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História Plus One - Twice. - Distância.


Escrita por: ovnivy1

Notas do Autor


Oi gente! Desculpem a demora pra adicionar mais um capítulo, fiquei sem Internet alguns dias, mas agora voltei. Bora continuar? 😉

Capítulo 6 - Distância.


Fanfic / Fanfiction Plus One - Twice. - Distância.

"O céu se inclinou para pegar minha mão e me guiar através do fogo, para ser a resposta tão esperada a uma luta longa e dolorosa."  — Sarah Mclachlan, Fallen. 

Não era fácil para ela, ele sabia. Após rever William, Scully inconscientemente se fechou para Mulder. Ele sentia que ela se culpava demais por tê-lo deixado partir. E em segredo, Mulder se torturava com a ideia de que ela o culpava por ele não ter estado lá quando mais precisaram. Durante anos, ele sofreu em silêncio à sua perda, da sua maneira. Todos sempre ressaltavam o sacrifício de Scully, ele mais do que ninguém sabia reconhecer isso, mas ele também o amava, e também havia perdido todos aqueles anos de sua vida. Revê-lo, ainda que de forma confusa, dolorosa e breve, havia afetado tanto ele quanto a Scully. E Mulder a conhecia bem demais para entender que sua distância não era para puní-lo de alguma forma, e sim por que ela era uma mãe de coração partido. Com isso, o pequeno paraíso deles estava desabando aos poucos. Scully já não atendia tanto suas ligações fora do trabalho, não aceitava seus convites para assistir à um filme ou comer em sua casa, estava sempre pronta para ir embora no fim do expediente. E isso era uma tortura para Mulder. Ele desejava que ela se abrisse, que ela não o afastasse dessa maneira. Já que em todo o mundo, a única pessoa que sabia exatamente como ele se sentia a respeito de seu filho, era Scully. Disposto a não desistir, Mulder armou um plano, onde Dana não conseguiria escapar. Ele queria ter uma conversa, talvez a mais difícil de suas vidas, mas estava pronto para enfrentar o que viesse, desde que ela voltasse para ele e ficasse. 

Já era quase nove da noite quando Scully saiu do banho ao ouvir o telefone tocar em cima da escrivaninha de seu quarto. Ainda secando os cabelos com a toalha e enrolada apenas em seu roupão, ela pegou o aparelho. Vendo o nome de Mulder brilhando na tela, seu coração deu um salto. Ela respirou fundo, queria atendê-lo, mas ao mesmo tempo não sabia como se comportar se atendesse. Fitando a tela demoradamente, ela viu a ligação ser perdida. Scully colocou de volta o celular na escrivaninha, sentindo um nó em sua garganta por tê-lo ignorado, pela terceira vez naquele dia. Mas sua mente, sempre tão racional não estava indo muito bem. Ela se sentia emotiva, magoada, triste. Não por Mulder, ele era o que a fazia continuar. Mas por William, a outra metade de sua alma. Ela não conseguia parar de pensar em onde ele estava, e em suas palavras para ela naquele posto de gasolina. “Você parece ser uma pessoa legal, gostaria de conhecê-la melhor.” E ela lamentava tanto, ela desejava tanto falar com ele, conhecê-lo. Mostrar o quanto ela o amava, o quanto Mulder o amava. Mas a vida havia traçado um plano que Scully não compreendia, e mais do que isso, ela não aceitava. Era tão injusto ter sacrificado tanto, e pelo o que? Por uma verdade que nunca fora revelada. E em meio a todo esse furacão de emoções, Mulder era mais uma delas em seu coração, e Scully sentia, que para não magoá-lo precisava protegê-lo de si mesma. Ela caminhou até o guarda roupas e pegou seu pijama, vestindo-o em seguida. Depois, foi até a cozinha, pegou uma garrafa de vinho e serviu uma taça. Parada no balcão ela sorveu o primeiro gole, sentindo o sabor descer por sua garganta e tendo um ligeiro arrepio ao terminar de engolir. De repente, sua atenção se voltou para a porta de seu apartamento, a maçaneta estava sendo girada. Rápida como um raio, Scully correu até a mesinha da sala e pegou sua arma na gaveta. Posicionando-se de frente para a porta com a arma nas mãos, ela esperou atenta. Os olhos azuis que nunca erravam o alvo estavam arregalados. A porta se abriu, e então ela bufou para o ar ao ver Mulder entrando. 


— Droga, Mulder! Que susto você me deu. — disse ela, impaciente. Mulder apenas fechou a porta atrás de si, colocando as mãos nos bolsos do jeans que usava. 

— Você já atirou em mim por menos. — brincou ele, tentando quebrar a tensão que era palpável. Scully não sorriu, para seu desespero. Ela apenas devolveu a arma para a gaveta e o encarou novamente, agora de braços cruzados. 

— O que faz aqui? — perguntou séria. O coração de Mulder estava apertado, ele queria tanto que ela simplesmente viesse até ele e o recebesse com um abraço. Mas lá estava ela, impassível, rígida, fria. 

— Tentei falar com você o dia todo, mas você não atendeu o seu telefone. — justificou ele. Scully suspirou. 

— Desculpe, estive ocupada. — disse ela. 

Mulder só então caminhou em sua direção, parando à sua frente, olhando-a nos olhos com atenção. 

— Tudo bem. — disse ele dando de ombros. 

— Se eu estiver atrapalhando, posso ir embora. Na verdade eu só fiquei preocupado e quis vir ver como você estava. — completou, nervoso diante daquela situação como um adolescente. 

— Não, tudo bem. Eu… Estava bebendo um vinho. Você quer? — Mulder sentiu um certo alívio ao ouví-la dizer aquilo, ele se sentiu convidado finalmente. 

— Quero, sim. — respondeu. Scully foi até a cozinha, pegou a garrafa e mais uma taça. Voltando para a sala, ela o encontrou sentado no sofá, os braços apoiados nas coxas e a cabeça baixa. 

— Mulder? — chamou ela, fazendo-o erguer o rosto para vê-la. Scully passou uma taça para ele e sentou-se ao seu lado. 

Ele a encarou, demoradamente. Ela podia ver que ele não estava bem. O brilho verde era sempre transparente para ela. Seu coração doeu. Ela não queria fazê-lo se sentir daquele jeito, mas também não sabia como fingir que estava tudo bem. 

— Scully… — começou Mulder, deixando os lábios abertos um segundo, como se procurasse a palavra certa para dizer a seguir. 

— O que há, Mulder? — perguntou ela por fim. 

— Preciso perguntar uma coisa, mas não sei como. — respondeu ele com um sorriso melancólico. 

— Apenas pergunte. — respondeu Scully, sentindo o coração acelerar em antecipação. Mulder desviou o olhar, encarando a taça que segurava com as duas mãos. 

— Você me culpa? — perguntou. A voz soando quase como um sussurro. Como se ele temesse simplesmente dizer em voz alta, apavorado pela resposta que poderia vir. 

— Mulder, do que está falando? — perguntou ela, mesmo sabendo a resposta. 

— Você sabe. Você me culpa, por tudo que a fiz passar, pelo nosso filho? — ele refez a pergunta, agora encarando-a diretamente. Um nó se formava em sua garganta, os olhos brilharam com lágrimas que estavam prestes a rolar. Vendo-o daquele jeito, Scully sentiu o coração se quebrar em mil pedaços. É claro que ela não o culpava por nada daquilo. Ela o amava e sabia que a melhor coisa em sua vida, foi ter entrado naquele escritório no porão do FBI vinte e cinco anos atrás. Mas Scully conhecia Mulder, sabia que seu maior defeito era querer carregar o mundo em suas costas, sempre querendo salvar tudo e todos. Seu coração era bom demais para o mundo em que viviam. 

— Mulder, é claro que não o culpo por isso. Por nada disso. Você nunca quis me machucar. — disse ela, o tom agora calmo e reconfortante. 

— Mas eu a machuquei. — afirmou ele com pesar. Scully tocou seu ombro, acariciando-o. 

— Não, você não fez isso. Eles fizeram. — Mulder a tocou na mão e a olhou novamente nos olhos. 

— Então, por que você se fechou? Se afastou de mim? — perguntou ele deixando a voz soar chorosa, se odiando por isso. 

— Mulder, eu não sei o que dizer. Não é você. Deus! Eu só não estou sabendo lidar com tudo isso. Meu coração dói a cada segundo, eu não paro de pensar nele. Se ele está bem. Se tem dinheiro, se está comendo, se não se meteu em alguma confusão e não tem com quem contar. Eu estou tão cansada de pensar em possibilidades… Eu estou exausta, Mulder! — desabafou ela, deixando o choro vir com cada frase. Mulder se aproximou no sofá, puxando-a para ele, abraçando-a com toda sua força e amor. Scully desabou em seus braços, como sempre fazia. Deixando o choro pesado sair, aos soluços, ela o segurava pela camisa, enquanto tinha o rosto enterrado em seu peito. Mulder a confortava, acariciando seus cabelos, enquanto sentia uma lágrima silenciosa escorrer pelo próprio rosto. A dor dela o feria mais do que a sua. 

— Shh… — sussurrava ele. — Eu sei, eu sei. Mas vamos resolver isso, Scully. Eu prometo que vou trazer o nosso filho de volta. — Scully ergueu o rosto, e o sentiu ser tocado pelos dedos de Mulder, que suavemente, limpou suas lágrimas com o polegar. 

— Me desculpe, Mulder. Eu me sinto péssima por fazer isso com você. — disse Scully ainda chorando. Mulder a beijou suavemente. 

— Eu só quero que saiba que eu estou aqui, eu sempre estarei aqui por você. Não se afaste de mim, Scully. — suplicou ele com palavras e com o olhar. Scully o encarou, vendo todo o amor que ele tinha por ela. Sentindo o mesmo amor tomá-la por inteiro. 

— Eu vou tentar. 

— Promete? 

— Juro. — disse ela sorrindo para ele pela primeira vez naquela noite. Mulder sorriu de volta e a beijou novamente. Scully sentiu seu beijo. Era doce, apaixonado, calmo. 

— Você está bem? — perguntou ela ao terminar de beijá-lo. Mulder sorriu, com ela entre os braços. 

— Agora estou. — respondeu trocando um olhar cúmplice com ela. 

— Você pode dormir comigo hoje? — pediu Scully se inclinando em seu colo, deitando a cabeça sobre suas pernas e esticando as suas no sofá. Mulder acariciava seus cabelos. 

— É o que quer realmente? — perguntou, receando que Scully estivesse apenas querendo agradá-lo quando na verdade preferia estar sozinha. 

— Eu gosto quando você dorme comigo, me sinto segura. — respondeu ela, arrancando um adorável sorriso dele. 

— Bom saber que sou o seu guarda-costas. — brincou ele, fazendo-a gargalhar. Que saudade ele estava daquela risada, não contendo a sua, ele se permitiu rir com ela. 

— Obrigada, Mulder. — disse Scully, após recuperar o fôlego. O olhar agora sério estava preso ao dele. 

— Pelo o que? — perguntou ele. 

— Por não desistir de mim. — respondeu ela, segurando sua mão com força e a beijando em seguida. Mulder se inclinou e a beijou, depois beijou sua testa. Seu coração agora estava calmo. Scully era sua paz, sem ela, só lhe sobrava o caos. 




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