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História Permanent - Wincest - Separados


Escrita por: Takealookmenow

Notas do Autor


Olá amigos,

Segue mais um capítulo.

Não me xinguem, hein.

Desculpem os erros.

Ótima leitura !!!!

Capítulo 19 - Separados


Fanfic / Fanfiction Permanent - Wincest - Separados

 

Sam acordou com os primeiros vestígios de luz que adentraram entre os restos daquelas paredes e pela inexistência de teto, ainda ao nascer do sol. Sentiu o rubor causado pelo luminosidade que aqueceu, timidamente, sua pele do rosto, tendo batalhado contra o frio congelante da noite, por aquelas poucas horas em que adormeceu inquieto.

Por longos minutos, Sam ficou se esticando, se recuperando aos poucos, do corpo totalmente contraído pelo frio. Depois já sentado, com as pernas cruzadas, detalhou mentalmente a rota que seguiria, para conseguir uma carona, ou mesmo, para prosseguir caminhando pelo máximo de tempo que conseguisse, sem que fosse notado na beira da estrada, onde certamente, seria procurado por Dean, já que da última vez, ele o alcançou facilmente,  após ter tomado um ônibus da rodoviária. Assim, presumiu que Dean o procuraria por aquela via principal de saída da cidade, e, lhe restava seguir o caminho por entre os terrenos acidentados que margeavam a via, para não ser avistado no asfalto, e, ainda ter a possiblidade de se esconder, caso avistasse o Impala ou a caminhonete de John.

Sam pensou um pouco em Dean, se ele realmente estaria sofrendo com sua ausência, mas não se arrependeu de tudo que tinha feito, e muito menos de estar partindo. Aquele era o mal que o faria sofrer muito, mas era necessário, para que Dean tivesse uma vida de verdade, junto de quem ele tinha escolhido.

Sam se levantou com o corpo pesado e dolorido, por ter se encolhido por tanto tempo devido ao frio, se assustou com sua imagem refletida num caco de espelho sobrevivente, encostado em um pedaço de parede. Sua triste aparência era desgastada e enfraquecida, de olhos inchados, com bolsas quase negras abaixo dos cílios, seu cabelo estava embaraçado, em meio aos fios finos e lisos, sua pele estava muito pálida e sem vida, em contrapartida, à sua lembrança de Dean, no semblante dele, tão perfeito, tão lindo, ao ser deixado dormindo sereno, com as orbes verdes fechadas, destacando os cílios longos e as linhas bem marcadas dos lábios desenhados. Esfregou os olhos, espantando o pensamento em Dean, sentindo que lágrimas estavam ameaçando a se formarem novamente.

Não havia esperança de Sam encontrar qualquer carona, não na primeira hora que passou caminhando por entre os arbustos e árvores da beira da estrada, sempre atento nos escassos veículos que apareciam na mesma, que não dariam carona a um andarilho de toda forma. Porém, antes das sete horas da manhã, enfim, se sentiu sortudo ao se deparar com um posto de gasolina, sem nenhuma lojinha de conveniência, mas com uma pessoa como atendente de caixa, envolta em uma cabine de concreto. Era um homem, aparentemente, mal humorado, que cobrava pelo abastecimento feito nas duas bombas de combustível. Sam agradeceu quando o homem lhe indicou para uma carona providencial, o que não demorou mais do que poucos minutos para conseguir, em um grande caminhão, que voltava de um transporte de escoamento de carga de trigo, plantio predominante no Estado de Idaho, para onde o caminhão estava seguindo. Com isso, parando em Idaho, ficava faltando Sam cruzar somente o Estado de Montana, para chegar em Dakota do Sul, e depois a cidade de Sioux Falls, onde Bobby tinha seu ferro velho amado.

O motorista do caminhão era um jovem e animado fazendeiro, que fez amizade com Sam facilmente, sempre muito falante e simpático, e logo, arrumou uma segunda carona para Sam, em seu intercâmbio pelo rádio com outros companheiros das estradas, em um segundo caminhão de grande porte, dirigido por um senhor, que mais parecia alguém saído de Woodstock, mais um hippie perdido no mundo, que levou Sam de Idaho direto para Dakota do Sul, na cidade de Sioux Falls, a cidade de Bobby e a mais populosa do Estado. Sam nem se importou em passar quase três dias nas estradas, praticamente sem dormir e se alimentando precariamente, contudo, aliviado pela sorte que teve em sua locomoção, e por ter encontrado boas pessoas que o ajudaram sem questionamentos.

Sam caminhou por algumas horas, depois que sua carona o deixou no centro da cidade, e, finalmente, sorriu ao avistar o letreiro enferrujado e capenga do Ferro Velho de Bobby, ainda faltando uns bons cinquenta metros para chegar ao terreno, que já valia cada minuto daquele longo trajeto.

Bobby abriu o imenso portão de ferro preso as grades que separavam sua extensa propriedade das terras em volta, para receber Sam, que tinha passado alguns minutos batendo palmas afoitas para ser ouvido pelo velho caçador, na casa localizada mais ao fundo do terreno. Bobby deu seu melhor sorriso por trás da barba comprida e dos olhos escondidos pelo boné velho e esfarrapado, assim que avistou Sam, e manteve o mesmo sorriso até estar frente a frente com seu garoto.

Sam não se segurou nem um segundo, quando Bobby finalmente abriu o portão, e praticamente, se jogou contra Bobby, em seus braços ainda firmes, num abraço desesperado e, ao mesmo tempo, reconfortante. Bobby deixou o mais novo se agarrar a ele, e chorar em seu ombro, soluçando alto e engasgado, o apertando de saudade e compaixão pelo estado lastimável que Sam se encontrava, em todos os sentidos.

Bobby: Tudo bem, meu filho, vai ficar tudo bem agora....(Fez carinho nas costas de Sam, o aconchegando para o confortar em seu abraço acolhedor)....ninguém vai te importunar aqui....eu estou do seu lado, viu.....(Afastou o abraço, passou as mãos no cabelo de Sam, vendo grossas lágrimas mancharem o rosto empoeirado dele).

Bobby sentiu o aperto no seu coração, deixando suas próprias lágrimas molharem seu rosto envelhecido, e, puxou Sam pela nuca e enterrou seu rosto no ombro de Sam, mesmo sendo mais alto que ele. Bobby sentiu em si mesmo o sofrimento, daquele que considerava seu filho, engolindo mais lágrimas ao constatar, o cheiro inconfundível de óleo diesel de viajantes que vinha de Sam, típico da vida de caçador, da vida difícil que Sam sempre teve. Esperou o garoto se acalmar, para o levar tranquilamente por entre as carcaças de carros de seu terreno até a sua casa enorme de dois andares, mal conservada e de aspecto velho, com invasão de hera nas paredes por todo lado, tapando a tinta acinzentada de outrora, mas pronta para receber Sam.

Bobby: (Abraçou Sam novamente assim que passaram pela porta de entrada).....Sammy, fique o tempo que quiser.....essa é sua casa também......você está protegido aqui.....filho...(Afastou do abraço e puxou Sam para a cozinha, para o obrigar a comer alguma coisa).

Sam: (Fungou).....Obrigado, Bobby....muito obrigado.....(Beijou a cabeça do mais velho e se sentou a mesa, com Bobby já remexendo em algumas panelas, um tanto sem jeito e tímido pelo momento emotivo entre eles, que fez Sam sorrir aliviado).

 

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Dean suspirou pesado após acordar sem nem sequer perceber que tinha dormido com a cabeça encostada no volante e seus braços em volta do mesmo, já dormentes, e, com vincos marcados do volante em seu rosto. Uma semana sem Sam, e Dean forçava sua mente para se lembrar até mesmo onde estava.

Dean se remexeu incomodado pela dor no corpo, por dormir daquele mesmo modo por dias. Tentou sair do carro, mas tropeçou nas duas garrafas de uísque a seus pés. Pegou seu celular no banco do carona, verificando que mais uma vez, haviam chamadas de Lisa e de seu pai, mas nada de Sam, nem de qualquer número desconhecido que pudesse ter sido usado por Sam.

A resposta negativa ao seu pedido de ajuda para Bobby, tinha impulsionado Dean a se utilizar de velhos contatos entre os caçadores para localizar o último sinal do celular de Sam, o encontrando abandonado, jogado por alguém desinteressado nele, semi enterrado no chão de areia embaixo dos balanços enferrujados, em um velho parquinho de crianças perto da casa de Lisa. Isso quase 48 horas depois do sumiço de Sam, o que de nada adiantava a informação, pois Sam já estaria muito longe nesse imenso intervalo de tempo, já tinha tido tempo suficiente para cruzar alguns Estados, como bem sabia Dean, que chorou agarrado ao celular de Sam, sendo observado como se fosse um louco, por crianças e seus pais que estavam no local.

A mente de Dean não processava nada que não fosse sua busca desenfreada por Sam, desde que percebeu sua ausência no trailer. Dean atendia algumas ligações de Lisa, somente para saber se o seu filho estava bem, dentro do ventre da mulher, que a cada dia se mostrava mais implicante com sua determinação em encontrar Sam, obrigando Dean a escolher os momentos para atender as ligações dela, e em contrapartida, Dean não atendia nenhuma ligação de John, por querer ocultar a partida de Sam, enquanto tivesse esperanças de o encontrar.

O Impala fedia a álcool derramado em algum lugar no carpete, no meio das noitadas em companhia do asfalto. A bebida, diferente do que poderia causar em seu organismo, trazia a Dean, alívio para as dores físicas, e, também o incentivavam a ultrapassar seus próprios limites, superando a necessidade de dormir ou de se alimentar, podendo render por muito mais horas dirigindo de cidade em cidade, cruzando Estados vizinhos, atrás de Sam.

Muitas vezes, Dean pensou em pedir ajuda novamente a Bobby e até em ir na casa do velho amigo, para saber o que o tinha levado a dizer aquelas palavras para ele, mas ao mesmo tempo, chegava a conclusão que se fosse até Bobby, perderia tempo na busca por Sam, que não iria se refugiar na casa de Bobby, por saber que seria o primeiro lugar, ao qual Dean o procuraria, e ainda, seria o primeiro a quem John iria visitar, assim que soubesse do mais novo.

Dean sofreu pela inteligência e perspicácia de Sam, que dessa vez não cometeu o erro de ficar com o celular e ser rastreado, e muito menos, o erro de pegar qualquer ônibus em rodoviária, na qual Dean passou dois dias inteiros olhando todas as gravações possíveis, sem nenhuma visualização de Sam, para onde quer que fosse que ele tivesse ido. Sam tinha, claramente, pego carona, o que era praticamente impossível de descobrir o trajeto feito, e, continuar seguindo o rastro de alguém, e quanto maior fosse o trajeto percorrido, era mais rara ainda a chance de descobrir, ou, se fosse carona dada por caminhão, porque eram cargas que cortavam o país, seguindo em todas as direções possíveis, eram sempre cargas vindas de muito longe e indo para mais distante ainda, sem pouso certo, onde pudesse pesquisar nas paradas e bares de beira de estradas, pois eram sempre caminhos longes feitos por caminhoneiros totalmente desconhecidos dos frentistas e atendentes de lojas e restaurantes das estradas. Sam tinha pensado em tudo, na nítida intenção de não ser encontrado de forma alguma, e Dean estava sentindo isso conforme o tempo passava e não conseguia obter nenhum avanço no encalço de Sam.

Naquela primeira semana, Dean desapareceu, praticamente, junto com Sam, abandonando tudo, assim que falou com Lisa no telefone, depois de sua triste realidade o abater, deu meia volta no Impala e atravessou de uma ponta a outra, aquela estrada de saída da cidade, por várias e várias vezes, sempre olhando todo o acostamento, na busca da figura de Sam. Dean só ficou parado enquanto esteve na rodoviária, coincidindo com o tempo da busca pelo sinal do celular de Sam, depois, seguiu para as estradas que davam para os Estados vizinhos, sempre se reunindo com os caminhoneiros, em postos e bares, perguntando a todos. Infelizmente, como o esperado, ninguém tinha visto alguém com a descrição de Sam, que era uma pessoa bem marcante, pela altura e os cabelos compridos, além do jeito tímido e da beleza. Ninguém reconheceu Sam, na pequena foto que Dean tinha dos dois juntos, onde Sam estava sorrindo para Dean, ambos com uma garrafa de cerveja em mãos, descontraídos em algum bar. Sam, mesmo tendo passado por muita coisa, muito sofrimento, ainda mantinha os mesmos traços infantis, que Dean idolatrava cada vez que retirava a foto do bolso para empunhar na frente de alguém.

Dean fez uma única ligação para seu chefe, não para avisar de que iria se ausentar ou de que Sam não estaria mais trabalhando nas pesquisas e contratos para ele, mas simplesmente, para pedir que se Sam aparecesse no trailer, era para entrar em contato com ele urgente, e que não o deixasse sair dali, o que acabou dando uma desculpa qualquer para seu chefe e amigo, e prosseguiu com suas buscas.

Uma semana e nada de Sam, Dean, se lembrava somente disso, enquanto saía do Impala para olhar em volta, do que parecia ser o estacionamento de um bar, fechado há muitas horas. Lembrou que tinha parado para comprar bebida e onde, pela sua visão ao redor, tinha apagado, e dormido algumas horas.

Mal despertou, e Dean sentiu a cabeça pender de dor, com uma sede insuportável na garganta, entrou às pressas no carro, resolvendo voltar para o trailer e tentar, mais uma vez, achar uma pista qualquer, algum indício de planejamento de para onde Sam estava indo. Depois de algumas horas silenciosas de asfalto, e, revirar o trailer freneticamente, Dean só encontrou as roupas de Sam no lixo do banheiro, o que lhe causou mais uma avalanche de tristeza na certeza de que Sam não voltaria, e mesmo que o encontrasse, Sam não aceitaria voltar, Sam já estava em outro momento, magoado demais, ao ponto em que havia desistido de tudo, desistido do amor deles, desistido até mesmo de falar sobre o assunto, de falar sobre seus medos e frustrações, de partilhar o seu amor, que foi escondido e interiorizado, e, Dean se lastimava, em pensar, que Sam poderia estar matando o amor deles dentro de si, naquele mesmo minuto, enquanto que pensava nisso.

O silêncio de Sam foi o prelúdio do adeus, e, infelizmente, Dean tinha sido estúpido demais para perceber. Era tarde demais, Sam já tinha dito adeus, claro e alto, e continuava desaparecido, para sufocar o peito de Dean em desespero. Dean, morrendo de dor de cabeça e com mal estar dominando seu corpo completamente, chorou a noite toda, derrotado e largado, ainda sentado de frente para a lixeira do banheiro, com as roupas de Sam dentro.

Tudo que tinha acontecido naquele espaço de tempo, desde quando Dean contou para Sam sobre a gravidez de Lisa, foi repassado na mente solitária de Dean, dando notas especiais às diversas noites que passou longe de Sam, finalmente viu, como a luz do dia, o quanto contribuiu para Sam o deixar. Havia pedido para Sam ter paciência, mas não o havia preparado, para ele ser colocado de lado, como havia feito. A culpa não era de Lisa e do bebê, a culpa era sua. Não sabia da conversa de Lisa e da jogada de John com a compra da casa para os separar, mas sabia, que sua culpa era tão latente que motivaria o adeus de Sam, que não suportou um distanciamento súbito e inexplicável para estar com Lisa e o bebê. Dean se conscientizou, que Sam, inteligente como era, previu que aquilo iria piorar, e em larga escala, com o avanço da gravidez de Lisa, e assim tomou a atitude prévia de o deixar. Pensava Dean.

Na manhã seguinte, tomou um bom banho, como não fazia desde quando Sam tinha sumido, e antes do horário de expediente no campo de obras, foi até o escritório de seu chefe e pediu que fosse designado para todas as viagens para realizar as pequenas obras dos clientes dos estados vizinhos, e assim foi feito, igual na época em que estava caçando com Sam, e por isso não despertou nenhuma maior explicação a ser dada.

Dean viu rapidamente Lisa e Mike naquela manhã, se assegurando que estavam bem. Assustou Lisa, a obrigando a repetir cada palavra dita por Sam, e a mulher assim o fez, fazendo os acertos que mais lhe interessavam na conversa com Sam, só frisando bem a parte que Sam pediu para cuidar dele e da família deles. Depois, sem perder mais nenhum segundo, se despediu de ambos, e partiu para mais um longo período em busca de Sam, e para acumular com os pedidos de seu trabalho, e poder realizar os dois ao mesmo tempo, por onde quer que passasse.

 

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Dois meses depois:

Dean ainda sentia o álcool fazer os efeitos em sua cabeça latejante, quando tateou com as mãos em volta da cama, procurando o seu celular que não parava de tocar um segundo sequer, atendeu atrapalhado, não conseguindo enxergar o visor para ver quem era do outro lado, mas prevendo que era Lisa, que não lhe dava paz.

Dean: Fala....(Respondeu balbuciando com a voz rouca e embolada).

Lisa: Dean, que horas você pretende vir aqui em casa hoje?.....(Falou alto e autoritária).

Dean: (Sentiu sua visão rodar e se aconchegou na cama novamente com o telefone no ouvido)....Lisa, o que você quer dessa vez?

Lisa: Quero que você venha me ver, Dean.....(Foi interrompida por Dean).

Dean: Tá bom Lisa....eu vou....(respondeu não querendo mais ouvir a voz feminina de Lisa no telefone, concordando somente para se ver livre dela).

Dean desligou o telefone cansado, se arrastou até o banheiro, com vontade de vomitar, abrindo caminho no estreito corredor do trailer, para andar, no meio de garrafas, copos e roupas sujas que foram largadas por ele.

Dean tinha passado aquele tempo todo nas estradas atrás de qualquer pista de Sam, sem encontrar nada, todo o mundo de Dean, tinha se transformado no Impala, emagreceu bastante e se manteve somente a base de algumas batatas fritas enlatadas e água, compradas quando fazia paradas para perguntar sobre Sam, quando fazia sua higiene nas pias dos banheiros sujos de postos de gasolina, sem se incomodar. Só dormia quando não aguentava mais dirigir, e acabava enfiando o carro em qualquer buraco no meio da vegetação, dormia no banco do motorista, já preparado para sair assim que acordasse, sempre regado ao álcool como seu companheiro de viagem.

Dean tinha passado dois meses inteiros viajando, de um canto a outro, passando por Estados e cidades, e, nem sombra de Sam, que tinha evaporado no ar, literalmente. Não tinha pisado na pequena casa comprada e colocada no nome de Sam, para lhe fazer uma surpresa de irem morar juntos finalmente, lhe doía pensar que nem isso conseguiu falar com Sam, antes dele partir. Não tinha coragem e nem vontade de visitar a casa sem que Sam estivesse ao seu lado, mesmo sabendo que a casa estava precisando de muita reforma, e por isso tinha conseguido comprar, pelo baixo valor de mercado.

Simplesmente, estava além das forças de Dean, visitar o lugar, onde tinha estado somente por duas vezes, uma para visualização antes da compra e outra, para saber e anotar todas as reformas que seriam necessárias, na época em que estava muito feliz, querendo fazer previamente, pelo menos, alguns pequenos ajustes, antes de levar Sam para conhecer. Dean se recordava o quanto estava esfuziante e como mal conseguia conter sua felicidade em poder ter o canto deles, viverem juntos, e colocar um sorriso sincero nos lábios de Sam diariamente. Mas toda sua felicidade morreu dentro de si, e, jamais conseguiria voltar naquela casa sem a razão pela qual a tinha comprado, sem Sam.

As poucas vezes em que esteve intercalando suas viagens e dormindo no trailer, as lembranças de Sam o assolavam tanto, que não conseguia se manter sóbrio. Nas estradas pensava nele o tempo todo, e, também quando estava no trailer, com as memórias vivas associadas àquele lugar, que vinham lhe atormentar, quase o enlouquecer. A noite tudo piorava tanto, que não conseguia passar uma única noite sem estar bêbado e chorando, fosse dentro do trailer ou dentro do Impala.

 

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Lisa não escondeu de ninguém, com exceção de Dean, sua alegria na partida de Sam. Era o sinal verde para puxar Dean de volta para dentro da sua casa. Como da vez que Sam tinha morrido, como acreditavam, iria se aproveitar do momento de fraqueza de Dean.

A mulher tinha certeza de que Dean voltaria a morar com ela num estalar de dedos. Apesar de ter ficado muito atormentada com a declaração de amor para Sam e o desespero que tinha ouvido de Dean ao telefone, no dia em que Sam sumiu. A lembrança lhe trazia medo, cada vez que fechava os olhos e ouvia Dean tendo um ataque de pânico ao volante, procurando por Sam, nem se atentando para o que dizia, e muito menos, para desligar o telefone antes do desabafo doloroso e cheio de amor, ser ouvido por ela.

Lisa se esforçou por dias a fio, para apagar a impressão de ter ouvido Dean se declarar para Sam, como se existisse uma relação amorosa e carnal entre eles, de um jeito totalmente diferente do que seria uma declaração de amor fraterno. Lisa preferiu pensar que estava louca e tinha ouvido coisa demais, talvez pela pressão que sofria na sua situação de falsificar uma gravidez para prender o homem que amava loucamente, mas que estava se afastando demais dela, quando, mais supôs que ele se uniria à ela.

John recebeu a notícia da fuga de Sam, em primeira mão, e gritou de alegria ao telefone com Lisa, por mais um plano que tinha dado certo. Se vangloriou, sem modéstia alguma, por sua sagacidade em conseguir separar Sam de Dean, e por Sam ter sumido no mundo, como bem previu. John só acalmou seu ânimo, ao ponderar, que não poderia fazer nada para procurar e matar Sam naquele primeiro momento, porque Dean estava procurando pelo irmão, e, ele seria, facilmente, descoberto se começasse a procurar por Sam junto com Dean, era o momento de ficar quieto e se fingir de morto, até Dean lhe dar a notícia da fuga de Sam, oficialmente, e, assim poderia fingir que estava procurando por Sam na melhor das intenções, de proteger o filho pródigo, mas dar um fim a ele.

 

XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX

 

Dean se mantendo distante nos últimos dois meses, viajando a trabalho e atrás de Sam, tinha deixado Lisa aterrorizada, ainda mais, porque Dean não lhe deu qualquer brecha para tocar no assunto de ir morar com ela. Nas raras vezes que Dean esteve com ela, era somente para perguntar se estava bem e se precisava de alguma coisa e saía, nem mesmo reparando que se sua barriga crescia ou não, uma preocupação que John resolveu rapidamente, presenteando a mulher com uma barriga postiça de silicone.

Lisa tentou seduzir Dean, nos escassos minutos em que via Dean, de modo afoito e sem conseguir montar qualquer clima para tanto, tudo por sua obrigatoriedade de seduzir Dean, e engravidar, antes que ele percebesse que seu corpo não tinha barriga alguma, pois não teria como não ficar nua, sem usar a falsa barriga. Mas Lisa não tinha obtido sucesso com Dean, que sequer notava suas investidas na maioria das vezes, tendo sido rude na única vez que percebeu, já que Lisa, num ato desesperado, se atirou contra ele, e o prensou na parede da sala, se esfregando nele, somente de camisola. Dean a afastou, literalmente fugindo dela, e deixou no ar que somente voltaria naquela casa, se Lisa se comprometesse a não mais fazer aquele tipo de jogo com ele.

O tempo estava passando, sem Lisa conseguir controlar Dean, sem o ter debaixo do mesmo teto, e teria que inventar um aborto o quanto antes, pois os dois meses de Dean solto no mundo, somavam cinco meses de sua gravidez, e um aborto com esse tempo era grave para a mãe já, e assim teria que armar uma situação hospitalar para justificar o aborto para Dean, de forma convincente. E nesse caso, entrava John novamente.

A partida de Sam não tinha trago nenhum beneficio para Lisa, só prejuízos, com Dean correndo atrás dele sem se cansar, como Sam tinha erroneamente dito. Dean ou estava distante, ou tão bêbado no trailer, que mal conseguia falar. Lisa já não estava mais tão contente com Sam longe, e com um Dean depressivo e descontrolado.

Naquela manhã em que conseguiu falar com Dean, ficou esperando ele tocar a campainha, sentada com um hobby de seda por cima de uma camisola, com a barriga postiça, só por causa dos avisos de John, para ter cuidado com o lado caçador e perspicaz de Dean.

Lisa arrumou os cabelos com as mãos assim que ouviu o Impala estacionar, e correu para a porta a abrindo ansiosa, se deparando com Dean saindo do carro e andando em sua direção, completamente diferente do homem de meses atrás. Dean estava com seu jeans mais surrado e uma camiseta cinza simples, com a jaqueta pesada de couro, escondendo seu corpo magro e tão pouco musculoso atualmente, com o rosto de barba rala de mais de duas semanas sem fazer, olhos fundos e opacos, cabelos mais rebeldes e espetados, por estarem grandes e molhados, pelo banho que tinha tomado, quando desligou a ligação de Lisa, e, depois de vomitar todo álcool da noite anterior, pelo menos, a grande parte rejeitada pelo fígado sobrecarregado.

Dean: Olá Lisa.....(Cumprimentou ao ficar de frente para a mulher, que o olhava admirada de seu estado).

Lisa: Dean....o que está acontecendo com você?.....Já se olhou num espelho hoje?.....(Questionou preocupada com Dean, tentou afagar o rosto de Dean que fugiu do toque).....você parece doente.

Dean revirou os olhos impaciente, deu de ombros e entrou na casa, seguindo direto para a cozinha, parando de pé na porta, esperando Lisa fechar a porta e atravessar o cômodo atrás de si. Nada respondeu para Lisa.

Dean: Está tudo bem com você?.....(Perguntou enquanto colocava café em uma caneca para o ajudar na ressaca mal curada).

Lisa: Eu estou bem......você que não?....(Falou nervosa apontando para Dean e se aproximando dele)......mas continua lindo.....como sempre....(Passou a mão no rosto de Dean e alisando se braço, o surpreendendo).

Dean: (Segurou no pulso de Lisa).....Lisa, Acho que já deixei isso claro.....não encosta em mim......(Falou a encarando sério e mal humorado)....eu só vim até aqui para saber o que queria....(Se afastou de Lisa com raiva pelo atrevimento repetitivo dela).

Lisa: Dean.....eu preciso conversar uma coisa com você....algo sério....(Não queria deixar Dean irritado no momento e resolveu mudar o foco para o que realmente queria).....eu preciso que fique mais tempo aqui conosco....como antes...(Pediu com meiguice).

Dean se sentou a mesa da cozinha, tentou dar mais um tempo de atenção para Lisa, enquanto tomava o café.

Dean: Lisa eu ando muito ocupado ultimamente, por isso que não estou conseguindo conciliar em ficar vindo aqui todos os dias como antes.....(Pigarreou)...eu estou viajando muito a trabalho.

Lisa: A trabalho ou correndo atrás do Sam?.....(Questionou transparecendo sua irritação).

Dean: Os dois, se quer mesmo saber....(Respondeu dando de ombros e bebendo seu café).

Lisa: Como pode correr atrás dele, Dean?......(Aumentou o volume da voz)....ele foi embora porque quis.....ninguém mandou ele sair por aí....eu não entendo porque fica atrás dele....se foi ele que quis partir sozinho.

Dean: Eu sei os meus motivos.....isso é o bastante.....(Colocou a caneca vazia na mesa deixando a mesma cair de lado, com a força que usou na mão, nervoso).

Lisa: Que foi Dean? Não aguenta ouvir falarem do Sam....ou não aguenta ouvir a verdade?...(Retrucou).

Dean: Olha Lisa....(Estendeu a palma da mão aberta no ar para Lisa parar de falar)....acho melhor você não se meter nesse assunto.....eu cuido do Sam....tudo que se refere a ele só diz respeito a mim....então, faça um favor para si mesma, não se meta nisso....você já causou problemas demais até sem saber....(Suspirou se arrependendo do que disse).

Lisa ficou calada, remoendo as palavras de Dean, com receio dele acabar descobrindo sobre as coisas que tinha dito para Sam. Foi até Dean, e se sentou na cadeira ao seu lado, colocou suas mãos no rosto dele, mesmo com ele tentando escapar novamente, firmou bem as mãos e o encarou.

Lisa: Eu quero o seu bem, Dean....eu fico preocupada com você também.....eu te chamei aqui, não foi para falar sobre o Sam.....foi para te pedir uma coisa....(Fingiu timidez, sorriu e abaixou a cabeça).....vem morar comigo, Dean....volta a morar aqui conosco....até o bebê nascer.

Dean: (Se levantou fugindo de qualquer contato com Lisa)....Eu não posso, Lisa....nós já conversamos sobre essa separação tantas vezes....eu não vou morar novamente com você.

Lisa: Calma, Dean....eu só estou pedindo isso por causa do bebê....eu já estou ficando pesada e não consigo mais me virar sozinha em tudo.....e como você tem viajado muito....o pouco tempo que ficar, pelo menos já estará aqui comigo, me ajudando como sempre.....eu juro que é só por esse motivo....(Sorriu com receio da recusa).

Dean: Não Lisa, melhor não...(Abaixou a cabeça, fugindo do olhar esperançoso de Lisa).

Lisa: Dean.....(Se levantou e ficou de frente para Dean, colocou a mão dele na barriga falsa)....nós precisamos de você também....(Pausou dramaticamente)....sei que não quer ouvir...mas o Sam não está mais com você.....e ficar naquele trailer sozinho se embebedando não está te fazendo bem....aqui, pelo menos você terá com quem conversar, terá a mim e ao Mike, que ama tanto quando você está perto dele.

Dean: (Pensou um pouco, passou a mão de leve na barriga de Lisa e depois a retirou)....Não Lisa, eu não posso mesmo.....(Pensou em Sam).

Lisa: Não tem porque você negar, Dean.....assim que você achar o Sam ou ele voltar....você pode ir para o trailer de novo....com ele....o que acha?.....Pelo menos já vai ter me ajudado muito e não vai ter que ficar esse tempo todo sozinho.....(Jogou sua última cartada para convencer Dean).....seremos como amigos.....você pode ficar no quarto de hóspedes.

Dean pensou mais um pouco nas vantagens de morar com ela, nas palavras que ela tinha acabado de dizer, para ajudar na gestação e não se afogar em uísque, esperando achar Sam. Mesmo Lisa sendo o pivô de sua separação com ele, sabia que ele não estaria ali tão cedo, depois de o procurar por todo lado por dois meses, e não o encontrar, e por sua experiência, só encontraria Sam se ele quisesse, depois de tanto tempo. Mas como tinha prometido a si mesmo, iria ao inferno atrás de Sam, até o dia em que não tivesse mais forças para continuar, e quando o encontrasse, imploraria o perdão dele, e voltaria a morar junto com ele, na casa deles.

Tudo podia ser uma grande ilusão, mas era o que restava para Dean, que também pensou no filho que estava por vir, queria que a criança tivesse um pai, e condições de crescer com tudo que ele pudesse lhe dar. E ficar com Lisa até a criança nascer, seria bom para seu filho, poderia ajudar a mulher e ao pequeno Mike, e poderia voltar para Sam, quando o encontrasse.

Dean: Lisa, tudo bem....mas ficarei aqui só até o bebê nascer ou quando Sam voltar....entendeu? E quando eu sair dessa casa novamente, não quero discussão com você....seremos pais, em casas separadas....(Falou determinado, mas com uma ponta de medo plantada em seu coração).

Lisa deu o seu melhor sorriso, para sua maior conquista em muito tempo de relacionamento com Dean, era a maior porta que se abriu em relação a ele, e, para ela entrar com tudo. Já que seu aborto teria que acontecer, tendo sido inviável a sedução de Dean, que não podia acontecer mais, pela ausência total de uma barriga verdadeira de cinco meses de gestação em seu corpo. Mal via o momento de dar a boa nova para John.

Lisa: Ok, prometo que manterei a palavra, sem brigas quando você tiver que sair.....mas por enquanto, porque não vai no trailer e pega suas coisas e traz para cá de uma vez....Mike vai adorar a novidade....(Falou animada, fazendo Dean sorrir fraco, com ar de preocupação).

Dean não falou nada, deu um beijo na testa de Lisa e saiu. Pegou o Impala para recolher seus pertences do trailer e voltar para a casa de Lisa, sentindo um temor se apoderar de si, se aquela não poderia ser mais uma atitude a lhe afastar de Sam, mas um pouco mais consciente, de que estava cumprindo com parte de sua obrigação de pai, assumindo sua responsabilidade. Lisa tinha acertado em suas palavras, e não havia motivos para ficar no trailer com tantas lembranças de Sam, lhe matando aos poucos, sem ele ao seu lado.

 

CONTINUA...


Notas Finais


OBRIGADA POR TANTOS COMENTÁRIOS LINDOS.

OBRIGADA A TODOS SEMPRE POR TAMANHO CARINHO.

BJSSSSSSSSSSSSS


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