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História Perfume (DL) - Você é igual a mim


Escrita por: MyLittlePsycho

Notas do Autor


Desculpem o atraso com o capítulo.
Eu estou fazendo de tudo pra escrever a noite quando chego do trabalho, mas como comecei no emprego novo esse mês ainda estou me adaptando.

Capítulo 14 - Você é igual a mim


Fanfic / Fanfiction Perfume (DL) - Você é igual a mim

Jaehwan voltou para dentro da casa. Estava encharcado.

Caminhou até o quarto onde Hakyeon estava. Observou o ômega dormindo por um tempo. Depois foi até o banheiro e encheu a banheira com água morna.

Pegou Hakyeon no colo e o levou até o banheiro colocando o ômega na água e banhando cuidadosamente o seu corpo. Queria retirar os vestígios da cera que usaram para extrair o aroma.

Após terminar pegou uma toalha e pegou o menor no colo o levando para o outro quarto e colocando sobre a cama limpa. 

Procurou pelas roupas do moreno e as pegou no armário. Vestiu Hakyeon e também pegou uma troca de roupa para si mesmo. Precisava trocar as suas que ainda estavam molhadas pela chuva.

Tomou um banho breve e se trocou.

Voltou ao quarto e se abaixou ao lado da cama onde o ômega dormia profundamente. O cheiro de Hakyeon ainda estava bem mais forte do que o normal.

Segurou a mão do rapaz adormecido e deu um breve selar nas costas da mão do ômega. Parou sentindo o aroma e inspirando profundamente. Soltou a mão do menor e saiu do quarto. 

Parou na sala de estar e ficou olhando a chuva que ainda caía do lado de fora.  

Enquanto observava a chuva diminuir escutava em sua mente as últimas palavras que o pai dirigira a ele: “Você é igual a mim”...

-Será... Que eu sou mesmo? 

Wonsik

 

Quando chegaram ao litoral a chuva já tinha diminuído bastante. Wonsik quis ir até a casa de praia dos Jung, mas o segurança não os deixou entrar na residência.

Foram até a delegacia local esperar alguma novidade.

Quando a chuva parou por completo e as nuvens começaram a dissipar um helicóptero foi enviado para a localização que Jaehwan havia enviado mais cedo. Ainda não queriam enviar um barco por que a maré ainda estava muito agitada.

Depois de um tempo o piloto deu notícias de que encontrou a ilha e podia ver uma grande casa e um pequeno cais, o que confirmava que a localização provavelmente estava correta, mas não havia nenhum local na ilha em que fosse seguro pousar.

O policial que estava na parte de trás desceu por uma corda e verificou a casa. Não demorou para Jaehwan aparecer e contar que Hakyeon estava a salvo, mas que Taekwoon tinha fugido.

Depois de ser informado que havia mais duas pessoas na ilha, mas ninguém estava ferido o policial pediu que esperassem, pois mandariam um barco para o local. 


 

Jaehwan

 

Jaehwan achou que o helicóptero iria ainda procurar ao redor pelo barco em que Taekwoon estava, mas foram embora rapidamente.

 Após os policiais irem embora o beta foi até a pequena casa onde a empregada da casa ainda devia estar esperando.

Ao entrar encontrou Yoongi conversando com a senhora. Os dois ficaram em silêncio quando perceberam a presença do beta. 

Jaehwan pensou consigo mesmo que deveria ter chegado mais discretamente para conseguir ouvir o que os dois diziam apesar de ter certeza que era algum assunto irrelevante. Provavelmente falavam sobre banalidades.

 

-Eu quero falar com você um instante. –Disse apontando para o alfa que se levantou e o seguiu para fora da casa.

Quando estavam longe o suficiente para que a senhora não ouvisse o beta se virou para Yoongi.

-A polícia está vindo pra cá de barco. Nós precisamos estar em acordo sobre o que vamos dizer para não cairmos em contradição.

-E o que vamos dizer? Que você deixou seu pai fugir no barco sem querer? –Falou irônico.

-Vamos apenas dizer que ele estava armado e nós não tivemos escolha. Da mesma forma que você dirá que foi ameaçado pelo meu pai desde o início e por medo aceitou trabalhar pra ele. Dessa forma com o advogado que vou pagar pra você tenho certeza que pegará uma pena leve, talvez até mesmo consiga escapar da condenação através de fiança.

-Como se eu tivesse grana para pagar uma fiança.

-Pensaremos nisso depois.

-E o meu irmão?

-Não se preocupe eu já cuidei disso. Quando você voltar para casa seu irmão estará lá são e salvo.

-Acho bom. Se algo acontecer com ele eu vou abrir a boca, não irei me importar em me dar mal contanto que você se ferre também.

-Achei comovente... –Fingiu secar uma lágrima. –Agora chega dessa conversa idiota que em breve eles estarão aqui. Vamos apenas alinhar mais alguns detalhe sobre o que iremos dizer...


 

Wonsik

 

Quando o helicóptero retornou todos estavam ansiosos por notícias. 

Wonsik ficou aliviado em saber que Hakyeon e Jaehwan estavam bem e logo seriam trazidos de volta, mas saber que o pai tinha conseguido fugir o deixou furioso.

-E vocês não vão procurar a porcaria do barco? Ele não pode fugir assim.

-Infelizmente vai ser muito difícil encontrarmos qualquer pista sobre o paradeiro dele. Quando estivemos na ilha ele já tinha partido há muitas horas e sem saber que direção seguir apenas perderíamos tempo procurando. Além disso deve escurecer em breve o que torna a busca ainda mais complicada.

-Merda...

 

***

 

Demorou ainda algumas horas para o barco buscar os quatro e retornar ao cais. Já havia escurecido quando chegaram.

 Yoongi, Jaehwan e a senhora Kim foram levados até a delegacia. Já Hakyeon foi encaminhado ao hospital. Ele havia despertado ainda no barco durante o caminho da volta, mas era notável que ainda estava sob o efeito de algum forte sedativo, pois a maioria das suas respostas não fazia sentido. Ele sequer parecia saber onde estava.

Wonsik e Hoseok foram seguindo a ambulância até o hospital. Já Amber e Kris permaneceram na delegacia, pois a alfa queria saber se Jaehwan tinha alguma informação sobre o paradeiro dos seus irmãos. A fuga do Jung a deixou ainda mais preocupada. Sem saber o paradeiro de Taekwoon ficaria difícil ter alguma pista.


 

***

 

Hakyeon estava se sentindo confuso. Só estava sendo levado de um lado para outro por desconhecidos e sempre lhe faziam muitas perguntas que não sabia responder. 

O ômega fez vários exames e os médicos afirmaram que estava tudo bem e que o efeito do sedativo devia passar em algumas horas, mas seria bom que passasse o restante da noite no hospital para ficar em observação.

Hoseok e Wonsik foram liberados para fazer uma breve visita ao rapaz. 

O alfa relutou, mas aceitou usar uma cadeira de rodas do hospital para poder se locomover no ambiente. Era isso ou ser carregado no colo então escolheu a primeira opção.

Hakyeon estava dormindo quando entraram, mas parecia bastante agitado. Wonsik se aproximou empurrando a cadeira com um pouco de dificuldade. 

-Se você precisar de mim estarei lá fora Wonsik. –Hoseok falou e saiu. 

 

Hakyeon começou a resmungar durante o sonho, mas não dizia palavras que fizessem algum sentido.

Wonsik reparou que as mãos do ômega tremiam e pensou em segurar as mãos do irmão, mas antes que a alcançasse Hakyeon despertou assustado e olhou ao redor.

-Wonsik...

Hakyeon observou atentamente o alfa e reparou que o mesmo estava sentado em uma cadeira de rodas.

Sentou na cama de repente e sentiu uma leve tontura pelo movimento brusco. Levou uma das mãos á cabeça tentando se lembrar de tudo o que tinha acontecido, mas algumas partes das suas lembranças estavam nubladas e confusas.

Olhou para o alfa novamente.

-O que foi? Vai ficar só olhando pra minha cara sem falar nada? -O alfa exclamou irritado. 

Hakyeon sorriu levemente. O mau humor do irmão caçula era algo tão familiar que chegava a lhe trazer uma sensação de conforto.

-É bom te ver bem Wonsik.

-O que você define como estar bem? Eu estou na porra de uma cadeira de rodas.

-Mas você está vivo e está acordado. Eu esperei você acordar por um bom tempo. Tive medo de não poder falar com você de novo.

-Eu também... Fiquei com medo de não te ver de novo... –Wonsik falou baixinho.

-O que disse?

-Nada. 

-Wonsik... O que foi que aconteceu? Por que eu estou em um hospital?

-Eu não sou bom em explicar as coisas. Daqui a pouco o Jaehwan vai estar aqui e ele vai saber te falar melhor. Eu... Vou indo, já estamos fora do horário de visitas e tenho que ser rápido. Vê se dorme e não fica pensando demais.

-Vou tentar... Você vai voltar amanhã?

-Vou pensar no seu caso. –Falou querendo parecer irritado, mas Hakyeon riu e voltou a deitar.

O alfa chamou Hoseok para ajuda-lo a sair do quarto. O enfermeiro cumprimentou Hakyeon sorridente e saiu com o alfa em seguida.

Hakyeon voltou a dormir.

 

****

 

Jaehwan foi liberado da delegacia após um longo e entediante interrogatório. O beta permaneceu tranquilo durante todo o tempo, diferente dos outros dois interrogados.

Assim que foi liberado Jaehwan ligou para um advogado e pediu que viesse o quanto antes a delegacia. Ele sabia que não teria nenhum problema com a polícia, mas provavelmente Yoongi poderia acabar se atrapalhando e prejudicando a si mesmo e a Jaehwan se falasse mais do que devia. Então precisava garantir que o outro sairia dali sem maiores problemas.

 

Deixou o advogado responsável por cuidar do caso do piloto do barco e decidiu ir embora. Assim que saiu da porta Amber se aproximou.

 -Jaehwan, certo?

-Sim... E você?

-Meu nome é Amber. Eu queria saber se você tem alguma informação sobre o paradeiro do Hyuk ou do Hongbin.

-Eu não faço ideia. Sei que o meu irmão Hakyeon esteve com eles antes disso tudo acontecer... Talvez ele saiba de alguma coisa. 

-O Hakyeon não me parece em condições de ajudar. Talvez quando ele for liberado do hospital. 

-Infelizmente eu também não posso ajudar.

-Talvez você possa. Eu tenho uma grande suspeita de que seu pai tem algo a ver com o desaparecimento dos dois e isso também está relacionado com o sequestro do seu irmão.

-Por que meu pai faria algo com eles? 

-Por que os dois estavam tentando proteger Hakyeon, você sabe disso.

-Afinal quem é você?

-Eu já te disse meu nome.

-Seu nome não me interessa. Quero entender o que você tem a ver com essa história.

-Eu sou amiga do Hyuk e do Hongbin e estou realmente preocupada. Os dois sumiram e a última vez que falei com Hyuk ele estava indo atrás do seu pai pra tentar resgatar Hakyeon. Não seria óbvio que seu pai teria dado um jeito de sumir com ele? Como você foi até a ilha e falou com ele eu pensei que talvez pudesse ter visto ou ouvido algo. 

-Entendo. Vou tentar me lembrar melhor. 

-Se lembrar de algo que possa ajudar, por favor, me avise. 

-Pode deixar.

 

Amber se afastou e Jaehwan chamou um taxi indo direto para a casa de praia do pai.

-Espero que essa alfa não me cause problemas. –Falou consigo mesmo olhando pela janela do veículo.

 

Jaehwan  chegou na casa e foi se deitar um pouco. Ainda era madrugada e precisava descansar depois de tantos acontecimentos. 

Dormiu por apenas duas horas. Assim que se levantou tomou um banho para despertar.

Verificou se todas as portas e janelas estavam trancadas e fechou as cortinas. Faltava pouco para amanhecer.

Desligou a câmera da sala de estar e retirou o tapete. Já tinha a senha em sua mente. Como eram apenas quatro números não foi difícil decorar.

Desceu as escadas e fechou a porta novamente. Também tinha tomado o cuidado de colocar os livros de volta no lugar para esconder o painel depois de ter digitado a senha. Dessa forma se alguém entrasse na sala de estar a única coisa que veria era o tapete fora do lugar e  se olhasse com muita atenção talvez alguém fosse capaz de identificar o contorno do alçapão, mas ainda assim era uma possibilidade remota.

O beta abriu primeiro a porta do laboratório e pegou de lá duas seringas e sedativos. Provavelmente os dois alfas já estariam acordados.

Abriu a porta da sala onde os dois rapazes estavam presos e aguardou alguns minutos antes de entrar. 

Entrou devagar sem acender nenhuma luz e foi derrubado de repente, logo em seguida levou um soco. Já estava com a seringa na mão e mesmo sem conseguir pensar direito apenas agarrou braço do maior aplicando a injeção. 

Com a iluminação apenas vindo da porta que dava para o corredor era difícil enxergar direito, mas sabia que se tratava de Hyuk.

Jaehwan conseguiu se defender do próximo soco e derrubou o alfa no chão se levantando em seguida.

O jovem alfa ainda tentou correr para fora da sala, mas seus passos vacilavam. Assim que alcançou a porta acabou caindo de joelhos já sentindo o efeito do remédio.

Jaehwan pegou a segunda seringa e viu que Hongbin ainda estava preso. O alfa mais velho estava algemado a uma coluna de concreto com as mãos para trás o que tornava impossível escapar sem a chave ou ao menos alguma ferramenta para arrebentar a algema.

O beta ia aplicar os sedativo, mas reparou que Hongbin já estava fraco demais por passar tanto tempo naquele porão sem água ou comida. Sequer teve alguma reação com a aproximação de Jaehwan.

Resolveu deixa-lo daquele jeito mesmo e fez uma nota mental de que deveria voltar ali mais tarde para dar alguma coisa para o rapaz comer ou ele poderia acabar morrendo e não era isso que Jaehwan queria... pelo menos não ainda.

O beta caminhou até a porta. Hyuk ja estava caido no chão desacordado. Arrastou o maior até a frente da porta do laboratório. Fechou a porta da sala onde estava Hongbin novamente e abriu a outra. Levou Hyuk pra dentro com um pouco de dificuldade.

O colocou deitado no centro da pequena sala sobre o tapete e começou a despir o alfa.

Segurou o pulso de Hyuk com delicadeza observando as feridas e marcas que as cordas provocaram.

-Você realmente se empenhou em se soltar. Não deve ter sido fácil. Eu admiro a sua persistência Hyuk. Cada detalhe em você te torna ainda mais interessante, sabia?

Terminou de tirar toda a roupa do alfa e ficou algum tempo admirando os detalhes daquele corpo que achava tão belo.

-Eu sabia que conseguiria ter você pra mim Hyuk. Eu te disse que sempre consigo o que eu quero de um jeito ou de outro....

Se aproximou e inalou o aroma no pescoço do maior. O cheiro não estava tão puro, talvez por conta do suor.

Jaehwan fechou tudo e buscou no andar de cima água morna, sabonete e algumas toalhas. Queria deixar o corpo do alfa limpo para que pudesse extrair a maior quantidade possível de aroma da sua pele.

Olhou pela janela antes de descer novamente, o sol já estava nascendo.


 

***

Hakyeon acordou quando sentiu a claridade entrando pela janela. Por alguns instantes se sentiu confuso e assustado sem saber onde estava, mas aos poucos foi se lembrando. 

Uma enfermeira entrou no quarto e lhe fez muitas perguntas. Desta vez conseguiu responder quase tudo sem ficar confuso ou disperso. Ela sorriu e disse que o médico logo viria para dar a sua alta.

Pouco tempo depois o médico entrou e repetiu algumas perguntas. O medico pediu que fizesse mais alguns exames e assim que saíssem o resultado poderia ir para casa. Nesse momento Hakyeon sentiu um frio correr pela espinha. Ser liberado do hospital significava ir para casa e infelizmente a sua casa era o lugar que mais temia no mundo.

Antes de fazer os exames recebeu mais uma vez a visita de Wonsik e Hoseok no quarto. Os dois ficaram felizes em ver que Hakyeon já estava desperto e se lembrando de quase tudo.

Wonsik lhe explicou sobre a fuga do pai e Hakyeoin sentiu novamente um calafrio. E se Taekwoon voltasse para ir atrás dele? Preferia morrer a ter que encarar o alfa.

-Hakyeon você está bem? –Hoseok perguntou preocupado vendo o ômega se encolher.

-Se ele fugiu... Ele pode voltar não é? -Sentiu seu estomago embrulhar só de pensar na possibilidade de ter que vê-lo de novo.

-Ele não vai voltar. -Wonsik falou. -A polícia vai prendê-lo se ele colocar os pés nesse país de novo. Ele não é burro. Com certeza fugiu para algum país distante e não vai mais dar as caras por aqui.

-Você tem certeza?

-Eu prometo Hakyeon que ele nunca mais vai chegar perto de você. -O alfa falou segurando a mão do mais velho.

Hakyeon apertou a mão do irmão com força. Apesar do seu medo, queria muito acreditar que Wonsik estava certo.


 

*****

 

Jaehwan procurou o segurança e ordenou que ninguém entrasse na casa sem a sua prévia autorização, nem mesmo os empregados. Também os instruiu a dizer que não havia ninguém na casa, caso viessem procura-lo.

Depois de alguns minutos desceu novamente até laboratório.

Limpou o corpo do alfa com cuidado quase em adoração. Sentia como se estivesse realizando um ritual. O aroma que exalava da pele do maior o deixava embriagado.

Enquanto executava sua tarefa com calma e delicadeza podia entender o que fez seu pai manter Hakyeon sob seu controle por tanto tempo. O aroma da pele de Hyuk chegava a ser viciante para si assim como o aroma do ômega deveria ser para o pai.

Após terminar de limpar o corpo do alfa o secou com uma toalha macia e foi preparar a cera para fazer a enfleurage*. No laboratório encontrou todos os materiais que precisava para fazer o processo. Ficou questionando se Taekwoon teria feito isso com Hakyeon muitas vezes para ter tudo ali preparado. 

Fez todo o processo com calma e atenção. Passou a cera em todo o corpo do jovem e envolveu com a faixa para manter a cera em contato com a pele.

Agora teria que esperar algumas horas.

Não sabia durante quanto tempo o alfa iria dormir, pois não fazia ideia de qual era dosagem do sedativo contida em cada ampola. Esperava que o remédio fizesse o maior dormir por pelo menos cinco horas para poder fazer tudo com calma.

O deixou ali e trancou novamente a sala. Iria verificar a cada uma hora para. Queria fazer alguns testes para saber de qual parte do corpo era capaz de extrair uma maior quantia de essência e se uma hora de intervalo faria diferença na quantia final do produto.

Tinha muitos testes em mente. Precisaria cuidar da saúde de Hongbin também para poder usar o alfa mais velho nos seus estudos, assim conseguiria resultado muito mais rápido.

 

Subiu até a cozinha e pegou uma garrafa de água e um sanduíche. Depois teria que arrumar alimentos melhores, mas era o que tinha disponível no momento.

Pensou se deveria ou não vendar Hongbin para que não soubesse que era ele, mas decidiu que não se importava em se revelar ao alfa afinal ele não iria sobreviver para contar nada a ninguém.

Entrou na sala e se baixou perto do alfa que parecia adormecido. Sacudiu seus ombros e ele resmungou baixo.

Levantou a cabeça de Hongbin e lhe ofereceu a água. O rapaz bebeu  a garrafa inteira de uma vez. Estava literalmente quase morrendo de sede.

O beta lhe ofereceu o sanduíche, mas o rapaz virou o rosto.

-Escuta aqui. Se você não comer vai acabar morrendo.

Hongbin ergueu a cabeça com dificuldade e encarou o beta.

-Onde está o Hyuk?

-Ele está em outra sala aqui ao lado, mas não se preocupe ele está bem. Agora coma logo que eu não tenho o dia inteiro.

-Por que você está mantendo a gente aqui? Isso é coisa do deu pai? Você se juntou a ele?

-Por que meu pai teria interesse em manter você e o Hyuk presos?

-Você deve saber a história. Hyuk me contou que você estava desconfiado sobre nós.

-Eu sei uma parte da história, mas na verdade o passado não me interessa. O que me interessa é o presente e agora eu preciso que você coma logo essa porra desse sanduíche.

-Eu não vou comer essa porcaria. Não sei o que vocês querem com a gente, mas eu prefiro morrer de fome a virar uma marionete do Jung. 

-Você quer mesmo saber o que eu quero? Você vai ser meu rato de laboratório. Vou fazer alguns testes usando o seu corpo, mas não se preocupe eu não vou machucar você... Basta colaborar comigo.

-Eu não tenho medo de você. Pode me matar e usar o meu cadáver para sua experiência idiota, mas enquanto eu tiver forças você não vai conseguir nada de mim.

-É mesmo? Que pena... Então eu vou ter que usar o Hyuk nos meus experimentos.

-Se você fizer alguma coisa com meu irmão eu te mato.

Hongbin tentou puxar seus braços e soltar as algemas mesmo sabendo que era um esforço inútil afinal já tinha tentando se soltar muitas vezes desde que acordara sem qualquer sucesso.

-Quero ver você me matar na condição em que se encontra. Mesmo que não estivesse preso eu conseguiria te derrubar com um sopro do jeito que está fraco.

Hongbin parou de se debater sentindo a cabeça rodar. Já estava sem forças e a agitação o deixou tonto.

Jaehwan se aproximou novamente com o lanche.

-Coma e colabore comigo e então eu não vou precisar fazer nada com o Hyuk, mas se você morrer será ele que irei usar em todas as minhas experiências entendeu? -Hongbin mordeu o sanduíche e começou a comer. -Bom garoto.

 

Depois que o alfa terminou de comer Jaehwan saiu e trancou a sala novamente. O beta sorriu, tinha ficado satisfeito em saber que o aroma do alfa tinha aumentando quando ele estava com raiva. Os sentimentos fortes podiam alterar o aroma e torná-lo mais intenso. Se pudesse fazer a extração com o alfa acordado talvez fosse possível uma maior quantia de essência fazendo o jovem sentir raiva ou medo. Estava empolgado para realizar as inúmeras possibilidades.

Também ficou feliz em saber que poderia facilmente manipular Hongbin para lhe obedecer, bastava prosseguir com as ameaças ao irmão mais jovem. Provavelmente Hyuk agiria da mesma forma se deixando usar para proteger Hongbin.

 ‘É incrível como esse patético instinto fraternal pode nos tornar vulneráveis. –Pensou consigo mesmo parado no corredor. -Com esses dois nas minhas mãos eu vou aprimorar o trabalho com as essências e vou conseguir o melhor perfume de todos. ‘

Jaehwan subiu e foi até a cozinha comer algo também. Viu pela janela que o tempo estava fechando, provavelmente teriam mais uma tempestade naquele dia.

Estava observando as nuvens através da janela e parou olhando o próprio reflexo no vidro.

‘Você estava certo em dizer que seu império vai continuar... Pai.’

 

*Enfleurage (Técnica de origem francesa que utiliza gordura para extrair o aroma de flores delicadas como rosas e lírios. No processo original são necessários quilos de pétalas que são substituídas ao longo dos dias. A enfleurage na realidade demora semanas para ser concluída.)

 

****

 

Hakyeon foi liberado do hospital, mas não queria voltar para casa. Foram até a casa de praia procurar por Jaehwan, mas os seguranças disseram que não havia ninguém na casa e não os deixaram entrar.

Era muito estranho que o beta tivesse voltado pra casa sem nem mesmo avisar. Quando estavam indo embora encontraram Amber e Kris que também estavam à procura do beta.

Hakyeon e Amber ficaram se encarando por um longo tempo em silêncio. A alfa sabia que o rapaz devia estar tentando se lembrar do passado.

Uma chuva fina começou a cair mas nenhum dos dois se moveu. Hakyeon sentia como se um furacão estivesse passando em sua mente. Diversas lembranças se confundiam com sons assustadores de uma tempestade.

Um forte relâmpago seguido do som do trovão fez com que o ômega despertasse de seu devaneio e todos se apressaram em sair dali.

Wonsik sequer tinha descido do carro e Hoseok já tinha entrado no lugar do motorista. Hakyeon se sentou no banco do passageiro na frente e Amber e Kris se sentaram no bando de trás ao lado de Wonsik que reclamou pelos dois estarem molhados.

A chuva começou a engrossar. Hakyeon se virou olhando para trás e encarando Amber novamente.

-Você consegue se lembrar de mim Hakyeon?

-Você... Apareceu nos meus sonhos muitas vezes. Estava tentando me ajudar a escapar do incêndio. Eu tenho essa lembrança muito viva em minha mente. Eu sinto como se eu tivesse mais coisas para lembrar, mas... eu... não consigo... 

Sua cabeça estava começando a doer de tanto tentar forçar sua mente a se lembrar.

-Você não precisa se lembrar de tudo agora Hakyeon. Não se esforce demais. Eu tenho certeza que quando conversarmos melhor e eu te contar sobre o passado tudo vai fazer mais sentido na sua cabeça, mas existem muitas lacunas que apenas você será capaz de preencher.

-Eu queria poder me lembrar, mas minhas memórias são cheias de espaços em branco. Existem fases da minha vida que parece que simplesmente foram apagadas.

-Não tenha pressa... Na verdade existem coisas que seria melhor simplesmente esquecer... Talvez se eu tivesse aprendido a esquecer do passado, eu não teria alimentado o rancor no Hongbin e no Hyuk. Talvez se eu os tivesse deixado esquecer os dois poderiam ter vivido uma infância mais normal e estariam bem agora...

-Como assim estariam bem agora? O que aconteceu com o Hongbin e o Hyuk?

-Eu não sei. Os dois simplesmente sumiram desde o dia que seu pai levou você. Eu vim até aqui pra conversar de novo com o Jaehwan. Eu acho que ele sabe de alguma coisa, mas não quer contar.

-Essa não... Será que eles estão bem? Será que meu pai fez alguma coisa contra eles?

-A possibilidade de ter sido seu pai que deu um sumiço nos dois é bem grande, mas eu ainda tenho esperança de que eles estejam vivos pelo menos.

-Nós precisamos avisar a polícia que eles sumiram. Precisamos pedir ajuda.

-Não podemos ir até a polícia. 

-Por que não? –Foi Hoseok que fez pergunta um pouco assustado e confuso com a conversa.

-Por que os documentos que nós temos são todos falsos. Nós não existimos de verdade perante a lei. Somos seres invisíveis. Não tem como você declarar o desaparecimento de uma pessoa que não existe não é mesmo?

-Droga... O que faremos?

-Vamos ter que dar um jeito. Eu não vou desistir até encontrar esses dois. –Amber falou com convicção e Hakyeon a encarou.

-Eu também não vou desistir.

 

*****

 

Jaehwan  iniciou os primeiros testes após duas horas. Retirou apenas metade da cera na qual o alfa estava envolvido e não obteve quase nada de óleo essencial. Depois de mais duas horas retirou o restante e ficou satisfeito em descobrir que tinha obtido mais do que o dobro de produto final com essas horas de espera.

No intervalo entre um teste e outro ele alimentou Hongbin novamente e percebeu que o alfa estava recuperando um pouco sua energia. Seus lábios voltaram a ter cor e reagia com ainda mais irritação a cada provocação o que apenas deixava o beta mais animado. Em breve iniciaria os testes com Hongbin também.

Também aproveitou o tempo de espera para pesquisar sobre os produtos químicos que poderia adicionar a cera para tornar o processo mais rápido. Sabia que Taekwoon odiava usar essências artificiais ou mesmo usar processos químicos mais complexos na extração dos óleos essenciais. Para o alfa o processo de extração de um óleo essencial e a criação de um perfume era praticamente uma coisa sagrada. 

Para o beta o processo era encantador e interessante, mas certamente ele não se importava em utilizar os seus conhecimentos para acelerar o resultado mesmo que tivesse que alterar o processo.

O importante era conseguir a maior quantidade de óleo essencial no menor tempo possível. Diferente do pai que queria aqueles aromas especiais apenas para si, Jaehwan estava pensando em realmente lançar uma linha de perfumes de grife com o aroma extraído. Porém ele tinha o problema que sua matéria prima era única no mundo e insubstituível.

O beta limpou o corpo de Hyuk novamente após retirar toda a cera e o vestiu. Prendeu os seus pulsos dessa vez com uma corrente com cadeado, pois sabia que se fosse uma corda o alfa daria um jeito de se soltar.

Se sentou no chão e ficou aguardando Hyuk acordar. 


Notas Finais


Sei que vcs podem não estar gostando muito das mudanças, mas muitas coisas estavam na minha cabeça desse jeito quando eu escrevi lá no começo da história e depois acabou tomando um rumo fora dos meus objetivos e eu não conseguia retomar por isso fiz as alterações. Sim já estava planejado o Jaehwan ser psicopata também eu só não estava conseguindo encaixar isso no final que escrevi primeiro.
Espero que possam continuar lendo pra acompanhar a conclusão dessa história.
Nos vemos em breve.
Obrigada a todo mundo que está acompanhando.
Bjs
❤💜💙💚💛


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