História Pines vs Gleeful - Eu vim te levar pra Casa

Um frio percorreu a espinha de Will, o suor começou a brotar e descer pelo seu delicado rosto. A pessoa que acabara de dizer aquela frase estava atrás dele e, mesmo que ela não aparecesse no espelho, o azulado conhecia bem aquela voz. Ele olhou discretamente para a janela, estava aberta. Já sabia como a pessoa havia entrado, mas como havia chegado a essa dimensão?

—Will? Vai mesmo me ignorar? —A dona da voz chamou novamente o mais alto, que deu um suspiro e se virou para encará-la. —Awnnnn você está tão fofo! —A garota o elogiou.

—Desculpe-me pela grosseria, mas... o que faz aqui?

Antes que a garota, que estava sentada em cima da cômoda, pudesse responder, Mabel entrou no quarto com uma bandeja com um copo com suco de laranja e um sanduíche de presunto.

—Cara, você não sabe o sufoco que passei para que o tivô Stan não visse o lan- —Assim que a morena viu a outra pessoa, chocou-se tanto que acabou por deixar a bandeja cair.

—Olá! —Comprimentou de forma gentil, a garota intrusa. —Desculpe aparecer assim do nada, sou a-

—Pacífica? —Mabel olhou surpresa para a garota loira, idêntica a sua rica(riquíssima) rival. A garota, fisicamente, era identica a Pacífica, mas o seu estilo era descontraído e alegre como o de Mabel.

A garota usava o cabelo loiro amarrado em um rabo de cavalo alto, uma blusa lisa azul claro de manga curta, short jeans até metade das coxas, um casaco rosa amarrado em sua cintura e, para completar, um tênis rosa cheio de glitter.

—Sim, sou eu. Você é a Mabel, certo? A desta dimensão. —Falou animadamente, enquanto Will foi até a morena para ver se ela estava bem — já que a mesma estava petrificada olhando para a loira. —É como o Sr. Stanley disse: "Todos dessa dimensão se parecem muito com a nossa". Que engraçado! —A loira dá uma risada descendo da cômoda e, logo em seguida, juntando o copo que continha suco e o sanduíche molhado na bandeja. —Sorte que o copo era de plástico!

A morena voltou a si quando a garota lhe entregou a bandeja. —V-Você é da mesma linha paralela que Will?

—O certo é "dimensão", há uma diferença entre dimensão e linha-paralela, mas eu entendi o que você quis dizer. Sim, vim do mesmo lugar que Will.

—Mabel , por que a demo- —Dipper estava a entrar no quarto, quando viu a garota e parou.

—Wow... você é igual a ele. —Os olhos de Pacífica brilharam assim que vira Dipper, já que o mesmo era igual ao garoto por quem era apaixonada em sua dimensão. —Você também tem o sinal de nascença? —A loira levantou a franja de Dipper para ver o sinal localizado em sua testa, parecida com a constelação da ursa-maior. O moreno corou rapidamente, dando passos em direção a porta.

—O-o que está fazendo? Como entrou aqui? —O garoto se encontrava atrás da gêmea mais velha.

—Essa não é a Pacífica, Dipper... Quer dizer... É a Pacífica, mas não da nossa linha-

—Dimensão*.

—Eu já entendi! —respondeu irritada. —Não é a Pacífica da nossa DIMENSÃO, ela vem da mesma DIMENSÃO de Will.

—Wow... como veio parar aqui? —Indagou o mais novo, saindo atrás da irmã.

—O Sr. Stanley, acho que também tem um aqui, criou uma máquina super doida para poder viajar pelo universo e, como o Will havia desaparecido, o Sr. Stanley me pediu para vir procurá-lo aqui.  —Explicou de maneira alegre. Will engolia em seco toda vez que ouvia"Stanley".

 —Espera aí! Não é "Stanford"? —Dipper a corrigiu.

  —Não, estou falando do Stanley mesmo, ele está preocupado com o Will. Disse que se o Sr. Stanford descobrisse, o coitado do Will se daria muito mal. —Ela olhou para Will com pena, mas ele apenas apertou o ante-braço esquerdo e desviou o olhar para o chão.

  Percebendo o clima, Mabel colocou a bandeja em cima de sua cama e perguntou: —"Mal" como?

 —Provavelmente ele levaria uma bronca, Mabel. —O inocente Dipper tentou acalmar a irmã.

 —Na verdade-

  —Não, por favor, Srt. Pacífica!—implorou Will, fazendo todos se espantarem por ele ser sempre tímido. Mas a loira, assim como o azulado fez anteriormente, desviou o olhar — como pedido de desculpas.

 —O Sr. Stanford... bem, ele é um cara mau... Diferente do Sr. Stanley, que se dá bem com todos na cidade, ele é cruel e... tortura Will! Desculpe, Will... —A garota foi até o garoto, virou-o de costas e levantou um pouco seu moletom azul. —Torturas assim.

Mabel colocou as mãos na boca e Dipper arregalou os olhos ao verem as costas do garoto. Nelas, haviam marcas de chicote bem finas, gigantescas marcas roxos que chamavam mais atenção que o normal(não só por Will ser muito palido) e algumas marcas de cigarro.

—J-Já chega! —Will abaixou seu moletom e virou-se de frente para eles, ele estava corado e com os olhos cheios de lágrima. —Eu sabia que iam ficar assim, —Ele se virou para a loira. —por isso não queria que mostrasse a eles! —A voz de Will era doce, calma e, ao mesmo tempo, chorosa.

"Como alguém tão doce pode sofrer tanto?" Era o que se passava na mente de Mabel sobre Will.