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História Peripécias do destino - Princesa oficial


Escrita por: AndreiaPaz

Notas do Autor


Oi. ^^
Troquei o título, ainda não tenho certeza se deixo esse ou não.🤔 Aceito sugestões. 😊

Capítulo 9 - Princesa oficial


■■■

Eu sabia que minha vida mudaria. Só não imaginava que seria tão drasticamente logo de cara. Ao que parece a minha aparente “falta de classe” é um problema de nível nacional, uma vez que ganhei duas assistentes, uma para me ajudar a lidar com a administração e outra para “me ensinar a me portar como uma princesa”, partindo do pressuposto de que tecnicamente eu já nasci uma princesa, não acho que isso seja tão importante assim, mas não teve argumento que convencesse minha mãe a me deixar ser eu mesma.

 — Não consigo respirar! — Protesto enquanto Lucy aperta cada vez mais o meu espartilho.

— Se vossa alteza tivesse seguido a dieta solicitada estaria sendo mais fácil. — Ela responde.

— Você está linda, filha. Deixe para respirar depois das fotos, quero guardá-las de recordação.

Mamãe responde por videochamada. Sua imagem já estava na tela a quase duas horas me dando ordens.

— Vão ficar ótimas para serem usadas no meu enterro. — Reclamo calçando meus sapatos tão desconfortáveis quanto o meu pomposo e super apertado na cintura, vestido azul.

— Oh, não seja dramática. Eu estou viva e linda até hoje. — Mamãe responde ajeitando os cabelos e esbanjando seu charme real.

— A senhora quer mesmo comparar?

— Psiu. Vai tirar a foto oficial e pronto. Vejo você depois, querida.

Sra. Magda Singer responde acenando e encerrando a transmissão.

— Estás linda, alteza. — Lucy me conforta.

— Estou parecendo uma árvore de Natal.

Respondo olhando meu reflexo no espelho. Além de ter que me vestir como a realeza, eu teria que me portar como a realeza, meus pais estavam convictos que em breve recuperaríamos o que pertence a nós por direito, por isso tanta cobrança. Imagino até quando eu vou conseguir suportar tanta etiqueta.

— Um nobre e imponente pinheiro, eu diria, alteza.

Ela responde fazendo uma teatral reverência.

         Olho para os diversos quadros expostos no estúdio de filmagem. Ali tinha as fotos de todas as princesas da corte, até mesmo as da parte esquecida da corte. A ideia é que eu me inspirasse em uma delas para ter ideia de como posar para minha própria foto. Primeiramente olho para a fotografia de minha mãe. Seu vestido era bem similar ao meu, só que um pouco mais delicado, de um belo tom de violeta. Seu olhar fixo transmitia calma e serenidade, as mãos cruzadas de forma que o anel real ficasse bem evidente.

         Ao lado dela estava Amberly, fui informada de que a foto dela foi tirada no dia seguinte após ela ter ganho a seleção. Tenho que admitir que apesar de tudo, ela tem a graça que uma princesa deve possuir. Os cabelos escuros haviam sido trançados e a coroa lhe caia tão bem que não seria nada difícil supor que ela nascera em berço real, o que não é o caso, mas desinformados certamente chegariam a essa conclusão. Segurava uma rosa vermelha e sorria como se fosse o dia mais feliz de sua vida. Ao contrário dela, para mim está sendo uma chatice sem procedentes.

         A foto que mais me chamou a atenção foi a de Abby, ela segurava um passarinho nos dedos, acho que quis imitar a Branca de Neve, mas não deu muito certo. Seu olhar decidido não combinava com a imagem suave que ela tentava transmitir.

— Já sei, eu quero um passarinho. — Brinco.

— Mas estamos no fundo do mar, alteza. — O fotógrafo comenta sem entender a piada.

— Então dê-me um peixe. Quero impactar, Abby tem um pássaro, Amberly uma rosa, por que eu não posso ter um peixe?

Lucy sorri enquanto sento-me no trono para tirar a bendita foto. Ao invés de pássaros ou rosas, levei comigo a Constituição, digamos que eu não seja uma pessoa lá muito romântica...

Pierre, o fotógrafo, leva seu trabalho tão a sério que a minha menção de algo ridículo como um peixe em uma foto oficial lhe parecia vexatória.

— Se a senhorita segurasse uma rosa seria mais interessante. — Ele sugere quando um assistente dele o entrega um buquê de rosas.

— Prefiro não, deixemos Amberly ter sua exclusividade.

Respondo pronta para tirar de uma vez o bendito retrato e poder fazer algo mais útil do que desfilar por aí com um vestido apertado.

— Alteza, a senhorita tem uma ligação importantíssima. — Michele, minha assiste administrativa comenta fazendo Pierre ficar vermelho de raiva por sua intromissão ao seu “magnífico trabalho”.

— Vamos adiar a foto, Pierre. Desculpe. — Respondo levantando-me.

— Mas alteza...

Ele protesta.

— A Terra não vai parar de girar por causa de uma foto minha, já a base pode explodir se eu não der a devida atenção a ela.

Respondo vendo o ponderar. Provavelmente concluindo que ele é importante demais para morrer afogado.

■■■

         Fiz o mesmo cálculo dezenas de vezes mesmo tendo certeza do resultado, revisei cada uma das fichas, mas, as contas simplesmente não fecham. Dez milhões de dólares simplesmente desapareceram sem deixar rastros. Transfiro os dados do computador para um tablet e decido informar a sua alteza real, vulgo, doutora ensandecida.

         Ainda não me acostumei com esse lugar, parece um labirinto e é um pouco difícil acertar as salas, até porque eles trocaram três delas do administrativo de lugar alegando problemas técnicos. A princesa não estava em seu escritório, nem em seus aposentos pelo que perguntei. A ruivinha de cabelos flamejantes e autoconfiante em demasia estava andando em círculos tentando equilibrar três livros na cabeça ao som de uma valsa lenta, não consegui deixar de rir vendo essa cena. É muita “graça” para uma princesa só.

— Pisaste no pé de seu acompanhante, alteza? — Pergunto rindo de sua péssima coordenação.

Achei uma coisa que a doutora não sabe fazer com maestria: dançar. America retira os livros da cabeça e vejo em seu olhar que a possibilidade de os arremessar em mim lhe foi tentadora.

— Deveras. Estou à procura de um substituto, o último saiu daqui tão machucado que precisou ser hospitalizado. Habilita-te?

Ela esnoba guardando os livros em uma mesa, noto que os três são dicionários, é provável que tivera aula de oratória antes da de dança.

— Não julgo ser apropriado.

— Preciso tirar uma foto idiota e aprender a dançar valsa direito em menos de três dias, então, diga de uma vez. O que você quer?

Ela pergunta com seu mau humor habitual.

— Informar-lhe que as contas não fecham. Há uma considerável quantia em dinheiro que eu não estou conseguindo localizar. Tens ideia de para onde ela foi?

— Não. Quanto sumiu?

— Dez milhões de dólares.

— O quê?!

 — Olha. — Peço mostrando o tablet a ela.

America digita algo em seu celular.

— Sabe qual é a parte boa de ser a princesa oficial? — Ela pergunta com um sorrisinho de triunfo.

— Diga-me.

— Eu não preciso mais quebrar a cabeça atrás de respostas, jogo a bomba e aguardo os resultados.

— Você não fazia isso antes?

Estranho, afinal ela nasceu princesa, só não era a primeira herdeira.

— Não. Antes eu estava mais para secretária do Hughes. Digamos que eu era a pessoa que tinha que procurar as respostas que ele queria até debaixo das pedras se fosse necessário.

— O outro lado tem suas vantagens. — Comento.

— Algo precisa compensar esse vexame todo que estou passando.

— Vexame?

— Estou no fundo do mar, usando um vestido de gala que mal me deixa respirar, sapatos apertados, tenho que me portar como uma dama e de brinde aprender a dançar, e ainda me virar com a administração. É, acho que isso resume bem.

— Dançar não é tão difícil assim. Você só precisa arrumar um par que consiga te conduzir — comento. — e tentar não deixá-lo aleijado. — Completo rindo da última parte.

— Falar é fácil...

— Não precisa dançar com livros na cabeça, é só levantar o queixo assim — Comento tocando seu queixo, imagino que ela esteja realmente desesperada para se livrar da valsa, pois não reclamou disso. — E mantê-lo nessa altura, sua cabeça não deve ficar mudando de direção, concentre se em seu parceiro e permita ser conduzida.

— Onde você aprendeu isso? — Ela pergunta desconfiada.

— Não faço a menor ideia. Bem, eu tenho que terminar o seu relatório, boa sorte, doutora.

— Espera.

America pede como se estivesse travando uma intensa batalha com seu próprio orgulho.

...


Notas Finais


Gostaram? E agora?😉♥️


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