Era sábado. Um dia em que o sol, pela primeira vez na semana, brilhava intensamente logo a uma hora daquelas da manhã. Jungwoo remexeu-se um pouco na cama e acabou por colocar uma de suas pernas que, por sinal, estavam sem alguma calça de moletom vestida, e colocou o rosto na curva do pescoço exposto do mais novo. Inalando o cheiro bom do gel de banho que o mais velho havia passado ontem enquanto tomava banho.
Yukhei abriu um dos olhos lentamente e sentiu, como uma flecha, uma horrível dor de cabeça. Suspirou e olhou para o lado, vendo o mais velho dormindo serenamente.
— Até dá dó, você dorme tão serenamente que... — passou a mão no rosto do mesmo — Obrigado por ontem, hyung.
Virou-se de frente para o mais velho e ficou a encara-lo. Aquilo era como dormir com um deus. Passou a fazer carinho na face gordinha e fofinha, aguentando o desejo e a vontade imensa de beijar aqueles lábios que formavam um biquinho. Passou o polegar sobre os lábios e sentiu que o corpo à sua frente estava acordando.
— Bom dia hyung. — sussurrou — Hyung, bom dia...
— Bom...dia Yukhei... — sussurrou e beijou os lábios do mais novo — A sua cabeça está doendo?
— Um bocado... — deitou a cabeça no peito do mais velho — Hoje está sol lá fora.
— Eu já percebi, Lucas. — beijou o topo da cabeça do mesmo — Me deixa levantar, sim?
— Me dá um beijinho e eu deixo.
— Isso é jogo baixo, Lucas.
— Sendo assim, você não sai daqui. — virou o corpo do mais velho, fazendo ir de encontro com o colchão e se colocou por cima — Então, como vai ser?
— Não vou dar... — tentou desviar o olhar mas aquela boca merecia ser apreciada — Isso é jogo baixo...
— Você gosta... — aproximou-se dos lábios do mais velho — que eu sei. — sussurrou.
— Eu não gosto e nem nunca gostei, mas você, Lucas Wong, você me viciou nessa porra. — tocou os lábios do mais novo — Ai porra...
— Então... — afastou-se um pouco e iniciou — Vai me beijar ou vou ter que ser eu a beijar essa linda e maravilhosa boquinha?
— Secalhar... — puxou o mais novo pelo pescoço — Vai ter que ser você, bebê.
Yukhei mordeu o lábio inferior do mais velho, o fazer soltar um suspiro arrastado. Um beijou se iniciou e Jungwoo desceu as suas mãos para a cintura do mais novo, a apertando conforme o beijo se soltava. Desceu os beijos até ao pescoço do mais velho, mas foram interrompidos por Haechan entrando no quarto sem pedir.
— Hyung, eu sei de uma...Ai, desculpem eu não sabia que iam coiso... — voltou a sair do quarto e fechou a porta, fazendo Yukhei gargalhar e Jungwoo corar.
— Ele pensou que a gente fosse...você sabe. — o mais novo olhou para o seu hyung — Hyung, você está vermelho e-
— Feche a boca e saía de cima de mim. — falou, colocando as mãos nas bochechas que estavam quentes.
— Nossa hyung... — saiu de cima do mais velho e o outro correu para fora do quarto.
Correu até à sala e estava lá Haechan fofocando tudo baixinho para os outros dois que ouviam tudo, mas Jaehyun deu um gritinho de susto ao velo ali com cara de poucos amigos. Agarrou o maia novo pela orelha e ficou por cima dele, sentado sobre a sua barriga.
— O que ele vos contou é mentira, ok? Eu e ele só estávamos...aos beijos e nada mais. — deu uma pausa — E eu também não ia fazer isso com vocês aqui como é óbvio.
— Então, quer dizer que se for na casa dele, você faz?
— Não. — riu — Era só um exemplo, hyung.
— Sei. — disseram os três em uníssono, fazendo o Kim revirar os olhos e voltar para o quarto.
Entrou no quarto e o mais novo não estava lá, o que ele achou estranho. Voltou a sair do quarto e caminhou para o banheiro, onde a porta estava encostada e com a luz acesa. Abriu uma flecha da porta e pode ver que não era Lucas e sim Chenle, apertando as calças. Ok, ele dormiu aqui em casa? — perguntou-me a si mesmo enquanto voltava para o quarto. Entrou e pegou diretamente no seu telemóvel, que estava pousado na mesa de cabeceira.
Abriu o aplicativo das mensagens e mandou uma mensagem aos mais novo, pois ele havia saido sem avisar.
[16/05- 10:35]
You: YAH!!!
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You: porquê que saiu assim sem dizer nada.
Visualizada.
You: fiquei preocupado.
Visualizada.
You: porquê que saiu assim?
Visualizada.
Se foi estranho foi, mas o que ele havia dito ou feito para o ter deixado assim? Despiu a camisa que vestia e foi procurando pelo roupeiro inteiro algo para vestir. Acabou encontrando um pijama com pandas e o vestiu, e pouco se importou se iam olhar ou não. Saiu do quarto com o telemóvel e chaves em mãos, e saiu do apartamento descendo escadas a baixo sem se importar se cairia ou não. Atravessou a estrada e pegou o taxi que estava estacionado na praça. Falou a morada e o condutor, seguiu reto para o prédio.
~x~
— O quê? — gritou ainda incrédulo.
— Sim. O Ten deu entrada no hospital com uma grave...eu não sei muito bem explicar, mas só sei que um tal de Taeyong colocou algo na comida dele hoje no pequeno almoço. — o japonês explicou — O Lucas tal como os seus pais estão lá no hospital a dar forças aos pais do seu primo, Ten.
— Eu não sei o que realmente dizer. — o encarou — Mas obrigada pela informação, Yuta. — saiu correndo escada a baixo.
— De nada. — fechou a porta.
Saiu do prédio e voltou a correr para a mais próxima paragem para apanhar autocarro e caso não conseguisse nenhum iria a pé. Hoje o dia não iria ser fácil.
Esperou, esperou e nada. Andou durante um bocado do caminho para recuperar o fôlego perdido. Voltou a correr até estar frente a frente com a porta do hospital de onde saiam e entravam doentes.
— Boa tarde, você pode me dizer onde está a familia de um adolescente Tailandês que deu entrada hoje neste hospital? — pediu para a recepcionista que o olhou com tédio.
— Familia de Chittaphon Leechaiyapornkul? — perguntou com um tom arrogante.
— Sim, por favor.
— Piso quatro. — falou e continuou a comer o seu almoço.
Caminhou até aos elevadores recebendo o olhar de todos ali. Razão: por estar de pijama e ainda por cima ser um tanto infantil. Entrou no cubo, apertado e metalizado e apertou o botão do piso que queria. Piso quatro.
~x~
E lá estavam os dois, Yukhei com a cabeça apoiada no ombro do seu hyung enquanto o mesmo cantarolava algo baixinho. As mãos entrelaçadas sem querer, agora estavam a apertar-se mais, pois o médico havia saido do quarto do primo.
— Então doutor, o meu filho está bem?
— O seu filho durante alguns exames médicos teve algumas paradas cardíacas, mas agora ele está fora de perigo. — sorriu, tentando passar confiança aos pais do menor — Um mês aqui, aos nossos cuidados, e ele melhorará.
— Obrigada doutor. — Yukhei pronunciou-se e reverênciou o homem de bata branca.
O médico saiu de perto dos mesmos e os demais ali presentes poderam suspirar de alivio. Especialmente Yukhei.
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