História Pieces - Capítulo 4 - Saudade.

Zayn observou Ariel se afastar com passos confiantes, e logo estava conversando com o cara qual ele mesmo havia indicado, e rapidamente um lugar foi oferecido para ela. É claro que sim — pensou Zayn. Ariel ainda era deslumbrante, ou melhor, era ainda mais deslumbrante. Para Zayn, todas as vezes que a via era como se Ariel nunca tivesse sido mais linda. 
A observando de longe, ele sentia vontade de ir embora e simplesmente ficar em casa fingindo que estava esperando a esposa chegar do trabalho, mas não podia deixá-la, já que corria o risco de ela querer ir embora ou de o cara ser um grande filho da puta. Zayn não suportava a ideia de pensar em Ariel chateada por causa de algum homem otário que a tratou mal. 
Sentindo que o suco que bebia não estava nem perto de distrai-lo daquilo que lhe incomodava no momento, Zayn se levantou e se dirigiu ao bar do restaurante, e antes mesmo de se sentar em alguma banqueta tratou logo de pedir uma bebida forte, fazendo questão de ficar de costas para Ariel e seu provável futuro pretendente amoroso. 
Só quando pegou o copo para leva-lo até a boca, Zayn percebeu que suas mãos estavam trêmulas e por um momento chegou a pensar que insistir naquela ideia absurda era assistir seu casamento ser jogado no lixo, só que de uma forma ainda mais dolorosa. 
— Cuidado para não se afogar — brincou a barwoman, chamando a atenção de Zayn. 
A loura sorria para ele de forma educada e descontraída, mas não conseguiu drenar nem um por cento de sua atenção à ela, afinal, havia acabado de ouvir a gargalhada de Ariel. Certamente alguém estava se divertindo ali e Zayn sentiu-se egoísta quando percebeu que sentia um tanto de raiva, mas tal sentimento não era direcionado a Ariel, e sim a si mesmo. 

Ariel levou a mão aos lábios, abafando o riso que já havia soado demasiadamente alto, depois tapou o rosto com ambas as mãos, sentindo-o corar. Certamente não esperava por aquilo, mas seus ombros antes tensos, agora estavam totalmente relaxados e trêmulos por conta da gargalhada. 
— Tudo bem, essa reação foi melhor do que o esperado — concluiu Oliver, encarando Ariel com um misto de diversão e fascinação. 
A morena tirou as mãos de frente da face e apoiou o cotovelo na mesa, podendo sustentar sua cabeça com a mão. Ela ainda sentia vontade de rir, mas também sentia que já tinha rido o suficiente por dois longos e inteiros minutos, desde que Oliver lhe contou sua orientação sexual e finalmente ela pôde relaxar e dizer um "graças a Deus" com alívio. 
— Então você não está frustrada ou brava comigo? 
— Ah, por favor, isso foi ótimo — respondeu ela, ainda sorrindo. 
Nos poucos minutos em que conhecia Oliver, Ariel havia simpatizado com o que conhecia da personalidade do rapaz e obviamente se sentia muito mais confortável em simplesmente conversar com alguém que poderia se tornar seu amigo do que seu amante. 
Oliver parecia confuso com a reação da moça que havia acabado de se sentar junto dele e que logo percebeu que investidas não tão inocentes estavam sendo feitas, então decidiu abrir logo o jogo, confessando ser homossexual. Então, mais calma e tranquila Ariel contou a Oliver que era casada, e que estava ali trabalhando na missão de recuperar a chama que seu casamento havia perdido ao longo dos anos. O rapaz a ouviu atentamente, muito entusiasmado e impressionado com tudo que ela dizia. 
— Ariel, devo dizer que estou fascinado com sua história e como infelizmente não podemos ser amantes, eu te convoco a ser a minha mais nova amiga. 
Ariel sorriu e deu de ombros.
— Um amigo é tudo que eu preciso. 
— Mas trabalharemos em encontrar um amante para essa bela mulher que está diante de mim. 
Ariel ainda sorria e antes de responder, direcionou seu olhar ao bar, onde Zayn havia se dirigido mas ficou decepcionada ao perceber que o marido não estava mais ali. Deveria ter prestado mais atenção — pensou ela, imaginando que ele poderia ter saído com alguma mulher, porém o restaurante não estava movimentado como de costume. Talvez tenha ido para casa — concluiu ela. 
— E seu marido? Ele está aqui? — perguntou Oliver — chamando a atenção de Ariel —, olhando por todo o ambiente. 
— Não — confessou ele, soando mais melancólica do que imaginava. — Acredito que ele tenha acabado de ir embora — concluiu ela. 
Acreditando e esperando que Zayn estivesse em casa, Ariel se despediu de Oliver, que logo tratou de pedir o número dela e deixar o seu no celular da moça, prometendo que a ligaria no dia seguinte para botarem em prática o plano "Arrume Um Amante Para Ariel", e então a morena pegou um táxi e foi para casa, se sentindo leve. 
As luzes estavam todas apagadas e isso desanimou Ariel por um momento, até ela chegar no quarto e perceber que a única lâmpada acesa era a do banheiro, qual tinha a porta apenas encostada. Ariel presumiu que Zayn estivesse tomando banho na banheira e resolveu arriscar a sorte, se despindo assim que chegou no quarto. Ela se desfez do coque que havia feito no cabelo e balançou a cabeça, libertando os fios. Ariel se olhou no espelho que se localizava ao lado da porta do closet e observou seu corpo nu, se sentindo bonita e revigorada, algo que não imaginou que alcançaria apenas de passar pouquíssimas horas fora de casa, conversando descontraidamente com alguém que mal conhecia. 
Ela respirou fundo, tentando dissipar a vermelhidão em suas bochechas ao pensar que entraria nua no ambiente qual seu marido se banhava. Ela revirou os olhos com sua própria bobagem e se dirigiu ao banheiro, abrindo a porta devagar. Zayn estava na banheira, como ela havia pensando e tinha os joelhos próximos ao corpo, os abraçando e sua cabeça estava baixa. Ele tinha seus olhos fechados, parecia distante. 
Ariel achou linda a cena, e desejou poder fotografar. 
— Oi — disse ela, baixinho, não querendo assusta-lo ao se aproximar.
Zayn levantou a cabeça, parecia confuso e surpreso. 
— Oi — respondeu ele com um pequeno sorriso se formando em seus lábios. 
Ariel se aproximou ainda mais enquanto o marido esticava as pernas e ajeitava sua postura, e apesar de deslumbrado e quase que em choque, Zayn esticou a mão à ela, dando apoio para Ariel entrar na banheira sem correr o risco de escorregar. Ele observou a esposa lentamente se sentar, submergindo seu corpo na água quente, deixando sua pele totalmente arrepiada. 
Ariel estava de costas para Zayn, sentada no colo dele e o marido se dedicou a molhar os ombros dela, enchendo de água as mãos em formato de concha, tentando fazer com que ela não sentisse frio.  
— Achei que fosse demorar para voltar — comentou ele. 
Ariel deu de ombros e afundou um pouco mais na banheira ao deitar sua cabeça no ombro direito de Zayn.
— Quando percebi que tinha partido, desejei vir para casa. 
— Achou que eu estava aqui? — perguntou ele, ansioso e esperançoso. 
— Sim — respondeu Ariel, afirmando com a cabeça. 
Zayn encostou seu rosto no de Ariel e a beijou suavemente na bochecha. 
— Eu me sinto bem — confessou ela, brincando com a água. 
— Fico feliz em saber disso. 
Ariel levantou os olhos para Zayn e lhe deu um pequeno sorriso, antes de beijar o pescoço dele. 
— Ariel... — alertou ele, sabendo que sentia falta dela e não poderia controlar o efeito que ela causava em seu corpo. 
— Obrigada por ser tão paciente comigo — murmurou ela. 
Ariel ficou ereta na banheira e se virou, ficando de frente para Zayn, derramando um monte de água no chão. 
— Ops — disse ela, brincalhona e Zayn não conseguiu rir. Mal podia tirar os olhos dela. 
Ariel colou seu peito no de Zayn e dobrou suas pernas para poder ficar no colo do marido. 
— Linda... — sussurrou ele — suplicante — quando Ariel começou a beijar seu maxilar e logo depois seu pescoço e boca.  
— Eu quero — disse ela, contra os lábios dele. 
Zayn a beijou e segurou seu rosto, depositando ali naquele beijo toda a saudade que sentia. Ariel sentia as consequências das passadas de mão que recebia em seu corpo quase que extasiada, totalmente entregue ao marido. Ela se sentia querida e desejada com os toques ansiosos, porém suaves de Zayn. 
Ariel permitiu-se toca-lo de forma mais ousada àquela que estava recebendo e arrancou gemidos do marido durante o beijo, e uma ereção já se formava por ela. Zayn desceu seus beijos até o pescoço dela, podendo respirar melhor e também se entregar mais ao se concentrar nos toques da esposa. Ariel parecia faminta com aqueles toques urgentes e sua respiração completamente descompensada, o que deixou Zayn ainda mais louco por aquele momento. 
Ariel se apoiou em seus joelhos, os deixando entre as pernas de Zayn e as bordas da banheira e recebeu uma chupada em cada mamilo ao ficar com os seios na altura do rosto de Zayn. De olhos fechados, Ariel encaixou Zayn dentro dela, arrancando gemidos de ambos. 
Os movimentos suaves de Ariel logo se tornaram mais vorazes e ela voltou a beijar Zayn, arfando contra os lábios do moreno. Ambos estavam completamente perdidos um no outro. 
Zayn segurou a cintura de Ariel, ajudando-a a se movimentar ainda mais, sabia que ela também não aguentaria por muito tempo. As unhas de Ariel foram afundadas nos ombros de Zayn e seus dentes no lábios inferior dele. Arranhões, mordidas, apertos. Beijos. Saudade. Tudo era muito desesperado e doce ao mesmo tempo, uma mistura que ambos nunca tinham sentido antes. 
Ariel jogou a cabeça para trás, expondo seu pescoço para Zayn beijar e morder e da sua boca aberta foi emitido um alto gemido de prazer com seu ápice. Afundado no pescoço dela, Zayn gemeu contra sua pele, liberando ali seus sons de prazer. 
Ariel estava ofegante e seu corpo estava praticamente despencado contra o de Zayn, qual tentava retomar o ritmo de sua respiração, e naquele momento a água — antes quente — já havia esfriado.