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História Pérolas e Safiras - Outro Lado da Moeda Parte II


Escrita por: thereddiamond

Notas do Autor


Yayo! Como vão? Rs.
Aqui vai a continuação do capítulo anterior e somente espero que agrade a todos, pois estou meio incerta sobre o tom da coisa, se eu realmente acertei dessa vez... Quando chegar a parte vocês vão entender o que tô falando... Mas enfim, rs, quero agradecer ao apoio que vocês continuam a me dar e que, falta muito pouco para acabar P&S, então aproveitemos!!
Tchau, boa leitura e beijos! ;)

Capítulo 16 - Outro Lado da Moeda Parte II


“Acho que vou sentir sua falta para sempre, assim como as estrelas sentem falta do sol de manhã. Tarde é melhor que nunca, mesmo se você tiver ido, eu vou dirigir.” – Lana Del Rey, Summertime Sadness.

 

A neve caia ao seu redor e acumulava-se no chão, formando uma bela paisagem branca na montanha Ulrica, onde ficava a mansão do Otsutsuki Hamura.

Os sons de pés nervosos e o choque de metais quebrava o silêncio do lugar, que por uma década permaneceu pacífico e intocável. No jardim congelado dos fundos, Hinata e Toshida se encaravam firmemente. Eles estavam rente ao outro, cada um com uma espada na mão, erguida para combate. Os dois esperavam pacientemente o próximo ataque que não tardou a acontecer. A morena segurou com mais firmeza a bainha da Tsuki no raion e tentou quebrar a defesa de Ren, que mesmo sendo velho e levemente fora de forma, conseguiu impedir seu progresso e conter a bela lâmina da katana com a sua espada. Por mais saudável seu corpo jovem fosse, a experiência do velho contou mais do que o vigor, o que era algo sensacional de se presenciar.

A Hyuuga tentou se movimentar novamente, dessa vez dando passadas estratégicas para o lado, mas a única coisa que recebeu foi um forte empurrão que a lançou para longe, caindo de bunda no chão congelado. Ela estava morrendo de frio e tinha o cabelo parcialmente molhado. Mesmo tendo o corpo quase completamente coberto por roupas de inverno, com camadas e mais camadas de algodão e pele, o vento conseguia penetrá-las, lembrando-a do conforto quente que a casa atrás de si ofertava. A garota se arrependia em ter aceitado a ideia do velho. Ren achou que seria bom iniciar um treinamento, assim Hinata se habituaria com a nova arma e ainda manteria seu preparo físico. Porém havia esquecido o detalhe que eram meados de dezembro e tudo ficava congelado.

Já havia um mês que esse treinamento durava com tamanha intensidade e o inverno chegou junto com o alvorecer de seu novo desafio. A morena andava muito preocupada e absurdamente cansada. Sentia saudades de casa, mas sabia que não poderia voltar e se quisesse ajudar sua família e amigos, deveria continuar o treinamento, seguindo firme e forte.

- Concentre-se, Hinata-sama. – Ren alertou com seriedade e dureza. Ele a observou se levantar devagar e se apoiar com um joelho no chão, enquanto sua espada ficava cravada na neve. A morena estava ofegante, o que não era um bom sinal. A menina estava se exaurindo com muita facilidade, como se seu corpo não tivesse energia o suficiente. – Lembre-se que você e a espada têm de estar em sincronia. Tsuki no raion não é apenas um objeto. Ele é um espírito selvagem que tem de ser domado... Vocês têm de ser um só e assim poderão vencer qualquer obstáculo.

Hinata voltou a se levantar num átimo de energia, tentando renovar-se de forças e novamente ergueu a espada com determinação. Deu uma longa inspirada do ar gelado, controlando a dormência de seus membros congelados e acalmou seu coração. Fechou seus olhos e tentou se focar em escutar o espirito da espada. Queria descobrir uma maneira mais prática de se conectar com o espirito vibrante da katana, contudo era o máximo que poderia fazer no momento.

Antes mesmo que iniciasse novamente seu treinamento, ela sentiu um chakra próximo da floresta. E mesmo que pudesse tentar descobrir de quem pertencia aquele poder familiar, um ANBU de Konoha pulou de uma árvore, caindo próximo aos dois. Ele estava coberto por uma capa longa da cor cinza, a máscara cobria seu rosto e não revelava nada mais. A morena foi a primeira a se movimentar e ficou na frente do velho Toshida.

- Eu cuido dele. – Ela falou com frieza e seriedade, se concentrando em seu mais novo alvo.

Ren sentiu um arrepio incômodo atravessar a coluna, na mesma hora em que viu a garota atacar o recém-chegado. Ele conhecia de onde aquele ANBU vinha, não gostava de ver sua mais nova aluna em combate, revelando que, talvez, o velho espírito de professor ainda estivesse preso em seu coração. As lembranças da época em que ainda era um simples shinobi dançavam em sua cabeça. Ignorou a sensação de que tinha de interferir na batalha, deixando ao cargo da garota para vencer o embate.

O intruso, ao ver perceber o ataque hostil, puxou uma kunai do bolso e se protegeu da lâmina da espada com eficiência. Foi um movimento rápido e preciso, parecendo não afetar-se com a força do golpe. Hinata tinha a mandíbula tensa e a cabeça cheia de indagações. Sabia que ainda não tinha poder o suficiente para se jogar numa batalha, mas tentaria proteger a si ou Toshida de ameaças. Estava preocupada e um pouco irracional, não era do seu feitio fazer essas coisas, entretanto vivenciar tudo pelo que passou nesses seis meses, foi o suficiente para que sua personalidade começasse a tomar mudanças drásticas. Seu humor oscilava constantemente.

Percebendo que não iria conseguir nada presa daquele jeito, a Hyuuga pulou para trás e dessa vez esperou que ele a atacasse. Não deu tempo nem de pensar com coerência ou planejar uma fuga. Quando sentiu, o ANBU tinha a desarmado e agarrado seus braços, prendendo-a junto ao seu corpo.

- Peguei você. – Ele exclamou vitorioso, enquanto a garota se remexia de costas ao ninja.

- Tem certeza? – Hinata falou atrás dele, com a lâmina da espada próxima ao pescoço do ninja.

O ANBU ficou confuso com o que havia acontecido, até que olhou novamente para os seus braços e viu que segurava um toco de madeira.

Então você utilizou o jutsu de substituição, huh? – pensou orgulhoso da rapidez em como ela agiu e soltou o toco num sinal óbvio de desistência. – Danadinha...

Hinata ainda estava séria e como não aguentava mais aquela diferença de altura, chutou a parte de trás dos joelhos do oponente, forçando-o a ajoelhar-se na neve e assim ficar mais baixo completamente vulnerável a sua lâmina. Em nenhum segundo se quer pensou em baixar sua guarda ou guardar a espada, como também não tinha a intenção de feri-lo. Estavam em um impasse.

- Eu vou contar até dez e você vai embora... Se eu te encontrar nas redondezas, pode ter a certeza de que não hesitarei em mata-lo. – Ameaçou com a voz séria e o mais firme possível, tentando transparecer a ameaça que tencionou as bordas de seus lábios.

- Acho que vai ser impossível. – Ele se pronunciou com calma, dando a sensação à morena de que possivelmente o ninja tinha um sorriso no rosto, como se a situação o divertisse. – Minha missão é te levar de volta e é o que vou fazer.

A coluna da morena enrijeceu ao escutar aquelas palavras, reconhecendo-as de imediato. Não podia acreditar, mas...

Isso só pode ser uma piada! – cuspiu mentalmente ficando visivelmente irritada e abalada.

De maneira quase brusca, a morena libertou o ninja e se afastou dele com passos largos, como se tivesse se afastando do diabo. O ANBU se voltou para a garota, curioso por ela tê-lo repentinamente o libertado.

- O que está fazendo aqui? – Ela o questionou com raiva, seus olhos ardendo devido às lágrimas que insistiam em nublar sua visão. Tinha o coração batendo enlouquecido em seu peito, reagindo a ele como sempre fez. – Eu achei que tivesse sido clara quando fugi da sua casa. Não era para você estar aqui.

Hinata trincou os dentes e com os olhos flamejantes observou o ninja retirar a máscara com certa lentidão. Naruto revelou seu rosto que estava com uma expressão séria e aflita, endurecendo os orbes azuis brilhantes. Ele estava aflito com o estado em que a Hyuuga havia ficado. Ela parecia tão perdida e cansada... Tão triste.

O louro se levantou e tentou se aproximar da morena, que de imediato afastou-se dele. Dando-lhe as costas, se voltou para a casa e lançou um olhar de soslaio ao velho Toshida.

- O treino acabou por hoje, Toshida-san. – Ela falou com sua voz calma, na tentativa de mascarar a explosão de sentimentos em seu peito e começou a se afastar com mais pressa.

Ren apenas observou as costas da garota e acompanhou com o olhar sua volta apressada para a mansão. Naruto prontamente avançou um passo para segui-la, mas foi impedido por ele, que o restringiu com a mão pesada em seu ombro. O Uzumaki se virou para o homem com os olhos azuis agudos devido à irritação, entretanto aquele olhar não o intimidou. Devolveu seu olhar com breve serenidade e inquietação, mostrando-se curioso com o recém-chegado.

- Deixe-a sozinha por enquanto... – Falou secamente retirando a mão do ombro tenso do rapaz. – Venha, vou te mostrar um pouco do lugar e, durante a caminhada, talvez assim me diga quem é você.

Mesmo que estivesse atormentado com o semblante desesperado da morena e o coração estar se corroendo de saudades, Naruto concordou com o que Toshida falara e o seguiu para dentro da mansão.

*

O céu escurecera rápido demais para seu gosto, dando um ponto final ao dia. As constantes nuvens cinzentas insistiam em derramar sobre a montanha flocos de neve, cobrindo-a cada vez mais com aquele manto cálido.

Hinata observava aquela paisagem da janela em seu quarto, que dava diretamente para o jardim, com o olhar disperso e cego. Ela não viu o exato momento em que Naruto e Ren seguiram diretamente para casa, mas tinha expectativas de que se o louro fosse sensato para ir embora. As coisas estavam complicadas demais por si só e com ele ali por perto ficaria difícil de continuar com suas decisões anteriormente tomadas. Tinham horas em que a Hyuuga odiava possuir esperança e fé. Quando ele aparecia as sentia com tanta força e apelo, que chegava a sufoca-la.

Suas unhas se cravaram na madeira da beirada do parapeito da janela, por causa das imagens doces e maravilhosas da manhã, onde pela primeira vez, se sentiu uma verdadeira mulher, sentindo-se feliz e completa.

Ela se questionava até quando poderia suportar estar longe dele. Ali não entrava mais a questão em proteger seu coração e sim manter a sanidade, que aos poucos se esvaia, tornando suas noites insones e, rondada por lembranças de um passado gracioso. Bastava pensar em seu nome que todas as convicções, as que julgava serem corretas, se estilhaçavam como vidro. Justamente nesse momento delicado em que não podia ter esperanças... O que iria fazer? Como suportar a dor que está sentindo?

As suaves e oscilantes batidas na porta do quarto, a retiraram dos pensamentos angustiantes, acordando-a para o presente. Havia ficado desconectada por mais tempo que previra. Soltando um suspiro pesado, Hinata acendeu uma lamparina para iluminar o quarto e permitiu a entrada de quem quer que esteja a sua porta.

Provavelmente deve ser o Toshida-san preocupado comigo... – pensou enquanto revirava seus olhos.

E não ficou surpresa quando viu estar errada. Quem entrou no quarto foi o louro, que estava meio inquieto por invadir seu território, receoso em atrair mais reações negativas de sua parte e findar por rechaça-lo de vez.

Hinata apenas esperou que ele entrasse e fechasse a porta o mais rápido possível, para evitar que o vento gélido dominasse o quente e aconchegante cômodo. Parado próximo à porta, Naruto a observou temerosamente em tentar uma aproximação. Seu coração afundou no peito ao vê-la ignorá-lo e voltar sua atenção para a janela. O louro sentiu mais frio ali dentro do que do lado de fora.

O rapaz havia retirado o colete, os protetores dos braços e as sandálias que compunham o fardamento. Seus pés descalços se impeliram de maneira automática na direção da morena, que ao escutar seus passos silenciosos sentiu o coração querer sair pela boca.

- Eu te disse que era para ir embora... – Ela resmungou baixinho, parecendo um animal encurralado por seu caçador.

- Eu não vou voltar até que venha comigo. – Naruto insistiu teimosamente, com o tom de voz baixo e suave, apenas para não quebrar o silencio do quarto. Agora estava muito próximo à garota e era capaz de escutar sua respiração acelerada.

A presença do Uzumaki fazia com que o ambiente ficasse denso e carregado de uma tensão elétrica, que mexia profundamente a Hyuuga. Ela não continha mais suas emoções, queria deixar de lado os turbilhões de sensações que sentia, mas ele sempre a obrigava a tomar atitudes que não combinava consigo. E dessa vez, a explosão de raiva e irritação apagou toda a candura típica de suas feições.

Hinata se virou para encarar Naruto e o pegou de surpresa quando bateu seus punhos no peitoral dele, empurrando-o levemente para trás. Ele encarou aquelas pérolas que chamava de olhos e estremeceu ao encontrar uma cor mais escura que o normal, quase lembrando o céu cinzento que cobria o azul do lado de fora.

- Pare com toda essa nobreza! – Ela explodiu enquanto batia nele, o rapaz apenas recebia os golpes, que propositalmente não eram fortes. – Você não pode me ajudar agora! Volte para casa e continue a viver! – A morena não chorava mesmo que sentisse sua garganta fechada e dolorida, simplesmente não conseguia decidir se queria sorrir ou continuar a batê-lo. O louro a encarava com o rosto sereno, esperando que aquela explosão raivosa terminasse. – Você tem um sonho a cumprir... Então não seja tolo e volte para Konoha...

Ela terminou num fio de voz, não conseguindo mais manter a raiva, mostrando-se mais exausta. O arrependimento lavava seu ser com ondas fluidas de dor, os olhos antes firmemente cravados nos azuis, caíram para o chão enquanto seus punhos cerraram ainda apoiados em seu peitoral. Não queria ter dito aquelas palavras, não queria deixa-lo ir, mas se fosse entre isso ou faze-lo sofrer, então preferia mil vezes fazer com que a odiasse, do que machuca-lo no final...

Contudo, ele não queria escutar aqueles apelos de desespero, que somente servia para afligi-lo. Dava para ver e sentir o desespero que corroía sua alma e isso o agoniava mais do que pensar em estar sendo rejeitado. O louro queria que a morena ficasse bem, que sorrisse. E com esses pensamentos, agarrou sua cintura e a puxou para si, quebrando a distância relutante entre eles. Naruto enterrou seu nariz no pescoço alvo da garota, inalando seu cheiro doce e misterioso, notando que o peito desafogar em alívio por aquele singelo ato. Ela estremeceu com aquele toque, quebrando o gelo que cobria o coração. Ele sentia seu coração ficar mais leve e aliviado ao senti-la em seus braços, aquilo não erradicava as saudades, mas acalentava seus pensamentos desordenados.

Hinata não o rechaçou, na verdade não conseguia ignorar e rejeitar o abraço, sendo que seu desejo clamava por isso. Enterrou o rosto no peitoral musculoso do rapaz, com os dedos fechando-se em sua camisa, ancorando-se mais a ele. Inalou o seu perfume masculino e magnífico, inebriando-a. Eles permaneceram abraçados por um bom tempo, sem se preocupar com o mundo ao redor. Porém Naruto tinha coisas a dizer, pensamentos e conclusões que tomou desde que saiu em busca da Hyuuga, para expressar. Pensou em tantas possibilidades, repensou em suas atitudes e chegou a uma conclusão que necessitava contar a ela. Ele nunca teve uma certeza tão absoluta quanto tinha neste momento.

- Hinata... – Ele pronunciou seu nome com a voz suave, enquanto se afastava minimamente, apenas para poder olhá-la diretamente nos olhos. A morena desenterrou rosto da camisa e engoliu em seco ao ver o quão brilhantes estavam às safiras que chamava de olhos. A cor era tão intensa que provocou um arrepio delicioso em sua coluna, agitando a pele. – Você diz que estou agindo dessa maneira por nobreza e que devo desistir de você, para correr atrás do meu sonho... – Naruto começou a dizer com o coração batendo acelerado. Jamais havia dito aquelas palavras de maneira tão séria e isso o deixava nervoso, mas tinha que concluir. Respirou fundo e continuou. – Do que adianta realizar todos os meus sonhos, se a mulher que eu amo não está ao meu lado.

Para Hinata o mundo simplesmente parou de girar, focando-se nele. Até tentou, a todo custo, encontrar uma mentira ou a revelação que aquilo era apenas parte de seus sonhos, mas o rosto sério e ansioso do louro indicava que o que ouviu, havia sido apenas a realidade. Por mais chocante que fosse. A morena puxou o ar bruscamente entre os dentes e tapou a boca com a mão, sem saber o que pensar ou reagir. Ele estava dizendo que a amava e ela não fazia ideia do que fazer. Não estava preparada para isso...

O Uzumaki mesmo estando nervoso, abriu um sorriso adorável ao perceber o choque e sua imobilidade provocada por suas palavras. Em outro ponto de vista, estava aliviado por saber que não havia feito nada de errado, pois não a afastou dele. A revelação tinha a surpreendido, pegando-a desprevenida.

- Me desculpa, mas eu acho que deveria ter falado isso de uma maneira melhor... - Ele não pode terminar suas reclamações.

Hinata finalmente acordou de sua imobilidade e ficou nas pontas dos pés para envolvê-lo num beijo apaixonado, como se não conseguisse ficar mais tempo separada dele. O louro sorriu alegre a beijando e colou ainda mais seus corpos, podendo sentir seu calor através de suas roupas, tornando-o mais desejoso por ela. A morena jurou que não teria mais vergonha ou timidez na frente dele, a admissão foi o suficiente para liberar um lado oculto e corajoso, que jamais pensaria sua existência.

A atmosfera consequentemente ficou mais densa e pesada. E aproveitando-se dessa mudança, o rapaz explorou sua boca com a língua, deliciando-se com a doçura de seu hálito. Entretanto, para eles os beijos não eram os suficientes para supri-los. Haveria sempre o mais.

Diferente da primeira vez, Hinata não se demonstrou petrificada e inexperiente, reagindo com bastante necessidade. Naruto deu instáveis passos para trás na tentativa de leva-la até a cama, que estava há alguns metros de distância. Eles soltavam risadas durante o percurso por causa dos tropeços provocados pela afobação, estavam se divertindo com tudo e nada estragava aquele sentimento de liberdade que os domou. Era um momento tão mágico e perfeito, que, sem dúvidas, ficaria eternizado em seus corações apaixonados. Em fim se amavam por completo, não havia mais o gosto da dúvida, restando a convicção do laço que os unia.

Suas bocas insistiam em se manter coladas, não importava o quanto haviam se beijado, a cada encontro de lábios sempre algo novo e excitante acontecia. Não conseguindo controlar sua vontade, Naruto findou por morder seus lábios grossos, sentindo sua maciez, fazendo-a arfar. Hinata retrucou ao seu inesperado ataque ao cravar as unhas em seus ombros largos, mostrando-o que também se sentia provocada por suas ações.

Graças a isso, o rapaz não teve tempo de calcular o espaço e acabou por chocar sua perna na base alta da cama, caindo no colchão. Para não machuca-la durante sua queda, a soltou antes de cair sentado e corou envergonhado por ter estragado o momento. Queria manter suas carícias. A morena, ao presenciar tal cena, cobriu sua boca com a mão, mas não pôde evitar a risada que veio fácil. O louro estreitou seus olhos em contrapartida, fingindo a repreender, e estendeu sua mão. Era uma exigência silenciosa para que se juntasse a ele.

Contudo, ela não aceitou de imediato, sabia que deveria fazer algo a mais por ele. Um agrado por assim dizer e com sua coragem recém-descoberta se despiu com lentidão, tomando toda a atenção de seus olhos azuis. Naruto ficou encantado com a atitude ousada e observou cada movimento de suas mãos, acreditando que nunca tinha presenciado uma cena tão sensual e ardente, como se estivesse sendo hipnotizado por ela, sentindo o calor aumentando em seu interior. Ele a desejava ardentemente, queria descobrir o quanto de segredos aquele corpo feminino e delicado escondia. Uma a uma as peças foram parar no chão, até que não sobrou mais nada a ser retirado. Quando totalmente despida, Hinata não soube como explicar o que sentiu, mas a crescente cobiça não permitiu que ficasse envergonhada, nem mesmo por estar nua em frente a ele. Seu olhar febril, que tornava o tom azul mais obscuro, gerava a vontade de entregar-se integralmente ao momento.

Saindo do transe que se impôs, o louro percebeu que ainda permanecia vestido e com afobação retirou suas roupas, jogando-as pelo chão, sem se importar com a bagunça que fazia. Seu coração batia com força, transformando a respiração num turbilhão agitado, quase o tornando mais afoito. Inclinou-se em sua direção, jamais permitindo que seu olhar deixasse de vagar por seu corpo e pegou a mão delicada da morena, guiando-a até a cama. O olhar derretido que tinha sobre sua amada, continha profunda admiração, pois sabia a dificuldade que ela tinha de agir daquela maneira e por essas, além de outras mais, coisas que o fazia se sentir ainda mais apaixonado. Deitou-a com suavidade sobre o colchão, sorrindo-lhe abertamente, nunca cansando de elogiar sua beleza, arrancando reações tímidas de sua parte. Hinata aceitou de muito bom grado o corpo pesado do louro sobre si e sorriu feliz, com os olhos cintilando como joias expostas ao sol. Naruto retribuiu o sorriso e a beijou com sofreguidão, com a língua executando uma dança erótica e conhecida apenas pelos amantes. Sua atitude somente serviu para deixa-los ainda mais famintos, arrancando o ar de seus pulmões.

Ah! E como eles sentiram falta daquela eletricidade atravessando suas peles fortemente coladas. Suas mãos não se cansavam de explorar ao outro, tinham tanto para descobrir, cicatrizes para serem decoradas, partes sensíveis a serem tocadas, tantas opções...

Com a boca, Naruto explorou o corpo de sua amada com devoção. Ele amava seu cheiro e aprendia a apreciar ainda mais os gemidos baixos e controlados que deixava escapar quando suas carícias se tornavam intensas. Sem vacilar continuou a beijar as partes onde não explorou na primeira vez. Hinata sabia qual era a verdadeira intensão do rapaz ao vê-lo beijar toda a extensão da sua barriga, descendo cada vez mais e continuar indo mais para baixo, mesmo quando se agitou inquietamente sob ele. Ela não o impediu quando abriu suas pernas, tendo acesso ao seu ponto mais intimo e afundou bruscamente sua cabeça no travesseiro, tentando manter os gemidos contidos ao sentir sua língua lhe provocar prazeres jamais imagináveis.

Ela se entregou por completo àquelas carícias e quando menos esperou acabou por sentir tremores subirem o corpo, indicando que chegaria ao clímax se continuasse naquele ritmo. Percebendo isso, Naruto parou o que fazia de imediato e quase gargalhou ao ver sua irritação. O louro serpenteou seu corpo para cima, e voltou a beijá-la com mais desejo e fúria, sugando seus lábios inchados, sentindo-se tentado a mordê-los. Decidida a dar o mesmo prazer ao seu amado, tentando demonstrar o tamanho de sua frustração, Hinata com habilidade inverteu as posições e iniciou o ritual lento no corpo musculoso e perfeito do louro.

Sua boca iniciou o processo com certa lentidão e fez questão de absorver os detalhes em suas expressões, tomando seu ritmo. Os lábios trilharam um caminho sinuoso, primeiramente depositando suaves beijos na extensão da mandíbula, depois saltando para o pescoço, onde mordeu e sugou sua pele quente e levemente salgada pelo suor. A língua provocou arrepios e tremores de pele, incentivando-a a continuar descendo, enquanto erguia o olhar para observá-lo. Por mais que o visse morder os lábios para esconder o prazer, a morena sentiu-se tentada mudar seu estado, desejando escutá-lo se expressar. Então se aprofundou nas carícias, fazendo com que uma das mãos se arrastasse mais para baixo, chegando em seu ponto mais sensível.

Ele arregalou os olhos, impressionado com as atitudes ousadas, mas totalmente desesperado por mais, quando a sentiu daquela maneira, e mesmo não tendo terminado o que pretendia a interrompeu e voltou a beijá-la lascivamente, enquanto elevava seu tronco. Sentado e tendo-a sentada em seu colo, Naruto deslizou a mão esquerda até sua nuca e permitiu que os dedos se emaranhassem nos fios negro-azulados, que eram suaves ao toque como a seda. Sua mão esquerda deslizava pela pele arrepiada da morena, não parecer ter um destino predestinado até que, ao chegar a sua cintura delgada, interrompeu o passeio e a estabeleceu por ali.

Dessa maneira, com os olhos profundamente conectados e as respirações pesadas se mesclando no curto espaço entre eles, se conectaram com profundidade. Não puderam conter as exclamações em deleite, o prazer findou por puxá-los para um abismo de sensações, onde o desejo e insanidade se mesclavam a paixão e o amor. Com certa pressa, Naruto a movimentou para cima, enquanto Hinata apoiava os braços em seus ombros, ajudando-o no movimento. Era um momento único e harmônico, seus corpos se perdiam cada vez mais no fogo do desejo que despertaram. Tanto que aumentar a velocidade das estocadas não era apenas o suficiente, sentiam que aos poucos se fundiam num só e aquilo começava a cobrar a insensatez.

Hinata tentou se lembrar de que não podia fazer muito barulho, sabendo que a acústica da casa era péssima e Toshida poderia escutar o que eles estavam fazendo. Mas seus pensamentos se dissipavam com um simples toque ou beijo, e por fim se descontrolou por completo. Sua voz saia alta e sôfrego assemelhando-se aos sons que Naruto emitia pela garganta seca.

Então, em sincronia, alcançaram o ápice. Estavam totalmente ofegantes, mas não satisfeitos. Sendo assim apenas se recuperaram o suficiente e novamente iniciaram a noite mais perfeita de suas vidas.

*

Naruto e Hinata caíram exaustos na cama, lado a lado. Deitada de bruços, com os cabelos cobrindo parcialmente o rosto, a morena tentava controlar seu coração que batia frenético, pois há um bom tempo tinha recuperado o ar que os pulmões tanto clamavam. O louro olhava para o teto bobamente, sentindo-se satisfeito e aliviado, afinal nunca pensou que aquela admissão culminaria em um sentimento tão bom. O coração não pesava mais em seu peito, estando praticamente completo.

Aos poucos o casal foi se recuperando de seus sentidos enevoados. O Uzumaki a puxou para acomodá-la em seu peito e assim começaram uma conversa banal. Eles trocavam experiências e informações sobre o tempo em que passaram separados, sempre mantendo a sinceridade por mais que soubesse o quanto poderia machucar o outro.

Aos poucos seus corpos relaxados começaram a demonstrar sinais de dormência, exigindo que um momento de silêncio fosse compartilhado. Hinata tentava se manter acordada, mas de vez em quando suas pálpebras se fechavam em teimosia. Naruto, que até então estava calado, não percebeu o estado sonolento da morena quando iniciou outra conversa.

- Antes de sair a sua procura, - falou com a voz enrouquecida pela letargia que cobria sua mente. A morena soltou um sonolento “hum” indicando estar escutando, buscando a atenção para não perder nenhuma de suas palavras. – Vovó Tsunade me entregou um pacote que só pude abrir depois de estar longe da vila... E quando li o conteúdo da carta, que tinha dentro do envelope, fiquei surpreso. Quase sem saber o que pensar. – Disse rindo fracamente. O movimento do seu peitoral despertou a morena por completo, que ergueu o olhar para fitar seu rosto. – Eu acho que ela fez isso para que eu voltasse ou coisa parecida, não sei...

- O que tinha escrito na carta? – Hinata o questionou com o cenho franzido em curiosidade, seus olhos ainda estavam sonolentos, mas se esforçou a manter-se acorda e apoiou o queixo em seu peito. Naruto a encarou diretamente nos olhos e revelou:

- Quando eu voltar da missão... Vou ser declarado como o mais novo Hokage.

Os olhos da morena brilharam intensamente de alegria, não conseguindo conter a onda orgulhosa que cresceu em seu peito. O louro sorriu abertamente, aliviado com a reação positiva da morena, pois tinha receio de que isso a chateasse.

- Eu sabia que isso ia acontecer o mais cedo possível... – Hinata falou eufórica enquanto tocava o rosto do seu amado com as costas dos dedos, traçava carinhosamente cada traço de suas feições, decorando-os.

- Você vai voltar comigo, não é? - A voz do Uzumaki saiu baixa e hesitante.

A Hyuuga abriu um sorriso triste se sentindo péssima, sabendo que não poderia presenciar o momento mais importante da vida dele. Não podia se permitir a ir, tinha problemas para resolver. Só esperava que ele a perdoasse por seu egoísmo. Os olhos do Naruto denunciaram todo desapontamento e infelicidade que envolveu o coração, ao ver a resposta no rosto da morena.

- Eu posso desistir de tudo, você sabe. – Ele lembrou com a voz rouca e arranhada devido a lagrimas que foram firmemente seguradas, aquele não era o momento certo para chorar. – Não tem sentido ser Hokage sendo que nem posso trazer minha mulher de volta. Como vou proteger a Aldeia da Folha, se não consigo te proteger! Volta comigo, por favor!

O futuro Hokage implorou desesperado e frenético, nunca sentiu um aperto tão profundo e cortante em seu coração. Odiava ter esse medo infantil da rejeição. Era como se Hinata estivesse se despedindo dele para sempre.

A morena teve sua alma estraçalhada em milhares de pedaços ao capturar, com seu polegar, as primeiras lágrimas que ele deixou escapar. Restando-lhe tentar apaziguar o coração maltratado do louro, evitando que sofresse mais por sua causa.

- Você não vai desistir de nada. – Hinata falou com a voz profunda e embargada. – Se você realmente me ama, então vai voltar para Konoha e aceitar seu destino. – Naruto logo tratou de retrucar, mas foi calado pela morena que colocou o indicador sobre seus lábios. – Você sempre me protege e enquanto estiver em meu coração, sempre estarei protegida. Você me salva, Naruto-kun. Nem Kaguya pode mudar o meu amor por você.

Falou com convicção, olhando com firmeza nos olhos azuis que tanto ama, evitando que qualquer sentimento amargo tentasse apagar o brilho deles. Naruto soltou um suspiro chateado, odiando o fato de a morena ser teimosa. Tinha nos braços a mulher que sempre preferia proteger os outros, mesmo que isso significasse arriscar sua vida. E esse era um dos motivos que o fez se apaixonar, ela, além de linda, era nobre e altruísta.

 O Uzumaki custou a aceitar aquelas palavras e quando a fez voltou a beijá-la com desespero, odiando em antecipação o momento em que teria de deixa-la. Se afastar do calor confortável que descobriu em seus braços. Contudo outra coisa momentaneamente cobrou sua atenção, que veio em sua cabeça, em forma de curiosidade, ao tocar o vão das costas da Hyuuga. Lembrou-se de uma coisa estranha. Sendo assim, quebrou o beijo e quase gargalhou ao escutar o murmúrio irritado da morena.

- Que desenhos são esses em suas costas? – Perguntou e ficou apreensivo ao senti-la ficar tensa.

- É um selo. – Ela respondeu séria, não podendo mais sustentar o olhar do louro. Naruto lembrou os desenhos que apareceram em mente e se deu conta de que eram inscrições. – É isso que controla Kaguya. – Falou enquanto afastava o cabelo da nuca, revelando o desenho de uma meia lua onde as pontas apontavam para cima.

O louro seguiu com os olhos a trilha de inscrições que seguia do começo ao fim a coluna vertebral da morena, sendo iniciada na nuca com a lua. Ele não sabia o que falar, estava atormentado com a ideia de que ela tenha um selo. Isso era perigoso? E se de alguma maneira aquilo não funcionasse?

A apreensão foi quebrada, quando a morena exigiu que ele descansasse e deixasse tudo aquilo momentaneamente esquecido. Naruto concordou com a ideia e deitou a cabeça no travesseiro - relaxando seu corpo - onde segundos depois adormeceu. Hinata permaneceu acordada por um bom tempo, pois elava o sono inquieto do rapaz.

Em sua mente, várias coisas passavam como flashes desesperados por atenção, eram motivações para contar nada ao louro, mesmo querendo fazê-lo. Até porque se contasse, com certeza seria o fim de tudo.

*

Eles nunca se despediram de alguém de uma maneira tão demorada e angustiada. Eles se amavam e não queriam se separar de maneira nenhuma, mas fariam em nome do dever. A brisa fria que vinha do oceano não foi o suficiente para acabar com o momento, na verdade os impulsionou a continuar abraçados, afinal estavam aquecidos pelo calor de seus corpos agarrados.

Naruto e Hinata se beijavam longamente e pouco importava se tinham plateia, apenas continuaram abraçados, sem interromper o beijo desesperado, no caís de Sutäruna. Os transeuntes passavam entre eles com sorrisos constrangidos nos rostos, pensando o quão bom era ser jovem. Ainda com os lábios próximos, ela soltou um suspiro apaixonado quando o beijo teve de ser encerrado. A falta de ar, a bendita falta de ar...

- Se continuar desse jeito eu não vou embora... – Ele murmurou embriagado com sua presença.

- Desculpa. – Ela se desculpou risonha e sorriu ao escutar o resmungo irritado do louro, que alegou ter sido uma brincadeira.

Certamente não era nenhum tipo de novidade sobre ele não querer ir embora, mas não podia negar um pedido dela. Hinata insistiu tanto para que o fizesse que chegou a deixa-lo zangado e quando irritadamente se rendeu aos seus pedidos, teve a companhia dela e do velho Toshida até o caís, onde o barco que o levaria até o País do Fogo estaria atracado. Lógico que não voltaria apenas por causa dela, também o faria para se tornar Hokage e com o poder já incluso no cargo, iria mudar a situação da morena, que ainda era uma foragida. Esses pensamentos estavam guardados em seu intimo, um segredo que não revelaria a ela.

- Vou sentir sua falta. – Admitiu sentindo que seu coração ficava aqui. O louro beijou a testa coberta pela franja e se segurou para não arrastá-la junto com ele.

- Toma... – Ela falou se separando dele, enquanto estendia um penduricalho da sua espada. A distância entre seus corpos era o suficiente para que sentissem a falta do calor, que emanavam quando estavam juntos. – Assim um pedaço meu estará junto de você no seu grande dia.

Ela se esqueceu de avisá-lo que seu coração também voltava com ele. E quando o último sino do barco que levaria Naruto de volta soou, entenderam que agora era a despedida definitiva. Com um ultimo abraço apertado na morena e um aceno de mão para Ren, que estava atrás deles, correu para o barco que não demorou muito para zarpar.

Hinata observou o barco ir em direção ao horizonte, indo cada vez mais longe de si. Durante esse tempo, se permitiu a derramar as lágrimas que guardou pelos quatro dias em que Naruto esteve com ela. Dias que foram tão bons e significativos, que ás vezes tinha a vontade de jogar tudo para o alto, apenas para ficar ao lado dele.

Você sabe que ele vai odiá-la quando descobrir tudo. Não adianta chorar. – Kaguya falou debochadamente para a morena, que rosnou internamente para a inimiga.

Ele irá odiá-la ainda mais se tudo der errado, então cale a boca! - A frase grosseira da morena fez com que a deusa se calasse por completo.

Sendo assim deixou a garota em paz, por enquanto. Contudo não suportaria mais ser tratada daquela maneira novamente. E prometeu a si que iria se vingar dela, custe o que custar, pois um dia se libertaria dela.

A Hyuuga sentiu a mão grande e pesada do velho Toshida cair em seu ombro. Dando a entender o que ele queria transmitir com aquele toque. A suave pressão que exercia, mostrava o tamanho de suas preocupações.

- Eu não contei a ele. – Disse para o homem que suspirou com irritação pelo gênio teimoso da garota.  – Tive de inventar uma história sobre a marca.

- Não acho que ter escondido isso seja uma boa ideia... Eu sei que não está preparada...

Ele tentou argumentar, mas foi calado pela expressão séria e endurecida no rosto da morena, que se virou para encará-lo, demonstrando-se irritada. Ela não queria questionamentos, aquela não era a hora certa para isso. Teria sua quota de arrependimentos mais tarde.

Entretanto, no momento, Hyuuga Hinata estava preparada para morrer. 


Notas Finais


Sério, comentem se preciso melhorar esse hentai ou se tá bom assim, porque juro que nas próximas estórias tenho que fazer algo melhor. Rs.
Comentário? Até a próxima! ^^


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