História Pingos de chuva - Do outro lado da moeda

Era um dia de chuva e eu detestava chuva, até aquela manhã. Acordei cedo, tomei um café e resolvi ir para o trabalho andando, peguei meu guarda-chuva e sai tranquilo.

Passei pelo parque em direção a universidade. Na grama verde se acumulavam possas d'água que me obrigaram a contornar o parque "Uma pena" pensei frustrado. Fui observando as ruas de lajotas e as casas que por ali estavam. Leanread era uma cidade relativamente pequena e conservadora, não se tinha muitos prédios por ali.

A medida que observava as casas pensava nas famílias que existiam ali, eram tantas histórias, tantas vidas. Meu olhar vagava junto aos pensamentos quando estava a apenas três quadras do snt. Mário. Mas algo me tirou dos pensamentos que me consumiam.

Da esquina percebi um aglomerado de pessoas na rua 74 a esquerda. Sem que antes pudesse pensar ou presumir, uma ambulância chegou ao local com velocidade. Avistei dois homens, um careca é um loiro, eram Carl e Tony correndo para socorrer alguém e, como também é meu trabalho, me pus a correr em direção a eles para ajudar.

Ao passar pela multidão vi Tony tirar uma moça muito bonita de uma possa d'água e "meu Deus" ela estava em uma corrente elétrica. Imediatamente corri para pegar a maca na ambulância, Carl veio ajudar. "Chegou em boa hora" disse em tom apressado com a voz aspera, "Que bom então" respondi.

Tratamos de colocar a moça na ambulância logo, ela convulsionou algumas vezes e a caminho do snt. Mário tivemos que reanima-la duas vezes. Era uma moça jovem e muito bonita, certamente com um bom futuro pela frente. Ela não morreria hoje, não enquanto eu tivesse o que fazer ali.

Chegamos rápido, pois era próximo ao local. Assim que entramos Josh veio para leva-la. "Agora é com você dr. Parker" disse incentivandu-o. "Pode deixar irmão" respondeu calmo e confiante, como sempre foi.

Depois dessa chamada surpresa tivemos mais dois chamados, um infarto e um cara que caiu do segundo andar. Nenhuma morte, o que era uma vitória para nós. Para todos nós.