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História Pink Princess - Wanna Piece Of Me


Escrita por: win_jpeg e staytores

Notas do Autor


sim sim SIM veio AI A QUE VOCES TANTO PEDIRAM serio nossa eu não imaginei q todo mundo fosse gostar tanto desse desejo bobo q eu tive e resolvi escrever, e como vocês já esperaram demais não vou enrolar, ok, mesma coisa futilidade tem umas humilhação publica de leve peço perdão desde já não pratiquem bullying pfv não é legal e descolado só aqui dentro da história pls

boa leitura e espero que gostemmm nao betei fds

Link da playlist: https://open.spotify.com/playlist/6PocriuFdjThk3lC9dxGFR?si=CteZvOAaQFWNaYu-mI2GPA&utm_source=copy-link

Capítulo 2 - Wanna Piece Of Me


Em todos seus quase dez anos de amizade com Felix, Jisung nunca o viu tão irritado. Quer dizer, ele já estava naturalmente estressado com a semana horrível e tensa de provas que teve, projetos e mais trabalhos para entregar com o fim do ano chegando, mal tinham tempo de fazerem as unhas com frequência ou se atualizarem dos novos episódios da última temporada de Keep Up With The Kardashians.

Felix era aplicado, e duas semanas de provas e testes eram iguais a duas semanas distante de qualquer coisa que pudesse o deixar feliz, e isso se aplicava a Christopher. Não o levem a mal, amava seu namorado bondoso e obediente, mas ser namorado e estudante assíduo ao mesmo tempo era demais para si. Seu Chan entendia, claro, conseguia ficar duas semanas sem sua princesa, eles só davam aquele tempo, e era bom para respirar sozinhos.

Mas Christopher entender não significava que todos entendiam, e isso explicava muito sobre a notícia que o fez quase quebrar a unha de Hyunjin enquanto a fazia.

Os quatro estavam sentados nas mesas espaçosas que ficavam espalhadas pelo gramado do câmpus próximo ao ginásio e campo esportivo, esperavam o sinal tocar para poderem iniciarem a última aula do dia, e para aproveitar o tempo, enquanto Seungmin conversava com alguém por mensagem e Jisung tomava sol, Felix resolveu fazer as unhas do Hwang.

Foi quando Seungmin largou o celular que pouco tempo depois Changbin chegou para abraçá-lo pela cintura por trás, se acomodando ao seu lado e coçando a nuca envergonhado ao virar para Felix que ao menos o olhou. Nem mesmo quando murmurou que tinha visto Christopher ele parou de lixar as unhas de Hyunjin, mas no momento seguinte em que disse:

— Ele ‘tava com uma garota. E não sei não… Ela não tinha cara de amiga dele.

Felix espremeu a mão do Hwang entre a sua, fazendo o melhor amigo gemer choroso.

O Lee ficou tão sério ao recolher suas coisas na mesa e marchar para dentro do prédio que os melhores amigos quase não conseguiram acompanhar o ritmo, deixando Changbin para trás sentado sozinho na mesa.

Felix estava claramente irritado, a ponta das orelhas ficavam vermelhas e ele batia o saltinho dos sapatos com força no chão, empurrando uma pessoa ou outra gritando um sútil “sai da minha frente” para que se afastassem de seu caminho. Jisung vinha mais ao lado pedindo para o melhor amigo respirar e se acalmar, para não perder a postura.

Mas Jisung sabia que era ela, aquela menina, a mesma estudante de Nutrição que sempre dava em cima de Christopher e que fugia de Hyunjin na sala sempre que o via. Ah, Felix estava esperando por aquele momento, pela oportunidade perfeita de dar um fim naquilo e deixar claro que Bang Christopher era seu

Mas ela havia escolhido a semana errada.

Mirou os olhos nas costas largas de Christopher com a camisa de botões preta, os ombros retraídos em timidez e vergonha quando era abordado daquela forma e tinha que dar foras era coberto por uma das mãos da garota, Felix sabia que ele tentava ao máximo, mas era um menino bonzinho que não conseguia chatear as pessoas com facilidade. Bem, Felix faria aquilo por ele.

Antes de se aproximar completamente, Jisung segurou seu braço para lhe dar aquele olhar específico de quem dizia “não vale a pena descer nesse nível”, e Felix concordava, quer dizer, era sempre muito educado e nunca saía da linha, mas, por Deus, estava com tanta raiva!

— Honey, respira comigo. — Hyunjin pegou ambas suas mãos para iniciar uma respiração enquanto Seungmin o abanava com as mãos. — Estresse faz mal, relaxa.

— Como eu posso relaxar com uma sem noção se esfregando no meu namorado a quase um mês? — Rangeu os dentes e fechou os olhos para seguir a respiração do Hwang.

— Lix, você sabe que consegue acabar com ela e que Christopher jamais olharia para outra pessoa, então se acalme. — Jisung ajeitou os fios loiros do amigo. — Estamos todos juntos e você vai acabar com aquela pobretona do seu melhor jeito, ‘tá bem?

— Sim, eu sou muito melhor do que isso. — Sorriu para si mesmo olhando para os melhores amigos. — Eu vou poupar ela, sou muito respeitoso, não vou brigar pelo que já é meu.

Arrumou a postura e caminhou até a cena digna de vergonha alheia palpável, o rosto sem graça do Bang se virou para si antes mesmo que pudesse se aproximar completamente da cena, e embora estivesse morrendo de saudade do rostinho bonito do seu namorado bobão, Felix só conseguiu encarar lentamente dos pés à cabeça aquela megera ao lado de Christopher, sentindo pena por alguns segundos.

Arqueou uma das sobrancelhas e sorriu fingido, abraçando o braço de Christopher e fincando as unhas compridas na pele desnuda, ouvindo o Bang engolir um grunhido.

— Por acaso atrapalho?

— Claro que não, amor. — Christopher murmurou mas Felix não o olhava em momento algum, porque tinha cem por cento da atenção na feição de deboche da garota.

— Mesmo? Vocês pareciam tão próximos, embora eu não lembre de você ter dito que conhecia alguma garota de Nutrição. — Sorriu para ela. — Não é por mal, querida, é que o Chris sempre me apresenta aos amigos, então não sei se você é importante o suficiente ou… Ele só não teve tempo e interesse.

A garota mexeu no rabo de cavalo para jogá-lo por cima do ombro, cruzando os braços em seguida, uma expressão de puro desinteresse que sinceramente irritava Felix ao ponto de querer amassá-la com a ponta de seu salto.

— Tenho certeza que ele só esqueceu.

— Quanta importância você tem, ele até mesmo esqueceu, mas que coisa! — Arregalou os olhos e sorriu em seguida. — Bom, então eu vou pegar o meu namorado e levar para bem longe da sua insignificância esperando que você entenda que quero distância dele, okay, lindinha? Tenha um bom dia.

Não foi preciso puxar Christopher porque ele parecia pronto para sair correndo dali a qualquer momento.

— Não usam aliança, estão longe já faz duas semanas, Chris parece bem solteiro para mim, e eu não tenho medo de pegar ele de você, Felix.

Jisung arregalou os olhos junto com o Bang e Seungmin riu soprado ao negar com a cabeça, enquanto Hyunjin se conteve em somente cobrir a boca com a mão.

Ah, Felix estava farto.

O Lee voltou um passo se soltando do Bang para apontar o dedo contra o rosto da garota.

— Pelo jeito também não tem respeito, e eu vou te dizer uma coisa, meu anjo, é melhor tomar cuidado com a forma com que me chama, é Lee pra você. — Estreitou os olhos. — Não tem medo porque nunca dei motivo para temer, mas em dois segundos eu arrumo, não correm de mim a toa. Aliança? — Riu soprado. — Christopher não precisa de uma espécie de coleira, ele sabe a quem pertence, todos sabem, então espero que use seus dois neurônios equivalentes a um saquinho de bala de seven-eleven de esquina para entender que eu não quero causar um escândalo, mas é fácil para mim arruinar a sua vida. — Recolheu a mão e ajeitou a postura. — Jamais desperdiçaria meu tempo tocando em você, querida, e só desço do meu salto pra dar pro meu namorado, mas tenho amigas que adorariam acabar com você, tanto quanto eu. Vou ser bem direto porque o cheiro do seu perfume barato me enoja, se encostar nele de novo eu destruo a sua vida social, a sua bolsa miserável de estudo vai pro lixo, o seu status que alcança o subsolo passa a ser inexistente, e aí vai passar o resto da vida sendo uma imprestável trabalhando em uma loja de sapatos pegando caixas e mais caixas pra mim e meus melhores amigos experimentarmos, não ia ser um sonho? — Recolheu uma mecha de cabelo para trás da orelha antes de respirar fundo e sorrir. —  Se eu te ver perto dele, só mais uma vez, você some, e pode ter certeza que eu vou sentir esse cheiro horrível de gente pobre a quilômetros de distância.

Olhou feio para ela dando as costas e puxando o braço de Christopher no processo. Os outros três se certificaram de deixarem uma última olhada na garota que ainda estava parada no mesmo lugar antes de seguir Felix.

Jisung parou ao meio do caminho chamando a atenção dos melhores amigos. Felix parecia irritado ainda, embora o Han soubesse que ele se acalmaria em poucos minutos, tinha um controle emocional muito grande.

— O que foi? Ela te olhou torto? Quer voltar lá? — Felix deu um passo a frente e Christopher o segurou levemente pelo braço.

— Esqueci que preciso pegar o resultado da… Minha prova de espanhol. — Apontou para a sala e lançou beijinhos pelo ar em seguida. Os melhores amigos se entreolharam e Hyunjin concordou com a cabeça levemente. — Vejo vocês depois.

— Logo a última aula começa, vê se não se atrasa. — Seungmin cruzou os braços.

— Pode deixar!

Acenou e andou rapidinho em direção ao corredor. Felix o olhava esquisito, sabia daquilo, quer dizer, Jisung não era lá muito bom em mentir para os melhores amigos, havia ouvido Hyunjin murmurar um risonho “com certeza ele vai se atrasar”.

— Não esqueça de fazer o convite da minha festa! — Seungmin gritou quando já estava longe.

Bem, depois daquilo, não precisava exatamente fazer um convite, tinha certeza de que a faculdade toda havia ouvido.

Virou o corredor e andou o mais rápido que seus tênis plataformas lhe permitiam, ajeitando os fios e passando reto da sala de espanhol, subindo as escadas como se sua vida dependesse daquilo. Dava alguns oi's ali e aqui enquanto continuava a subir todos aqueles lances sem fim, parando no penúltimo patamar para tomar vento da janela grande.

Aproveitou a pausa para passar um pouco mais de gloss nos lábios e se certificar de que tudo ainda estava em ótima situação; é óbvio que estava, sempre estava. Subiu os últimos degraus e parou no último andar respirando fundo e olhando para os dois lados do corredor, não encontrando ninguém.

Não costumava passar muitas pessoas por ali naquele horário, era o andar das salas de música e anfiteatro, e Jisung tinha a certeza de que ninguém apareceria naquele horário, já que as últimas aulas quase nunca eram práticas para os cursos os quais usavam as salas.

Quando se virou para encostar as costas na parede, o perfume gostoso que reconhecia de longe invadiu todo seu espaço pessoal, e Minho bateu com a palma da mão na parede atrás de si, apoiando o corpo no braço forte e o encurralando. Ele parecia tão bonito vestindo a camisa do time e jeans pretos rasgados, a mesma corrente prata de sempre e aquele sorriso ridículo nos lábios.

Jisung suspirou com o tremor em seu estômago.

— Matando aula, Han? — Arqueou uma das sobrancelhas puxando Jisung pela cintura fina com força.

— Não é do meu costume, mas têm um atleta até que bonitinho que não para de me mandar mensagem. — Sorriu ao morder os lábios, trazendo Minho para mais perto ao puxar a corrente entre os dedos.

— Até que bonitinho? — Riu e Jisung o acompanhou. — Você sabe que sou melhor do que isso.

— Esqueci de dizer que ele é convencido também. — Revirou os olhos.

— Preciso ser, com a gostosa que eu pego. — Apertou a cintura entre os dedos, sussurrando rente aos lábios do Han. — A propósito, você fica lindo de roxo.

— E você é um canalha que me elogia ‘pra ganhar o que quer. — Encarou os olhos negros do Lee de pertinho. Eram tão bonitos, expressivos.

— Se funciona, que mal tem? — Subiu umas das mãos para acariciar os lábios cobertos de gloss do Han. Jisung sentia o local formigar e o corpo todo aquecer debaixo do suéter lilás que usava.

Minho se aproximou e Jisung virou o rosto para o lado desviando do beijo. 

— Queria te pedir algo, Lino.

O Lee riu soprado, voltando a apoiar a mão na parede, enquanto a outra soltou a cintura fina para enfiá-la no bolso do jeans. Jisung enrolou novamente os dedos na corrente, um pouco tímido pelo olhar fixo que Minho mantinha acima de si, não conseguia o encarar de volta, se sentia tão pequeno.

— O que eu posso fazer por você? — Arqueou uma das sobrancelhas e o Han mordeu o lábio.

— É que… — Soltou a corrente para deslizar a ponta da unha pelo peitoral forte. — Os pais do Seungmin compraram uma mansão incrível no fim da cidade, e o Min resolveu dar uma festa.

— E você quer que eu vá? Han…

— Comigo! — Apertou a camisa entre os dedos e encarou Minho com seus melhores olhos pedintes, piscando com um biquinho nos lábios. — Queria que você fosse comigo. Eu e você. Claro, ele quer que você leve aquele bando de atleta, mas não é isso que importa. — Revirou os olhos e rondou os ombros largos com o braço. Minho voltou a segurá-lo pela cintura. — É um pouco longe, e nós vamos beber, então eu convenci o Min a deixar você dormir comigo no quarto.

Minho riu soprado.

— Não vou cair nessa, de novo.

— O que quer dizer com isso? — Franziu as sobrancelhas.

— Da última vez que você veio com essa de dormir comigo no quarto eu acabei entre o Hyunjin e o Felix, na mesma cama.

Bem, era verdade. Minho havia ido em sua casa para maratonarem uma série que estava em alta, tinham a casa somente para eles, e Jisung pôs seu melhor vestido com o compromisso de que não ficaria com ele por muito tempo.

Mas então a campainha tocou e os três melhores amigos invadiram todo seu espaço criado com Minho para ficarem a noite toda.

Foi um desastre, Jisung nem gostava de lembrar, principalmente porque sabia que havia sido proposital. Sempre era, eles não deixavam fácil assim para qualquer um, foi da mesma forma com Christopher no começo.

— E não me leve a mal, não seria um problema, desde que você não ficasse se insinuando como faz, Han. — O puxou pelo queixo para encará-lo de forma séria. — Ou acha que eu não vi você desfilando de lingerie pelo quarto antes de dormir?

O mais baixo desviou os olhos e Minho se afastou completamente.

— Vai ser diferente, eu juro. — Voltou a fazer biquinho, agarrando a barra da camisa do mais velho.

— Por enquanto é um não.

Não? — Cruzou os braços e franziu as sobrancelhas. — Como assim, não?

— Não gosto de festas, Han, você sabe, e eu tenho um exame que preciso estudar. Mas a galera do time vai adorar ir na tal festa. — Apertou a bochecha gordinha do rosto birrento e Jisung cresceu o bico. — Eu penso no seu caso. 

Riu de canto e deu as costas para o Han.

— Pensa no meu caso? — Riu indignado para si mesmo encarando o Lee descer as escadas. — Como ousa dizer não a mim? Lee Minho, idiota! — Bateu o pé no chão.

Não era preciso muito para ver na expressão emburrada de Jisung que sua última aula e a ida ao shopping com os amigos foi carregada de mau humor. Estava sim muito indignado, quem Minho pensava que era para dizer não a si quando nem seus pais o faziam? Era só a droga de uma festa, por que tinha que ter escolhido um antisocial?

— Okay, Felix me proibiu de falar sobre esse assunto, mas… — O Lee encarou feio Seungmin que revirou os olhos cutucando uma salada de frutas da doceria do shopping. — Qual é a da cara de morte, Ji?

— É, parece até que te tomaram um dos cartões de crédito. — Hyunjin fez careta.

— Não é nada tão grave. — Deitou no ombro de Felix, braços cruzados e o olhar preso no pedaço de brownie largado no prato do Hwang. Não podia comer doces naquele mês, mas bem que queria. — É o Lino, ele não quer ir na festa.

— E ficou surpreso por quê? — O Lee murmurou, comendo um grande pedaço de cheesecake de morango, açúcar acalmava Felix, Christopher, sentado quieto na mesa e bebendo uma vitamina, resolveu pagar doce a todos como recompensa por mais cedo.

— Tipo, tá, eu já imaginei que ele não fosse querer, mas… — Levantou. — Mas como ele pôde ter coragem de negar algo a mim? Sério, ele nem pensou duas vezes!

— Minho é um cara fechado. — O Bang deu de ombros.

— Não defenda ele na minha frente! — Apontou para Christopher que soltou uma risada. — A questão é que eu queria muito que ele fosse.

— Por que? — Seungmin arqueou uma das sobrancelhas.

— Tem que ter um motivo? — Cruzou os braços.

— Para você querer, tem que ter um motivo. — Hyunjin apontou o garfo para si, um sorriso de quem sabia muito nos lábios.

— E qual o motivo? — Felix o olhou.

De repente todos da mesa o encaravam, e não é que o Han fosse uma pessoa envergonhada, é que tinha sim um motivo, mas não era muito ético verbalizar. Ainda assim, sabia que se não dissesse a discussão voltaria à tona, por isso encostou de volta na cadeira e soltou um suspiro.

— Eu quero transar.

Os três, com exceção de Christopher, arregalaram os olhos. Nesses assuntos o Bang normalmente fingia que não estava presente, mexendo no celular como se aquilo lhes dessem alguma privacidade. Sabia que ele ouvia tudo, mas jamais contaria a alguém, não sem Felix o matar em seguida.

— Parem de me olhar assim, vocês transam igual um casal de coelhos, que mal tem eu querer dar? — Falava de Felix, mas seus olhos estavam totalmente direcionados para a loja ao lado, evitando o olhar dos amigos.

— Não é que seja um problema, é só que… — Eles se entreolharam quando a voz de Hyunjin sumiu.

— Pensei que não transasse com ficantes.

Bem, era verdade, Jisung nunca transava com alguns casinhos que tinha, somente em casos restritos de caras completamente fora de órbita de tão irresistíveis; aquele era o caso de Minho, especificamente e único. Não se lembrava bem da última vez que transou com um ficante, ou se chegou a acontecer, mas se lembrava de sua última transa ter sido com seu ex namorado a dois anos atrás.

Ele era um cara legal, mas havia ganho vaga de intercâmbio, e lá se foi o namorado Engenheiro de Jisung para o outro lado do globo. Eram dois anos sem foder, até que aquilo aconteceu na festa de Seungmin, e o Han precisou de duas semanas inteiras acordando molhado sonhando com os toques de Minho, céus, aquela pegada.

Acima de tudo, Jisung não queria namorar com Minho, não era assim…  Mesmo que ele fosse completamente perfeito para aquilo.

Apesar da personalidade naturalmente fria, ele era muito carinhoso, sabia ter toque delicado quando queria, enchia Jisung de elogios não somente para efeito, era legal com seus melhores amigos, e principalmente, era gostoso além do comum. Jisung se perdia no cheiro delicioso de homem que ele tinha, nos braços fortes e mãos de dedos grossos, veias inchadas pela pele bronzeada, mal conseguia parar em pé quando se beijavam porque suas pernas vacilavam quando ele descia a palma quente para agarrar sua bunda.

Queria tanto sentir mais.

— Eu abro uma exceção.

Christopher engasgou com a vitamina porque aquela notícia era demais até para ele. O Han não era bem o tipo de pessoa fácil de se apegar, dois meses atrás tinha aquela fama de intocável, que permanecia, com a exceção de que somente Minho o tocava. Se era difícil aceitar beijar alguém, quem dirá abrir uma exceção para transar.

— Não acredito que se apaixonou. — Seungmin riu soprado e Jisung arregalou os olhos.

— Eu não me apaixonei? — Apontou indignado. — Eu só… Gosto muito dele.

— Em outras palavras: Se apaixonou. — Hyunjin sorriu.

— Parem de falar essa palavra! — Cruzou os braços. — Não é assim.

— Qual a dificuldade de admitir? Como quer abrir uma exceção se você nem consegue aceitar que se apaixonou?

— Eu não me apaixonei! — Bateu as mãos na mesa. — Eu só quero dar! Quer saber? Vocês são um saco, eu vou embora!

Puxou a mochila da cadeira onde antes estava apoiada batendo os pés para longe da mesa, ignorando os protestos dos melhores amigos. Oras, que coisa mais irritante! Apaixonado? Pff, idiotice! Não era apaixonado nem pelo ex-namorado, quem dirá de um matemático que conheceu a dois meses, Jisung não era apaixonado por ninguém além dele mesmo!

Não tinha interesse romântico em Minho, queria transar, dar muito, gozar pra caralho, mamar até não aguentar mais e não se importaria se ele fosse embora logo em seguida, porque não havia nenhum tipo de sentimento além de tesão ali, seus amigos estavam fora do normal, e sinceramente, preferia ficar longe enquanto eles não esquecessem aquela ideia sem noção.

Que eles nunca mais tocassem naquele assunto!

Na sexta-feira de manhã Jisung acordou um pouco mal humorado, mas simplesmente porque Seungmin resolveu o irritar no minuto seguinte em que levantou da cama para fazer sua skin care, tendo que parar imediatamente de fazer a mistura da máscara facial para atender o celular que não parava de tocar. Porra, tão irritante!

 — Perdeu a noção? — Continuou mexendo com a espátula enquanto a outra mão segurava o celular contra a orelha. 

Acredite se quiser, tem gente que perdeu muito mais. — Ele riu do outro lado e Jisung franziu as sobrancelhas para si mesmo no reflexo do espelho.

— Fala logo o que você quer, eu estou fazendo algo muito mais importante.

Olha o post que eu te mandei no chat.

— Min, precisa ser agora? — Suspirou irritado.

Você vai querer ver.

Largou a pequena espátula apoiada na tampinha do frasco, deixando o celular no viva-voz para entrar no chat do grupo com os melhores amigos, apertando no link enviado pelo Kim, ignorando as outras quase cinquenta mensagens que vieram abaixo. O link o direcionou para o Instagram e demorou alguns minutos para reconhecer a garota que brigou com Felix em um post, a foto não era nada além das pernas dela acima de uma cama, como se tivesse sido tirada na visão de primeira pessoa, tudo estava certo, até Jisung notar o que estava acontecendo.

— Nem fodendo. — Deixou um murmúrio sair baixo, dando zoom na foto para ver cada pedacinho com mais detalhes.

Reconhece o lugar?

Ah, sim, Jisung esteve ali pelo menos uma vez por semana nos últimos dois meses. 

Era o quarto de Minho.

— Ponha os meninos na linha. — Sua voz saiu trêmula.

O coração disparou contra garganta e um bolo ruim subia por ela, os olhos lacrimejando e o corpo ficando tão quente que se sentiu febril, não era tristeza, era a mais pura irritação.

Já contou? — Hyunjin perguntou de boca cheia do outro lado da linha.

Já.

Ji. — Felix chamou com calma.

— Felix, eu juro por Deus… — Jisung apertou o celular contra a palma da mão com tanta força que pensou que pudesse quebrá-lo. Se encarou no espelho, olhos e nariz avermelhados, peito subindo e descendo meio coberto pelo roupão de cetim, maxilar travado. Furioso.

Chris me disse que Minho foi visitar os pais ontem, então ele não sabe que ela estava lá.

— E como é que ela entrou? — Apertou os olhos tentando conter a raiva.

Teve uma festa na república dele. — Seungmin apontou.

Ela fez de propósito, Honey, ficou com raiva de mim pelo Chris e escolheu outro alvo do nosso grupo. 

— A diferença é que eu não sou você, Felix. — Negou com a cabeça e limpou duas lágrimas que escorreram rapidinhas pelas bochechas, se encarando pelo espelho. — Eu vou acabar com a vida dela. O Minho é meu, e todo mundo sabe.

Não quis soar tão territorialista, mas era quase impossível quando uma situação sem noção daquela acontecia. Eles não tinham nada oficial, mas porra, quem se prendia a rótulos? Merda, todo mundo sabia que Minho ficava consigo desde a festa de Seungmin, ele era sua propriedade e foda-se se era mesmo um gostoso do caralho, era o seu gostoso do caralho! Aquela menina precisava de um bom corretivo, e resolveu cutucar Jisung no dia errado.

Terminou sua skincare e se arrumou movido ao próprio ódio, abrindo o link do post para ficar remoendo aquela raiva. Minho não estava no momento da foto, de acordo com Felix, e essa era a sorte dele, porque se estivesse… Ah, Jisung arrancaria aquele sorriso lindo num único murro. Sonso do jeito que era tinha certeza de que ele nem se lembrava da senha do próprio Instagram para poder ver o post, o que significava que jamais saberia que aquela garota esteve lá se o Han não o dissesse.

E soube que estava certo quando caminhou cheio de fúria em direção ao Lee guardando seus materiais no armário, ele vestia camisa e jeans pretos, com uma flanela xadrez vermelha que o deixava com carinha de emo boy, um fraco de Jisung. Pisou as plataformas com força no chão, cruzando os braços ao permanecer com a mesma feição irritada.

Não disse nada e foi o suficiente para Minho o encarar com um sorriso murchando.

— Ei, gatinho, o que foi? — Estendeu a mão para agarrar sua cintura, mas o Han foi mais rápido em se afastar.

Desbloqueou o celular virando a tela para que ele analisasse a foto, o que não demorou mais de dois minutos até que esboçasse uma verdadeira expressão de “que porra é essa?”. Jisung recolheu o aparelho e o olhou uma última vez antes de sair andando, não dando mais de três passos até que Minho estivesse à sua frente novamente segurando seu pulso.

— Han, sabe que não tenho nada a ver com isso, não é? — Negou rapidamente e Jisung suspirou. — Amor

— Eu sei. — Franziu os lábios, ignorando o coração derretendo com o apelido, recolhendo a mão para voltar a cruzar os braços. — Só… Preciso conversar com ela.

— Conversar?

— É, Minho, eu não vou deixar ela achar que saiu ganhando com a porra de um post no Instagram com vinte curtidas! — Apertou o celular contra a palma. — E você, não tem chave na droga do quarto?

— É uma república, não pensei que os caras fossem deixar alguém entrar. — Levou a mão à nuca. Jisung estreitou os olhos.

— Olha aqui, se eu ver ela perto de você, Lee Minho…

Ele sorriu de canto, puxando a cintura fina do Han calmamente para mais próximo. Jisung tentou manter a pose de irritação, arqueando uma das sobrancelhas como se a mão firme e quente não estivesse esquentando seu corpo. Ele passou a pontinha do nariz pela sua bochecha, o olhando profundamente em seguida, aquele sorriso ridículo e cafajeste.

— Isso tudo é ciúmes, princesa?

Jisung revirou os olhos.

— É claro que é! — Franziu as sobrancelhas. — Para começo de conversa, como ela acha que pode se comparar a mim? Como se você fosse escolher ela em alguma situação, pelo amor de Deus, isso é um absurdo! Ela não tem reputação, mas e eu? Se eu não divido nem as minhas canetas coloridas, por que vou dividir o meu homem?

Quando se deu conta já havia dito. Já era tarde para corrigir, soube pelo olhar de surpresa momentâneo de Minho. Merda, que vergonha, sentia que começava a querer corar nas orelhas, odiava aquilo! Pelo menos nenhum dos melhores amigos estavam ali, Hyunjin seria o primeiro a zoar.

— Seu homem? — Levantou ambas as sobrancelhas rapidamente, sorrindo bobo ao apertar a cintura em provocação. — Hein? Vai repetir de novo, se eu pedir?

— Não. — Virou o rosto, um sorriso contido. — E para de rir! — Bateu no braço forte que o rondava e manteve a mão ali sentindo o músculo firme. Torceu os lábios, emburrado. — É sério, ela me deixou realmente bravo.

— Relaxa, gatinho, eu nem sei o nome dela. — Puxou o queixo fino encarando os lábios cobertos de gloss. Jisung piscou os olhos em um estalo.

— Mas ela sabe o seu. — Se desvencilhou do aperto, lembrando do seu verdadeiro propósito. — E eu vou me certificar de que ela saiba o meu também.

Minho arqueou ambas as sobrancelhas.

— Devo me preocupar?

— Com ela? Não. Mas se preocupe consigo mesmo. — Cruzou os braços e estreitou os olhos. — É melhor isso não acontecer de novo.

O Lee levantou as mãos em rendimento, um sorriso de canto brincando nos lábios bonitos. Cafajeste.

— Você que manda, chefia.

— E você vai à festa comigo. — Apontou o dedo com a unha decorada. — Não ouse negar, não me estresse.

Ele pressionou os lábios um no outro, enfiando ambas as mãos no bolso da calça, dando de ombros no processo.

— O que eu não faço por você, não é?

Piscou rapidinho antes de dar as costas, deixando um Han de estômago borbulhando para trás, um pequeno sorrisinho convencido crescia em seus lábios. Minho era ridículo, sabia exatamente o que dizer para fazê-lo ficar mais calmo. Idiota.

Reservou a animação para a festa para mais tarde, focando no seu maior objetivo do momento: pôr aquela garota no lugar. Ninguém estressava Jisung tão cedo e saía impune, muito menos tocava e tentava roubar o que era seu, jamais! Ela estava totalmente fora de si, e se não ouviu Felix, bem… Talvez fosse hora de ela entender quem era Han Jisung.

Encontrou os três melhores amigos parados na porta do refeitório relativamente cheio, claramente o esperando. Christopher havia sido avisado de não tentar os impedir, mas todos os quatro sabiam que ele jamais tentaria, não era louco o suficiente, ninguém era. Tocar em qualquer um deles sem permissão era como cavar a própria cova. Um arranhão sequer poderia custar mais do que dois carros importados.

Dessa vez Jisung quem foi na frente, sendo acompanhado pelos três logo atrás. Como o habitual, chamavam a atenção, e todos pararam para assistir os melhores amigos se aproximando de uma mesa diferente da que costumavam sentar, essa totalmente livre, porque ninguém ousaria tomar-lhes o lugar. As garotas da mesa se assustaram com a aproximação, mas o Han não conseguia olhar para outra senão aquela.

— Podem dar licença? — Pediu para todas as três sentadas, e elas se entreolharam confusas.

Felix apoiou ambas as mãos na mesa, se aproximando mais.

— Ele pediu licença, não estão ouvindo? — Arqueou uma das sobrancelhas. — Preciso contar até três?

Elas recolheram as coisas da mesa com rapidez, esvaziando em questão de um piscar de olhos, enquanto a mesma que Jisung continuava a encarar permanecia imóvel.

— Sumam. — Hyunjin gesticulou em uma careta quando uma delas passou ao seu lado.

— Que mau gosto. — Seungmin resmungou para outra.

O Kim e o Hwang tomaram os lugares das meninas, e quando a única garota restante na mesa mencionou levantar, Felix apoiou a mão em seu ombro com um pouco de pressão de forma que a fez voltar a se sentar, se acomodando ao lado dela, em seguida.

— Ah, não, querida, fique aí. — Jisung puxou uma cadeira para se sentar a frente dela, mãos cruzadas acima da mesa e uma feição de puro deboche. — Qual seu nome, amor? Bom, não importa mesmo. — A cortou quando ela abriu a boca. — Prazer, Han Jisung, mas acredito que disso você já saiba, o que me leva a pensar que você sabe exatamente quem é Lee Minho, embora ele já tenha dito para mim que nem sabe seu nome. — Estreitou os olhos em uma feição de pena. — Percebe o quanto é insignificante?

—  Não parece tão insignificante, já que você se incomodou.

— Mas é aí que mora uma grande diferença entre eu e você, deixa eu te explicar melhor, fofa. — Recolheu uma pequena mecha do cabelo para trás. — Você fica feliz com vinte curtidas no seu post como se isso fosse o suficiente para me fazer largar o que é meu, e eu não preciso de ninguém além de mim e dos meus melhores amigos para fazer você sumir da face da terra. Ingênuo da sua parte achar que eu me incomodei só com estar no quarto do meu namorado, eu me incomodei em alguém tão pequeno como você pensar que em algum momento teve lugar no meu patamar para tirar a minha paz.

— Isso não se faz. — Hyunjin estalou a língua.

Felix e Seungmin riram em seguida.

— Agora eu quero que você olhe bem no fundo dos meus olhos, decore bem meu rosto, porque é ele que você vai ver quando chegar no inferno assim que eu acabar com você se eu te ver incomodando a mim ou a qualquer um dos meus amigos, de novo. — Abaixou o tom e esfriou a expressão. — Chega de pensar que pode tanto quanto nós, nunca vai poder, ninguém pode, esse nível é ocupado por quatro pessoas, e se mais alguém tentar subir, eu te derrubo de cima e você volta à estaca zero.

Ambos os três se levantaram ao mesmo tempo, e no ato de rondar a mesa para passar por trás da garota ainda sentada Jisung trouxe consigo uma pequena tigela que pegou da mesa ao lado, a virando de uma vez acima da cabeça da garota, derramando caldo e macarrão que escorreram pelos fios e roupa. Um grito estridente ecoou pelo refeitório quando ela se levantou, o ambiente foi preenchido por murmurinhos, e mais outra tigela veio acima dos fios já sujos, dessa vez, por Felix.

Em menos de segundos, outra e mais outra, completando Seungmin e Hyunjin que sorriram satisfeitos com a garotada totalmente ensopada, vermelha em raiva, ofegante, braços afastados do corpo e caldo escorrendo pelo queixo, totalmente pegajosa.

Jisung se aproximou somente até onde a poça abaixo dela começava a se formar, jamais tendo a coragem de sujar seus preciosos sapatos naquela nojeira, fez bico de falsa dó e ela o olhou com raiva.

— Eu não preciso do seu nome, seu rosto ficou gravado em primeiro lugar na minha lista negra, se não quiser sofrer a partir de hoje, é melhor fazer uma cirurgia plástica. — A olhou de cima a baixo antes de rir soprado. — Mas você não tem dinheiro pra isso, não é?

— Se precisar trocar de roupas, o achados e perdidos vai te servir bem, ninguém vai nem notar a diferença. — Hyunjin riu.

— Eu jurei que ela já estava vestindo algo de lá. — Seungmin fingiu surpresa.

Felix estalou a língua ao céu da boca quando Jisung a rodeou para parar ao seu lado.

— Mexeu com as pessoas erradas, meu amor. — Negou levemente. — Mas não foi por falta de aviso.

— A gente se vê por aí. — O Han entrelaçou o braço com o do Lee antes de se virarem. — Mas é melhor você rezar para que isso não aconteça.

E sair dali com seus melhores amigos foi como deixar uma grande carga de estresse para trás, seu dia foi incrível, passou em um piscar de olhos, tranquilamente, nada realmente tiraria Jisung do eixo, porque tudo estava perfeito, como deveria estar. Ela jamais voltaria a os incomodar, havia aquela festa de Seungmin a qual Minho iria consigo, passaria a noite com os melhores amigos e seu ficante gostoso, com certeza daria um jeito de dar muito, porra, precisava transar, ia ser a melhor noite de todas, com certeza.

— Sério, ela não é louca. — Seungmin murmurou enquanto retocava o blush nas bochechas. — Eu juro, ninguém chega perto do Changbin, eu rosno, vocês sabem.

Felix que ajudava Jisung a fechar o corset soltou uma risada alta, enquanto o Han estava concentrado em apreciar a própria cintura fina no espelho imenso do quarto. Hyunjin negou com um sorriso, divagando levemente enquanto hidratava as pernas longas e leitosas com hidratante cheiroso.

O quarto de Jisung era um ambiente forrado de roupas e produtos de beleza, espalhados desde o closet espaçoso até a cama grande e o sofá na pequena sala de televisão mais ao canto. Deveriam estar impecáveis para a festa, como sempre, não faziam lá muito esforço para tal.

— O Jeongin é tão tranquilo com essas coisas. — Murmurou aéreo. Soltou um sorriso carinhoso.

— Que nojo, mais um apaixonado pra lista. — Seungmin fez careta.

— Mais um? — Jisung resmungou sabendo o que ele quis dizer com aquilo. Felix o empurrou para puxar as fitas do corset.

— Quieto. — Pediu o Lee.

— Ao contrário de “vocês sabem quem”, eu assumo que realmente me apaixonei por ele, e fala sério, não tem como não sentir nada quando ele é literalmente um príncipe! — Cobriu o rosto ao deitar na cama e chacoalhar as pernas em meio a um surto. — Meu Deus, ele é rico, carinhoso, educado, gostoso, fode bem, é perfeito!

— Perdemos um membro. — Embora implicasse, o Kim sorria com a felicidade do melhor amigo.

— Ainda bem que não é comigo. — O Han deu voltas no próprio eixo quando Felix afastou ao revirar os olhos pela fala.

— Sim, Jisung, nós vamos fingir que você literalmente não está esperando um pedido de namoro do Minho para sair mostrando pra todo mundo que você namora ele. — O Lee resmungou arrumando as próprias roupas no corpo, também se encarando pelo espelho.

— Não comecem com isso, de novo. — Respirou fundo e fechou os olhos. — Tô gostosa demais para passar estresse, tenho uma festa pra ir e um homem pra sentar.

— Minho tem cara de quem vai te quebrar no meio. — Hyunjin murmurou risonho terminando de amarrar as botas de salto.

— Sabe quem mais é assim? — Felix sorriu e Seungmin tapou as orelhas.

— Pelo amor de Deus, não começa com essa descrição de Kama Sutra, sua putinha exibicionista!

— Certeza que o Jeongin mete fofo. — Jisung alfinetou.

— Ei! — O Hwang levantou, um sorriso nos lábios embora a pose fosse de ofensa. — Impossível ele meter fofo quando eu sento com raiva. Mas não é sempre, tá bem? — Mordeu o lábio inferior, quando as orelhas ficaram vermelhas. — A gente faz amor, às vezes.

Os três caíram na gargalhada pela forma tímida com que o melhor amigo segredou, ver Hyunjin tão retraído ao falar de sexo era novidade, já que as experiências eram sempre compartilhadas entre si e não existiam segredos ou vergonhas. Sentiam orgulho da paixão que o Hwang começava a desenvolver.

Duas batidas na porta foram o suficiente para os meninos se calarem e uma das empregadas reverenciou de cabeça baixa ao aparecer na fresta da porta, Jisung andou até metade do quarto, atento.

— O Senhor e a Senhora Han estão chamando para que desçam.

— Agora? — Vincou as sobrancelhas. — O que eles querem?

— Não fui informada.

— Já descemos. — Ela se retirou e o Han encarou os amigos que terminavam de se analisar no espelho. — Vamos?

— Essa festa vai ser incrível! — Seungmin deu pulinhos no meio do corredor enquanto chegavam próximos a escadaria. — Vocês não sabem, eu contratei um DJ incrível, nem acredito que convenci todos vocês de irem, eu tô tão animado! Vai ser muito legal, e nós podemos-....

A voz do Kim sumiu completamente quando terminaram de descer os degraus. Todos os quatro encaravam a cena que se desenrolava na sala de estar. Na poltrona o pai de Jisung se sentava confortavelmente sendo acompanhado pela esposa de pé atrás, e no sofá comprido do outro lado, uma mulher e um homem junto de sua filha se acomodavam.

Era aquela garota, de novo.

Jisung iria enlouquecer.

— Que isso? Campanha dos sem-teto? — Hyunjin resmungou baixo e os amigos riram.

— Posso saber… — O Han se aproximou e gesticulou em direção a garota. — O que isso faz aqui?

— Filho. — Sua mãe levou a mão até a região do peitoral, a palma aberta e uma feição triste. — Estamos muito decepcionados com o que os pais dessa garota nos contou. — Jisung segurou um revirar de olhos, se contentando em somente cruzar os braços e suspirar.

Seus pais eram ridiculamente fáceis de manipular, mas não tinha graça quando não era Jisung a fazê-lo.

— Não foi a educação que demos a você. 

— Minha filha chegou em casa totalmente… Suja, imunda! — A mulher exclamou irritada.

— Não muito diferente do original. — Seungmin murmurou.

— Perdão? — Ela se levantou de supetão. — Não vou deixar que fale assim da minha filha!

O Kim fingiu se interessar pelas próprias unhas, ignorando o olhar enfurecido da mais velha.

— Papai, eu não sei qual foi a versão que ela contou, mas eu tenho a minha. — Arqueou as sobrancelhas, indignação pura e falsificada. — Não vai querer ouvir as palavras do seu próprio filho? — Dramatizou. — Eu não te reconheço mais.

— O Senhor sabe que o Jisung é um filho perfeito, tira ótimas notas, é o melhor amigo que qualquer um poderia ter. — Felix abraçou a cintura do amigo, tomando uma expressão séria que passasse veracidade.

— A palavra de um filho é sempre mais importante, mas não contra uma instituição, Jisung. — O mais velho negou. — A faculdade nos contatou sobre o ocorrido.

Seus olhos caíram na garota que sorria contente com o mal feito. Jisung apertou as unhas contra a palma com tanta força que ardeu. Sorriu falsamente.

— Bom, eu adoraria ficar aqui a noite toda conversando, mas eu tenho uma festa para ir, então se me dão licença…

— Eu sinto muito filho. — Seu pai impediu que desse mais do que dois passos, a voz grave sendo suficiente para que freasse os próprios pés. — Mas vou precisar tomar medidas.

— Medidas? — Franziu as sobrancelhas.

— Toda ação tem uma consequência. — A mãe da garota voltou a se sentar, agarrando a mão da filha. — Então conversamos sobre as consequências de suas ações, fomos muito bondosos.

— Imagino o quanto. — Sorriu debochado.

— Sem celular e sem internet essa noite. — Ditou o mais velho.

O que? — O Han arregalou os olhos. — Mãe!

— E sem festa.

— Sem… festa? — Os ombros de Seungmin caíram, e os olhos repletos de raiva colaram na garota. Ele deu um passo em direção a ela mas Hyunjin o segurou pelo braço. — Eu juro por Deus que eu vou-...

— Vocês querem destruir a minha vida social? Sem internet e sem celular? Eu vou viver do que? Não posso mais sair com os meus melhores amigos porque uma pobretona não aguenta a porra das “consequências das ações” dela? — A voz ficou mais aguda em raiva, seu rosto esquentava aos poucos, vermelho.

— Abaixe o tom. 

— Que se foda! — Bateu o pé no chão e apontou para a menina. — Eu vou te destruir! Nunca, jamais deveria ter pisado os pés nesta casa! É melhor sumir da minha frente!

— Han Jisung! — O mais velho se levantou da poltrona quando ele deu as costas para subir as escadas. — Volte aqui!

Ignorou os chamados de seu pai, pisando duro até seu quarto, sendo rápido em bater a porta e andar de um lado para o outro, ofegante, irritado. Seu celular não estava mais onde havia deixado, e sabia bem que a Netflix de sua televisão não funcionaria. Puxou os cabelos tão bem arrumados e gritou, gritou alto, agudo, raivoso.

Estava a ponto de explodir, queria quebrar tudo, mas que droga! Iria morrer ali, sem nada, sem contato, sem seus melhores amigos, sem suas redes sociais, porra, não veria Minho! Inferno! Queria esganar aquela garota, ah, mas Jisung destruiria a vida dela, nem que fosse a última coisa que faria na vida!

Correu até a janela no momento em que ouviu os barulhos dos carros saindo, um aperto incômodo no peito por estar sendo deixado para trás. Estava muito chateado e irritado, céus, poderia facilmente matar alguém com as próprias mãos.

— Senhor Han.

Pôde ter certeza que corria sangue fervente em seu olhar quando encarou a empregada amedrontada parada em sua porta, a voz trêmula entregava muito mais do que os olhos arregalados.

— Eles foram embora?

— Seus pais os proibiram de… de ficarem aqui com o senhor. — Ela fez uma pausa para engolir em seco quando Jisung soltou uma risada soprada carregada da mais pura raiva amarga.

— Aquela maldita. — Rangeu os dentes e apertou as unhas contra a palma. — E onde os dois estão?

— Saíram para jantar com os pais da garota.

— Eles saíram com quem? — Gritou e riu desacreditado em seguida. — Então quer dizer que eles foram pagar comida cara para aquela família? Para aquela garota imunda! Não, não, não. — Continuou a rir irritado enquanto recolhia gloss, rímel e blush dentro de uma pequena bolsa. — Se eles acham que vão me prender aqui dentro, perderam totalmente a noção. Eu vou sair, e ninguém vai me impedir. 

Frisou para a mulher quando se aproximou da porta e ela não fez muito além de se afastar para que passasse, dando a Jisung liberdade para caminhar com os saltos barulhentos pelo corredor descendo as escadas com toda a calma que seu interior queimando em raiva lhe permitia. Estava irritado, só queria ir a festa, encontrar Minho, seus melhores amigos, esquecer todo aquele estresse que estava passando. Nenhum empregado se atrevia a entrar na sua frente, e com sucesso conseguiu chegar próximo a grande porta.

— Meu celular. — Olhou para alguns empregados parados esperando pelos seus comandos. Nenhum deles se mexeu, cabeças baixas, Jisung suspirou. — Onde está meu celular? Vou ter que procurar sozinho?

— Eles levaram.

O motorista parado mais a frente se atreveu a murmurar, embora mantivesse a postura mais firme e séria, o Han ainda conseguia ver o pomo de adão subir e descer sob seu olhar. Deu poucos passos até ele, olhos estreitos analisando todo o olhar vago alheio e o maxilar trincado de quem segurava o nervosismo.

— Pegue o carro.

— Não sou autorizado a sair com o senhor.

— Eu não perguntei.

— Mas-...

Mas o que?

Jisung riu após cutucar a parte interna da bochecha com a língua em irritação.

— Escuta, fofo. — Levou as mãos até a gravata a puxando para fora do paletó, esfregando os dedos no tecido grosso. — Você é novo aqui, e é bem bonitinho, então vou fingir que não acabou de negar algo a mim. Mas estou meio de mal humor. — Puxou o nó com força e ele engasgou meio sufocado. — Então é bom dirigir a porra do carro, agora.

Uma reverência rápida foi feita antes do homem sair em direção a garagem e Jisung sorriu satisfeito. Não iria se estressar mais, não precisava, certo? Realmente não, tinha tudo sob controle, ia dar tudo certo, tinha que se acalmar, Hyunjin sempre dizia que estresse dava rugas. E estava mesmo respirando sem querer matar alguém quando já estavam fora do condomínio e próximos do centro, mais alguns minutos e sairiam da cidade para a festa de Seungmin.

Mas então o motorista diminuiu a velocidade conforme encostava na guia da calçada, e Jisung viu ali todo o caos voltando.

— Por que parou? — Abriu o gloss cheiroso, se encarando pelo retrovisor.

— Não posso te levar até lá, senhor.

O Han parou o movimento, a mão que segurava o pequeno tubo próxima dos lábios congelada. Pôde ouvir uma veia estourar dentro de si.

— Desculpe. — Guardou o batom de volta à bolsa e piscou os olhos antes de encarar o motorista. As mãos apertando o volante e o olhar por nem um momento arriscando cair em Jisung. — Ouvi errado?

— Me perdoe, mas eu-...

— Você acabou de dizer não a mim, de novo?

Silêncio no carro.

Jisung estava cansado além de irritado, era um péssimo dia, queria sumir de ódio. Por que o mundo estava sendo tão injusto consigo? O que havia feito de errado? Era um ótimo menino.

— Quer saber? Eu vou sozinho, não vou ficar aqui ouvindo um homem dizer não a mim. Ouvi isso mais de duas vezes essa semana! Não mereço isso, eu me esforço demais. — Retirou o cinto conforme reclamava, e quando mencionou abrir a porta do carro, o mais velho o agarrou pelo braço. Os olhos arregalados e irritados de Jisung voaram para a mão do homem, que o soltou imediatamente. — Você não ouse encostar em mim. — Rangeu entredentes, baixo, ameaçador. — Nunca mais.

— Mas, senhor-...

— Cale a boca! 

Gritou quando desceu do carro, bateu a porta com força e suspirou irritado, um grunhido insatisfeito veio conforme começou a andar pela calçada, ignorando o chamado do motorista. Que se dane, se ficasse mais cinco minutos junto daquele cara rasgaria o rosto dele com as unhas. Não podia? Ha! Jisung podia tudo! Nem seus pais mandavam em si, um estranho não o impediria de ir onde quer que fosse.

Batia os saltos com força contra o asfalto, estava gelado e ventava muito, mas nada impediria Jisung de chegar próximo a um posto e pedir um táxi, não tinha celular mas tinha dinheiro para usar um telefone público. Aquilo era ridículo, quando em seus vinte anos de vida imaginou que tivesse que usar telefone público para chamar um carro quando tinha motorista e celular, era o fim do mundo! Estava tão irritado com seus pais, o que estavam fazendo com seu precioso filho era inaceitável, contaria para seu avô assim que tivesse a oportunidade, sim, ele acabaria com seu pai pelo o que fez, e…

E estava perdido.

Completamente sem saber qual o caminho.

Não costumava caminhar, sabia andar próximo a universidade, mas só, seus motoristas faziam esse serviço para si. A rua estava vazia, a não ser por dois homens que andavam um pouco atrás de si, e Jisung mentiria se dissesse que não estava com medo. Quer dizer, era claramente um homem gay usando saltos, corset e calça de vinil vermelha sozinho ao meio da rua, um prato cheio para algum desocupado com ódio no coração. 

Apertou o passo querendo muito encontrar a avenida principal para pelo menos alguém evidenciar seu óbito, ali sozinho seria perfeito para ser largado sem ninguém o encontrar por dias até que sua pele perfeita estivesse feia e dissolvendo, que horror, queria correr, mas os saltos não o deixariam dar dois passos sem ir de encontro ao chão.

O vento atravessou seu corpo com mais força, o forçando a abraçar o próprio tronco em frio, e então pequenas gotas geladas molharam suas bochechas. Ah, merda…

— Não, não, não. — Choramingou conforme as gotas de chuva começavam a engrossar.

Cobriu a cabeça com a pequena bolsinha, sendo em vão conforme corria como podia com os saltos que escorregavam pelos pés molhados, e sentiu a roupa completamente encharcada quando dobrou a esquina, a chuva caindo tão forte que era ruim até mesmo de enxergar as casas.

Tudo estava dando tão errado que só queria sentar no meio da rua e chorar de raiva.

Batendo os dentes em frio e com bolhas que começavam a se formar nos pés, viu a luz no fim do túnel, brilhante, chamativa e incrivelmente perfeita, a fachada da república em que Minho morava nunca foi grande coisa para si, mas naquele momento parecia a coisa mais linda que já viu na vida, como um belo par de sandálias envernizadas da Dior.

Subiu as escadas em pulinhos desesperados, quase escorregando mais uma vez no processo, apertando a campainha tantas vezes que ela ecoava no fundo do seu subconsciente, e realmente não se importava de ser recepcionado por algum garoto fedido do time de futebol ou um nerd espinhento de Física, só queria sair daquela chuva o mais rápido possível.

Mas a sensação que sentiu quando o rosto sonolento de Minho surgiu à sua frente foi diferente de qualquer coisa que sentiu. Foi como se sua ficha tivesse caído completamente, e seu coração afundasse toneladas dentro da caixa torácica, os olhos arderam tanto que só soube se jogar contra os braços fortes e afundar o rosto no peitoral desnudo.

— Ei, gatinho, o que aconteceu com você? 

A voz soou rouca, como de quem havia acabado de acordar, e aquilo confortou tanto Jisung que não conseguiu fazer nada além de se afastar para chorar com mais sentimento, arruinando sua maquiagem e murmurando coisas desconexas emboladas em meio aos soluços que faziam o Lee ficar confuso.

— Han, calma, eu não consigo entender, você se machucou? Alguém mexeu com você?

Jisung respirou fundo, passando as mãos molhadas pela chuva no rosto manchado de rímel e delineador, soluçando com menos afinco, engolindo em seco. Abriu e fechou a boca várias vezes enquanto o olhar de Minho era de pura preocupação.

Meus sapatos estão arruinados. — Murmurou embargado puxando um choro alto em seguida conforme chacoalhava as mãos. Minho revirou os olhos ao rir. — Pare de rir! — Cobriu o rosto com as mãos, os ombros magros balançando conforme soluçava. — Eu estou horrível, é tudo culpa daquela garota, e-eu odeio tanto ela, Minho, eu juro…

— Vem aqui, amor, calma, shh. — Puxou delicadamente as mãos geladas para tomar o rosto de nariz e olhos vermelhos em mãos, alisando as bochechas frias. As sobrancelhas de Jisung franzidas conforme soluçava era de dar pena, Minho reconhecia o verdadeiro chateamento. — Como ousa dizer que Han Jisung está horrível? Jamais. — Afastou alguns fios molhados da testa. — O que acha de um banho? 

— Tá bem. — Fungou melancólico.

Retirou as sandálias sujas e molhadas, voltando a ficar centímetros mais baixo que Minho, e embora gostasse muito, ainda odiava o fato de que estava sem os saltos porque eles estavam completamente inutilizáveis. Eram novos!

A calça grudava nas coxas cheinhas e a única vantagem de estar com as roupas totalmente molhadas era Minho o secando sem o mínimo de vergonha na cara. Quer dizer, Jisung realmente fingiu que não viu quando ele abriu a porta do banheiro para si e aproveitou a deixa para secar sua bunda.

Jisung esteve ali algumas milhares de vezes nos últimos meses, então não precisou muito além de uma toalha seca e trocas de roupas limpas que emanavam o perfume gostoso do Lee, estava mais do que pronto para tirar aquele nariz avermelhado e aquela irritação do corpo, um banho quente com certeza o acalmaria.

— Mais alguma coisa? — Minho parou com as mãos no bolso da calça de moletom, e naquele momento Jisung pôde analisar com mais calma o tronco forte e nu estupidamente perto de si.

Tão imerso em sentimento, drama e emoções, nem se deu conta da situação. Estava sozinho com Minho. Ele e o Lee, sozinhos em uma casa, Jisung completamente molhado e Minho seminu, se aquela não era a cena perfeita de um pornô, então não se conhecia completamente. A mente mirabolou mil e um planos, mas não soube por onde começar, estava mesmo abalado. Tudo culpa daquela filha de uma…

— Na verdade. — Chamou quando ele deu as costas, voltando a olhá-lo, a atenção toda em cima de si, sobrancelhas arqueadas. — Podia me ajudar a desamarrar o corset?

Não quis soar como “me ajude a ficar pelado” mas era exatamente aquilo, na real. Havia chegado em um nível de falta de vergonha na cara com Minho que não se importou de tirar a blusa fina que se prendia abaixo do corset para fora do corpo, dando espaço para o Lee se posicionar atrás de si.

O assistiu se aproximar através do reflexo do espelho, mordendo o lábio em tentação com a diferença de altura perceptível, merda, adorava ser tão pequeno perto daquele homem. Minho analisou suas costas por alguns segundos, cabeça baixa e um sorrisinho brincando no canto dos lábios, que na verdade Jisung não viu porque se perdeu nos braços cheios de veias direcionados para a base de sua coluna.

Sentiu o laço se desfazer, mas só realmente saiu de seu transe quando ele puxou as fitas de cetim com a força que Felix jamais teria, apertando o corset ao redor de sua cintura o fazendo apoiar uma das mãos na pia e gemer assustado. Minho riu baixinho e Jisung sentiu o corpo aquecer.

Você fica bem gostosinho vestido assim. — Sussurrou rente a sua orelha.

As mãos grandonas desceram para seu quadril, o trazendo para perto até que colasse as costas ao seu peitoral, deitando a cabeça no ombro largo e empinando a bunda contra o corpo atrás de si. Ele o deixava mole, maleável, como uma bonequinha, e jamais pensou que deixaria alguém o controlar como Minho fazia.

— Você gostou? — Levantou os olhos bonitos para o encarar debaixo, uma mão subindo para acariciar os fios da nuca do Lee, um tom manhoso, cheio de dengo.

— Porra, princesa. — Riu soprado, subindo as mãos para a cintura extremamente marcada pelo corset. Elas cobriam boa parte da cintura, com um pouco mais de esforço Minho conseguiria fechar seus polegares. Levou uma das palmas para o pescoço fino do Han, apertando com pressão suficiente para que ele revirasse os olhos e abrisse levemente a boca vermelha, arfando rente ao seu rosto. Caralho. — Vermelho fica bem em você.

— Você diz isso sempre. — Selou o queixo afiado em meio a um risinho.

— É diferente. — Abaixou a cabeça de forma que seus lábios raspasse nos gelados do Han, sua mão subindo do pescoço para o maxilar, o olhar passando por todo o rosto molenga de tesão de Jisung, olhos estreitos e respiração quente. — De vermelho você parece uma vagabunda muito cara.

Jisung sorriu ao fechar os olhos, o elogio o deixando entorpecido e completamente quente por dentro. Desceu a mão da nuca de Minho para o botão da própria calça, tirando da casa e descendo o zíper com tanta rapidez que o Lee nem mesmo pode o ajudar.

Se afastou sutilmente da quentura do corpo grande atrás de si, o encarando por cima do ombro nu conforme descia o tecido justo da calça pelo quadril larguinho, raspando nas coxas fartas e revelando toda a pele bronzeada. Os olhos de Minho grudaram na bunda redondinha e grande, as bandas destacadas por uma calcinha de renda vermelha enterrada bem ao meio.

Não fode. — Riu desacreditado.

O Han deu as costas para o espelho, se levantando na ponta dos pés para apreciar a própria bunda, sorrindo satisfeito com a cintura modelada pelo corset que combinava com a renda. Minho parecia faminto quando o agarrou pelo quadril, o olhar escuro com uma sobrancelhas arqueada e aquele sorrisinho de canto, puxou o elástico da calcinha entre os dedos e Jisung mordeu os lábios com a ardência que o atrito causou assim que ele soltou.

— Eu não cobro pra você. — Deslizou o indicador pelos músculos do braço. — Mas tem que valer a pena.

Você sabe que eu faço gostoso, Han. — Agarrou o queixo de Jisung, o trazendo próximo o suficiente para que deslizasse sutilmente os lábios nos dele. — Mas e você? Se garante?

Jisung mencionou abrir a boca para responder, mas o som da campainha ecoou por toda a grande casa e ele só quis matar quem quer que fosse que estivesse do outro lado da porta. Minho deslizou o polegar áspero pelo seu lábio, sorrindo de canto ao afastar as mãos de si, saindo do banheiro e encostando a porta no processo, deixando um Han desnorteado e de corpo quente precisando de um banho gelado.

Suas pernas ficaram trêmulas e precisou agarrar na pia atrás de si. Porra, porra, porra, que homem gostoso, merda.

Se desfez das roupas o mais rápido que conseguiu, ignorando o membro pegajoso e dolorido, tomou o banho mais longo e frio de toda sua vida, afastando as lembranças das mãos quentes de Minho, a voz baixa e gostosa que deslizava pela mente, céus…

Embora quisesse se comportar como uma verdadeira puta particular, ouvia vozes da cozinha quando saiu do banheiro devidamente vestido com uma camisa grande de Minho, aquela lilás que Jisung já havia roubado algumas vezes, e obviamente se absteve dos shorts largos porque não lhe caíam bem, mas não seria certo desfilar pela casa somente de camisa com visita, quer dizer, o Lee o mataria, então somente subiu as escadas e fez o caminho que conhecia, rezando para não encontrar nenhum dos outros garotos no meio do trajeto.

Suspirou aliviado quando entrou no quarto de Minho, cada canto cheirava a aquele homem, e podia sentir as pernas moles só com aquilo. Deslizou os dedos finos pelos livros de cálculo e outras coisas desinteressantes que havia na prateleira, ele era um grande nerd, não podia negar, mas isso não anula o fato de ser um gostoso do caralho.

— Pensaram que a garota tinha entrado de novo.

Minho surgiu ao quarto levantando suas sandálias entre as mãos, elas pareciam ridiculamente pequenas vistas perto dele. Ele trancou a porta como costumava fazer, o que agradou Jisung desde a primeira vez, se sentando com as pernas abertas na ponta da cama depois de apoiar as sandálias no colchão. Seu olhar passou do abdômen forte e gostoso para seus sapatos totalmente arruinados. Fez bico.

— Meus bebês. — Choramingou ao pegar um dos pés para olhar melhor. Completamente suja. — Não acredito que deu tudo errado, eu estava tão lindo e tinha encontrado a oportunidade perfeita para usar essas sandálias incríveis, e… e eu quero matar aquela garota! — Rangeu a última parte, gritando fino ao bater os pés no chão.

— Qual é, Han? — Minho estendeu a destra para o puxar pela cintura de forma que se aproximasse ao meio de suas pernas. Jisung fez manha. — Vai deixar alguém te abalar tão facilmente?

— O Min ficou triste. — Murmurou em meio a um biquinho chateado enquanto mexia na corrente que o Lee sempre usava. — Por que não foi?

O mais velho estalou a língua no céu da boca ao negar.

— Felix me contou que não ia, então eu fiquei. Seus amigos são legais, mas você é o único que me tira de casa, Barbie Girl.

Se levantou ao afastar Jisung, esse que caiu de costas na cama em uma cena completamente dramática, com direito a suspiro melancólico. Minho digitava algo no notebook após ligar a televisão média presa à parede.

— Deveria ter ido. — Lamuriou em meio a uma divagação. — Se divertido por mim, dançado por mim, menos beijado… Imagina se aquela surtada aparecesse de novo?

— Uma música.

— Que?

— Me fala uma música? O que costuma tocar nas festas do Seungmin?

O Han levantou o tronco, sobrancelhas vincadas de quem pensava.

— Beyonce, Doja Cat, Britney Spears…

— Aquela da música da copa do mundo?

— Céus, Minho, essa é a Shakira. — Riu ao se jogar na cama novamente. — Se Felix ouve isso, ele te mata.

O silêncio foi cortado por I’m Slave 4 U e foi quase automático Jisung se levantar completamente, um sorrisinho brincando nos lábios embora a expressão fosse confusa. Minho arqueou uma das sobrancelhas.

— Como sabe qual é a minha música favorita?

— Combina mesmo com você. 

Jisung riu ao revirar os olhos enquanto o Lee correu até os interruptores, desligando as luzes principais, deixando somente as laterais.

— Certo, então agora estamos na festa. — Apontou e o Han riu. — Sério, meu copo imaginário. — Levantou a mão. — E eu estou… — Caminhou poucos passos de volta ao notebook. — Na pista de dança. — Ergueu o queixo. — E você?

O Han mordeu os lábios em nervosismo, de certa forma, Minho agindo daquele jeito o deixava envergonhado, sendo extremamente atencioso em o fazer se sentir melhor. Respirou fundo e recolheu confiança, erguendo seu copo imaginário e puxando uma mecha do cabelo para trás. Aquela era sua música, e precisava se reerguer.

— Bem, eu estou do outro lado da pista. — Iniciou movimentos sutis com os quadris, rebolando ao som da música que continuava a tocar. — Dançando com os meus melhores amigos. — Minho sorriu daquela forma irresistível, os olhos atentos na cintura fina e nas coxas bronzeadas. — E então eu vejo você. — O encarou sedutoramente e o Lee se aproximou vagarosamente.

É, eu também vi você. — Secou de cima a baixo.

— Depois eu te convenço a subir para o quarto.

— O que não vai demorar.

— E agora estamos sozinhos.

Jisung continuou a movimentar calmamente os quadris, subindo e descendo algumas vezes, parando somente quando enrolou os dedos finos na corrente metálica do Lee, o puxando para que voltasse a se sentar na cama, ele apoiou o corpo pelos braços, assistindo o Han montar em seu colo, o corpo quente e um sorriso arteiro.

Inclinou o corpo levemente para rebolar acima do quadril de Minho, e a mão grandona veio de encontro ao seu pescoço, o trazendo rente ao rosto.

— E agora? — Murmurou ao arquear uma das sobrancelhas.

— Fim do roleplay. — Sussurrou. — Agora você me beija.

Infiltrou ambas as mãos na nuca do Lee ao desfazer a distância, acariciando lentamente os fios macios conforme iniciava aquele beijo repleto de lentidão que não condizia com os batimentos acelerados de Jisung. A mão de Minho fez o caminho de volta pelo seu peitoral até parar na curva de suas costas, o trazendo para mais perto conforme dava mais intensidade ao beijo, mantendo vagaroso e molhado mas gostoso ao ponto de arrancar um suspiro afoito do Han.

Seus quadris não pararam de se movimentar por nem um minuto sequer porque a mão grandona fazia parte do papel de controlar a velocidade com que mexia, circulando a bunda acima do pau de Minho com tanta lentidão que suas coxas tremeram pelo esforço. Minho empurrou o próprio quadril contra sua bunda simulando uma penetração suja que fez Jisung separar o beijo para morder os próprios lábios inchados após arfar, enchendo os nós das mãos com os fios do Lee.

Ofegavam juntos, um calor quente que compartilhavam, deixava a pele em chamas e arrepiada, olhares conectados, aquele sentimento que Jisung não conseguia mais esconder e fingir de cego.

Acho que me apaixonei por você. — Segredou baixinho.

Minho ficou naquele silêncio gostoso que deixava a música tomar conta, mas que ao mesmo tempo fazia o estômago de Jisung ansiar por uma resposta, olhos escuros e brilhantes intercalando entre seu direito e esquerdo, percorrendo por todo seu rosto antes de o virar na cama, encaixando o quadril entre suas coxas, inclinando o tronco vagarosamente para se apoiar com as mãos espalmadas ao lado de sua cabeça. O anel preso na ponta da corrente gelada de Minho por pouco não encostava no pescoço de Jisung, mas era um fato que nem mesmo pôde perceber, porque quase nem se lembrava de respirar quando ele aproximou o rosto ao seu, dedos grossos agarrados ao seu queixo, alisando a pele lisinha.

Sorriu de canto.

Eu tenho certeza que me apaixonei por você. 

E secretamente Jisung agradeceu pelo Lee o beijar, não sabia se conseguiria esconder suas orelhas queimando ridiculamente em vergonha. Voltou a infiltrar os dedos pelos fios, arranhando o couro cabeludo e descendo a outra pelo ombro largo em direção aos músculos rígidos do braço. Ele desceu ambas as palmas pelas coxas bronzeadas, separando a boca para o puxá-lo de forma bruta contra si, arrastando o corpo pequeno pelo colchão e esfregando a ereção contra a bunda ao ondular o quadril.

A camisa grandona pertencente a Minho enrolou até a altura de seu peitoral no processo, e seu piercing no umbigo brilhava tanto quanto o membro molhado apoiado na barriga lisinha. Jisung parecia uma boneca gostosa demais, porra, Minho perdeu a conta de quantas vezes viu aquela cinturinha marcada pelos jeans acinturados e justos, as coxas expostas pela saia, seu, merda, ele era tão seu.

— Quem olha muito, pouco faz, Lee. — Provocou o Han, as unhas afiadas arranhando o abdômen firme de Minho enquanto o encarava com muita manha, os olhos grandões e pidões com sobrancelhas vincadas em uma carinha de quem pedia por uma boa surra de rola.

— Com pressa, amor? Que pena. — Abaixou os lábios abertos em um sorriso até a barriga que se contraiu com o contato do hálito quente, selando molhadinho a pele quente, intercalando entre chupões suaves e mordidinhas que faziam o Han se contorcer, comprimindo os lábios conforme a pele arrepiava e ruídos sensíveis ameaçavam escapar de entre seus lábios. — Eu gosto de ir com calma. — Sussurrou, subindo os beijos lentamente em direção ao peitoral coberto pela camisa, deixando para trás um rastro de saliva que dava um choque térmico gostoso no corpo do mais baixo. 

A mão antes presa em sua cintura subiu por dentro da camiseta e parou fechada em seu pescoço com pressão suficiente para que o ar ficasse pouco menos fácil de sentir, sendo obrigado a abrir a boca para respirar melhor, soltando um gemido cheio de dengo quando, no segundo seguinte, a língua quente do Lee encharcou seu mamilo de saliva morna. O indicador áspero da mão livre de Minho desceu até seu membro vazando contra sua barriga, deslizando suavemente por todo o membro, circulando a cabecinha inchada e escorregadia.

Jisung arfou com dificuldade, o rosto vermelho, olhos úmidos e perdidos, corpo se contorcendo, vários pontos sendo estimulados sentia que iria explodir, merda, nem sabia o que fazer com as próprias mãos, hora apertando os lençóis ou o pulso de Minho preso em seu pescoço, hora simplesmente acariciando os fios do Lee como se demonstrasse o quanto estava feliz.

O quarto estava quente e a música parecia abafada por todos os arfares, gemidos esganiçados e barulhos molhados que o corpo dos dois juntos produziam. A língua macia de Minho deslizava pela pele sensível e amarronzada do mamilo, sugando entre os lábios e deslizando os dentes, os olhos afiados assistindo com diversão Jisung perder todo e qualquer raciocínio quando erguia o quadril e conseguia mais um pouco de contato contra o dedo indicador que vagava pela extensão apenas para torturar.

Minho soube desde a primeira vez que viu sua bonequinha toda birrenta e mimada daquela forma que não seria difícil pôr Jisung no lugar, ele era tão sensível, tão pequeno, que tocar em todos os cantos não era complicado para as mãos grandonas do Lee, e conseguia, melhor do que qualquer outro playboyzinho meia boca, dar ao Han o que ele precisava.

Os mamilos de Jisung começavam a ficar dormentes e a formigar, avermelhados, inchados, uma sensação tão boa de sentir que suspirou sem fôlego quando Minho finalmente se afastou da região de seu peitoral, desfazendo também a pressão em seu pescoço, o permitindo engolir saliva pela garganta seca, tinha certeza que os dedos rudes estavam marcados ali.

Ainda tentava raciocinar a ardência em seus mamilos e a respiração meio ofegante quando o Lee jogou metade de suas coxas por cima dos ombros largos erguendo seu quadril, abaixando o tronco para abrir a boca e acomodar todo seu membro dentro dela. Jisung gemeu manhoso, contorcendo os dedos dos pés.

Lino. — Arfou conforme suas pálpebras tremeram.

Conseguia enxergar seu peitoral molhado de saliva, um fio esbranquiçado e grosso de pré-porra que escorria em direção a sua barriga vindo do seu umbigo, a jóia rosa de coraçao balançando com o tremor de seu corpo, a boca de Minho cobrindo completamente seu pau sem dificuldades, as mãos rudes agarrando seus quadril com muita força. Ah, caralho.

Minho desceu e subiu vagarosamente com pressão três vezes antes de soltar o membro de qualquer forma, descendo o rosto para a entrada que se contraía, cuspindo toda a saliva e pré-porra acumulada, metendo a língua de uma vez. Jisung levou as mãos para cobrir a boca abafando um grito, o cantinho de seus olhos enchendo de lágrimas.

Estava tão sensível, merda, burrinho de tesão com a língua molhada forçando dentro de si, enxergava Minho de forma borrada pelas lágrimas mas ele parecia tão lindo, os olhos felinos o assistindo se perder nas sensações, o rosto enfiado entre suas pernas. Seu homem cuidava tão bem de si, cuidava tão bem de sua princesa.

— Afasta as mãos, Jisung. — Pediu, foi sério, beijando suas coxas e fazendo uma bagunça de saliva pela pele.

Jisung não soube agir de imediato, na verdade, nem havia escutado uma palavra sequer, e quando é que ouvia? Minho mordeu forte sua coxa esquerda e elas tremelicaram ao redor do Lee, foi quando o Han conseguiu voltar a órbita e abaixar as mãos que rumaram imediatamente para os lençóis.

D-Desculpa. — Murmurou trêmulo, engolindo em seco. Se sentia envergonhado pela submissão automática, por estar acanhado.

Quando é que pensou que pediria desculpas por algo? Certo, nem o fazia para seus pais, mas bem, não parecia tão difícil quando era com Minho, como se tivesse o dever de ser bom a ele, perfeito.

— Você é lindo, sabe disso, não é? — Deslizou as palmas pela lateral das coxas em um carinho cheio de intenções, olhos fixos em si. 

Era a oportunidade de responder, mas não queria, não se atreveria, sabia que iria gaguejar.

E Jisung nunca gaguejava.

— Mas você não tem ideia, Han, do quanto é lindo de verdade dessa forma, deitado na minha cama. — Jisung virou o rosto para o lado, desviando os olhos e o rosto vermelho. — Sim, eu adoro essa carinha, também. — Sorriu de canto, abaixando as pernas tortinhas de volta ao colchão, mal tocando o estofado antes de Jisung as juntarem contra o corpo, jogando o quadril para o lado, tímido.

Sua entrada e suas coxas escorregavam de saliva e pré-porra, e quase esfregou uma na outra para criar algum tipo de estímulo em seu pau dolorido, mas não teve coragem. Estava fraco, vulnerável, se sentia frágil, como se só Minho pudesse controlar o que vinha a seguir, o que deveria fazer.

Aquilo era ridículo, Jisung quem escolhia a ordem dos passos, mas… Mas Minho sabia tão bem seguir o caminho certo

Ergueu o tronco e ajoelhou no colchão quando o Lee deixou a cama para se desfazer da calça de moletom que naquela altura já incomodava, a chutando para qualquer canto ao mesmo tempo em que Jisung admirava o membro grosso e pesado como se sua vida dependesse daquilo.

Em todas as vezes que ficou com Minho nos últimos meses não foram mais do que beijos com mãos bobas porque Jisung tinha medo de passar daquilo e acabar viciando, então não estava de fato acostumado em ver o Lee daquela forma, na verdade, desde a festa de Seungmin, não lembrava dele ser tão… bem dotado.

Seus olhos subiram pelas coxas malhadas e abdômen firme até chegar nos ombros largos, onde rondou os braços quando ele se aproximou de si, colando as bocas em um beijo carregado de carinho e calma, envolvendo tanta paixão que saliva escorria pelos cantos, e o Han desceu as palmas para acariciar o rosto vagarosamente, conforme Minho agarrava suas coxas com cuidado para as entrelaçarem ao redor de sua cintura, erguendo Jisung como se ele não pesasse absolutamente nada.

O beijo durou um tempo que se arrastou por longos minutos, ambos aproveitando os lábios um do outro, deslizando-os e ofegando vez ou outra, tão envolvidos que Jisung só percebeu que Minho o prensava contra a porta do quarto quando ondulou o quadril contra a madeira fria e o pau do Lee deslizou de forma gostosa contra sua entrada.

— Amor. — O olhou nos olhos como conseguiu, sincero, a boca entreaberta conforme respirava. — Por favor. — Sussurrou.

Minho parecia tão envolvido quanto si, afundando o rosto em seu pescoço conforme apoiou a cabeça contra a porta, fechando os olhos e dando atenção a tudo o que seu corpo sentia, no arrepio bruto que cruzou sua coluna quando ele posicionou a glande na sua entrada e a forçou como conseguiu. O pau de Minho deslizava com tanta lentidão que Jisung gradativamente abria sua boca cada vez mais, o ar ficando ralo aos poucos e o corpo formigando, suas unhas fincadas na pele dos ombros do Lee, que ofegava no vão de seu pescoço, o abdômen contraindo tanto que deixava os músculos doloridos.

Jisung era apertado, como se fosse virgem, a entrada ardia com a sensação de que poderia ser rasgado, e a mente de Minho não sabia lidar com o pouco espaço, ainda mais quando ele se contraia tanto.

Ajeitou a postura para poder apreciar o rostinho cansado e perdido do Han, selando os lábios molhadinhos com carinho aproveitando do momento para sair até a metade e voltar com calma, mantendo nesse ritmo, os testículos batendo levemente contra a bunda cheinha conforme Jisung batia a cabeça contra a porta, gemendo manhoso, os dedos dos pés curvados e os olhos perdidos nos de Minho gemendo rente ao seu rosto.

Era tão bom, tão gostoso, conseguia sentir cada veia entrando e saindo, a glande inchada latejando e maltratando sua próstata que parecia ridiculamente fácil de ser atingida, céus, não queria nunca mais sair dali.

Minho apoiou a testa na sua, apertando suas coxas com mais força conforme saiu mais do que o ritmo anterior, voltando de forma rude e arrancando de Jisung um grito e um aperto dolorido da palma nos fios da nuca do Lee.

A-Assim, Lino… por favor, mete assim. — Choramingou.

E Minho jamais negaria um pedido da sua bonequinha linda, acelerando os movimentos em estocadas curtas mas fundas, mal saía e já metia de novo, chacoalhando o corpo de Jisung que se agarrava em si cada vez mais, as unhas bem feitas arranhando suas costas e ombros, a boca aberta gemendo alto e entre cortado, a entrada se contraindo com mais força, porra, estavam perdendo o controle.

O Lee grunhia com os músculos queimando pelo esforço, mas nada o faria parar, não quando Jisung gemia tanto que começava a ficar rouco e falho e o membro entre eles soltava mais e mais pré-gozo, era questão de segundos até o Han se desfazer, a próstata sendo surrada sem dó, todo o calor do corpo grandão o envolvendo, sentia que iria derreter.

Era diferente de quando tiveram contato pele a pele na festa de Seungmin, tinha muito mais tesão, muita paixão, as bocas pareciam se encaixar perfeitamente, os corpos pegavam fogo, se esfregavam e compartilhavam daquele calor como se fossem um só, era tudo duas vezes mais intenso, mais gostoso, como se caminhassem juntos em direção ao inferno.

A porta fazia barulho com toda a movimentação e Jisung gemia tão alto uma sequência de “ah’s” manhosos e femininos que com certeza havia deixado algum terceiro pela casa duro pra caralho, mas não era como se importassem menos, nada mais tinha tanto valor quanto chegarem até o fim juntos.

Minho impulsionou o quadril mais três vezes com força dobrada, e logo em seguida Jisung o agarrou pelo pescoço, o corpo todo tremendo e um ruído esganiçado que indicava o quanto estava tonto com a sensação de finalmente gozar. O Lee usou de uma das mãos para apoiá-la na porta com as pernas falhando ao esporrar dentro do Han, o abdômen contraindo e um gemido ofegante abafado no ombro do menor.

Respiravam barulhentos, sensíveis, Jisung chorava, não soube quando ou como, mas seu rosto estava molhado de lágrimas, e um fungar chamou a atenção do Lee, que caminhou meio trêmulo até a cama, apoiando o corpo sensível do Han para em seguida se jogar ao seu lado, peito subindo e descendo e um sorriso estúpido nos lábios.

Tinha fodido Han Jisung.

Porra.

Um silêncio confortável permaneceu por alguns minutos. Assimilavam o que havia acontecido.

— Para de sorrir feito idiota. — O Han murmurou preguiçoso.

O olhou deitado com a bochecha contra o colchão, cabelo uma bagunça, rosto cansado, ainda espasmava de minuto em minuto, mas não era como se Minho estivesse diferente. Havia sido… intenso.

Jisung mal sentia suas pernas, na verdade, tudo formigava, sua entrada latejava e se sentia tão cheio que imaginou que teria esperma até seu estômago, mas aquilo era tão bom, como se tivesse sido todo o depósito de porra de Minho. 

Céus, que vergonha, no que estava pensando?

Minho mantinha o olhar meio vago, o sorriso havia diminuído, mas ele ainda mantinha uma expressão serena.

— Não quer falar sobre aquilo, eu presumo?

O Han fez esforço para arrastar o corpo e se aninhar contra o corpo quente do Lee, o braço forte envolveu sua cintura, e quase soltou um murmúrio de satisfação porque eles encaixavam perfeitamente.

Sabia o que era “aquilo”, e mesmo que tivesse mudado um pouco a minutos atrás, ainda era Han Jisung ali, e ele não tinha receio de pôr as cartas na mesa no momento certo, nem dizia as coisas sem pensar. 

Estava mesmo apaixonado por Minho, e não era da boca para fora.

— Sabe que eu não tenho medo de nada, não é? — Levantou os olhos para o encarar e ele assentiu. — Mas eu passei a ter medo quando te conheci.

Minho abaixou o olhar para si, e foi quando Jisung voltou a encarar seu próprio dedo que rumou para o peitoral do Lee, acariciando a pele arrepiada.

— Medo de me apaixonar, de te machucar, de fazer as coisas errado. — Murmurou meio aéreo, o tom chateado. — Sendo sincero, Lino, eu não sei amar outra pessoa que não seja eu mesmo, eu… Eu gosto ‘pra caralho de você, e realmente me apaixonei, mas… Entende que é egoísmo eu resolver ter algo sério sem ter certeza de que consigo levar ‘pra frente? — Apoiou o queixo no peitoral ao se virar para encará-lo de uma vez. — Eu sou egoísta com muitas coisas, mas não posso fazer isso com você.

— Nem se eu quiser? — Arqueou uma das sobrancelhas.

— Minho.

— É sério, Han. — Apoiou o braço atrás da cabeça para olhá-lo melhor. — E se eu quiser aceitar o risco?

— Vou dizer que você só quer me agradar. — Fez biquinho enquanto mexia na corrente metálica do Lee.

— Isso é verdade, eu quero te agradar, mas porque eu quero ficar com você, Han. — Agarrou a mãozinha inquieta tomando sua atenção. — Vamos tentar?

— Tentar?

— É, a gente não precisa de rótulo, por enquanto, vamos ver como ficamos como casal, tipo, um lance só nosso. — Analisou todo o rostinho pensativo do Han. Ele ficava adorável daquela forma. — Pensa bem, tem todo o plus de eu ser só seu, olha só que vantagem.

Jisung riu ao revirar os olhos.

— Não sei, eu sou um namorado meio caro. — Um sorrisinho surgiu em seus lábios.

— É, eu sei bem. — Riu soprado. — Eu assino em baixo. E você?

— Vai me comprar um capacete bonito pra me levar de moto pra escola?

— O que eu não faço por você?

— Tem razão. — Selou rapidinho os lábios do Lee. — Eu assino em baixo. — Sussurrou.

Sinceramente não sabiam como aquilo iria desenrolar, e nem se ia funcionar, Jisung não mudaria da noite para o dia, mas ele parecia disposto a doar um pouco mais de si do que o de costume, o que já era um longo passo. Era algo novo, e isso os deixava ansiosos.

Não ter ido a festa talvez tivesse sido a melhor coisa que aconteceu naquele mês. Seus pais ficariam bravos por ter fugido, talvez estivesse perdendo uma ótima festa, mas quem importava naquele momento estava do seu lado, então não pensaria em outra coisa.

— Atende ‘pra mim? — Minho resmungou quando seu celular tocou alto na mesinha de cabeceira.

— Mal começamos e eu já sou sua empregada doméstica?

— Bem que você podia, com a roupa e tudo o mais? — Ele arqueou uma das sobrancelhas e o Han revirou os olhos.

— Ficou muito louco se pensa que eu vou lavar sua louça. — Virou na cama para pegar o aparelho, voltando em segundos para o aconchego dos braços do Lee. — Coitado. — Riu.

O número era desconhecido, mas Jisung conhecia de cor aquela sequência. Seu sorriso sumiu.

Era Hyunjin.

— Alô? — Deixou no viva-voz, uma feição preocupada que fez Minho se atentar.

Minho?

— Sou eu, Jisung.

Ji! — Hyunjin choramingou, uma barulheira sem tamanho no fundo. — O Felix e o Chan ficaram chapados e sumiram, e… e o Seungmin perdeu a noção, eu não sei o que eu faço, Jijico! — Ele iniciou um choro copioso cheio de soluços que fez Jisung sentar na cama. Ouviu Seungmin gritar alto o nome do Hwang, e uma sequência de um barulho alto veio em seguida.

— Hyunjin, honey, se acalma, respira. — Pediu. — O Seungmin, o que aconteceu com ele?

Ele… Ele ‘tá cego de raiva, eu tranquei ele no banheiro. — Hyunjin murmurou com a voz embargada.

— O que aconteceu, Hyunjin? 

Foi ela, aquela garota, a bendita, de novo, droga!

Jisung olhou para Minho, e eles raciocinaram juntos.

Merda.

 

Ela tentou beijar o Changbin.

 


Notas Finais


E eu confesso que odiei e DETESTEI MUITO essa putaria pq quis fazer algo menos tapa e humilhação pq eles são uma coisa mais bonitinha sabes, mas fracassei, além de q eu tô exausta e a minha criatividade quando tô cansada é igualada a um pau broxado. foda, mas superem e relevem assim como eu fiz e escuta aqui gente fiquei um tempão escrevendo isso aqui por favor deixem pelo menos um cheiro pra mim pls eu tô caindo aos pedaço de estressada não façam engenharia civilkkkk brincadeirakkkmaséverdadekkkk

é isso vou aparecer só daqui cinco meses ou daqui cinco dias eu num sei nunca se sabe jamais saberemos

sigam o @staytores se liguem se atentem vamo bó rapido

bejos

pedir bonus sujeito a paulada tomem vergonha na cara


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