível, mas é claro que eu ouvi perfeitamente.

E obviamente meu coração resolveu trepidar ao ouvir que eu era interessante pra ele, já que isso também estava na lista de coisas que jamais imaginei ouvir ele dizer para mim. Apenas nos meus doces sonhos.

— Você disse que está acompanhando uma amiga, mas cadê ela? — Perguntou curioso, analisando o local e esticando o pescoço para tentar procurar alguma mulher que parecesse ser minha amiga.

— Ela está ali. — Apontei para a minha amiga no estande dela, autografando livros e Jimin se sobressaltou.

— Você é amiga da Key?  — Indagou boquiaberto e eu aquiesci sem conter o riso. — Wow, eu sou um grande fã dos livros dela e vim especificamente para conseguir um autógrafo. — Mencionou empolgado.

— E você já conseguiu? Eu posso falar com ela se você quiser. — Propus dando de ombros.

— Sim e ela também me reconheceu, acabamos trocando autógrafos na verdade. — E a vagabunda não me disse nada. Se bem que estava tão corrido que mal conversamos. — Mas eu sempre vou em sessão de autógrafos e nunca vejo você com ela, o que te fez vim a Paris? — Questionou interessado e eu pigarreei antes de explicar.

— Bom... é que em breve eu também irei publicar o meu próprio livro e queria adquirir um pouco mais de experiência com esses eventos. — Mencionei com um tom mais entusiasmado do que eu gostaria.

— Gidalida! — Ele proferiu a palavra em coreano, a qual eu não fazia ideia do que era e franzi o cenho. — Espere... você também é escritora? — Perguntou gesticulando com as mãos e eu segurei o riso.

— Sim, mas será o primeiro livro que vou lançar. — Aleguei. — Também não tenho certeza se será um sucesso tão estrondoso quanto os livros da Key, mas eu quero fazer is...— Me interrompi ao sentir as mãos quentes dele tocarem as minhas e voltei meu olhar para ele. Para minha surpresa as orbes escuras estavam cravadas em mim, com mais intensidade do que eu poderia aguentar.

— Vai ser um sucesso, eu tenho certeza! — Disse convicto, me olhando nos olhos.

Fiquei um tempo em silêncio, olhando para ele e tentando descobrir de onde ele tirava tanta certeza para acreditar em mim, mesmo acabando de me conhecer. Era muito importante ouvir aquilo dele, mas eu ainda me sentia insegura.

— Mas você nem sabe do que se trata...como pode ter tanta certeza? — Acabei pensando alto e ele apertou minhas mãos.

— Eu...realmente não sei e acabei de te conhecer, mas algo me diz que você vai conseguir. Sinto que não há nada que você não possa conseguir, não sei como mas posso afirmar isso. — Ele disse colocando ainda mais certeza na voz e os meus olhos marejaram.

— Obrigada...Obrigada por acreditar em mim. — Sem perceber acabei derramando algumas lágrimas, mas imediatamente Jimin retirou um lenço do bolso do paletó e limpou minhas lágrimas.

— Está tudo bem, está tudo bem não chore. — Ele sussurrava as palavras muito próximo a mim. — Por que não me diz qual será o nome do seu livro? — Indagou animado, tentando me deixar melhor e até funcionou.

— Together. — Murmurei com a voz trêmula.

— Hm... — Balbuciou com a mão no queixo. — Um bom nome, e sobre o que é a história? — A pergunta repentina me fez engasgar com a saliva. — Ei, tá tudo bem? — Perguntou dando um tapinha nas minhas costas e limpei a garganta num pigarro, acenando positivo.

Sobre você. É sobre você!

— É sobre um casal que vive um romance escondido. — Falei tão rápido que parecia um rap e rezando internamente para que ele não fizesse mais perguntas sobre isso.

— Hm... Interessante. — Maneou a cabeça positivamente. — Certo, já decidi. Eu irei ser um dos primeiros a comprar o seu livro e a pedir um autógrafo. — Disse se levantando e enchendo o peito, totalmente cheio de si.

Meus olhos brilharam e me perguntei como ele podia depositar tanta  confiança em mim. Mas o som do telefone dele tocando desfez toda a magia do momento e ele se virou, pedindo licença para atender. Ele dizia algumas palavras em coreano que eu não entendia, mas consegui ouvir as palavras “ Namjoon Hyung” e desesperadamente olhei para os lados me perguntando se ele estava no local também.

— Bom, eu preciso ir agora Namjoon parece ter tomado muitos drinks e preciso leva-lo. — Ele falou meio sem jeito, coçando a nuca. — Se não for um problema, posso ficar  com o seu numero? Eu gostaria de conversar com você mais vezes.

Quando ele terminou de falar, a minha mente ainda estava tentando processar as palavras. Pois “ Jimin” “meu telefone”  e “ conversar “ na mesma sentença, era demais pra mim e foi necessário ele falar mais uma vez para que eu entendesse que de fato ele estava pedindo o meu telefone.

Depois de assimilar, acabei passando mesmo que eu tivesse corrigindo a cada segundo os números e me certificando que minha mente não tinha sido tão afetada a ponto de eu esquecer, mas aparentemente estava certo.

Naquela noite nós despedimos com um abraço, que eu esperei uma vida para acontecer e depois que aconteceu era como se eu não aguentasse ficar de pé e como se não fosse o suficiente para me desestabilizar, Jimin selou a minha bochecha.

Eu pude vê-lo, conversar com ele, sentir o toque, sentir o perfume dele, os lábios encostando na minha pele. Tudo em uma noite e isso ainda era muita coisa para mim, sentia que meu coração podia estourar como um balão a qualquer instante.

Ele se dispersou entre as outras pessoas presentes ali e não o vi mais naquela noite, tampouco o Namjoon, que aparentemente estava muito bêbado. Depois daquela noite, eu sempre imaginava e tentava me convencer que talvez não fosse real, afinal eu fiquei esperando a ligação dele por dois dias e não chegava nem mesmo mensagem.

Eu fui nos dois shows que eles fizeram em Paris, mas não era como se eu fosse gritar “ Você não vai me ligar?” E acabei deixando pra lá, talvez  ele tivesse ocupado demais ou de fato esqueceu de mim, ou realmente foi um sonho da minha cabeça. E eu estava entre a segunda e terceira opção, mesmo que o cheiro do perfume dele estivesse no vestido que usei aquela noite — O qual não consegui e não quis lavar.

Mas no terceiro dia após aquela noite, eu recebi uma ligação de um numero restrito. Meu coração falhou algumas batidas e meus pulmões falharam na missão de processar o oxigênio quando ouvi a voz do outro lado.

Era ele.

Jimin me contou que havia perdido o numero do meu telefone e que só conseguiu novamente através da Key. Eu não fiz muitas perguntas sobre como ele conseguiu, por que isso era o que menos importava naquele instante. Ele disse que era o último dia dele em Paris e me convidou para ir a uma cafeteria com ele.

Confesso que achava surreal o bastante para parecer uma das minhas histórias ou até mesmo da Key. Mas aquilo ainda era real e eu aceitei sem hesitar. Acabamos nos conhecendo um pouco mais, na verdade mais ele do que eu. Porém ainda tinha detalhes sobre ele que eu não sabia antes, já que o que eu sabia, era apenas o que eles e as câmeras mostravam e permitiam que soubéssemos.

Um livro colocado sobre a minha mesa me tirou dos devaneios. A pessoa estava de gorro e mascara, além dos óculos escuros. Contudo, não me importei com aparência ou vestimentas afinal ainda era um leitor. Sorri pegando-o a minha própria obra e ainda era algo que eu estava assimilando, finalmente lancei meu próprio livro. Senti a caneta entrar em contato com a folha macia e iniciei a dedicatória.

“ Com muito amor e carinho da Karol para ...”

— Em nome de quem eu devo colocar a dedicatória? — Indaguei enquanto finalizava.

— Que tal “para o meu querido leitor Jimin”? — A voz macia proferiu as palavras num sussurro e eu levantei o olhar, notando ele tirando a mascara e os óculos, sorrindo e piscando para mim.

Meu corpo entrou em estado de choque e as palavras morreram na minha língua, quando vi aquele sorriso. Então ele voltou a colocar os óculos e a máscara, gesticulando em seguida para que eu assinasse o livro. Mesmo com as mãos trêmulas, consegui finalizar a tarefa e quando entreguei o livro pra ele, ele me entregou um cartão e agradeceu, saindo em seguida.

Soltei o ar que nem sabia estar prendendo e relaxei o corpo na cadeira, mas por pouco tempo. Quando virei o cartão lendo a mensagem que continha ali, meu corpo voltou a ficar tenso.

“ Te espero na sala de leitura”

A sala de leitura ficava no segundo andar, próximo aos banheiros e como a livraria estava fechada para o evento, ela estaria vazia. Então pedi a  minha assistente para ficar no meu lugar apenas por alguns minutos, alegando que iria no banheiro e ela concordou desde que eu não demorasse mais que dez minutos, já que ela não poderia assinar.

Mesmo com as pernas vacilantes, me obriguei a subir as escadas e fui na direção a sala mencionada. Quando entrei encontrei um Jimin de costas, retirando o gorro e passando a mão pelos fios, que estavam escuros do jeito que eu mais gostava.

— O-Oi. — Minha voz saiu mais trêmula que o normal e ele virou de frente para mim com um buquê de rosas na mão e um sorriso no rosto. O sorriso que fazia seus olhos virarem dois riscos e que eu tanto amava.

— Oi. — Murmurou se aproximando. — São pra você, Parabéns pelo seu livro e...Feliz aniversário. — Disse me entregando o buquê.

Eu não sabia se ficava surpresa por ele saber que eu estava na coreia e em qual livraria eu estaria, já que eu não havia mencionado nada. Ou se ficava surpresa por ele lembrar da data do meu aniversário, coisa que eu disse a meses atrás quando ele me perguntou.

— Como você... — Tentei formular a frase, mas ele me interrompeu antes que a mesma ficasse pronta.

— Como eu sabia do evento? — Perguntou retoricamente, tirando as palavras da minha boca. — Bom Namjoon Hyung comprou um livro chamado Together  e eu me lembrei que um certo alguém lançaria um livro com este nome, só que este alguém não me contou. — Ditou ironicamente com um sorriso presunçoso no rosto.

— Sinto muito, é que estava muito corrido e eu não consegui falar com você, mas não foi por que eu quis. — Tentei explicar, porém atropelei as palavras e ele soltou uma risada pelo meu desespero.

— Eu sei, imaginei que fosse isso. — Verbalizou. — Bom, eu estava acompanhando o roteiro dos eventos e quando soube que vinha pra cá, não pensei duas vezes antes de vim te ver, além de ser o seu aniversário e eu queria aproveitar para te convidar para sair mais tarde. — Foi a vez dele de falar rápido e atropelar as palavras. —  Se você quiser claro. — Disse depois de pigarrear.

— Eu quero! — Falei rápido sem hesitar e ele sorriu ainda mais. — Porém eu só posso depois do evento... Tudo bem? — Perguntei hesitante.

— Tudo bem, era o que eu iria propor. Te pego depois das 17h, tudo bem? — Perguntou  e eu aquiesci rapidamente com a cabeça. — Certo, me passe o endereço por mensagem. — Mencionou e se aproximou selando a minha testa e eu fechei os olhos aproveitando o momento. — Parabéns pelo o sucesso e pelo seu dia, você merece tudo e muito mais. — Disse quando se afastou, as lágrimas estavam escorrendo sem  minha permissão.

— Obrigada,  isso é muito importante para mim, porque... — Ponderei as palavras, eu queria dizer que eu o amava, mas não queria que ele interpretasse apenas como um amor de fã. — Porque você é muito importante para mim e acreditou em mim. — Falei por fim entre soluços. Jimin voltou a se aproximar de mim e me abraçou.

— E sempre vou acreditar. — Mencionou beijando o topo da minha cabeça.

Naquele mesmo dia, um pouco mais tarde. O evento chegava ao fim e eu teria um pouco mais de uma hora para ir para o hotel em que eu estava hospedada, me arrumar e esperar por Jimin. Eu agradeci aos fãs que ainda estavam por ali e me retirei.

Quando cheguei  na suíte, me apressei em me arrumar. Optei por um vestido vermelho, que era um pouco acima dos joelhos e bem justo. Deixei os cabelos soltos, fazendo uma maquiagem leve, mas com um batom bem vermelho e borrifei um pouco de perfume no pescoço, pulsos e ante- braço.

O tempo passou brevemente e eu já havia enviado o endereço para Jimin. E quando estava colocando os saltos ouvi o meu telefone tocar. Ele já estava me aguardando na frente do Hotel. Peguei minha bolsa, colocando o celular, documentos e um pouco de dinheiro. Com o coração a mil, fui em direção ao elevador.

Minhas pernas pareciam que iam ceder a cada passo que eu dava em direção ao carro, ainda com os vidros fechados ele abriu a porta para que eu entrasse e assim eu o fiz. Não consigo descrever a minha reação quando o vi com os cabelos penteados para trás, deixando a testa exposta.

— Você está incrível, muito linda. — Ele disse mordendo os lábios e por um momento senti um espasmo pelo meu corpo.

— Obrigada, você também está...maravilhoso. — Falei a última parte quase inaudível, mas é claro que pela risadinha indiscreta dele, ele ouviu.

— Obrigado. — Proferiu com um sorriso enquanto ligava o carro e dava a partida.

Durante o caminho, conversamos sobre algumas coisas. Jimin me fez muitas perguntas sobre o que eu estava achando de Seoul e sobre o lançamento do livro. Eu não fazia ideia de para onde estávamos indo, mas eu confiava plenamente nele. Algumas vezes me pegava observando a maneira que os dedos dele apertava o volante, ou a forma que seu maxilar trincava quando ele estava concentrado na estrada e de certa forma achei excitante.

Chegamos a um prédio muito alto e subimos até o décimo sexto andar. Aparentemente era um restaurante, mas me parecia vazio. Nos sentamos em uma mesa e não pude deixar de notar um palco com uma cortina vermelha. Mas antes que eu pudesse assimilar algo as cortinas se abriram exibindo 6 pessoas incríveis sentadas em bancos, enfileirados.

Tapei a boca para conter o grito que eu queria dar, mas ao mesmo tempo eu sentia as palavras morrerem na minha língua, eu nem sabia como me expressar diante daquilo. As luzes se apagaram, deixando uma iluminação das velas que eu não havia notado antes. Então Jimin se levantou e foi para o banco no palco que estava vazio e piscou para mim.

As vozes  incríveis ecoaram nos meus ouvidos de forma doce, quando eles começaram a cantar uma das canções que eu mais gostava, Purpose. E foi impossível conter as lágrimas de emoção.

 

“Sentindo como eu estou suspirando o meu último suspiro
Sentindo como se estivesse andando meus últimos passos
Olhe para todas estas lágrimas eu tenho chorado
Olhe para todas as promessas que eu tenho mantido

Eu coloquei meu coração em suas mãos
Aqui está a minha alma para manter
Eu a deixei com tudo o que pude
Você não é difícil de alcançar
E você me abençoou com o melhor presente
Que eu já conheci
Você me dá propósito
Sim, você me deu propósito...”

Eles cantavam de uma maneira tão intensa, com os olhos fincados em mim, principalmente as orbes escuras de Jimin. Quando a música terminou, eu só conseguia chorar, mas então as cortinas se fecharam e tudo ficou escuro e quando as se abriram eles começaram a cantar a famigerada música de feliz aniversário, me levando aos prantos ainda mais.

Eu não tinha palavras para descrever o quão maravilhoso foi aquela noite, eu pude conhecer cada um dos meninos, comemos bolo juntos e o tempo todo eles ficavam contando o quanto Jimin comentava sobre mim pra eles e o quanto ele tinha planejado tudo isso. Quando o encarei buscando me certificar ele ficava vermelho, ele era tão adorável e intenso.

Quando todos foram embora e só restou nós dois, Jimin me convidou para dançar. Uma versão de serendipity, um pouco mais lenta começou a tocar  e nós dançávamos lentamente, muito próximos, o bastante para que eu sentisse o aroma do perfume dele invadir minhas narinas, me deixando extasiada.

— Jimin? — O chamei, sussurrando em seu ouvido.

— Hm? — Murmurou.

— Muito obrigada por tudo o que fez por mim, eu jamais vou esquecer. — Eu disse sem hesitar nenhum pouco, as palavras que vinha querendo dizer a um tempo e mesmo sem ver o seu rosto, pude sentir quando ele sorriu contra a pele do meu ombro.

— É cedo demais para agradecer. — Ditou coma voz risonha. — Vem, tenho mais uma coisa para te mostrar. — Me ofereceu a sua mão e eu a segurei mesmo sem entender. Nós subimos até a cobertura do prédio e em questão de segundos, fogos de artificio enfeitaram os céus de Seoul.

— Feliz Aniversário Karolayne. — As palavras sussurradas ao pé do meu ouvido me fizeram estremecer e eu só não desmoronei por que ele estava segurando minha cintura, num abraço por trás. E então antes que fosse tarde demais e eu me arrependesse, juntei coragem para dizer mais palavras que estava suprimindo a um tempo.

— Jimin! — Falei firme, me virando e ficando de frente pra ele. — De todos os dias da minha vida, os poucos que passei com você foram muito especiais e... — Hesitei e vi ele engoli seco, mas continuei. — E isso é porque eu passei com alguém que amo e quando digo que te amo não me refiro como fã. Meu coração sempre pertenceu a você, mesmo que você não soubesse  e mesmo que eu acreditasse que você jamais iria me notar. Eu te amo e vou continuar te amando cada vez mais. — Falei por fim, sentindo as lágrimas embaçarem minha visão e abaixei a cabeça.

— Ei, será que pode olhar pra mim? — Ele disse segurando o meu queixo, capturando minha atenção. — Eu estou feliz por você nutrir esses sentimentos por mim. Você me conhece a bastante tempo, mas eu te conheci a pouco. — Abaixei a cabeça novamente, sentindo as palavras me afetarem e ele voltou a segurar meu queixo. — Mas o tempo que fiquei com você foi o bastante para que eu desejasse estar com você ainda mais e querer corresponder esses sentimentos, é diferente de tudo o que já senti e eu quero ficar com você.

As palavras dele me deixaram aturdida, por que eu ainda estava decifrando todas as silabas do que ele falou, me certificando que não ouvi errado e que ele realmente queria ficar comigo. Procurei em seu olhar alguma pista de que não era uma brincadeira, mas as íris escuras  só queimavam em desejo, minha visão focou em seus lábios partidos e ele teve a iniciativa de cola-los aos meus, num beijo que começou doce e cálido, se abrangendo para algo mais voluptuoso.

Constatei que nada realmente era impossível e que se as coisas fossem para ser, elas aconteceriam, cedo ou tarde. Eu não acreditava no destino, mas acreditava no acaso e Park Jimin, era o meu mais perfeito acaso.
 

Fim
 
 

“Eu quero que você seja sua luz, baby

Você deveria ser sua luz

Então você não vai mais se machucar

Então você pode sorrir mais

Eu quero que você seja sua noite, baby

Você poderia ser sua noite

Eu serei sincero com você esta noite..”
 
PROMISE- JIMIN

 

 


Notas Finais




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