História Poção do Amor - Quando o idiota descobre a outra verdade

DongHae estava esperando na sala do diretor por duas horas inteiras. Ninguém havia se dado ao trabalho de lhe dar alguma informação sobre a sua situação ou sobre o estado de saúde de HyukJae.

KyuHyun havia chamado um dos professores e ele mesmo contou o que aconteceu, já que Hae se recusava a falar. Então o professor mandou DongHae para a sala do diretor e levou Hyuk para a enfermaria.

Hae sabia que seria expulso. Na verdade, ele até queria ser expulso e nunca mais ter que olhar para a cara de HyukJae.

Enquanto DongHae pensava em suas opções no mundo comum, a porta se abriu e o diretor entrou. O garoto havia visto o diretor apenas duas vezes em todo o seu tempo na Academia: no primeiro dia de aula e agora. Park JungSoo tinha a aparência de ser jovem, mas corriam boatos de que ele tinha duzentos anos. DongHae morria de medo dele.

Ele pensava que JungSoo era um vampiro.

-Então Sr. Lee - o diretor falou e Hae olhou para ele, tentando parar de tremer – Que estrago o senhor fez no Sr. HyukJae...

-Como ele está?

-Uma concussão e algumas costelas quebradas. Nada irreversível e ele já até está consciente.

-Que bom – Hae suspirou de alivio – E-eu não tive a intenção de machucá-lo! Eu nem sei como eu fiz aquilo! Nunca consegui fazer um feitiço daquela categoria. Eu...

-Calma – JungSoo ergueu a mão – Eu queria poder evitar isso. Na verdade, eu fui totalmente contra quando seus pais decidiram manter o segredo. Se você tivesse sido instruído corretamente, isso não teria acontecido.

-Mas, do que você está falando? – DongHae perguntou nervosamente.

JungSoo suspirou e sentou na cadeira de frente para DongHae, o que deixou o garoto ainda mais nervoso.

-A responsabilidade de contar isso a você é de sua mãe, mas devido as circunstâncias, terei que fazer isso – o mais velho respirou fundo – Tudo começou com a morte do grande bruxo das trevas a uns trezentos anos atrás. No dia em que ele morreu, foi feita uma profecia que dizia que ele ressurgiria.

-Hã... Uma profecia?

-Sim. Você deve saber que toda boa história de bruxo tem uma profecia no meio.

DongHae concordou com a cabeça sem saber aonde aquela história o levaria.

-Pois bem. Segundo a profecia, esse bruxo das trevas teria o poder de acabar com a terra, se assim desejasse.

-E o que isso tem a ver comigo? – Hae perguntou sem conseguir se conter.

-Esse bruxo é você.

DongHae sentiu seu estomago afundar. Ele esperou que JungSoo gritasse ‘pegadinha’, mas o diretor continuou com os olhos cravados nos dele, sem sorrir.

-N-não pode ser! Eu não sou das trevas! Eu nem sei fazer magia direito!

-E por que você acha que é assim? Por que você acha que não consegue fazer magia sendo que seus pais e seus irmãos são bruxos?

-E-eu...

-Seus poderes foram bloqueados assim que você nasceu. Um oráculo indicou que você seria o bruxo das trevas, então assim que você nasceu, um grupo de bruxos usou uma magia antiga para bloquear seus poderes. Você consegue fazer magias simples agora por que o bloqueio está enfraquecendo. Sua explosão de magia de hoje é a prova final de que o desbloqueio total pode acontecer mais cedo que o esperado. Caso isso aconteça, os bruxos das trevas, que ainda estão escondidos, vão adquirir poderes inimagináveis e você irá lidera-los.

-Impossível! – DongHae gritou e pulou da cadeira – Isso é um absurdo! Isso não é verdade! Não sou um bruxo poderoso coisa nenhuma. Por que você está inventando essas coisas, seu vampiro bizarro?

Enquanto berrava com o diretor, DongHae novamente sentiu aquela onda de energia. E, então ele percebeu que JungSoo estava certo. Aquele poder não era seu e tampouco era normal. Ele era realmente um monstro.

-Eu não quero ser um monstro – Hae falou em voz baixa e se deixou cair no chão.

-Você não é um monstro – disse JungSoo com a voz suave – Nada disso é culpa sua. Você não teve culpa de nascer com esses poderes.

-Eu quase matei HyukJae. A culpa é minha sim!

-Você se descontrolou – o diretor murmurou, inexplicavelmente com um sorriso no rosto – Nada mais descontrola alguém do que o amor.

DongHae encarou o diretor boquiaberto.

-E-eu não...

-Nem tente mentir para mim. HyukJae me contou o que causou a sua explosão. Não foi nada bom ele ter feito aquelas coisas, ele mesmo admitiu isso. E, mesmo sem saber a verdade sobre você, ele me implorou para não expulsá-lo.

-Você não entende! – DongHae gritou novamente – Eu não posso ficar perto dele! E se eu o machucar novamente?

-DongHae, eu acredito em você – JungSoo colocou a mão no ombro do mais novo – Eu acredito que você possa vencer seu destino. Neste exato momento, existe um grupo de bruxos estudando seu caso. Eles estão a procura de um meio de separar a sua magia da magia das trevas sem mata-lo.

-Me matar?

-Não se preocupe com isso agora – JungSoo abriu seu sorriso de covinhas – Você não será expulso, mas receberá uma atenção redobrada. Não fique estressado se perceber que os professores estão dando uma atenção extra a você.

-Mas...

-Ah, e antes que eu me esqueça. Você está suspenso – o sorriso assustador do diretor aumentou -Não pela magia, por que você não tem controle sobre isso, e sim por me chamar de vampiro.

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DongHae voltou para casa bem cedo pela manhã. Ele não estava com vontade de falar com ninguém, então partiu sem se despedir. Sua mão foi lhe buscar na estrada que levava a escola e, ao olhar para seu rosto, Hae soube que o diretor já havia contado o que aconteceu. Ele só esperava que JungSoo não tivesse contado sobre o plano de HyukJae. Isso seria constrangedor.

Quando chegaram em casa, após uma viagem silenciosa, a mãe de Hae caiu no choro e pediu desculpas ao filho. DongHae ouviu as explicações de sua mãe apenas com metade da atenção. Nada daquilo importava mais. Ele tinha a firme convicção de que era um monstro e ninguém poderia dizer o contrário. HyukJae quase havia sido morto por sua causa.

-Eu não quero mais voltar para a escola – Hae cortou as explicações da mãe – Não tenho mais o que fazer lá.

-Mas, querido, você precisa ficar na Academia. Lá é o lugar mais seguro para você. Os bruxos das trevas, que ainda acreditam nas lendas, estão à procura de você. O diretor pode protege-lo.

-Você não entende – DongHae lutou para segurar as lágrimas que ameaçavam cair – Na escola existem pessoas que eu me importo. Não posso correr o risco de perder o controle outra vez.

-Meu filho, se eu não confiasse em você não teria o mandado para a escola. Seu pai também confiava em você.

DongHae não queria ouvir aquilo. Não queria saber de pessoas confiando nele quando ele mesmo não confiava.

-Estou cansado. Vou dormir – Hae anunciou e, sem esperar por uma resposta, foi para o seu quarto e se trancou lá.

Sua vida estava completamente acabada. Ele poderia ir para alguma ilha deserta e ficar lá até morrer. Ao menos estaria longe das pessoas e suas explosões de poder não afetariam ninguém.

Hae estava tão cansado que dormiu assim que caiu na cama.