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História Pesadelo em Série - Alexandria


Escrita por: theweepingwillow , farofaye e _hollow

Capítulo 4 - Alexandria


- Sara!

Laura gritava enquanto procurava a garota por entre as árvores. O dia estava frio e a chuva caia. A lama dificultava a locomoção, o que estava deixando-a irritada.

- Eu deveria deixar ela morrer, seria melhor. - Pensou. - Não, Laura, você não pode fazer isso, ela é sua amiga! - Imitou a voz de Marcelly.

Ela escutou um ruído vindo um pouco mais a frente, que parecia se distanciar cada vez mais. Correu em direção ao barulho, mas tudo o que conseguiu foi tropeçar em um tronco e cair em uma poça de água.

- Que inferno, Sara! Dá para parar com a palhaçada? - Gritou.

Levantou-se e continuou caminhando pela floresta, até avistar uma van ao longe. Receosa, se aproximou aos poucos, até chegar em um grande portão enferrujado e sujo. Se aproximou e olhou para dentro, a van estava estacionada e não parecia ter ninguém. Permaneceu ali por alguns segundos para imaginar o que teria lá.

- Uma civilização zumbi? Os últimos humanos da Terra? E se... os aliens finalmente vieram para cá? - Laura perguntava a si mesma, quando cansou de se encher de perguntas e não ter nenhuma resposta, virou-se para voltar a procurar Sara, mas alguém a tinha encontrado. E ele não parecia feliz.

                             ...

- Coitada da Laura.

- Agora você tem pena dela? - Marcelly perguntou fazendo riscos no chão com um graveto.

- Não, mas fazer ela procurar a embus... Sara pela floresta e na chuva, foi crueldade. - Heloisa respondeu mexendo no cabelo. - Sem contar que a reação da Sara foi exagerada.

- Exagerada? A Laura praticamente a humilhou. Eu teria feito a mesma coisa. - Justificou.

- Ela não disse mais do que nós queríamos ter dito. - Heloisa rebateu.

- Desculpe, mas eu não acho que a Sara seja uma fracassada ridícula que não consegue fazer nada da vida além de falar do namorado e que ninguém se importa com ela. - Marcelly levantou, ficando de frente para Heloisa.

- Eu quase morri porque ela não foi capaz de pegar uma faca! - Heloisa também levantou.

- Você está sendo dramática.

- Quer saber, Marcelly? Morre! Eu estou cansada dessa... Dessa opressão! - Heloisa alterava-se.

- Mas cê tá brava?

- Você é ridícula.

Marcelly gargalhava enquanto Heloisa revirava os olhos e xingava mentalmente.

           1 hora antes 

As garotas corriam por entre as árvores enquanto um grupo de zumbis as perseguiam. Talvez uns 5 ou 7 zumbis, estavam com muita pressa para contarem.

- Eu não aguento mais. - Sara disse ofegante. 

- Se você preferir, pode ficar aí e virar comida de zumbi. - Heloisa respondeu.

- Precisamos de um plano! - Laura exclamou.

- Podemos nos esconder em algum lugar e esperar eles cansarem de nos procurar. - Sara propôs a primeira ideia que lhe ocorreu.

- Eles não vão cansar, Sara. - Marcelly respondeu simplesmente.

- Ali!- Heloisa apontou para uma árvore. - Podemos subir naqueles galhos!

Antes que pudessem concordar com o plano, elas tiveram que correr já que o grupo de zumbis estavam se aproximando.

Sara parou por um instante e olhou para trás, um zumbi se preparava para atacar Laura, que corria ao seu lado. Tudo o que conseguiu fazer foi empurrar a garota, fazendo com que ela caísse em cima de outro zumbi. Marcelly em um rápido movimento, acertou a cabeça do zumbi com o que parecia ser algo feito de metal, acertando os outros que vieram em seguida.

- Você não passa de uma fracassada! Passa o dia inteiro falando do seu namorado como se alguém se importasse, mas saiba que ninguém liga para você, ridícula! - Laura esbravejava enquanto Sara permanecia imóvel sem esboçar reação.

- Laura, acho que não é para tanto, ela só estava... - Marcelly foi interrompida com os ruídos de Sara correndo para dentro da floresta.

- Você não vai atrás dela? - Laura perguntou olhando para o caminho que Sara fizera.

- Não, mas você sim. - Marcelly respondeu calmamente. - Vá pedir desculpas, você foi cruel, ela só estava tentando te ajudar.

- Não sei como jogar alguém em cima de um zumbi serve de ajuda. - Laura respondeu já impaciente com o discurso de Marcelly sobre a amiga.

- Você é horrível.

- Eu sou horrível? Ela que... eu te odeio. Espero que você morra! - Irritada, pensava nas palavras de Marcelly, odiava Sara, e poderia jurar que tudo o que dissera sobre ela era verdade, porém, sabia que o certo era se desculpar.

- Você não vive sem mim.

Olhou para a floresta e por fim, seguiu em busca de Sara.

                              ...

Laura permaneceu imóvel diante do homem que a encarava. Seus pensamentos continuavam vagando criando inúmeras respostas para o que estava acontecendo naquele momento. Ela o conhecia, seus traços, suas roupas. Sim, ela sabia exatamente quem ele era.

- Hi, my name is... - Ela começou, mas ele a interrompeu.

- O que você está fazendo aqui? - Indagou próximo a garota.

- Você fala a minha língua?

- Quem é você e o que está fazendo aqui? - Perguntou já estressado.

- Eu estou procurando alguém. - Assustada, deu alguns passos para trás até ir de encostar no gélido portão.

- Deixe-a, ela é só uma garota! - Uma mulher de pele negra com dreads e armada com uma katana aproximou-se de Laura. - Eu sou a Michonne e esse é o Rick, e você?

- Meu nome é Laura. - Ela fez uma breve pausa para analisar as pessoas a sua frente. - Você poderia me dizer onde estou?

- Em Alexandria.

Em seguida, Sara surgiu acompanhada de algumas pessoas. Ela parecia assustada enquanto os outros pareciam sérios.

- Rick, encontramos essa garota caída na floresta. - Um asiático pronunciou ao se aproximar dele.

- Sara? - Laura perguntou surpresa ao vê-la, estava suja de lama e sua expressão era de dor.

- Você a conhece? - Rick perguntou.

- Sim, eu estava a procurando.

- Ela está ferida. - Uma mulher de cabelos morenos e olhos verdes disse ajudando Sara a manter-se em pé. - Precisamos levá-la até a Denise.

- Entrem meninas, sejam bem-vindas a Alexandria. - Michonne disse colocando a mão no ombro de Laura enquanto um homem ruivo abria o portão.

                               ...

- Sigam-me!

- Laura, cadê a Sara? - Marcelly perguntou.

- Sem tempo para explicações! - Disse já virando-se para voltar pelo mesmo caminho que tinha chegado.

- Não!- Heloisa exclamou, fazendo com que Laura parasse e olhassem para ela.

- Pode ficar aí se quiser. - Respondeu voltado a caminhar.

Heloisa e Marcelly seguiram Laura que em passadas rápidas desviava de buracos no chão e árvores, chegando em uma van.

- Pronto, podemos ir. - Laura disse entrando na van, acompanhada das outras garotas.

- O que está acontecendo? - Marcelly perguntou.

- Meninas, lhes apresento: Abraham, Maggie e Glenn. - Fez uma pausa, olhando para eles. - Essas são minhas amigas, Heloisa e Marcelly.

- Temos um dos meus aqui! - Abraham disse olhando para Marcelly que tinha cabelos ruivos igual a ele.

- Eu shippo! - Heloisa gritou olhando para Maggie e Glenn que sr entreolharam confusos com a expressão da garota.

Permaneceram em silêncio até chegarem em Alexandria, ao adrentarem o portões, foram recebidas por Michonne, que as levou até a enfermaria local.

- A amiga de vocês está bem, apenas sofreu uma torção no tornozelo. - Informou.

- Obrigada pela ajuda, Michonne- Laura sorriu para ela. - A propósito, essas são Heloisa e Marcelly.

- Olá garotas. Bem, vou deixar vocês por aqui, tenho assuntos para resolver. Qualquer coisa, me procurem, estarei por perto. - Sorriu e esperou que as garotas entrassem, então se foi pelas ruas de Alexandria.

Em uma sala com algumas macas, Sara olhava para a janela a sua frente.

- Sara, como você está? - Marcelly segurou a mão de Sara que olhou para ela e sorriu.

- Estou bem melhor agora.

As duas se abraçaram enquanto Laura saia sorrateiramente, porém, esbarrou em uma mesa, causando um alto ruído.

- Acho que você deve desculpas a alguém, Laura. - Marcelly disse.

- Me desculpar não vai mudar o fato de que ela é uma idiota completamente inútil. E antes que você diga o quanto eu sou horrível e cruel, lembre-se: foi Deus quem colocou os defeitos, eu apenas comento.

Antes que pudesse ouvir qualquer protesto por parte de Marcelly, ela saiu com passos firmes fora da enfermaria, sentando na escada de uma casa um pouco afastada do movimento de pessoas.

                             ...

- Eu vou sair daqui, tchau.

Heloisa saiu em direção a rua, estava se sentindo sufocada ouvindo a conversa entre Marcelly e Sara. Odiava Sara, e Marcelly quando estava próxima de Sara ficava insuportável.

- Você viu a Enid?

Ela olhou para o garoto a sua frente. Vê-lo ali a sua frente a fez soar um pouco. Seus olhos azuis foram de encontro com os dela, enquanto aguardava alguma resposta.

- Seu pai é padeiro? - Heloisa perguntou.

-Não.

- Porque você só pode ser um sonho.

- Tá legal, você é estranha. Bem estranha. - Ele virou, correndo para algum lugar.

- Sério, Heloisa? Por que você tinha que fazer issso? Era o Carl! - Heloisa dizia para si mesma, quando olhou para frente e encontrou Enid.

- Você está bem?

Ignorando a pergunta, ela seguiu a direção oposta de Carl, deixando Enid confusa a observando.

                               ...

- Você fez o quê?

Laura gargalhava enquanto Heloisa xingava mentalmente. Depois de correr por uns 5 minutos, ela a encontrou sentada em uma escada, e contou a situação que passara com Carl.

- Você é muito burra... "Seu pai é padeiro? Porque você só pode ser um sonho"

- Você me respeita, tá? Eu estava nervosa.

- Tudo bem, sonho. - Deu ênfase para provoca-lá.

- Meninas? - Michonne chamou ao se aproximar das garotas.

- Oi, Michonne! - Laura disse simpática tentando parar de rir.

- Eu estive conversando com Rick e o Abraham e encontramos uma casa disponível para vocês.

- Isso é bom, certo?

- Claro, bom, só peço uma coisa a vocês. Por favor, comportem-se. Eu sei que vocês são boas garotas mas as pessoas estão assustadas e Rick as vê como possíveis ameaças. Evitem qualquer confronto e sejam pacientes.

- Nós iremos nos comportar, não é mesmo, Heloisa?

- É, sem cantadas de pedreiro.

- Cantadas de pedreiro? - Michonne riu e as garotas se levantaram.

Após muitos protestos por parte de Sara e Laura rebatendo todos eles, finalmente conseguiram tirar Marcelly do hospital. Acompanhadas por Michonne, Maggie, Abraham e Glenn, as três garotas seguiram para sua nova casa, e com ajuda do pequeno grupo, passaram o resto daquele dia arrumando a casa, entre risos e piadas. Por algumas horas, todos que estavam ali esqueceram de seus problemas, era como se por aquelas poucas horas, eles se libertassem de todo o mundo do lado de fora.

- Terminamos! - Abraham exclamou deitando no chão da sala ao lado dos outros.

- Fizemos um ótimo trabalho. - Marcelly disse observando a cozinha.

- Precisamos de um nome para o nosso grupo! - Heloisa levantou animada. - A Abelha Rainha e Seus Zangões. Eu sou a Regina Jorge.

- Eu sou a Regina George. - Abraham dando ênfase ao referir-se a si mesmo, levantou-se, movendo a cabeça como se jogasse seus cabelos.

- Vamos, Regina George, já está tarde. - Michonne levantou e empurrou Abraham até a porta, sendo seguida por Maggie e Glenn. - Tenham uma boa noite, meninas, se precisarem, estaremos na casa ao lado.

- Obrigada pela ajuda. - Agradeceu Marcelly ainda deitada no chão enquanto Laura se arrastava até o sofá.

- Estarei aqui pela manhã. - Maggie disse e fechou a porta, deixando as garotas sozinhas.

- A rainha vai dormir, bitches. - Heloisa tropeçou no pé de Marcelly que riu, ela a ignorou e subiu as escadas, indo para o quarto.

- Vá pela sombra!

Laura gritou e em seguida também subiu para o seu quarto.

                              ...

Tentou evitar aquela sensação, mas aquela voz gritava ainda mais alto. Ela sentia medo. Estava presa ali e talvez continuasse presa para sempre. Tinha sido divertido, mas agora ela precisava voltar para sua casa.

E então ela correu, sem saber ao certo para onde ir, correu daquela casa para tentar fugir de mais um problema.

- Laura!

Por mais que quisesse continuar correndo, aquela voz a fez parar. Não sabia ao certo porque, mas aquela voz a acalmava.

- Está tudo bem?

De súbito, Laura a abraçou, nem ela mesma sabia o motivo, mas precisava sentir aquele abraço, precisava dela, precisava de sua amiga.

- O que aconteceu? - Preocupada, ela fitava os olhos da morena.

- Eu preciso sair daqui, Marcelly. Eu quero voltar para a minha casa. - Respondeu aflita.

Marcelly a abraçou mais forte e sentiu as lágrimas da amiga molharem a sua camiseta.

- Eu também sinto falta da minha casa, mas nós vamos ficar bem, Laura. Confie em mim.

Ela olhou novamente para os olhos marejados de Laura, e em seguida para sua boca trêmula. Em um impulso, beijou a morena a sua frente que suspirou, se afastando rapidamente em seguida.

- Me desculpe, eu...

Antes que a ruiva completasse a frase, foi surpreendida pela morena que gentilmente colocou a mão em sua nuca e a levou para mais perto de si. Marcelly colocou as mãos na cintura de Laura, em seguida, fecharam os olhos, lentamente, aproximaram seus rostos e ela pode sentir a textura suave dos lábios da garota. Com o céu escuro e a rua vazia, era como se dançassem uma música lenta que apenas elas conseguiam ouvir, doce melódia a qual saia do fundo de suas almas.

- Sabe, eu sempre me perguntei qual seria o sabor dos seus lábios. - Elas permaneciam abraçadas, uma olhando para os olhos da outra enquanto encostavam as testas.

- E que sabor tem?

- É doce, eu gostei. - Laura riu do comentário, exibindo suas covinhas. - Lembra que eu precisava te contar uma coisa... importante.

- Sim, pode me contar agora! - Sorriu.

- Eu acho que gosto de você. - Disse o mais lento que pode, mas na verdade as palavras atropelaram-se, embora não tenha sido difícil para que a outra entendesse.

- Eu sei. - Ainda mantinha o sorriso e uma certa calma em sua voz.

- Não apenas como amiga, mas de uma forma diferente. - Explicou mirando seus olhos castanhos.

Afastando-se dela, Laura virou-se de costas, pronta para sair.

- Eu digo que gosto de você e essa é a sua reação?

Ela ainda esboçava um pequeno sorriso em seus lábios ao virar-se novamente para a garota, porém, agora em seu olhar havia tristeza, em seguida, correu o máximo que pôde para longe dela. Marcelly teria rido da forma engraçada como ela corria, mas havia entendido, agora também era um problema.



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