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História Pesadelo em Série - Não havia mais motivos para rir


Escrita por: theweepingwillow , farofaye e _hollow

Capítulo 8 - Não havia mais motivos para rir


Estava tudo escuro, Heloisa ouvia vozes distantes mas não conseguia entender direito o que elas diziam. Pareciam preocupadas com algo.

A menina estava ali a um bom tempo. Medo, era o que sentia. Ela não fazia a menor ideia de onde estava. E então um fleche de luz a cegou como um raio. Fechou os olhos com força e quando abriu, o local onde estava não era mais um lugar escuro, e sim um tribunal.

Suas têmporas doíam demais, parecia até que um caminhão de lixo havia passado por cima de sua cabeça. De repente Heloisa se lembrou de tudo, veio como um filme em sua cabeça. Lembrou do desespero, da dor, da fome… Tudo. Sentiu raiva, tristeza, e até felicidade, tudo misturado. Seus olhos começaram a marejar. Respirou fundo, e engoliu a vontade de chorar. Onde está as minhas amigas? Onde está Carl?

Tudo o que via era dezenas de pessoas que às vezes a encaravam com olhares estranhos. Ela não estava entendendo nada. Heloisa estava se sentindo tão sozinha no meio daquela multidão, e odiava sentir isso. Porque eles estavam me encarando daquele jeito? Isso tudo é real ou um sonho? Se perguntava a garota.

Mais a frente viu Alison Dilaurentis da série Pretty Little Liars sentada ao lado de uma mulher, que deduziu como sua advogada por causa das roupas e o jeito. Elas pareciam tensas.

– O julgamento está entrando no segundo mês, e o caso de estado contra Alison Dilaurentis, a adolescente perversa acusada de assassinar uma colega da escola sofreu uma reviravolta. Agora vamos falar com a nossa especialista no caso, Sara Shepard. Sara, você vem acompanhando tudo desde o início, essa menina vai mesmo se dar mal? – Perguntou o Homem apontando o microfone para a mulher a sua frente. Eles estavam gravando uma reportagem ali perto.

– É possível Bill, a promotora a descreveu como a mais malvada das meninas malvadas.

E então sua ficha caiu. Heloisa não havia morrido, e não estava sendo julgada, ela foi parar em outra série. Onde estão minhas amigas? Era a única pergunta que fazia em sua mente.

Não encontrou ninguém conhecido, estava sozinha. Então, se encolhendo no banco, Heloisa começou a sussurrar uma música para se sentir menos solitária.

I'm standing on the bridge, I'm waiting in the dark, I thought that you'd be here by now. There's nothing but the rain no footsteps on the ground. I'm listening but there's no sound./ Estou parada em uma ponte, estou esperando no escuro, eu pensei que você estaria aqui agora. Não há nada exceto a chuva sem pegadas no chão. Estou ouvindo mas não há som.

Isn't anyone trying to find me? Won't somebody come take me home?/ Há alguém tentando me encontrar? Alguém virá me levar para casa?

It's a damn cold night, trying to figure out this life. Won't you take me by the hand? Take me somewhere new, I don't know who you are but I... I'm with you, I'm with you…/ É uma maldita noite fria, tentando entender essa vida. Você não vai me levar pela mão? Leve-me para algum lugar novo, eu não sei quem você é mas eu... Eu estou com você, eu estou com você...

I'm looking for a place, I'm searching for a face, is anybody here I know? Cause nothing's going right and everything is a mess and no one likes to be alone…/ Estou procurando um lugar, estou procurando um rosto, Há alguém aqui que eu conheça? Porque nada está dando certo e tudo está uma bagunça e ninguém gosta de ficar sozinho...

De repente uma testemunha surpresa entra pela porta… Leslie Stone, amiga de Mona que foi assassinada. Leslie começou seu discurso dizendo sobre uma carta que Mona havia lhe mandado antes de morrer, dizendo que estava sendo perseguida por Alison.

Heloisa pegou seu celular que apareceu magicamente no seu bolso, para ver seu estado pela câmera frontal. A menina alegre de antes agora estava com olheiras, e um olhar vazio. Ainda usava a mesma roupa de antes mas agora estavam limpas e costuradas. A bateria do celular ainda tinha 15%, não sabia como, aproveitando disso olhou as horas que marcavam 10:43 da manhã.

Olhou para os lados a procura de alguém, e avistou Laura sentada em um banco no fundo da sala, ela parecia irritada. Logo Marcelly chega chorando e se senta ao seu lado entrelaçando suas mãos, as duas estavam com cara de assustadas. Sentiu um alívio imenso por não estar sozinha. Foi na direção das meninas mas alguém a parou antes.

– Aria, você está bem? – Perguntou um homem a encarando. Aria? Como assim? Pensou.

– Quem é Aria? – Perguntou confusa.

– Você, ora. Assim como as suas amigas ali, Spencer e Emilly. Tem certeza que está bem?

– Ah, me desculpe. Estou bem – Forçou um sorriso, e o homem assentiu indo embora. Continuou andando até chegar perto de Laura e Marcelly arrastando as mesmas até o corredor.

– Meu Deus, Heloisa! Como viemos parar aqui?! Eu só lembro de ter caído no sono de repente e… – Disse Marcelly rapidamente que quando viu a menina, começou a berrar. As três se abraçaram.

– Eu não sei como viemos parar aqui... – Respondeu Heloisa.

– Eu não estou entendendo mais nada. Nós estamos em outra série, né? Quando alguém morre nós vamos parar em outra? – Perguntou Laura confusa.

– Vocês não conhecem PLL?

– P o que? – Marcelly perguntou sem entender.

– P-L-L - Soletrou. Ela ainda a olhava confusa, enquanto Laura segurava a risada. – PRETTY LITTLE LIARS.

– Aaah, Já ouvi falar… – Marcelly respondeu pensativa. – Eu tinha uma blusa com o símbolo de “-A”, as pessoas me paravam na rua perguntando se eu era fã, eu dizia que sim mas nunca vi nem sequer um episódio.

– Conheço mais ou menos. – Falou Laura rindo de Marcelly, mas logo parou de rir e fez uma careta, se sentindo culpada. É, Heloisa não era a única que achava que não havia mais motivos para rir...

Depois de Heloisa resumir os acontecimentos da série e as garotas a interromperem 357 vezes com várias perguntas, elas finalmente entenderam (bom… pelo menos um pouco, ela acha). Heloisa mostrou até fotos do elenco que tinha salvo na galeria do seu celular, que logo descarregou.

Elas descobriram que cada uma eram uma personagem diferente nessa realidade. Heloisa era Aria, Laura era a Spencer e Marcelly era a Emily. Enquanto Hanna e Alison – que eram elas mesmas – estavam presas. Tudo estava sendo muito louco para as três garotas.

– A gente precisa fugir daqui. – Laura disse apressada.

– Eu já pensei nisso mas nós não podemos fugir se não toda a história irá mudar, esqueceu? Primeiro, fugir para onde? Não tem como. Segundo, meu sonho está se realizando. – falou Heloisa, deixando Laura desanimada e meio irritada.

– Agora temos que voltar lá e fazer todo o teatro se não a Alison vai pensar que a abandonamos. – Disse Heloisa voltando para o tribunal, Marcelly ia logo atrás e Laura foi “tomar um ar”.

Quando entraram, todos os olhares estranhos se voltaram para as duas, fingiram não ligar e foram andando até o banco. Alison as encarou e Heloisa sussurrou um “vai ficar tudo bem” mas a garota parecia não acreditar e sinceramente, nem ela.

Laura ouvia Heloisa explicar um monte de coisas, mas não estava com cabeça para aquilo. Então foi andar um pouco pra poder assimilar tudo quando um policial chega, era o tal de Roby. Ou era Toby? O reconheceu pela foto que Heloisa havia mostrado. Será que ninguém percebia que ela só queria ficar sozinha pra chorar por pelo menos cinco minutos?

– Oi… – Falou ele, parado a olhando.

– Oi – Laura disse sem paciência cruzando os braços.

– Eles já entraram em recesso? – Ele perguntou sobre a situação no tribunal.

– Não… Eu que saí. – Laura percebeu que ele estava tentando puxar assunto e logo o cortou. – Preciso ir. – Deu as costas e voltou para a sala sem se importar em ser grossa.

...

As três estavam na casa da Spencer, não tinha ninguém lá além delas. Laura tinha estranhamente a chave da casa no bolso, e Heloisa como conhecia a série sabia como a casa era, mas não onde ficava. Elas pediram ajuda para as pessoas na rua e se perderam umas quatro vezes até que foram parar em uma floresta antes de finalmente encontrarem a casa.

Heloisa estava sentada na escada que tinha na frente da casa comendo alguma comida chique que havia na casa de Spencer e ela não fazia a mínima ideia do nome. Ela estava falando no telefone sem fio com Alison que a ligou da cadeia.

– Nós não temos mais nada, eu preciso de alguma coisa, eu estou prestes a ganhar prisão perpétua por que a Mona resolveu mandar uma cartinha para a amiguinha dela! – Ela falava com uma voz desesperada. Heloisa não sabia o que dizer. Levantou e começou a andar pelo jardim, sempre teve esse costume, nunca conseguia falar com alguém pelo telefone e ficar parada ao mesmo tempo. Mas Alison não era alguém, ela era A Alison! Se alguém a parasse na rua e dissesse “Ei, você! Você está prestes a ir para The Walking Dead, e depois vai conversar com a Alison em Pretty Little Liars.” Ela com certeza riria, não acreditando em uma palavra.

– Vamos dar um jeito Alison, eu prome… – Ouviu um barulho e logo o telefone ficou mudo do outro lado da linha. Tarde demais, a ligação encerrou.

...

Laura estava sentada ao lado de Marcelly, esperando Heloisa chegar, ela estava lá fora a mais de meia hora.

- Laura? – Marcelly chamou mudando sua postura para que pudesse observa-la melhor.

- Sim? – Respondeu encarando um canto vazio.

- Sobre o que aconteceu aquele dia em Alexandria... – Suas mãos tremiam, ela buscava o olhar perdido da garota, mas temia o que poderia encontrar nele. – A Sara e eu, nós duas...

- Você não me deve explicações sobre nada, Marcelly. – Laura a interrompeu, fazendo com que seus olhares se encontrassem. – E honestamente, não me interessa o que aconteceu entre vocês.

Levantando-se do sofá, a jovem morena resolveu explorar a casa, subiu as escadas e entrou em um quarto indo até a janela. Olhou para o céu cinza lá fora e começou a recordar tudo o que aconteceu nessas últimas semanas. Ela só queria que tudo isso parasse.

Enquanto isso no andar de baixo, Marcelly ainda não acreditava no que estava acontecendo, tudo aconteceu em um piscar de olhos. Era triste lembrar, ela sentia falta de Sara e do grupo, mas de alguma forma, ela precisava seguir em frente. Duvidava se o que aconteceu foi real ou não. Poderia ser legal a oportunidade de participar de uma série, mas tudo tem seu lado ruim. Todas precisavam superar isso, ou pelo menos tentar.



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