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História Plane Crash - O escritório


Escrita por: SulkinPettyfer e VitoriaWolf

Notas do Autor


Boa tarde
Boa leitura

Capítulo 37 - O escritório


Fanfic / Fanfiction Plane Crash - O escritório

 _Podem voltar a seus postos. - dispenso os guardas e carrego America para o primeiro lugar que consigo pensar. O quarto de Nastia. A pequena ainda dorme, isolada a toda a gritaria e discussão, e isso me acalma. Saber que ela está bem.

Deposito Ames na cama delicadamente, a deixando espaço para chorar silenciosamente sozinha. Ela se aconchega debaixo do cobertor e me deito ao seu lado, aliviado por finalmente ter um momento de paz.

_Estou com medo. - ela sussurra e chega mais perto, acomodando sua cabeça em meu peito.

 _Vai ficar tudo bem. - espero por uma resposta, mas não a recebo. Dou uma espiada e percebo que America já dormiu há bastante tempo. Sorrio com o sentimento de felicidade instantânea que sinto. Olho para o teto e espero pelo sono.

 Minha mãe sempre me disse para ocupar minha cabeça durante o dia, assim dormiria mais fácil por estar cansado. Achei que fosse dormir assim que botasse a cabeça no travesseiro, que seria inundado pelos sonhos imediatamente, porque depois de tudo o que aconteceu no dia de hoje, eu não poderia ter mais coisa na cabeça. Mas ao contrário. Não podia me mexer porque Ames dormia encostada em mim e isso acordaria, só podia ficar parado encarando o teto. E foi exatamente o que fiz.

 Passei e repassei todos os momentos do dia de hoje em minha mente. O desespero ao ver Marlee e Celeste entrando na sala de reuniões. É claro que ninguém presente entendeu o que minha saída repentina significava, mas eu sabia que o dia estava para piorar Pela segunda vez na minha vida, meu coração se partiu. Tudo o que tentei evitar, tudo o que não queria que acontecesse, aconteceu, e estava com tantos sentimentos me rondando que nem sabia exatamente o que senti ao correr pelos corredores a procura de America.

 Diante de tanta incerteza, eu só sabia que Anastacia era minha filha, e eu brigaria por ela se fosse preciso. Tentei pensar em uma frase de efeito, algo para dizer quando chegar, mas toda vez que chegava a uma frase um pouco satisfatória, minha mente flutuava para qualquer outro momento que não fosse esse. Cada imagem e memória de nós três que se passava diante de meus olhos, como um filme, me dava mais confiança e força para fazer o que eu tiver que fazer para protegê-las. E toda vez, ao acreditar conseguir dormir, a imagem de Maxon e suas costas me aparecia, sanguinolenta e gosmenta.

 Apesar de querer xingá-lo por não me deixar dormir, tudo o que consegui pensar foi no sofrimento que ele deve estar passando. Não o físico, porque esse passa rápido, mas seu estado emocional não é dos melhores no momento atual. Me surpreendo comigo mesmo. Entrei no quarto pronto e disposto a lutar com ele, nocauteá-lo se fosse preciso, não me preparei para sentir pena dele. Quando percebi, a luz já havia entrado pela janela aberta e Ames já se remexia na cama, tentando de alguma forma fingir que não havia acordar.

 _Bom dia. - digo com uma provável voz de mau humor, mas qualquer traço some ao ver seu sorriso para mim.

 _Bom dia. O que houve?

 _Não consegui dormir. - dou um beijo, me levanto da cama e vou para o banheiro. Tomo um banho, me arrumo e encontro America amamentando Nastia.

 _Estou preocupada. Não sabemos o que Maxon irá fazer. E se ele já tiver contado para todos?

 _Ele não contou. - a asseguro.

 _Como sabe?

 _Intuição. - me olha em dúvida, mas decide se deixar acreditar.

_Eu a levo. - pego minha filha em seu colo. - Vamos trabalhar com o papai?- pergunto para o bebê que sorri para mim, mas obviamente não responde. - Porque você será a próxima Imperatriz da Rússia, tem que aprender. Pode ir tranquila. Vou ficar com ela. - beijo sua testa e saio do quarto.

 Os guardas não demoram mais do que quinze minutos para montar um movo berço no escritório. Aconchego Nastia dos cobertores e puxo o berço para o lado da mesa, para que possa observá-la e quem sabe me distrair um pouco do trabalho estressante. A observo enquanto brinca com o unicórnio rosa de pelúcia e me repreendo por ser tão mole. Porque não posso ser um daqueles homens frios que não ligam para os sentimentos dos outros e para fazer o certo.

_Lorenzzi!- grito e meu amigo entra pela porta desesperado.

 _O que houve?- sua voz é abafada.

 _Relaxa. - ele respira fundo. - Agora tome conta de Anastacia, por favor. São cinco minutos. - ele me olha de cara feia.

 _Eu tenho cara de babá?

_Não, mas crianças se entendem. Obrigada. - saio pela porta antes que ele possa me convencer do contrário. Marcho pelos corredores tentando entender porque estou fazendo essa idiotice. Desisto e ameaço voltar para o escritório umas três vezes, mas uma voz dentro de mim me dizia que eu devia fazer isso.

 Mesmo que com certeza eu vá me arrepender depois. Abro a porta do salão e me olham assustado. Franzo a sobrancelha, como se eu estar atrasado para o café fosse algo fora do normal.

 _Está tudo bem filho?- meu pai se levanta e me olha preocupado.

 _Está sim. - respondo e permaneço parado. Todos me olham esperando para que eu fizesse alguma coisa.

 _Não vai se sentar querido?

 _Não. - coço a nunca e me viro para a família real de Illéa.

_Maxon, poderia me acompanhar, por favor?- ele me olha assustado e balança a cabeça negativamente.

_Ele vai sim. - Clarkson sorri orgulhoso, bate em suas costas, fazendo com que o garoto arque de dor. O pai sorri cínico e Maxon se levanta e caminha em minha direção, relutante. Caminhamos em silêncio até o escritório.

 _Você é um idiota, se for para a Itália de novo eu juro que você... Ohhh- ele para de xingar assim que percebe que não estou sozinho.

_Me desculpa Lorenzzi. Pode ir. Prometo que não te uso como babá nunca mais. - ele passa por nós em silêncio, dizendo bom dia para Maxon e sumindo no fim do corredor. Maxon fica imóvel no canto do cômodo, sem entender o motivo de tudo isso. O dou as costas e pego Nastia em seu berço.

 _Ela é sua filha também. - respiro fundo e a entrego. Pode parecer impressão, mas juro que vi uma luz acender em seu rosto, como se todas as rugas de preocupação tivessem sumido de uma hora para a outra. Ele me olha em dúvida, tentando compreender se estou falando sério. - Qualquer coisa estou aqui do lado. - o deixo no escritório, pego umas folhas na mesa e vou para o escritório vazio do imperador.

Pov Maxon

_Qualquer coisa estou aqui do lado. -Alex me deixa para trás e fecha a porta de ligação. Depois do momento inicial de choque, paro para reparar pela primeira vez no pequeno embrulho em minhas mãos.

Acaricio suas bochechas rosadas e sinto minhas pernas fraquejarem. Me sento na cadeira e volto minha atenção para minha filha. Pequenos fios vermelhos colorem sua cabecinha branca e sua pele de porcelana a confunde com uma boneca. Minha boca, que ficou aberta esse tempo todo, continua aberta, em admiração a tamanha beleza.

Não sei exatamente o que senti, mas sei que poderia ficar lhe observando o dia inteiro. Mas foi como se todo o sofrimento, toda a mágoa e culpa que guardei dentro de mim nos últimos anos simplesmente não fizesse mais sentido, porque ao ver a pureza, a vida, percebi que não vale à pena sofrer por uma mulher, nem que eu a ame mais do que tudo, porque se pelo menos algo saiu daquela noite, então ainda tenho a esperança de que as coisas um dia deem certo. Meu coração parece mais leve e sinto que posso flutuar. Eu não posso, até porque acho que a deixaria cair, mas o sentimento é o que conta.

Continuo acariciando sua bochecha até que ela começa se mexer entre os cobertores. Me assusto no começo, mas ela abre os olhos e consigo ver o oceano através. Seus olhos azuis conseguem ser mais puros e brilhantes que o de America. Ela me olha confusa, sem entender o que ela estaria fazendo no meu colo, sem reconhecer o rosto do próprio pai. Prometi para mim mesmo que a faria se lembrar de mim, que independente do que aconteça, eu seria importante em sua vida. Então sinto seu desespero, ouço seus gritos abafados pelo cobertor. Em segundos a palidez de seu rosto se transforma no vermelho do choro e me enlouqueço. Nunca cuidei de uma criança, nunca nenhuma chorou no meu ouvido.

_Ai meu deus! O que eu faço? O que eu faço?- sussurro para mim mesmo e me levanto. Começo a balançar delicadamente de um lado para o outro, tentando acalmá-la. Já havia visto America fazer isso antes, tinha a esperança de que o resultado fosse ser o mesmo comigo. Mas não foi. - Ei linda, não precisa chorar. Sou eu, o papai. Shhhhhi. Não fica assim, eu não vou desistir de você, tudo bem?- digo para ela, mesmo sabendo que ela não me responderia.

Boa Maxon, conversando com um bebê. Eu queria chamar Alex, pedir ajuda, mas sabia que eu me sentiria péssimo ao vê-lo a segurando, a acalmando de um jeito que eu não consigo fazer. Mas nem precisei me debater por mais tempo, ele apareceu do outro lado do quarto, assustado. _Eu não fiz nada.

Pov Alex

Ouço o som dos choros e sei que Nastia acordou. Sorrio internamente e abro a porta que liga os dois escritórios a tempo de ver Maxon se balançando de um lado para o outro, sussurrando palavras bonitas na esperança de que a criança pare de chorar.

_Eu não fiz nada. - diz assim que percebe minha presença. Rio. Pego a mamadeira que trouxe hoje de manhã e chego mais perto dos dois.  

_Ela adora comida. É igualzinha a mãe. - comento e Maxon sorri como se acabasse de se lembrar de uma memória feliz.

Uma parte de mim teve vontade de socá-lo ali mesmo. Quem ele pensava que era para pensar na minha mulher? Mas relaxei os músculos e entendi que não tem nada de errado em amar. Ficamos em silêncio por um tempo, admirando a pequena menina. Seus olhinhos azuis não conseguiam parar abertos, e suas mãos encostavam no rosto de Maxon, o que o deixou admirado.

 _Ela está com sono, não está?- levanta o olhar e assinto. Ele a leva para o berço e beija sua testa.

 _Sabe, eu não sou uma pessoa ruim como acha que sou.

 _Sei que não é. Apesar de que seria muito melhor se fosse. - diz envergonhado.

_Tenho certeza que sim. - deixo as palavras no ar. - Sei que você é o pai, sempre soube, mas não me diga que eu não sou o pai dela, porque eu a amo como uma filha.

_Eu percebi durante meu tempo aqui. Não quero te afastar dela. Como poderia?- não havia nem prestado atenção em suas palavras, estava ocupado demais arrumando argumentos para convencê-lo dos meus direitos sobre Nastia

_Eu descobri a gravidez da America, eu estava do lado dela em todas as crises hormonais malucas, fui eu que fiz de tudo pra atender os desejos mais esquisitos, eu lhe ajudei a trazer ela ao mundo e foi a coisa mais ... mais maravilhosa que eu já vi.- tenho certeza que abri o sorriso mais babão de todos, mas não me importo, eu babo por aquelas duas.

 _Alex. - ele estala os dedos, me fazendo acordar. - Eu não vou levá-la embora de você. Ela é sua assim como é minha. - respiro aliviado.

 _Que bom. - me recupero de todo o nervosismo e estresse. - Maxon, não pense em você, ou em America, pense nela. - ele me escuta com atenção. - Nunca vou te impedir de ficar com Anastacia. É sua filha, sei disso, mas prometi a Ames e a mim mesmo que sempre as protegeria e é exatamente o que vou fazer. Nem que eu declare guerra ao mundo inteiro, não permitirei que façam mal a ela, então pense no que vai fazer, ainda tem uma semana na Rússia.

_Você está certo. Obrigado.

 _E pode ver a Anastacia sempre que quiser, vou dar um jeito, só mantenha a discrição. Sei que não fará mal a ela, mas não me culpe por não confiar no seu pai.

_Não vou comentar ninguém. Não sei o que ele poderia fazer comigo, ou com ela. - assegura

_Por falar nisso...- me lembro do remédio guardado na gaveta e trato de pega-lo. Boto nas mãos de Maxon e ele me olha em confusão. - Você não pode continuar as protegendo dessa maneira, vai acabar se matando, uma hora ou outra a fúria do seu pai vai cair sobre elas também. Por isso te imploro para manter segredo. Eu estava em uma missão e essa bomba meio que explodiu no meu rosto. - me olha assustado. - Os estilhaços entraram profundo na minha pele, eu quase fiquei surdo, acharam que eu fosse perder todos os sentidos, mas conseguiram me salvar. Fiquei com diversas cicatrizes, meu rosto todo deformado. O que quero dizer é que esses remédios foram feitos por cientistas especializados russos, se foram capazes de curar a mim, com certeza farão milagre com as suas costas. - ele admira o vidro, esperançoso.

_Não sei como agradecer por tudo isso.

_Só não pise na bola. - digo sério e ele sorri.

 _America concordou com tudo isso?

 _Para falar a verdade, ela nem sabe que estou com você. - dou de ombros. - As quando contar tenho certeza que ficará feliz por finalmente termos resolvido as coisas.

_E como faremos quando for embora?

 _Não seja tão apressado. Ainda não gosto de você, mas quando estiver indo embora resolvemos tudo com ela.

_Claro. Obrigada. De novo. - Sorrio em resposta e ele alterna o olhar entre o berço e eu.

 _Você pode ficar aqui com ela. Vou estar no escritório. - ele caminha até a filha e sorrio triste, me dirigindo para a porta. - Vou deixar aberta, tudo bem?- pergunto e ele me olha com uma cara engraçada.

 _Com medo de que eu possa roubá-la de você, Alex?- seu tom é de brincadeira, mas sei que há uma parte de verdade bem no fundo.

 _Claro que não. - respondo convicto e fecho a porta, ainda conseguindo ouvir sua risada do outro lado.

Sabe aquelas conversas onde você diz as coisas mais absurdas e sem noção? Só para no final descobrir que você nunca estava falando sobre isso, mas sobre outra coisa, muito mais importe, mas você não quer dizer ao vivo? Foi o que senti agora. Ao ouvir a pergunta de Maxon, não foi Anastacia que me veio à mente, mas sim a mãe dela, e a promessa de Maxon de roubá-la de mim não sairia da minha mente por muito tempo


Notas Finais


Bem espero que tenham gostado
até a proximaa com um cap de Natasha
o que ela vai fazer??


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