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História Pleasure and Blood - Drink me eat me


Escrita por: Akiravic e earlofpoisons

Capítulo 1 - Drink me eat me


Era sexta-feira, por volta de onze horas e toda a cidade londrina estava agitada. Os bares estavam lotados e era possível ouvir o riso daqueles que bebiam até estarem ébrios o bastante para realizarem seus desejos mais obscenos e depois colocarem toda a culpa no álcool, dizendo que não tinham consciência do que estavam fazendo.

Um riso deixou os lábios do rapaz, aqueles seres eram tão interessantes. Aqueles seres... já havia feito parte daquela raça, mas fazia tanto tempo que já não importava. Ainda porque em sua época tudo era diferente, não se lembrava em detalhes, mas sabia que aquelas quase orgias eram realizadas em sigilo e não encontradas a cada esquina como naqueles dias, no entanto, ele adorava. Nada facilitava mais seu trabalho do que pessoas bêbadas sedentas por uma noite de sexo selvagem. Ainda porque, modéstia à parte, sua beleza agora ainda mais evidente do que a de séculos atrás atraia olhares nada castos para si.

A tez clara dentro do padrão europeu, talvez até branca demais, artificialmente corada em suas maçãs, os lábios bem desenhados, nem finos e nem grossos, os quais exibiam os mais belos sorrisos maliciosos. Os olhos chamavam a atenção por seu tom quase dourado, como os de um felino. Os cabelos negros que enfeitavam o rosto ao cobrirem as orelhas, terminando pouco antes dos ombros junto a franja caindo-lhe aos olhos e emoldurando a face. Suas vestes também chamavam a atenção, a calça jeans rasgada colada às coxas, a camisa branca quase transparente que deixava em evidência a cintura curva quando era iluminado por algumas das luzes fortes que afastava a escuridão, os coturnos pretos de cano médio escondidos pelas pernas da calça. Não era nada tão diferente do que os jovens daquela década costumavam usar, mas com certeza exalava algo que prendia a atenção em si, como um feromônio natural. 

Caminhava tranquilo até o PUB já tão conhecido, adentrando o local sem ter de esperar na fila que se estendia pelo quarteirão, era como um cliente VIP. O dubstep soava alto pelas caixas de som enquanto um DJ desconhecido para si guiava a noite, embalando os corpos que não faziam questão alguma de controlar os hormônios enquanto se esfregavam no meio da multidão em movimentos sensuais. 

Com dificuldade esgueirou-se entre estes, por algumas vezes deixando-se levar por corpos que se esfregavam ao seu, acabando por parar e apreciar os movimentos que esquentavam o local, mas nunca seu corpo. Finalmente alcançou seu objetivo, chegando ao bar, dirigindo um sorriso ao barman já conhecido.

Os olhos percorreram o local, procurando uma possível vítima já que este era o único motivo para estar ali agora. Os olhos analisaram cada pessoa aparentemente sem companhia, parando finalmente num rapaz sentado não muito longe de si, na lateral do bar. O garoto aparentava não ter mais de vinte e cinco anos e os traços orientais o faziam pensar se ele era nativo ou talvez apenas um estrangeiro aproveitando suas férias. 

Observou cada detalhe do jovem, desde os cabelos negros que escorriam até a altura dos ombros, o sorriso com um ou outro dente desalinhado enquanto ele conversava com o barman talvez um tanto alterado pelo álcool, até as mãos de dedos finos e longos que agarravam taça com um líquido colorido, daqueles que eram provavelmente doces demais. Os belos traços delicados que este possuía chamavam ainda mais a atenção e sem perder muito tempo o rapaz se levantou, seguindo até onde estava o outro.

— Posso me sentar aqui? — Disse indicando uma cadeira ao lado do oriental.

— Claro. — Um sorriso simpático despontou nos lábios daquele que parecia perdido nos olhos tão raros a sua frente.

Sentou-se ali e notando que a bebida do outro estava no final, se adiantou e pediu mais uma para este.

— Oh, que isso, não precisa. — A timidez apareceu e não sabia muito bem definir se o tom rubro nas bochechas de seu mais novo acompanhante estavam coradas por vergonha ou pelo efeito do álcool. 

— Mas eu faço questão. — Exibiu seu melhor sorriso, fazendo o outro apenas concordar.

— Está bem, mas só este. — O jovem se virou para frente, virando o restante do líquido ainda em sua taça enquanto aguardava sem jeito um novo drink.

— Isso nós vemos depois.

— E você, não irá pedir nada?

— Ah, eu não bebo. — Um sorriso leve se formou no canto dos lábios. Não era uma mentira, realmente não bebia aquele tipo de líquido.

Já faziam anos que não ingeria nenhum tipo de alimento sólido ou líquido do mundo humano, seu sistema digestivo simplesmente não funcionava, então tudo que conseguiria ao beber alguma daquelas coisas seria terminar a noite vomitando sobre uma privada suja de balada. 

— Hm... — o silêncio se instalou por alguns instantes, porém não o suficiente para ser incômodo visto que o outro voltara a se pronunciar.

— Eu estava pensando, você é de Londres? Digo você tem traços orientais fortes, mas nenhum sotaque.

— Eu sou de Londres sim, quer dizer, meus pais são japoneses, eu nasci no Japão, mas vim pra cá com apenas dois anos e vivi toda minha vida aqui então me considero londrino. — Não havia filtros em suas palavras, sequer sabia quem era o homem ao seu lado, mas infelizmente era o tipo de bêbado tagarela e talvez já estivesse ficando um pouco alto. 

— A propósito, quantos anos têm? 

— Tenho vinte e três, e você?

— Tenho vinte e um. – A mentira se arrastou para fora dos lábios. Sabia o ano de seu nascimento humano e também de seu nascimento neófito, mas já havia parado de contar haviam alguns anos, não importava, afinal era só mais um ano de tantos que ainda existiriam pela frente.

O mundo havia sofrido tantas mudanças desde a Idade Contemporânea e o cainita teve anos demais para se adaptar às novas regras e vivência de seu ser. No começo odiou a condição, chorou por dias, até que as lágrimas já não fossem mais produzidas por seu sistema. 

Negou de todas as formas a nova natureza, tentou se alimentar de animais, mas o sabor era horrível e o deixava fraco. Tentou acabar com a própria vida mesmo sabendo que não conseguiria e inúmeras vezes teve a confirmação que era de fato um imortal. 

Amaldiçoou todos os dias o ancião que lhe transformou sem motivo aparente, afinal não servia a propósito algum e ainda assim parecia que fora criado para servir como piada, uma de muito mau gosto, inclusive. 

— Que falha minha, perguntei sua idade, porém nem sei seu nome. — Cada sorriso e olhar carregava uma malícia desconhecida e apesar da intensidade, nunca era desconfortável, pelo contrário, era hipnotizante.

— Me chamo Matsuda, prazer. — Disse estendendo a mão, rindo junto ao outro quando este a apertou.

— Sou Callum, muito prazer. Afinal, o que faz aqui sozinho, Matsuda? — O humano bebericou seu drink, voltando a fitar o rapaz, exibindo um leve sorriso.

— Bom, é sexta-feira à noite, ficar em casa não é o melhor programa, então resolvi ver se encontrava alguma companhia. 

— Espero que a encontre. — Era sugestivo o modo de falar, era óbvio que sabia que se tornara a companhia para ele, não costumava falhar em seus flertes. Não eram só as palavras, era o cheiro, a aparência, o encanto natural que sua espécie exalava. Eles sempre conseguiam quem queriam, quando queriam. 

Callum era um vampiro de muitas décadas, experiente, com poderes altamente desenvolvidos. Sabia perfeitamente como fingir a respiração, sabia controlar a temperatura de seu corpo para não parecer simplesmente uma criatura gelada. Podia corar seu rosto, direcionando o sangue para onde precisava, afinal era a única coisa que ainda trabalhava em seu corpo, o sangue nas veias, o que lhe mantinha malditamente vivo. 

Depois de tantos anos veio a aceitação, já não tentava mais suicídio em vão, parou de se importar com os humanos quando o que restava dos próprios sentimentos empáticos sumiram. Ser imortal era um castigo. Achava graça daqueles que o desejavam com tanto afinco.

Humanos sempre estavam desejando super poderes, super-força, voo, teletransporte, imortalidade. Também já fora um humano sonhador que acreditava que tudo não passava de fantasia, mas descobriu a verdade da pior forma.

— Acho que já encontrei. — Era evidente o quanto o oriental estava encantado. Como poderia evitar afinal? O londrino tinha os olhos mais lindos e diferentes que já vira em toda sua vida e demonstrava genuíno interesse. Não deixaria tal oportunidade escapar.

— Fico feliz que possa lhe acompanhar esta noite. Quer dançar? — Era engraçado como Callum sempre parecia polido demais, mesmo dentro de um PUB cheio de pessoas bêbadas, a fala remetia a alguém muito mais velho do que aparentava ser, o que era de certa forma divertido aos olhos do rapaz.

— É uma ótima ideia. — O sorriso não descansava, os lábios sempre curvados em genuíno interesse. A bebida o deixou muito mais solto e não fazia questão de disfarçar o interesse. Gostava das investidas alheias. 

Pelo primeiro momento da noite deixaram o bar, os corpos se esgueirando entre as pessoas procurando um espaço que nunca seria grande devido à aglomeração ali presente, porém onde pudessem se mover sem dificuldade. 

Estavam quase ao meio da pista quando passaram a dançar junto da batida da música, juntando-se aos movimentos sensuais realizados pelos outros indivíduos. O pouco espaço apenas os empurrava um contra o outro, obrigando-os a ficar colados, fazendo os sorrisos novamente brotarem nos lábios de ambos. 

O cainita guiou sua mão à cintura do menor, o trazendo ainda mais para si enquanto os quadris se chocavam no ritmo da música. O clima parecia ficar ainda mais quente para o oriental que envolveu os braços em torno do pescoço do outro, podendo sentir a falsa respiração tocar seu rosto enquanto a própria parecia cada vez mais pesada.

Os movimentos ficavam mais ousados a cada instante visto que as mãos do maior corriam por todo o corpo alheio, deslizando pelas costas devagar apenas para alcançar o local mais desejado, tomando as nádegas em posse e as pressionando com vontade, fazendo com que os quadris se esfregassem sem qualquer pudor. 

Os olhos amarelados pareciam ainda mais intensos agora que o encarava cheio de desejo enquanto eram retribuídos com igual lascívia, mas ainda de forma um tanto tímida. Era bizarro como se sentia intimidado pelo homem que lhe segurava com tanta firmeza e ao mesmo tempo que se sentia como uma presa, era delicioso estar sob o olhar poderoso e inebriante. Nunca havia experimentado sensação igual em sua vida e aquilo de certa forma o assustava, mas nem de longe o repelia.

O contato visual foi cortado quando as mãos firmes viraram o corpo poucos centímetros menor e colou-se às costas dele, afastando os fios compridos para expor o pescoço delgado, aproximando o nariz do local e roçando a ponta ali, apreciando o cheiro inebriante. Era uma tentação. 

O londrino depositou um beijo no local, sentindo o sangue correr intensamente, quase como um disparar do coração, um misto de fome e excitação explodindo dentro de si quando as mãos apertaram a cintura e fizeram o corpo se chocar ao próprio, esfregando contra as nádegas a ereção que ostentava sob a calça. 

Pode ouvir um gemido baixo vindo do mais jovem e não resistiu a deslizar as mãos pelo tronco, rumo a pelve. Tocou sutilmente o volume que ele também guardava sob as vestes, fazendo questão de abrir os lábios e roçar os dentes pontiagudos pela pele convidativa. Tão perto.

O maior se surpreendeu quando viu o outro se afastar, logo tendo a mão capturada e sendo puxado para fora dali em direção à escada que levava a área de mesas e sofás no primeiro andar. Não demorou muito e ambos já estavam sobre um dos sofás, Callum sentado sobre o estofado e Matsuda sobre seu colo, trocando um beijo intenso. 

As mãos do cainita percorriam o corpo alheio sem nenhum pudor enquanto o oriental pressionava os quadris sobre a pelve, lhe devorando os lábios com tanta vontade que este até mesmo pensou que ficaria rapidamente sem ar se fosse possível. Com dificuldade se afastou, empurrando levemente o rapaz, afinal estavam em um local público e pretendia fazer aquilo direito e saciar sua fome que já se tornava mais forte. Não poderia demorar muito, atingir o frenesi não era uma opção e havia se esforçado demais tentando manter a temperatura e a respiração falsa para que acabasse sendo descoberto por uma falta de controle momentânea.

Os olhos brilhavam mais intensos, as pupilas dilatadas, era evidente o quanto precisava daquilo, o quanto queria tê-lo em todos os sentidos possíveis.

— Vamos para um lugar mais reservado, aqui não dá pra terminar isso. — Sugeriu, as mãos ainda pousadas sobre as coxas que instantes antes estava apertando e puxando ao fazê-lo se mover sobre seu colo.

— Nós podemos ir até o banheiro… — Não era como se fosse o tipo de homem que fodia em banheiros de balada, mas estava tão necessitado que pareceu uma boa opção para si, mas o olhar do companheiro denunciou que para ele definitivamente não era nem mesmo uma opção.

— Que tal minha casa? Eu estou com o carro. Acredito que será muito mais confortável. — O moreno apenas se levantou, exibindo mais um daqueles largos e maliciosos sorrisos, os dentes pontiagudos se fazendo minimamente presentes agora.

Matsuda sentiu um arrepio com a visão, podia jurar que ele estava diferente do primeiro momento que o observou, mas a ideia de que aquilo era impossível se manteve em sua mente, só podia estar ficando louco, portanto deixou os pensamentos para lá e seguiu o londrino até o estacionamento. O silêncio que se instalou era pesado e se não estivesse com tanto tesão e um tanto bêbado provavelmente teria desistido da ideia de acompanhar o estranho até sua casa. O que poderia dar errado afinal?

O relógio já marcava uma e meia da manhã quando deu partida no carro rumo a própria casa. Não era exatamente longe, o que era realmente bom para si, afinal naquele momento paciência não era uma virtude.

Não se lembrava de quando parou de se importar em tirar vidas humanas para seu próprio bem. Começou com pessoas que considerava irrelevantes, apenas uma aqui e outra ali, sem grandes sinais, sem grande esforço, era apenas alimento afinal. Os humanos se tornaram como animais para si. Enquanto eles matavam e consumiam a carne de outros seres, ele fazia o mesmo com eles. Apenas haviam esquecido de citar seres como ele na cadeia alimentar que ensinavam na escola.

Também não se lembra quando ficou chato demais caçar apenas para se alimentar e como um bom caçador, resolveu brincar com suas presas. Com a evolução dos anos seus poderes também evoluíram, o possibilitando seduzir e se divertir com a caça e era exatamente o que pretendia fazer aquela noite. 

Apenas quinze minutos se passaram quando estacionou em uma casa grande que mais parecia uma mansão, deixando Matsuda boquiaberto. Não espera por um local tão luxuoso, nunca havia estado em uma casa assim e aquilo o animou. Como seriam os quartos afinal? Estava louco para descobrir. 

— Como tudo aqui é grande. Entendi porque não queria ir para o banheiro, com uma casa dessas nenhum lugar poderia ser melhor, nem mesmo um motel de luxo. — Callum apenas riu notando a animação alheia, abrindo os portões e adentrando o local. Saiu do carro e abriu a porta do passageiro, estendendo a mão para o jovem e o guiando para dentro da mansão.

— Gostaria de ser rico... — Pensou alto enquanto os olhos varriam o anterior da construção em estilo gótico, era tudo tão belo. O pé alto, os pilares bem desenhados, era um tanto sombrio, mas extremamente lindo.

— Por frequentar aquele PUB você deve ter uma boa situação financeira. — Constatou, afinal o clube não era um local barato e costumava receber vários filhinhos de papai que gastavam o dinheiro de seus progenitores em bebida e drogas. Era por isso que adorava tanto encontrar pessoas lá, ninguém dava a mínima para os jovens mimados pelo dinheiro, nem mesmo os pais e o sangue deles era tão saboroso. 

– Mais ou menos. Na verdade foi a primeira vez que fui lá, apenas porque um colega me falou sobre o local. — Deu de ombros, não muito interessado em falar sobre a própria vida.

— Quer beber algo? — Ofereceu, indo para o bar e já separando uma dose de whiskey para o rapaz, mesmo sem ter certeza do que ele gostava. Tinha certeza que ele aceitaria qualquer coisa aquela altura.

— Pensei que não bebesse. — Não esperava encontrar um bar em uma casa de alguém que não bebia, talvez ele tivesse parado a pouco tempo.

— E não bebo. Mas é sempre bom ter algo para as visitas.

— Trás muitas pessoas aqui? — Perguntou curioso, os dedos passeando pela bancada do bar antes de segurar o copo com gelo e bebida, virando quase todo o líquido nos lábios avermelhados.

— Algumas. — Guardou a garrafa e deu volta no balcão se colocando ao lado dele, os olhos passeando por todo o corpo que agora podia observar melhor devido a iluminação. Era mesmo um homem bonito.

— Homens?

— Também. Eu não faço distinção entre gêneros. — Sorriu novamente deixando os dentes em evidência enquanto se aproximava novamente daquela forma predadora.

O que lhe importava de verdade era o cheiro, o sabor do sangue, isso sim era de extrema importância e o que exalava do oriental era simplesmente delicioso. 

Retirou o copo quase vazio das mãos dele, o colocando sobre o balcão em momento algum desviando o olhar dos orbes bem desenhados. 

Toda a tensão havia voltado, o sexo ainda estava duro sob as vestes e decidiu não perder mais tempo, sabia que ele também estava ansioso para o que viria a seguir. Bom, pelo menos para uma das coisas.

Os lábios novamente se encontraram, iniciando uma dança desesperada em um beijo intenso. As línguas se encontravam afoitas, apreciando o sabor que lhes era oferecido enquanto as mãos não ficavam paradas, procurando conhecer cada parte dos corpos. 

O beijo foi partido apenas quando o maior agarrou o rapaz sem muita delicadeza, passando os braços sob suas coxas e o suspendendo no colo, o carregando até o quarto e o jogando sobre a grande cama de casal ali presente.

Retirou um celular do bolso e o colocando sobre a cômoda, conectou o aparelho ao som e deixou que a música desejada preenchesse o local. Não sabia se ele gostava daquele tipo de som, mas era perfeito para si e o deixava ainda mais excitado. O primeiros versos de Eat me, drink me na voz rouca soaram pelo cômodo, o fazendo sorrir.

The trees in the courtyard are painted in blood, so I've heard she hangs the headless upside down to drain.

Desabotoou a camisa lentamente enquanto observava sua presa sobre a cama, os olhos dele estavam conectados a seu corpo, inflando seu ego e o fazendo sorrir ainda mais. Terminou de desabotoar a peça, a deixando sobre o chão. Não demorou a se livrar também dos sapatos e da calça justa, permanecendo apenas com a peça íntima quando finalmente subiu no colchão.

Tocou-lhe o rosto, o puxando para um beijo cheio de desejo, às línguas voltando a se tocar enquanto as mãos trabalhavam em desabotoar as calças do jovem, afastando-se para puxar a camiseta dele para cima, expondo o torso bonito. 

Eat me, drink me, this is only a game.

Os olhos do cainita percorreram o corpo do oriental, ele era belo, a cintura curva e o abdômen liso, era exatamente como gostava. Era sim encantado pelo sangue, mas também era pelos corpos humanos. Não era como se o próprio fosse muito diferente, afinal já havia sido parte deles, mas existiam tantos fatores interessantes que já não pertenciam a seu mundo. As marcas causadas pelo acúmulo de sangue, a temperatura que se elevava, o suor escorrendo dos poros, os batimentos cardíacos que aceleravam diante a excitação. 

Assistiu o outro se livrar da própria calça, parecia sedento e a ereção que marcava a peça íntima evidenciava isso. 

Não tardou a puxá-lo para o próprio colo, as mãos desvendando cada curva enquanto os lábios tocaram o tórax, envolvendo uma porção de pele e a sugando, marcando com o tom que adorava. 

As unhas se arrastaram pela coxa sem qualquer delicadeza. Poderia rasgar a pele se desejasse, mas domou a força colocada, deixando apenas alguns vergões avermelhados, a sensação sendo tão bem recebido que um gemido rouco preencheu o cômodo.

O menor fez questão de posicionar os quadris sobre a excitação alheia, iniciando um rebolar lento que enlouqueceria qualquer um, mas Callum possuía paciência elevada e tal ato só deixou tudo ainda mais gostoso para si. 

A língua escorregou para o mamilo eriçado, deslizando lentamente, sugando a ponta e se deliciando em como o outro se contorcia sobre seu corpo. Matsuda agarrou os fios da nuca do moreno, os puxando com força, descontando todo o tesão que percorria suas veias.

Callum infiltrou a mão sob a peça íntima alheia, puxando para fora o membro teso, acariciando devagar, espalhando o pré-gozo que escorria da ponta por todo o falo de forma quase torturante. Pode ouvir a respiração se tornar mais pesada e os quadris passaram a rebolar com mais vontade, arrancando um sorriso de si. Era maravilhoso como eles se descontrolavam com tão pouco. 

O cheiro de sexo já preenchia o quarto, mas sentia falta de algo, sentia falta de seu maior estímulo, o que realmente lhe testava e poderia levá-lo ao frenesi. 

Os lábios novamente se encontraram, desta vez mais afoitos. As mãos do ocidental agarraram as nádegas e pressionaram com vontade ao mesmo tempo que mordeu o inferior alheio. Não precisou de muita força para abrir um pequeno corte ali, sugando o líquido rubro para seus lábios, apenas uma pequena prévia do que desejava aquela noite e então se permitiu gemer, o sabor invadindo o paladar, escorrendo pela garganta e estimulando cada um de seus sentidos. 

Provavelmente teria sentido o coração bater mais forte se fosse como o outro, era como uma droga, um prazer inigualável e torturante. 

As pupilas dilataram ainda mais, o amarelado dos olhos se tornando mais intenso, tendo de controlar os próprios sentidos para não acabar com a diversão naquele momento. 

O corpo menor foi empurrado contra a cama, um sorriso surgindo nos lábios daquele que o dominava, era possível ver a mudança dos tons, a malícia com um fundo maldoso que começou a surgir na expressão e Matsuda teria notado em qualquer outro momento, mas não naquele onde se encontrava tão excitado. Imaginou que tudo aquilo era proporcionado apenas pelo desejo que também sentia. 

As roupas que ainda cobriam os corpos foram retiradas, evidenciando os corpos nus e excitados e novamente os olhos de Matsuda fizeram questão de varrer todo o corpo alheio. A mão praticamente voou até o pênis rijo, o tocando em devoção enquanto encarava os olhos amarelos. 

O ocidental apenas sorriu para si e após um suspirou afastou a mão de sua rigidez, tomando o pulso e trazendo os dígitos para seus lábios, os sugando com lentidão, os cobrindo com saliva. — Você é uma delícia, Matsu e hoje eu quero cuidar de você.

Empurrou-o contra a cama novamente, não era como se não gostasse de ser estimulado de outras formas, mas aquele definitivamente não era seu foco ali. Preferia dar prazer ao outro, vê-lo se contorcer por sua causa, vê-lo gozar para só então ter o seu mais pleno prazer ao se deleitar no sangue alheio.

Afastou as pernas e deslizou novamente as unhas pelas coxa macia, sorrindo para ele antes de aproximar a face da ereção, o segurando pela base com a mão livre e deslizando a língua lentamente por toda extensão.

— Callum, por favor...

Não demorou a responder às lamúrias do rapaz, acolhendo o membro nos lábios, passando a mover a cabeça em um vai e vem um tanto quanto lento, o sugando e pressionando contra a bochecha interna. As mãos do menor foram de encontro aos fios negros, os puxando sem muita força enquanto pendia a cabeça para trás, apreciando aquele toque, cada vez mais necessitado.

Os gemidos passaram a ser mais frequentes à medida que a glande era estimulada pela língua, pressionando a ponta desta contra a fenda e logo voltando a engolir a excitação com vontade. 

Não existia perigo de se engasgar, então mediu esforços para tê-lo fundo em sua garganta, proporcionando uma felação que com certeza poderia se tornar inesquecível caso o outro tivesse um futuro. 

Soltou o falo apenas para descer, beijando os testículos inchados, percorrendo a língua sobre estes e descendo até o períneo onde sugou com cuidado. Iniciou uma masturbação lenta, a língua aproveitando para deslizar e estimular outros lugares. 

Matsuda se sentia  no paraíso, quando saiu de casa não imaginou que terminaria na cama de um ocidental bonito e rico que estava lhe proporcionando um dos melhores orais que já havia recebido.

Foi apenas quando sentiu a língua tocar sua entrada que gemeu alto, tão afetado pela sensação gostosa e molhada. 

Apertou ainda mais os fios, abrindo mais as pernas e pressionando a cabeça dele contra o local, um pedido mudo por mais.

Callum apenas se afastou por alguns instantes e sorriu, guiando o olhar para o rosto contorcido em prazer. Deixou uma última lambida sobre a fenda e ergueu o corpo, voltando a se sentar sobre a cama. 

Arrastou-se até a cabeceira e apoiou as costas contra o local, o chamando para si. Matsuda não tardou a subir no colo do homem, tocando os ombros e se posicionando sobre o membro agora descoberto, o posicionando entre as nádegas. 

Passou a rebolar novamente sobre ele, agarrando-lhe o pescoço e respirando pesado. O corpo já se encontrava completamente suado e estava excitado demais para perceber que ao contrário de si, o corpo do outro não exibia nem mesmo uma gota de suor.

Cansado de esperar, Callum posicionou a glande na entrada e sem se importar com qualquer tipo de preparação afundou-se no corpo estreito, o fazendo gritar pelo movimento inesperado e pelo ardor sentido. Algumas lágrimas escaparam, mas tudo que Matsuda fez foi afundar as unhas nos ombros largos, gemendo baixo ao começar a rebolar. 

A dor já não era algo que lhe incomodava, na verdade até a apreciava, por isso não tardou a começar a subir e descer no colo do que acreditava ser mais jovem, jogando a cabeça para trás ao que arrastava os quadris para frente e para trás. 

Callum observava toda a cena com devoção, era como uma obra de arte criada apenas para seu deleite, por isso gostava tanto de transar com os humanos antes de qualquer coisa. A visão era sempre inesquecível.

Tocou as nádegas, as apertando com vontade e o incentivando a cavalgar mais rápido, ouvindo os gemidos se misturaram ao som da respiração alheia, encarando o rosto bonito que exibia expressões de puro prazer. Arranhou novamente a pele da coxa e desta vez não se importou em rasgar a pele, o sangue escorrendo para baixo das unhas ao mesmo tempo que um grito por parte do outro soou pelo local. 

Os olhos se voltaram um tanto assustados para o ocidental, mas este apenas levou os dígitos para os lábios e lambeu o pouco de sangue que lhe manchou a pele, o encarando intensamente. 

Era estranho o poder que Callum tinha sobre si, Matsuda já havia percebido que a atração era mais intensa que o normal, mas seu corpo reagia sem ao menos questionar e naquele momento não foi diferente. Por mais que a coxa doesse e que os olhos lhe devorassem a alma não conseguiu parar de rebolar sobre ele, sentindo o ápice cada vez mais próximo.

A mão do londrino tocou-lhe a ereção e isso o deixou ainda mais inebriado, quicando com mais velocidade e deixando qualquer pudor de lado ao que começou a gemer mais alto. Tão perto.

O orgasmo veio intenso, os músculos tencionaram e teria gritado de prazer se o grito não tivesse vindo de uma natureza diferente. 

Callum pode notar que o outro viria e no momento que sentiu o membro pulsar sob a palma, aproximou o rosto do pescoço claro e deixou que os dentes já pontiagudos se tornassem ainda maiores, os cravando na pele ao mesmo tempo que o gozo escorreu por sua mão.

Continuou movendo a mão sobre o falo enquanto sugava o líquido rubro para seus lábios, finalmente chegando ao ápice do próprio prazer.

Sabia que o prazer alheio havia sido intensificado e por isso ele tremia em seus braços, mesmo que a dor de ter a pele perfurada fosse lancinante era também extremamente prazerosa para os humanos.

Os tremores foram diminuindo e a respiração também foi reduzida a quase nada à medida que o corpo menor amolecia em seus braços, perdendo a consciência. 

O cenário sexual de repente se tornou silencioso, apenas o som da sucção sendo ouvida até que não restasse uma gota de vitae dentro do corpo desfalecido. 

O londrino afastou os lábios vermelhos devagar e deixou uma última lambida sobre os furos ocasionados por suas presas, sorrindo em satisfação. Sentia-se revigorado quando saiu de dentro do corpo sem vida. 

Os olhos varreram toda o corpo bonito, os olhos ainda abertos em uma expressão de pânico, contrária ao que o corpo dele demonstrou nos últimos instantes. — Não me olhe assim, babe, ao menos você morreu de prazer. — Brincou o vampiro e depositou um último selar sobre os lábios sem vida.

— Você era realmente gostoso, foi um dos melhores se quer saber. — Riu baixo e se ergueu, sem se importar em deixar ali o cadáver, indo para o chuveiro retirar os fluidos que ainda restavam em si, depois daria um fim naquele corpo.

Estando bem alimentado e satisfeito por aquela noite, apenas permitiu que a água levasse embora os vestígios da noite de sexo, sabendo que no dia seguinte em que faria tudo novamente.

 


Notas Finais


Essa história foi publicada há um tempo, mas eu resolvi revisá-la (10/2019), fiz algumas alterações e acredito que esteja melhor agora.

Eu gosto muito de vampiros e o tipo que eu descrevo é inspirado nos vampiros de "Vampiro: A máscara". Eu gosto muito da história de Cain também, por isso amo o termo cainita.

A música que foi citada e deu nome ao capítulo é do Marilyn Manson, um dos meus cantores favoritos e que me inspira em qualquer descrição de fodinha. Nem era pra ela aparecer aqui dessa forma, mas enquanto eu escrevia e ouvia a música pareceu perfeita pra ser encaixada no capítulo. Além disso, uma referência a Alice in Wonderland nunca é demais.

Bom, se alguém leu, espero que tenha gostado. That's all folks.


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