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História Playing Pretend - Em cacos


Escrita por: Chrissy_RDC03

Notas do Autor


Oi oi oi

ESTOU APAIXONADA POR VOCÊS KKKKKK muuuuuito obrigada, meus amores, nem sei o que dizer!

Boa leitura! :)

Capítulo 14 - Em cacos


Fanfic / Fanfiction Playing Pretend - Em cacos

 

*Lucille*

 

Quando estava quase entrando no meu quarto e de Zayn, Harry e um dos primos de Zayn estavam saindo do mesmo com uma cara nada boa. 

 

— O que foi? 

 

— Ele está puto. — Harry deu de ombros. — Está xingando até o capeta. 

 

— Não estou surpresa. — Revirei meus olhos. — Vou encarar a fera. 

 

Quando entrei no quarto, Trisha estava tentando convencer o filho de algo, enquanto ele, é claro, contestava. 

 

— O que está acontecendo? 

 

— Zayn se recusa a me deixar passar a pomada nele. — Trisha revirou os olhos e apontou para o filho de forma dramática. 

 

— Eu não preciso dessa porra. — O moreno resmungou, com as sobrancelhas franzidas. 

 

— Não fala assim com a sua mãe, Zayn. A pomada vai fazer bem para você. — Me sentei na beirada da cama, vendo que ele fazia uma careta toda vez que se mexia e segurava a blusa com força, como se alguém fosse passar aquilo nele à força. Eu estava prestes a fazer isso. 

 

— Talvez se for você ele deixe, Lucille. — Ela me entregou a pequena embalagem branca de bisnaga, e eu assenti. 

 

— Pode deixar. Ele vai usar essa pomada por bem ou por mal, Trish. — Usei o seu apelido e ela sorriu. 

 

— Obrigada, Lucy. Você é um anjo. — Ela se agachou e beijou a minha testa, e eu a assisti sair do quarto, restando apenas eu e Zayn ali. 

 

— Agora está fazendo complô com a minha mãe contra mim?

 

— Fica quieto e erga a blusa. — Fiquei de pé ao lado dele, já abrindo a pomada, tentando o intimidar. 

 

— Me obrigue. 

 

— Vamos, Malik, eu não estou para brincadeira! Quanto antes fazermos isso, melhor! — Esperei ele dizer ou fazer algo, mas nada. — Quer que o Peter ache que tem um arrombo nas suas costelas ou quer mostrar para ele que não é um chute que vai parar você? 

 

O moreno me encarou por um tempo, ainda emburrado, e então revirou os olhos. 

 

— Você tem a maior lábia que eu já ouvi, garota. — Ele disse, começando a erguer a barra da blusa azul, e eu sorri, convencida. 

 

— Eu sei. — Eu ri, tanto pela frase dele, tanto por vê-lo fazer algo que eu quero, por mais que contrariado. 

 

Me preparei psicologicamente para vê-lo sem camisa novamente, e tentei me concentrar apenas no local arroxeado em suas costelas, pegando até mesmo algumas tatuagens que estavam por ali. Peter realmente havia feito um estrago naquele corpo tão lindo...

 

— Está tão ruim assim? — Ele fez uma careta quando percebeu que eu não estava sendo nem um pouco discreta ao olhar para o seu corpo descaradamente. 

 

— Ahm...não. — Sussurrei depois de pigarrear, me concentrando em esparramar a pomada em minhas mãos e me sentando na beirada da cama, perto dele. — Posso te tocar? — A minha pergunta fez o moreno deixar a carranca de lado e sorrir de forma maliciosa, o que me fez revirar os olhos pela décima vez. 

 

Nem me deixou pagar o seu vinho antes, loirinha. — Ele riu da própria piada, e eu confesso que eu também, um pouco corada. 

 

Mas logo deixamos as brincadeiras de lado, e eu me concentrei em passar a pomada branca no ferimento, vendo que ele gemia de dor quando eu o fazia. 

 

— Desculpa. — Fiz uma careta, mas ele apenas negou com a cabeça, indicando que estava tudo bem. Mas eu sabia que estava doendo para caramba. 

 

A pele morena e tatuada de Zayn era quente nas palmas da minha mão, e parecia me queimar ou até mesmo me dar leves choques, e quando eu percebi, já estava mordendo meus lábios ao encarar a sua barriga definida e seu peitoral, e me repreendi por isso. Precisava me controlar mais. 

 

Cometi a loucura de olhar para cima, para o rosto dele, e é claro que ele já me olhava, tão concentrado em meus olhos que o castanho claro daqueles olhos levemente puxados nos cantos e aquelas pestanas compridas e curvadas me encantaram na hora, e eu não consegui desviar dele. Zayn se sentou na cama vagarosamente, não parando de me olhar, e as minhas mãos não saíram de sua pele quente em momento nenhum. Entreabri a minha boca quando ele já estava sentado na minha frente e tirou a franja do meu rosto, segurando o meu rosto com as mãos. Seus dedos acariciaram as minhas bochechas carinhosamente, até que seu dedão pousou em meu lábio inferior, e seu olhar desceu até ali. E eu soube que estava ferrada por ter caído naquela armadilha. 

 

Ele fez o que sempre faz antes de me beijar. Zayn subiu seu olhar para meus olhos por um milésimo de segundo e então se aproximou rapidamente de mim e eu fiquei tonta no instante em que seus lábios colaram nos meus. Eu suspirei fundo quando a língua dele entrou eu contato com a minha de forma selvagem e talvez até um pouco bruta, e as mãos dele fecharam em volta da minha cintura, quase me trazendo para cima de seu colo. Consegui o empurrar, mas não foi a tempo suficiente para que Trisha não percebesse nada quando entrou no quarto, e sorriu de orelha a orelha quando viu que eu e ele estávamos ofegantes, Zayn ainda estava com as mãos em minha cintura, e eu ainda estava com as mãos naquela pele quente e morena. 

 

— Eu deixo vocês sozinhos por dois minutos e é isso que acontece?! — Ela riu, com as mãos na cintura, enquanto eu ria de nervosa, ainda tentando entender o que tinha acabado de acontecer ali. 

 

Por que Zayn me beijou?! Não havia ninguém no quarto além de nós! Simplesmente não havia porquê!

 

— Eu já passei a pomada, Trish. Acho que vai funcionar, está até menos... — Olhei para aquele tanquinho que era a minha perdição e me perdi no meio da frase. — ...oh. 

 

— Já entendi. — Ela riu e eu corei violentamente quando ela percebeu para onde eu olhava. — Está tudo bem, Lucy. Muito obrigada por cuidar do meu filho, sou muito grata por isso. — Eu sorri para a mulher morena e assenti, e nem me dei o trabalho de olhar para Zayn e quase saí correndo do quarto, onde pude respirar melhor sem estar sob o efeito Malik. 

 

Aquele desgraçado é bonito pra caramba. 

 

E eu espero que seja só por isso que eu sou tão atraída por ele. 

 

[...]

 

Vi da sacada do meu quarto e de Zayn que ele, Harry e alguns primos estavam na piscina, assim como algumas primas deitadas nas cadeiras de sol. Sharon também estava lá, e lá de cima eu pude ver seu corpo bronzeado reluzindo ao sol, enquanto ela passava algum creme nas pernas. Todas impecavelmente bonitas, é claro. 

 

Trisha me perguntou se eu gostaria de ir à piscina, e eu até queria, e muito, mas ainda tenho tantas inseguranças quanto ao meu corpo inteiro que nem mesmo a clínica de reabilitação conseguiu retirar o que Brandon colocou na minha cabeça sobre as minhas cicatrizes resultantes do acidente. Se eu usasse um biquíni, não havia como escondê-las.

 

Observei Zayn com o rosto pousado nos braços na borda da piscina, usando óculos de sol e sorrindo, e eu sorri comigo mesma ao ver aquilo. Tudo nele parecia fazer parte de uma combinação que deu muito certo. As tatuagens, o cabelo escuro, os braços fortes, além daquele sorriso... 

 

Suspirei e saí da sacada, entrando no quarto e colocando os olhos nas sapatilhas de ballet que o próprio Zayn me deu e peguei as mesmas, e aproveitei que usava apenas o vestido que deixava as minhas pernas livres e as coloquei, colocando para tocar alguma música da playlist que eu usava apenas para dançar. 

 

Fiquei ali por um tempo, tão distraída em meus rodopios, até de olhos fechados, que apenas acordei de meu transe quando dei de cara com o peito de Zayn, e me assustei tanto que dei até um gritinho, com as mãos pousadas naquele peito nu, molhado e quente. O moreno me abraçou com força, e quando olhei para cima, ele estava com um sorriso divertido no rosto, ainda com aqueles óculos de sol. Eu suspirei pesadamente por estar tão colada à ele, e o sorriso dele pareceu ainda maior. 

 

— Se divertindo? 

 

...é. — Foi tudo que consegui dizer em meio à minha respiração ofegante, presa naqueles lábios e naquele sorriso. Ainda mais quando ele mordeu e logo depois lambeu o lábio inferior. 

 

— Por que não está na piscina? 

 

— Não estou tão a fim. — Mordi meu lábio inferior também, desviando meus olhos dos dele, por mais que ele estivesse usando óculos. 

 

— Mentira. Você desvia o olhar quando mente. — E quando eu menos imaginei que ele poderia me deixar ainda mais fora de mim, Zayn me apertou ainda mais contra o seu peito, e eu arfei. De repente ele ficou mais sério. — Por que não está na piscina, Lucille? 

 

— Por que me beijou hoje, Malik? — Aproveitei a minha curiosidade de mais cedo e também para tentar fugir do assunto, e ele pareceu um pouco surpreso por isso. O moreno fechou os lábios entreabertos e suspirou pesadamente, como se estivesse sem paciência. — Só havia nós dois no quarto e...

 

— Eu te beijei porque quis, Lucille. Não há nada fora do normal nisso. — Eu assenti, ainda mordendo meus lábios. — Agora responda a minha pergunta. 

 

— Eu só não quero ir na piscina agora, Zayn. — Eu bufei, mentindo descaradamente. Mas ele pareceu acreditar. Ou pelo menos se conformou que não conseguiria uma resposta de mim tão cedo. 

 

— Não quer pelo menos descer lá e ficar comigo? 

 

Oh. 

 

Ele quer que eu fique com ele. 

 

Sim, Zayn, eu quero muito ficar com você. 

 

— Tudo bem. — Eu dei um sorrisinho discreto, logo lembrando que ele só quer manter as aparências para a sua família. 

 

É só isso, Lucille. Trate de acalmar os seus nervos. 

 

Zayn me observou tirar as sapatilhas e colocar as minhas sandálias, e por mais que não visse onde ele estava olhando por causa de seus óculos de sol, sabia que ele estava me encarando até demais. 

 

Descemos as escadas ao lado um do outro, mas Zayn apenas segurou a minha mão quando nós saímos de casa, quando pude ver todas as pessoas ao redor da piscina, e os milhares de primos e primas de Zayn na água. 

 

— Agora sim! — Trisha comemorou quando me viu, e eu sorri, tímida, quanto todos se viraram para mim. 

 

— Chegou quem faltava! — Harry exclamou, erguendo uma latinha de cerveja e sorrindo abertamente, abrindo um espaço na espreguiçadeira para mim. Antes que eu andasse até lá, Zayn me puxou pela mão na direção oposta. 

 

— Sai fora, Styles. — O moreno resmungou, mal humorado, me puxando para outra espreguiçadeira em que Maya e outra prima dele estavam, mas não havia espaço suficiente para nós dos ali. Zayn se sentou no espaço vago, soltando a minha mão, e quando eu já estava tentando achar outro lugar, ele me olhou, sorrindo de forma travessa, e bateu com as mãos nas duas coxas. 

 

— Isso é sério? — Eu sussurrei para ele, fazendo uma carranca. Zayn pareceu se divertir ainda mais pela minha reação. 

 

— É a sua única opção. 

 

— Qual o problema, Lucy? Nunca sentou no colo de seu noivo? 

 

Quando ouvi a voz venenosa de Sharon, instantaneamente entrei no modo defensivo, e me virei para ela, sorrindo de forma tóxica como ela fazia quase o tempo todo, e então tive que me sentar no colo de Zayn, tentando ao máximo não pensar no quanto aquilo estava sendo estranho enquanto abraçava seu pescoço e via seu sorriso cafajeste naquele rosto lindo. Ele abraçou a minha cintura com aqueles braços, e eu arregalei os meus olhos quando as suas mãos tomaram o rumo do meu bumbum. 

 

— Tira a mão daí, seu safado. — Sussurrei para ele, batendo em suas mãos e ouvindo a sua risada. 

 

— Acho que não havia visto seu anel ainda, Lucy! Que coisa mais linda! — Maya disse, segurando a minha mão, chamando a atenção de todas as primas de Zayn ali. Algumas até saíram da piscina para olhar mais de perto, dizendo tantos elogios sobre aquele anel que foi impossível não segurar o meu sorriso. E o moreno estava no mesmo estado que eu. 

 

E devo dizer que meu sorriso aumentou mais ainda quando vi a cara de nojo de Sharon em minha direção. Mas ela logo disfarçou segurando o rosto do nojento que ela chama de noivo, e então Peter a beijou, e eu preferi desviar o olhar para Zayn e ter uma vista bem melhor. Até que vi que ele encarava aqueles dois com certo pesar no olhar, ou melhor, encarava Sharon, e nem escutava mais o que suas primas diziam. 

 

— Você ainda sente algo por ela, não é? 

 

— Como? — Ele pareceu acordar de seu transe quando ouviu a minha voz. 

 

— Sharon. — Olhei de relance para a morena, que ainda beijava aquele traste. Olhei de volta para Zayn, e ele voltou a olhar para ela. 

 

— Bem menos do que eu sentia antes. Mas ainda sim... — O moreno suspirou, e seu olhar adquiriu um brilho triste. — ...dói um pouco. 

 

Eu mordi o meu lábio, não dizendo para ele que não gostei de ouvir que aquilo ainda o machucava. Se Sharon ainda o machuca sem dó nem piedade alguma, ele ainda sente algo por ela. O problema é que Sharon claramente não faz bem à ele. 

 

Como Brandon não fazia bem à mim. 

 

— Já faz oito anos. Quero dizer, eu devia já ter me curado dessa mágoa toda e desse rancor toda vez que olho para eles dois, não? — Ele me olhou, realmente curioso para saber a resposta. 

 

— Algumas dores demoram para passar. — Eu afundei meus dedos em seus cabelos negros, sem pensar, e ele fechou os olhos por alguns segundos, claramente aproveitando aquilo. — Outras nunca passam. — Foi a minha vez de desviar o olhar para o chão. 

 

Você não vai ficar machucada para sempre, Lucille. — Voltei a olhar para ele, que sorria de leve. Eu me arrepiei inteira quando seus dedos massagearam de leve a minha coxa desnuda, sem segundas intenções dessa vez. — Acredite em mim. 

 

Eu discordava dele. Acho que nunca seria a mesma. Acho que ninguém seria o mesmo depois de perder tanto. De perder meus pais, de perder a minha dignidade por causa de Brandon, de perder a minha adolescência inteira para a depressão. 

 

Tentei mudar de assunto e olhei de volta para Sharon e Peter, que já haviam parado de se engolir agora. Eu sorri ao ter uma ideia um pouco maligna. 

 

— Quer dar o troco agora? 

 

— Que? 

 

— Dar o troco nela. — Zayn continuou confuso. — Você ainda sente ciúmes dela, Zayn. E algo me diz que ela talvez ainda tenha ciúmes de você também. 

 

— O que quer dizer com isso? 

 

Eu revirei os meus olhos pela sua lentidão de raciocínio, olhei para Sharon, que dessa vez me olhava, e então fiz coragem brotar do chão e segurei o rosto de Zayn com as minhas duas mãos, sentindo a sua barba pinicar os meus dedos de uma forma boa, e então o beijei. No começo ele ficou um pouco perdido, mas não foi bobo e em pouco tempo começou a retribuir o meu beijo. 

 

E eu tive certeza que beijar Zayn era tão bom quanto ser beijada por ele. Ainda mais quando ele abraçou ainda mais a minha cintura, me puxando para perto dele, e aprofundou ainda mais o beijo, e eu arfei quando senti a sua língua massageando a minha com a destreza que só ele tinha. E tudo aquilo estando no colo dele. 

 

Oh, céus. 

 

— Será que alguém pode me ajudar aqui? — Separei os nossos lábios quando ouvi a voz de Trisha lá da porta de entrada, segurando muitos copos de vidro em suas mãos, e então eu me desvencilhei dos braços de Zayn com alguns selinhos, sorrindo como uma boba ainda mais quando vi Sharon quase soltando fogo pelas ventas, e logo cheguei até Trisha, a ajudando, pegando alguns copos. — Muito obrigada, querida, você é um anjo. 

 

— Não há de que, Trish. — Ela sorriu, dócil, para mim, e toda vez que ela fazia isso, eu me sentia culpada por estar mentindo para ela dessa forma, sendo que tudo que ela fez até agora foi me tratar bem. 

 

— Sabe, eu estive pensando: eu e Yaser já estamos ficando velhos, e uma das coisas que nós dois mais queremos ver além do casamento dos nossos filhos, são os nossos netos. — Eu assenti, estranhando um pouco aquele assunto. Mesmo assim, continuei caminhando. — Você e Zayn já tem algum plano ou algo do tipo? 

 

— Ahm, não. É claro que já falamos sobre isso em algum...momento, mas acho que ainda somos jovens, não somos? — Eu fiz uma careta, odiando mentir daquela forma. 

 

— Com toda a certeza. — A morena sorriu para mim. — Mas mesmo assim. Já pensaram em alguns nomes? Tanto para menino quanto para menina? — Eu acabei rindo, enquanto ela deixava os copos de suas mãos encima de uma mesa de vidro perto da piscina. — Eu sei, eu sei, estou me precipitando. Mas já pensei em Melissa para a menina, sabe? Era o nome da minha avó. 

 

— É fofo. — Eu disse, também colocando os copos ali. 

 

— E para o menino, pensei em Brandon. Também é fofo, não é? 

 

A menção daquele nome fez com que eu entrasse em um espécie de transe instantaneamente. Eu lembrava e pensava em Brandon em todos os malditos momentos em que me olhava em um espelho, ou quando me arrumava para sair. Eu e Louis e eu havíamos feito um acordo em nunca mais dizer aquele nome, então ouvir isso da boca de alguém era totalmente diferente. E apavorante

 

Quando percebi, o último copo já havia deslizado da minha mão, e o som dos cacos se quebrando no chão chamou a atenção de todos. Acho que meus olhos marejaram enquanto todos aqueles olhares se cruzavam com o meu, e tudo que eu conseguia lembrar era da voz de Brandon, e de seus olhos negros e assustadores encima de mim. 

 

“Você não é nada, Lucille!” 

 

“Eu nem sei porque ainda namoro com você!” 

 

“Eu te odeio!”

 

“Se você está passando por tudo isso, é porque você merece, entendeu?!” 

 

— M.me desculpe. — Foi tudo que eu disse, me ajoelhando no chão para catar aqueles cacos, mas acho que acabei cortando os meus joelhos. E mesmo estando com a visão borrada pelas lágrimas, continuei fazendo o que tinha que fazer, até que vi Zayn na minha frente que me ajudou a ficar de pé e tirou os cacos que eu já havia catado das minhas mãos. — Zayn, eu tenho que...

 

— Você não tem que fazer nada, está toda cortada. Vamos lá para dentro. — Ele me virou e então caminhamos em direção à casa rapidamente, enquanto sentia algo quente escorrer dos meus joelhos. Acho que era sangue. 

 

Quando entramos em casa, Zayn me fez sentar no sofá da sala enquanto eu tentava parar de chorar baixinho. Mas ele não fez perguntas, o que é ótimo. Zayn apenas pegou um kit de primeiros socorros, limpou o sangue que escorria pelas minhas pernas, limpou o ferimento e fez um curativo ali, e até ele terminar, eu finalmente já havia parado de chorar. Zayn ficou de pé e se apoiou no sofá, com os braços ao lado do meu pescoço, fazendo com que seu rosto ficasse a centímetros do seu. E só pela sua carranca ao me olhar, assim como sua respiração ofegante, ou por ter feito tudo aquilo sem dizer uma palavra sequer, eu soube que ele estava bravo. 

 

— Eu nunca mais quero ver você de joelhos no chão, entendeu? — Ele disse aquilo de forma tão séria e firme que à princípio eu não tive reação, então só assenti. — Me prometa, Lucille! 

 

— Ok. — Ele assentiu e se afastou, respirando fundo, e eu passei a encarar as minhas mãos em meu colo. — Me desculpe. 

 

Ele suspirou mais uma vez, me olhando, e então revirou os olhos, e seus ombros tensos relaxaram, e ele se aproximou um pouco, agora mais calmo. 

 

— Você não tem culpa de nada, Lucille. Não vou te fazer perguntas porque sei que você não vai responder, estou certo? — Eu assenti com a cabeça, e ele bufou. — Pode pelo menos me dizer se está bem? Se posso ajudar com alguma coisa? 

 

— Estou bem. — Olhei para ele e dei um sorrisinho, mas sei que ele não caiu naquela farsa. — Pode ir lá fora avisar que está tudo bem para a sua família? Acho que vou me deitar um pouco. — Zayn concordou com a cabeça, e quando eu fiquei de pé, senti os pequenos cortes em meus joelhos arderem, e fiz uma careta. O moreno me olhou da porta de casa com a preocupação estampada no rosto, pronto para voltar a qualquer segundo. — Eu estou bem, Zayn. Pode ir. Por favor. 

 

Não fiquei para ver o que ele faria, apenas caminhei lentamente e mancando até a escada. E tudo que eu queria era me deitar e dormir nem que fosse só um pouco, nem que as lembranças me fizessem chorar.


Notas Finais


Aaaaaa me digam o que estão achando da história, meu anjos!!! Vocês não têm noção do quanto que eu me divirto lendo os comentários de vocês :)

Beijinhosss ❤️


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