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História Poder e Ódio - Vida Longa a Rainha


Escrita por: PrincesaNagami

Notas do Autor


Oi gente Nagami aqui...

Me perdoem a demora, é que estou adoentada. Melhorando agora.

Quero agradecer aqui a todos os favoritos e aos comentários, muito obrigada gente vocês não sabem o quanto melhoram o meu dia com isso.

Mas, vamos ao que interessa, segue capítulo 4 de Poder e Ódio.

Boa leitura a todos, nos vemos nas notas finais.

Capítulo 4 - Vida Longa a Rainha


 

Em um movimento delicado a princesa projetou o braço esquerdo para trás após retirar o véu de seu rosto. E com o cair do véu, foi-se junto a certeza que o príncipe trazia em seu intimo até aquele exato momento. A arma semi retirada de sua cintura abaixo de seu manto negro fez o caminho de volta de forma tão imperceptível quanto foi seu movimento para tira-la da bainha.

O revelar daquela face tão perfeita que mais parecia uma pintura, o paralisou.

Mas tão bela quanto a aparência daquela princesa, era a visível espada atrelada às costas dela, e que por um ínfimo estante foi alvo da atenção quase que automática do príncipe. Um curto tempo, até que os olhos do homem voltassem a recair sobre a face de tez alva.

Os olhos verdes e límpidos como duas esmeradas o detiveram por segundos consideráveis para um homem que não se permitia distrair-se com tais intentos. Não que ele fosse inatingível pelo sexo oposto, mas nunca em suas experiências intimas houvera permitido trocar olhares com qualquer mulher que fosse.

Mas aquilo aconteceu, sem que ele tivesse o controle de tal ato involuntário. E quando percebera, tratou de retomar sua compostura.

A reação dele foi desviar o olhar, como se aquela fosse a única saída para que aquele momento estranho tivesse um fim.

Seguindo os comandos que deveriam, ambos viraram-se quase que sincronizados de frente para o público logo adiante que os assistiam atentos. Tal fato deu ao príncipe o vislumbre melhor da espada de material nobre presa na singularidade das costas da princesa, essa descia o caminho perfeito da coluna de Sakura, e estava atrelada a sua vestimenta.

Aquela princesa não era apenas uma herdeira como todos diziam, ela era uma guerreira. Status esse dado a algumas mulheres apenas naquela nova era, pouquíssimas na verdade. E essas quando reconhecidas como tal podiam andar com suas armas de guerra para onde quer que fossem.

No fim das contas ela não era um cordeiro.

A contra gosto o príncipe dava-se conta de que seus planos não poderiam seguir o curso que planejara. E no meio disso tudo houve um fato que o desarmou e que ele odiou se dá conta: a feição daquela princesa era de incomparável beleza.

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Sobre as terras já mergulhadas e ensopadas em sangue diziam as sátiras: que homens grandes e fortes, guerreiros ferozes de beleza impar, que poderiam mover montanhas e destruir exércitos numerosos a fio de lamina habitavam as terras do Raio, esses eram o descendentes de Indra o Deus da guerra.

Porém, para a jovem guerreira Sakura, filha de Ashura, essa era apenas uma  fraca menção que tinha o intuito de amedrontar os inimigos. Ela nunca acreditou em tamanha grandiosidade e diferença que pudesse fazer aqueles homens citados nas sátiras tão especiais perante os demais imortais. Mas...ela estava errada.

Eles não só eram grandes em estatura, como fortes fisicamente, ferozes e belos, de fato.

E perceber isso se tornou desconcertante para ela, no momento em que decidira mostrar sua face.   Não fosse o fato de ter que seguir o que manda a tradição e ter que cumprimentar o público adiante, poderia jurar que sua face cedo enrubesceria diante daquele príncipe que a olhava de forma tão centrada e sem expressões.

O publico a frente os saldou, todos em sincronia ofereceram aos senhores da festa suas mais honrosas menções. Sakura deu graças por ter que direcionar sua atenção a outras coisas que não fosse aquele homem de inigualável postura que permanecia imóvel bem ao seu lado. 

Logo o rei atual se aproximara de ambos, saudando-os pôs-se a falar em seguida.

— Como podem ver o que os Deuses prepararam para nós está se cumprindo. — De relance ele olhou para o “casal” logo atrás — Vejam, Raio e Folha já não são inimigos, há muito isso deixou de ser verdade, e hoje estamos todos aqui para selar esse elo que marcara a aliança entre essas duas grandes nações. Meu filho Uchiha Sasuke e a filha do nosso falecido Rei Kizashi Haruno, Sakura Haruno, estão hoje aqui para concluir e seguir a vontade dos Deuses. Essa união não só tornara Raio e Folha aliados, ela tornara ambas as nações uma só.

Aplausos podiam ser ouvidos, gracejos e urros dos homens que lotavam aquele salão.

— Mas não nos detenhamos com trivialidades, afinal a noite será longa para esse jovem casal que aqui selara esse elo. — Fugaku sorriu, acompanhado dos demais reis que erguiam suas taças cheias de bebidas.

Naquele momento Sakura sentiu o estomago esquentar. Aquilo tudo de fato estava acontecendo.

Logo em seguida, foi conduzida por suas damas de companhia a sentar sobre a condução que a levaria até o altar que ficava no salão de festas. Seu olhar instintivamente foi ao encontro do príncipe que ficara para trás, mas esse dessa vez não retribuiu aquele gesto.

 Ela seria conduzida pelo cortejo que a seguiria. Saldados fortes foram designados a fazer o percurso.

Erguendo a base sobre os ombros os saldados a conduziram pela passagem ornamentada, e de perto o publico a seguia. Pelo caminho adiante dançarinas jogavam pétalas de flores por onde passavam.

Atordoada Sakura tentava se situar em meio à multidão de pessoas que seguiam bem de perto. A sinfonia alta não ajudava em nada. Ela procurou pela mãe, mas eram tantas pessoas, tantas faces desconhecidas, que não conseguiu localiza-la no aglomerado de estranhos. Crianças corriam e jogavam para o alto uma espécie de matéria brilhosa que em contato com suas vestimentas claras mudavam a cor do tecido de seu vestido.

Sakura não imaginava que as festividades naquele lugar fossem tão alvoroçadas como presenciava naquele momento. O ambiente estava repleto de cores vivas, cortinas exuberantes, castiças luxuosos, incensos, velas coloridas, mesas repletas de banquetes, músicos, e belas dançarinas ornamentadas de ouro da cabeça aos pés. Um luxo que fazia jus aos benfeitores da festa. Aquele reino afinal era rico como tal.

Quando o salão de festas fora alcançado suas damas de companhia já apostas a auxiliaram a descer da condução. Os soldados que ali estavam prestaram uma respeitosa mensura antes de se afastarem. De forma gracejosa ela ergueu-se sobre os pés e seguiu até o lugar que seu futuro esposo já a aguardava. Mas como antes, esse, se quer direcionou a ela o olhar.

Ela comparou a postura daquele príncipe semelhante a uma rocha, inabalável, inafetavel por algo. Mesmo naquele momento ele parecia não se importar com aquilo tudo. Mas ela não o julgaria, não o conhecia para que precipitadamente formulasse definições a despeito dele. Talvez ele, assim como ela, estivesse apenas fazendo a sua parte. Pensou consigo, quando alcançou o lado dele perante o grandioso altar.

A noite seguiu, a cerimonia como prevista foi conduzida pelo sacerdote templário, homem designado mais próximo dos Deuses que qualquer outro. Os sacerdotes além de serem vistos como sábios eram também reconhecidos como filhos diretos dos Deuses na terra, eles tinha comunhão e meios de ter com os Deuses conversas restritas a qualquer outro abaixo do olimpo. Eram respeitados e ouvidos por todos e agora mais do que nunca, tendo em vista que a profecia relatada por esses em fim estava a um passo de ser cumprida.

O que não demorou a acontecer.

Após a chamada benção divina, que consistia na oração sacerdotal promulgada pelo santo sacerdote e direcionada ao saudoso casal, chegara a parte final dos ritos em que Sakura teria que expressar três palavras que desejava que estivesse presente no seu matrimonio e reinado. Obrigatoriamente ela teria que direcionar tais palavras de frente para seu agora esposo e vise versa.

Ela pensou sobre aquele momento durante o dia, e ele lhe soava simples, embora não soubesse de fato o que esperar daquele reinado. Seus sentimentos para com tudo eram bons, ela desejava que as dores do mundo passassem, que os choros das perdas ruíssem, e que a guerras quedassem. Porém, olhar novamente para aquele homem era como se toda a sua boa vontade sumisse. Porque ele não só a olhava de forma diferente de quando o viu frente a frente pela primeira vez, ele a encarava com rancor. Era nítido que nem se quisesse poderia interpretar de outra forma.

Aquele olhar não era comum, ela sabia bem disso. Aquele olhar era na verdade o olhar de um inimigo esse quando está em campo de batalha.

Não que fosse inesperado ter de lidar com isso, na verdade Sakura sabia que muitos, se não todos, que estavam ali presentes, ainda pudessem a ver da seguinte forma. Como uma inimiga.

Ignorando aquele fatídico fato, ela ergueu o rosto, como sua mãe sempre a dissera, o encarou nos olhos e lhe direcionou suas estimadas palavras.

— Rei, é com benevolência e estima ao senhor e este reinado que lhe digo tais palavras: Sabedoria, Poder e Amor. Esse é o meu mais profundo desejo para este reinado. Para com esta nação.

— Grande Rei Uchiha Sasuke, suas considerações. — O sacerdote tomou a palavra após os incessantes aplausos que sucederam a fala de Sakura.

Sasuke que até o momento não desviara o olhar dela, se pronunciou.

— Vida longa a Rainha!

Fora apenas isso que ele dissera. Nada mais e nada menos.

Sakura que permanecia estática não conseguira desviar os olhos dele. Pois ali diante daquele altar ela percebia a mais velada das ameaças.

Sobre sua cabeça ela recebeu sua coroa, posta pelo agora rei, que ao virar-se novamente para o publico, sorriu.

Mas não um sorriso aberto, na verdade um riso quase que macabro.

Fechando os olhos ela ponderou por alguns segundos.

“não me abandone oh grandioso Ashura, não me abandone”

Em seguida ela abriu os olhos, ergueu a face, sorriu, e alcançou o lado do agora esposo tomando sua atenção para si, e o respondeu para que apenas ele ouvisse.

— Que assim seja meu rei!

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E como imaginou ao fim daquela cerimonia o rei não compareceu ao quarto real. Não houvera e não haveria noite de núpcias, pois estava claro que para aquele rei o elo entre eles era apenas de aliança. Não existindo aproximação carnal entre ambos.

— Rainha... — uma de suas damas de companhia, que se chamava Ino, se pronuncia tirando Sakura daquele momento apático. — Quer que eu a auxilie na retirada de suas vestimentas?

As damas de companhia deveriam permanecer no quarto real até o momento que o rei tomaria o lugar. Seria função dele ajudar a esposa a se livrar daqueles amontoados de panos, porém, estava claro que aquilo não aconteceria, até mesmo para as jovens garotas.

Sem expressar-se com palavras Sakura anuiu. E após livrar-se das camadas mais pesadas de pano ela pediu que a deixassem a sós. Atendendo as suas ordens as garotas logo saíram do quarto.

Os olhos atentos da agora rainha percorreram todo o lugar. Aquele quarto era grandioso em espaço e estava lindamente ornamentado. Fora de fato preparado para que uma noite de amor fosse vivida ali. As cortinas em tons vermelhos e ouro desciam como cascatas por todas as paredes, havia uma mesa repleta de comidas requintadas logo ao centro, e uma cama bem arrumada e cheirosa próximo as janelas enormes que compunham a estrutura do lugar.  Velas e castiças de ouro deixavam o ambiente bem iluminado, incensos de aroma doce exalavam no lugar complementando tudo.

Não fosse o agora notório fato dela se dar conta de que era uma rainha estranha naquelas terras, poderia até mesmo aproveitar tudo o que estava ali. Mas o momento não lhe era propício. Seus sentimentos para com tudo estavam confusos. Porque ao final de tudo ela não sentia que seu dever estava cumprindo.

Um suspirar resignado saiu pelos lábios de Sakura. Além de nada ter se findado como imaginou, ela ainda tinha que lidar com o fato daquela velada ameaça que percebera minutos antes da cerimonia ter um fim.

Ela não sabia o que pensar sobre aquilo, mas tinha certeza que nada se resolveria de forma tão rápida e simples. Não poderia contar aquilo que percebeu a ninguém, porque não tinha como provar nada, mas ela sabia, como guerreira, ela sabia. Não estava errada.

Embora tenha enfrentado muitos inimigos no decorrer dos anos em que esteve em campo de batalha, não pensou que de forma tão direta seu futuro esposo seria um.

Mas seu pai a alertara, ela não podia dizer que estava surpresa com algo. Porque as historias eram reais. Raio odiava Folha e vice versa, e não seria de um dia pra noite que essa trajetória de poder e ódio teria um fim. Não seria um casamento arranjado, tendo os deuses como uma espécie de cupido, que poria um fim em tudo, como se nada do passado importasse. Importa, e ela sabe bem disso, não só importa como dói. Porque vidas foram perdidas de ambas as partes e nada mudaria isso.

O tempo talvez fosse capaz. Talvez...

Mas duvidava ela que fosse tão simples e fácil assim.

A verdade era que sua maior batalha estava apenas começando. A guerra mais dolorida estava por vir. E Sakura tinha que se preparar para o pior. Seus anos de estudos, sua educação culta, e sua pragmática habilidade em campo foram forjadas para esse grande momento. No fim não era como se ela estivesse desprevenida.

Aquela nação assim como todas as demais teria de ser conquistada, mas diferente do que se sucede em uma guerra não havia exércitos inimigos apostos em campo, existia apenas ela no meio de um reino desconhecido até então. E assim como já tivera feito antes ela teria que aprender a conquistar seu espaço ali. O que não seria fácil, e confessa em seu intimo que algumas coisas ali não lhe agradavam, como o fato de cultuar aquele Deus que ela entende como o culpado por toda era de guerra que essas famílias viveram ao longo dos anos. Seu orgulho seria testado e sua benevolência também, mas o que fora prometido não seria descumprido, ela aprenderia a amar aquele lugar para que pudesse lutar por ele. Só assim poderia dar inicio aquilo que planejara: levar amor aos seus antigos inimigos.

E não só isso, se certificar de que a terra se curaria ao fim de todos os conflitos.

Essa era a função de uma rainha.

E o nascer do dia que se avizinhava traria mudanças para aquele reino tão discreto em suas habitualidades. O que ela faria provocaria mudanças, e como já soubera de antemão pela própria mãe, eles não eram tão tolerantes com isso. Mas, o que precisava ser feito seria. Independente de tudo, independente do ódio que aquele rei sentia por ela.

Ajoelhando no chão de frente para uma das grandes janelas que compunha o ambiente ela contemplou a lua, símbolo de sua fé, morada de seu Deus. Franziu o cenho quando uma vontade de chorar a acometeu, mas que não permitiu que se sucedesse.

— Essa foi a sua vontade, não foi? — direcionou sua fala a Ashura — Então aqui estou, como sua vontade dizia. — Nesse momento ela abriu os olhos marejados — Portanto... — seus lábios tremeram — Não me deixe sucumbir diante dos obstáculos que enfrentarei. Não me deixe abalar, não me deixe cair. Me de forças para ir até o fim. E se o fim for minha inevitável morte, não me deixe teme-lo como uma covarde. Fui forjada pelo fio da lamina que consagrei a ti, então seja comigo até o fim.

Dito isso a denominada rainha do Raio ergueu o rosto e pôs-se de pé, levantou a mão direita para o alto, ato esse típico de sua crença, e com a palma da mão aberta prestou dizeres de exaltação a seu Deus em voz baixa. Era como sempre terminava suas preces.

Após isso seguiu para casa de banho onde lavou seu corpo e tornando a sua agora estada deitou-se em seu leito. Porém a manhã surgiu entre as cortinas esvoaçantes do ambiente e ela não conseguira dormir.

 

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Cedo pela manhã, após ser convidada a descer para o desjejum a rainha se deu conta de que suas refeições seriam acompanhadas apenas de sua presença e dos servos que por ali sempre estariam como manda as ordens.

Sakura soube que seus “sogros” tiveram que se ausentar do palácio devido seu recente casamento com o príncipe herdeiro. Era o que mandava a tradição. O palácio real deveria ficar disponível apenas para o jovem casal. O que não havia sentido para ela, mas tradições eram tradições.

E assim ela fez sua refeição matinal sozinha, pois o rei por sua vez no momento em que tomou o salão de refeição e se deparou com a presença dela ao lado da grande mesa fez a volta e saiu do ambiente.

Esperado. Pontuou ela em pensamentos. Nada que pudesse abala-la.

— Fui eu que fiz... — uma voz graciosa tomou a atenção da rainha no momento em que provaria do doce de avelã que estava bem disposto a sua frente.

Sakura surpresa, olhou para o lado e reconheceu a garota jovem de belos cabelos longos e loiros da cor do sol. Ela era uma de suas damas de companhia, mas dentre todas era a única que parecia ter coragem de direcionar a palavra a ela.

— Ino — uma senhorinha que também estava no ambiente repreendeu a garota.

Sakura sorriu e anuiu, o que acometeu a face de todos os presentes com uma feição de surpresa. Não era comum que os senhores dirigissem a palavra a servos, não ali naquele reino. E Sakura passou a entender melhor o porquê eles eram tão retraídos e pouco se comunicavam entre si.

— Está uma delicia, parabéns Ino. — A rainha complementou, direcionando um elogio a jovem.

Ino sorriu entusiasmada e feliz. Enquanto recebia um olhar de repreensão da velha mulher ao seu lado.

— Quem sabe possa me ensinar qualquer dia desses...

— Aaah é claro que sim, seria um prazer. — exclamou fielíssima a dama.

— Não seja tola Ino como se atreve a direcionar a palavra a rainha dessa forma?

Sakura que se sentiu incomodada lançou um olhar de relance à velha mulher ranzinza.

— Não a repreenda, eu que direcionei a palavra a ela.

— C-Claro rainha. Me perdoe pela intromissão.

— Fiz essa nova receita especialmente porque daqui a alguns dias haverá a reunião anual dos conselhos e fiquei sabendo que os reis adoram doce de avelã. Não é meninas? — Ino ainda entusiasmada revelava a Sakura uma informação importantíssima, mas que não se dava conta disso.

As demais damas em volta, tensas, apenas anuíram para a loira sorridente.

— Ino, se importa após o desjejum me acompanhar num passeio matinal pelo reino? — Sakura perguntou.

— É-É claro que não rainha — desengonçada e surpresa a garota prestou uma reverencia a Sakura — Estou aqui para servi-la.

— As demais damas podem também lhe acompanhar rainha se assim desejar... — a velha mulher novamente se intrometeu.

— Não há necessidade, a companhia de Ino já me é suficiente. E também... — Sakura se levantou de seu acento — Não quero ocupar todas as garotas por conta de um simples passeio.

Dito isso a rainha sorriu para Ino.

— Vamos?

Sorridente a dama abriu a porta a frente e deu passagem para Sakura. Em seguida acompanhou seus passos, ficando apenas alguns centímetros atrás.

Com o notório fato de ter percebido que as noticias não chegariam facilmente até si, Sakura viu ali uma oportunidade de ficar por dentro dos assuntos importantes que seriam tratados no reino.

Ela não tinha o objetivo de usar Ino, mas percebeu que a jovem garota diferente dos demais era espontânea, e que se conseguisse a confiança dela poderia torna-la sua pessoa de confiança dentro do palácio. Reis e Rainhas sempre precisam de pessoas assim, pessoas que podem contar para que seus objetivos sejam alcançados. Ela viu em Ino uma deixa do destino, ou talvez fossem suas preces sendo atendidas. Finalmente.

 

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O irromper das grandes portas da base cedo pela manhã revelava um Uchiha sem paciência e incomodado, fora o que Naruto percebera assim que avistara o primo.

— Não imaginei vê-lo por aqui tão cedo, rei. — Um riso típico do loiro acompanhou sua fala “despretensiosa”.

Sasuke o lançou seu mais severo olhar. Embora já estivesse acostumado com aquilo.

— Não vai querer começar com isso Naruto — disse, com um ar de rancor que podia ser notado a milhas de distancias.

O loiro deu de ombros, solvendo mais um pouco do seu chá de ervas. Na verdade ele já estava à espera do Uchiha para tratarem dos assuntos importantes do reino. Agora mais do que nunca tinham que organizar como tudo aconteceria dali por diante. A junção de duas grandes nações demandariam grandes esforços.

— Mas...falando sério. Fiquei abismado, assim como todos os presentes na cerimonia de ontem, com tamanha beleza da nossa agora rainha.

— Hump... — o Uchiha ignorou aquele comentário e pôs-se a mexer em seus pergaminhos que estavam em sua mesa.

— E sabe o que mais ouvi?

— Se for sobre algum tipo de comentário a respeito da beleza daquela mulher, não me interessa saber. Tenho assuntos importantes para tratar durante esse dia todo. E você sabe muito bem disso.

— Vai por mim, se eu fosse você iria querer saber disso.

— Então por que não para com esses joguinhos e diz de uma vez. Não tenho tempo a perder com brincadeiras.

Naruto sorriu.

— Perdoe-me o costume — dito isso o loiro pôs a peça de chá de material nobre sobre a mesa.

Sasuke retirou sua pesada casaca e sentou-se em seu lugar, virando de costas para o primo pôs-se a olhar a vista que tinha da base.

— O rei Rasa fez questão de nos prestigiar com a sua magnânima presença no dia de ontem durante a cerimonia.

— E o que isso tem de tão importante?

— Nada, se não fosse pelo fato do príncipe, obscuro, que é seu filho Gaara, ter também vindo junto ao pai.

De relance o rei olhou para Naruto.

— Como?

— Ninguém sabia. Nem mesmo o pai dele que reagiu com surpresa ao ver Gaara fora de seu casulo, ou seja, fora de seu reino.

— A muito tento contato com tal príncipe. Todos sabem que é ele quem rege a nação da Areia e não o pai, e esta me dizendo que ele esteve em meu reino e não fui previamente comunicado?

— Como eu disse, ninguém foi comunicado. E quando souberam vieram me informar, mas a noite já ia alta e a cerimonia já havia começado.

— Pro inferno a cerimonia, você sabe Naruto que preciso desse contato com ele, porque não me informou?

Coçando a nuca o loiro deu de ombros.

Sasuke tentava a bastante tempo aproximação com a nação da Areia, terceiro reino maior depois do Raio e da Folha. Eles nunca foram vistos como inimigos direto do Raio, mas algumas sanções impostas pelo forte conselho que essa nação possuía atrapalhava os planos de Sasuke. E isso era algo que o Uchiha sabia que teria que resolver o mais rápido possível.

— Bem, o que já aconteceu não pode ser desfeito, eu deveria ter comunicado e sei que errei, mas o que gostaria de falar trata-se do comentário que tal príncipe fez durante a cerimonia, e que fontes confiáveis me informaram.

— Comentário? Que tipo de comentário? Seria uma ameaça ou...

— Não, ameaça creio que não, mas um objetivo.

— Continue...

— Chegou a mim que o príncipe comentara que se tal elo de aliança tivesse ocorrido entre Folha e Areia seriam eles agora a maior nação do continente.

Pensativo Sasuke fechou o punho numa clara reação de insatisfação.

— Isso nos revela um pouco sobre os objetivos do príncipe da Areia. Nós não o enxergávamos até então como inimigos, mas nem todo inimigo declara guerra abertamente, há aqueles que se aproximam sorrateiramente e dão o bote. Fora que pelo que disseram ele também se viu encantadíssimo com a beleza de nossa rainha.

— Ele ainda está no reino? — com a mandíbula apertada o rei perguntou.

— Não, disseram que na mesma noite ele regressou. Mas que confirmou sua presença para reunião anual do conselho das nações que ocorrerá daqui a algumas semanas.

— Hump...então esse será o momento certo para que eu consiga o que preciso.

— Do mais, além desse assunto que julguei importante há também o que se refere à antiga nação da Folha. O conselho deles está a caminho e precisara decidir sobre a atuação desses dentro do reino. 

— Quanto a esses não se preocupe, sei bem o que farei. Agora me deixe só... — ditou o rei.

Após se ver sozinho o Uchiha ponderou sobre as ultimas palavras do primo. A menção daquele príncipe não saia de sua cabeça. Não bastasse o fato de seu intento da noite anterior ter de ser reformulado, agora havia essa velada ameaça, que ainda não podia chamar de provável batalha ou guerra, mas que sabia cedo ou tarde ter que fazer algo a respeito.

Seu reino jamais poderia ser subjugado ou de alguma forma superado por qualquer nação que fosse, seus esforços até então não poderiam cair por água abaixo. E muito menos seu objetivo ser frustrado.

Não fazia parte do feitio de Sasuke desistir de seus objetivos, a clara falta de oportunidade que o levou a ponderar sobre a decisão que houvera tomado antes daquela cerimonia, não significava que ele havia mudado de ideia. Seu reinado, em sua concepção não seria manchando por muito tempo por aquele elo que para ele era inaceitável. Talvez ele tivesse se precipitado em achar que poderia por um fim em tudo naquela noite, mas após pensar a respeito decidira fazer as coisas com calma.

Não fora atoa que desejara uma: vida longa a rainha.


Notas Finais


Obrigada por ter lido até aqui, espero que tenha gostado. Em breve voltarei com atualização.

Beijos e até mais!


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