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História Pérolas no Mar - luwoo - Aos Vinte e Cinco


Escrita por: SafiraOpaca e SafiraZen

Notas do Autor


Oi pessoinhas ><
Me perdoem x1287432407598379837574
Minha vida virou uma bagunça e quando finalmente pude pegar o notebook para escrever, nada saía. Eu tava mt frustrada com isso e me recusava entregar um cap bosta para vcs, especialmente pq amo esse casal.
Eu sei que vcs não tem nada haver com meus problemas e bloqueios de criatividade, mas me desculpem de vdd.
Ainda não tenho certeza sobre esse cap, poderia ter ficado melhor, mas esse foi o máximo que consegui agora. Prometo tentar não demorar tanto para postar o último.

Boa leitura, perdoem os errinhos, até as NF!

Capítulo 3 - Aos Vinte e Cinco


Jungwoo fecha o zíper de sua última mala com um sorriso no rosto. Olha ao redor pelo que sente ser a última vez, observando o verde extenso do lado de fora da janela e a cama arrumada ao lado da sua. Antes que saia, seu fiel colega de quarto irrompe pela porta com um sorriso brilhante que se apaga aos poucos ao ver as malas prontas.

– Estava pensando em ir embora sem se despedir? – Jaehyun pergunta, cruzando os braços e fazendo Jungwoo rir da expressão ligeiramente magoada.

– Claro que não. Eu ia esperar você voltar antes de ir. – diz, se aproximando e notando o sorriso de Jaehyun voltar aos poucos ao rosto bonito.

– Acho bom. – ele diz e abre os braços para que se despeçam de forma correta.

Jaehyun nutrira sentimentos por Jungwoo por boa parte dos primeiros anos da faculdade, mas soube só de olhar para ele que seu coração já pertencia a outra pessoa. Não que nunca tivesse tomado aqueles lábios para si, mas seus sentimentos nunca seriam correspondidos na mesma intensidade. Escolheram continuar apenas como amigos e logo Jaehyun encontrara um estudante de medicina que curara seu coração partido com um sorriso brilhante e comentários ácidos.

– Quando você e Doyoung se mudam? – Jungwoo pergunta depois que eles se afastam. Fizera amizade facilmente com o namorado de seu amigo e torce pela felicidade deles a basicamente quatro anos, por isso ficara tão feliz quanto os dois ao descobrir que morariam juntos depois da formatura.

– Logo, até porque eles não vão nos deixar ficar nos dormitórios por muito mais tempo agora que já formamos.

Jungwoo assente e se deixa admirar Jaehyun por mais alguns momentos. Ele fora seu melhor amigo nos últimos cinco anos, devia o mundo a ele e foi com o coração pesado que acenou de dentro do táxi que o leva para sua nova casa. Com um histórico impecável e sendo um dos melhores alunos da faculdade, não fora nenhum desafio ser chamado por uma das empresas mais renomadas de advocacia e conseguir um apartamento perto de seu trabalho fora apenas mais um bônus do universo. Ele passa o resto da manhã organizando parte de suas coisas, dando às paredes brancas e frias um pouco de seu toque pessoal, transformando o apartamento em um lar. Decide andar pela cidade, sentindo-se leve por ter finalmente completado mais aquela etapa de sua vida. É inevitável que sorria pelas ruas, suspirando ao sentir que sua vida finalmente está se encaminhando da forma que sempre sonhara. Também é inevitável que sinta falta de Yukhei.

Há cinco anos partira da Rússia e há cinco anos pararam de se falar. A saudade é como um velho amigo que o acompanha lado a lado, a lembrança de Yukhei sempre fixa em sua memória é quase uma dor diária que, com o tempo, virara apenas um incômodo. Segue para sua cafeteria favorita, sentindo-se nostálgico ao se lembrar de quando frequentava aquele lugar com seus amigos da faculdade e em como pensava que Yukhei se daria bem ali. Era um café junto com uma livraria, então as vezes ocorriam seções de autógrafo ali que o faziam se lembrar dele. Naquele dia em especial parece haver uma. Jungwoo senta-se em uma mesa perto a janela após fazer seu pedido e encara a pequena fila a alguns passos dali, tantas pessoas que mal consegue ver o autor. Um calafrio o faz se remexer em seu lugar e uma curiosidade infundada surge em seu âmago. Se aproxima cauteloso da fila e pega um dos exemplares que chama sua atenção, observando a capa bonita com entalhes de galhos e pássaros negros em um fundo branco. Ler a sinopse só o deixa mais inquieto.

“E eu pensava em todas as vezes em que me permitia apreciar seus belos traços, o quanto você se assemelhava a um anjo para mim. Sabia o quanto as noites o atormentavam, então eu quis ser eternamente sua estrela do amanhecer. Só me faltou te dizer isso antes, provar que eu pegaria todas as pérolas do oceano e cada estrela do céu e lhe traria se isso fosse fazê-lo feliz.” *

Jungwoo engole em seco, sentindo uma intensa vontade de chorar pelas palavras bonitas que acabara de ler. Apenas um autor o tocava dessa forma e ele treme antes de virar o livro para ver a quem aquela obra pertencia. Ele sente seu corpo paralisar ao mesmo tempo que começa a tremer. Quantos Wong Yukhei existiam no mundo? Provavelmente não muitos. Sem prestar atenção em seus próprios atos, Jungwoo já se encontra na fila do autógrafo. Não percebe a movimentação ao seu redor, as vozes e os sorrisos animados de quem acabara de receber um autógrafo. Está tão desnorteado que ainda nem olhara para a mesa do escritor, ou talvez estivesse tão consciente que temesse fazê-lo. Logo chega a sua vez, ele só precisa dar o autógrafo para mais uma pessoa antes, e quando essa parte, dois mundos congelam.

Yukhei não precisa olhar duas vezes para saber quem é o homem parado na fila ao invés de ir receber seu autógrafo, mas Jungwoo franze o cenho ao observá-lo depois de tanto tempo. A última imagem que tem dele é um Yukhei abatido e machucado, mas o homem sentado ali não possui nenhuma das duas características. Em seu sobretudo preto e cabelos bem arrumados, Yukhei parece mais elegante do jamais fora e isso apenas dificulta que as pernas de Jungwoo se movimentem. Yukhei também não está tão diferente. Seu coração bate tão feroz em seu interior que tem a sensação de que ele sairá de seu peito para encontrar Jungwoo. Sua garganta seca arranha e seus olhos não querem piscar, como se tivessem medo que Jungwoo desaparecesse quando o fizesse. Mas logo as pessoas começam a se incomodar, fazendo com que Jungwoo pisque forte e comece a andar em direção a ele. Ele para ao chegar à mesa, olhando-o com uma mistura de confusão e saudade que fazem Yukhei perder a capacidade de respirar.

– Yuk. – é tudo o que consegue falar, porque não importa o quão lindo e elegante o homem a sua frente esteja, ele sempre seria o seu Yuk. Yukhei engole em seco enquanto suspira, fazendo a última coisa que Jungwoo imaginaria: sorrindo. Era um sorriso pequeno e ladino pelo nervosismo, mas ainda assim um sorriso.

– Há quanto tempo, Woo. – ele diz e Jungwoo sente lágrimas infantis queimarem seus olhos. Apenas ele traz aquele tipo de sentimento arrebatador para seu peito. Ao lado de Yukhei, Jungwoo sempre seria a criança amedrontada de tantos anos atrás.

– Muito tempo. – responde, com um sorriso igualmente pequeno e ladino.

Yukhei estende as mãos em direção ao livro que Jungwoo esquecera estar segurando, e quando seus dedos se encostam pela passagem do objeto, Jungwoo sente uma corrente elétrica tomar seu corpo. Sabe que o mesmo acontecera com Yukhei ao observar sua pele perder a cor. Ele faz a dedicatória sem pressa, evitando encará-lo.

– Você já... – ele pigarreia – Leu o livro?

Jungwoo cora em constrangimento quando Yukhei levanta o olhar.

– Na verdade, não. Eu não sabia que você tinha conseguido publicar. – Jungwoo responde, baixo e meio magoado. Imaginara estar ao lado dele quando conquistas como aquelas acontecessem, mas não estivera e fora uma escolha sua partir. Ele suspira – A sinopse é bem intensa.

– Demorou um pouco, mas finalmente deu certo. – ele diz, devolvendo o livro – Espero que você goste do restante do livro.

Jungwoo assente, mas suas pernas parecem pesadas novamente. A última coisa que quer depois de cinco anos afastados é deixar Yukhei novamente, mas as pessoas na fila começam a reclamar novamente, então ele abaixa a cabeça para sair.

– Woo. – Yukhei chama assim que ele dá o segundo passo. Pensara trezentas vezes no último milissegundo se deveria fazer aquilo, mas não acredita que consiga deixar Jungwoo partir mais uma vez – Você tem algum compromisso? Pode me esperar até a sessão terminar?

Jungwoo não sabe se nega para a primeira pergunta ou acena para a segunda, mas opta pela segunda opção, sorrindo ao ver Yukhei sorrir. Volta a seu lugar na janela após pegar seu pedido e o observa de longe. Mal pode acreditar que ele esteja ali, que estejam no mesmo ambiente novamente, parece surreal demais. Vez ou outra, Yukhei o observa também, como se igualmente tentasse aceitar que aquilo estava acontecendo, que haviam se reencontrado.

Se distrai com o livro enquanto o espera, sentindo como se algumas partes falassem diretamente consigo.

“Amar é quebrar seu próprio coração para que o da outra pessoa fique intacto.”

“Eu quero te trazer para luz e tomar sua dor para mim, para que você não a sinta mais.” **

Ele alterna olhares entre as páginas e o dono das palavras, pensando em como aquilo se assemelha com a relação que eles cultivavam. Perde-se tanto na intensidade das palavras de Yukhei que mal percebe que ele terminara a sessão e o observa sorrindo por estar boquiaberto.

– Massageia muito o meu ego saber que você gostou tanto assim. – ele diz ao se aproximar de Jungwoo, que o encara ainda de boca aberta.

– É muito bom, Yuk. De verdade. – ele diz e acha que não existe nada mais adorável que o sorriso envergonhado e as bochechas coradas de Yukhei como resposta. Não sabe de onde tira a coragem para perguntar, mas algo o intriga desde que pusera as mãos naquele exemplar – Você escreveu pensando em alguém?

O olhar que Yukhei o lança é tão intenso quanto indecifrável, mas ele apenas arruma o cachecol azul marinho antes de sorrir novamente.

– Podemos ir? Já está escurecendo e quero andar um pouco com você.

Jungwoo se limita a sorrir, mas não se esqueceria que teve sua pergunta ignorada. Eles saem da cafeteria e andam ombro a ombro, nenhum dos dois se encaram, mas ambos possuem a consciência da presença do outro. Parece que mesmo que seus novos e mais velhos eu’s tenham que se reacostumar um com o outro, seus corações se reconhecem e a simples proximidade deles é o suficiente para deixá-los felizes.

O lugar que Yukhei queria ir era uma loja de conveniência perto de algumas docas e, depois de comprarem o que queriam, seguiram para um banco perto do rio, observando os últimos raios do entardecer.

– E como foi a faculdade? – Yukhei pergunta, encarando as águas tranquilas.

– Ótima. Existiram os momentos em que quis desistir e os momentos em que tudo parecia mais difícil do que eu aguentaria. Mas eu me sinto realizado agora. – Jungwoo responde, suspirando sincero.

– Fico feliz que tenha conseguido tudo o que sempre quis.

Jungwoo o encara enquanto Yukhei abocanha mais um pedaço de seu hambúrguer, o semblante neutro enquanto mantinha o pôr-do-sol em sua mira. Jungwoo semicerra os olhos. Conhece ele o suficiente para saber que há mágoa naquela frase, mesmo que ele tenha feito um ótimo trabalho tentando esconder. Abaixa seu doce enquanto o admira mais um pouco.

– Nem tudo. – responde e percebe Yukhei parar todos os movimentos que fazia. Sabe que ele tem consciência de seu olhar indiscreto nele e nem mesmo assim o desvia. Quer que ele o olhe de volta, veja em seus olhos o quanto doera partir, o quanto está destruído e incompleto. Mas Yukhei não o faz, exatamente por saber o que irá encontrar naquele olhar. Apenas abaixa a cabeça e limpa o molho dos lábios.

Eles continuam observando o horizonte escurecendo, a distância dos anos sendo coberta aos poucos.

– As pessoas aqui foram boas com você? – Yukhei pergunta e observa Jungwoo se virar para responder.

– No começo foi estranho, mas eu fiz alguns bons amigos. – ele diz, olhando em seus olhos. Um frio estranho congela seu estômago e a brisa do entardecer apenas piora a situação. É seu coração quem fala quando ele abre os lábios sujos de açúcar novamente – Mas nenhum deles era como você. Senti sua falta, Yuk.

A consciência pesada fizera a última frase sair baixa enquanto ele encara o banco. Yukhei se perde entre achá-lo adorável por toda aquela sinceridade dita por lábios sujos ou querer matá-lo por ter despedaçado um pouco mais de seu coração. Sem pensar muito, leva seu polegar até os lábios cheios, limpando com carinho e evitando sorrir quando Jungwoo levanta o olhar surpreso.

– Também senti sua falta, Woo. Todos os dias.

E mais uma vez a força de vontade de Yukhei é inumana quando se contém para não apertar as bochechas vermelhas de Jungwoo. Logo sugere que tomem um sorvete, a verdade é que toda aquela proximidade está deixando sua mente confusa e precisa de um pouco de ar. Continuam caminhando lado a lado, Yukhei com as mãos no bolso do sobretudo enquanto Jungwoo segue animadamente ao seu lado, dando pequenas saltitadas de vez enquanto e fazendo Yukhei sorrir. Entende-o. Também está mais feliz do que jamais estivera nos últimos cinco anos e inveja Jungwoo por ele não ter dificuldade nenhuma em demonstrar isso, queria que suas muralhas cedessem mais facilmente.

Antes que cheguem à sorveteria, Jungwoo segura um poste de luz e começa a girar seu corpo ligeiramente pendurado, a mais perfeita e realizada criança. A cena enche o peito de Yukhei, que se limita a parar para admirá-lo. Porém, parara perto demais e antes que Jungwoo possa completar mais uma volta, sente o corpo dele bater no seu e logo o tem em seus braços. Quando ele o encara com a respiração ofegante e Yukhei se dá conta que a sua está da mesma forma mesmo que não estivesse brincando como ele, sabe que nenhuma muralha tem importância quando se trata de Jungwoo. Ele transforma em cinzas qualquer coisa que Yukhei construa para esconder seus sentimentos, o desestrutura completamente apenas com aquele olhar carinhoso. E o cheiro dele agora parece invadir cada uma de suas células, como fazia durante as noites mal dormidas. Seu Jungwoo, quase nada mudara e Yukhei tem que fechar os olhos para tentar não se inebriar tanto em tudo o que Jungwoo é.

– É sobre você. – ele diz, ainda de olhos fechado e confundindo Jungwoo por um instante – O livro. Eu escrevi pensando em você.

E Jungwoo continua aquele momento que se arrependera todos os dias de ter interrompido quando deixara Yukhei, aquele magnífico e sincero beijo. Suas mãos são exigentes enquanto contornam a nuca de Yukhei, puxando-o para baixo enquanto se coloca na ponta dos pés. Yukhei não oferece nenhuma resistência enquanto se inclina para buscar mais de Jungwoo. Nunca tivera o suficiente dele, sempre parecera incompleto até tê-lo em seus braços e o ápice de sua vida fora quando finalmente o beijara. E, bem, nada mudara. Escorrega os dedos pela cintura dele, aproximando os corpos com uma necessidade desmedida, afundando-se entre os lábios tão receptivos e quase ronronando com o apertos em seus fios. Jungwoon franze o cenho e deixa pequenos suspiros se desprenderem no meio do beijo, como se estivesse com dor, como se tivessem demorado demais para chegarem até ali e ele precisa tanto daquilo, de Yukhei. Talvez mais do que precisa do próprio ar. É com dificuldade que separam os lábios, mas continuam tão perto que as respirações se tornam uma. Jungwoo, mais uma vez, sente vontade de chorar. Odeia o fato de que todas as suas emoções tendam a sair em forma de lágrimas quentes e vergonhosas, mas a falta que Yukhei lhe fizera dói demais e mal pode acreditar que ele está realmente ali. Apoia a cabeça em seu peito e sente-se completo quando os braços dele o cercam em um abraço apertado e ele suspira, beijando-lhe o topo da cabeça.

– A gente precisa conversar. – ele diz e Jungwoo assente. Separa-se minimamente dele para olhá-lo e sorri pequeno.

Faz questão de andar abraçado a ele, impedindo que qualquer distância se interponha ali. Ter Yukhei em seu apartamento o deixa com mais cara de lar, como se ele fosse a peça que estivesse faltando. Independente do que aconteceria dali para frente, Jungwoo pode afirmar com toda a certeza que aquele é o momento mais feliz de sua vida e apenas espera que ele não seja o último.

 


Notas Finais


* Esse trecho é uma mistura de Angel do NCT, Imperfection do Evanescence e uma fala do filme Pérolas no Mar
** Também é um trecho de Imperfection.
Me desculpem qualquer coisa e obrigada àqueles que não desistiram da fic
Obrigada por lerem até aqui e até o próximo ~
XOXO


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