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História Poder é Poder - Encontro na Fortaleza Vermelha


Escrita por: ganadoida

Notas do Autor


Olá! Minha primeira fanfic no site! Considero Cersei e Petyr muito sensuais e suspeito que tenha ocorrido alguma coisa no passado! Será que só eu pensei nisso? Aqui Cersei tem 39 anos e Petyr, 38. Em outro momento, Cersei tem 29 e Petyr, 28. Foi feita com muito carinho! Aproveitem!

Capítulo 1 - Encontro na Fortaleza Vermelha


Fanfic / Fanfiction Poder é Poder - Encontro na Fortaleza Vermelha

Petyr

 

―Lorde Baelish!― A voz da megera ecoou pelo corredor da Fortaleza Vermelha. Honestamente, acho que a fala de uma rainha deveria ser, pelo menos, um pouco menos vulgar que a de Cersei. Ela não foi educada como uma Lannister, afinal? Algumas de minhas putas têm mais classe que ela!

―Majestade!― atendi educadamente, curvando-me como manda o protocolo.

―Gostaria de lhe pedir um favor.―Ela se aproximou com quatro guardas reais. Precisa? Dois, já estaria bom!

―É claro, Majestade!―Pelos Deuses! Que tipo de tarefa indigna ela tem para mim?

―Arya, a filha mais nova de Ned Stark, não conseguimos localizá-la.―caminhamos para o pátio, que era mais iluminado.

―Se ela escapou da capital, Winterfell parece um destino lógico.―Eu disse o óbvio, mas pertinente.

―É, mas meus amigos do norte não têm nenhum sinal dela― lamentou a rainha.

―Curioso...― incompetentes.

―Se escolhermos negociar com os Starks, a garota tem algum valor, e para quem a encontrar, os Lannisters sempre pagam suas dívidas― ela ponderou.

―Bem, pode perguntar ao Varys onde ela está, ele terá uma resposta― Sério, por que ela não procurou o Varys?―Mas, se vai acreditar... Eu mesmo tenho dificuldade para confiar em eunucos. Quem sabe o que eles querem?― Para os ouvidos ignorantes de Cersei, fazia todo o sentido questionar os objetivos de um eunuco, mas eu sei o que eles querem.

―Hum...― Ela fez um movimento inusitado. Mexeu no meu pingente de prata, sem deixar de passar as pontas dos dedos...Bom, em mim. Olhei o gesto um pouco desconcertado, não sei se deveria dar tanta liberdade a uma lady, mas enfim, era a rainha, e estava acompanhada de quatro guardas, o que eu poderia dizer? Mas eu bem notei que o objetivo do gesto era me tocar.― Um sabiá poliglota!― ela disse ainda tocando o pingente. Logo depois, ela soltou o sabiá de prata e meus ombros desceram uns dois centímetros pela diminuição da tensão, muito embora eu ainda demorasse para tirar o olhar do local no qual ela havia me tocado. Logo que voltei a encará-la, deixando escapar uma sutil repreensão, ela perguntou:

―Criou seu próprio selo, não foi?

―Sim.― Já faz tanto tempo, por que ela fala disso agora? Claro que é uma distração precária do que ela realmente queria dizer.

―Conveniente, ...para um homem que veio do nada, com tantas canções pra cantar...―Ela ficava dando de ombros e sorria. Isto não é necessariamente grosseiro.

―Que bom que gostou! Algumas pessoas têm a sorte de nascer na família certa, outras precisam encontrar o próprio caminho.― Apesar de me considerar muito inteligente, confesso que não entendo o rumo dessa conversa, estamos divagando ou o quê?

―Uma vez, eu ouvi uma canção, sobre um garoto de poucos recursos que,...achou um jeito de entrar pra uma família muito importante...― Sinto a aproximação de um insulto um pouco mais direto que o irritante frisamento de minhas origens...Eu abaixo um pouco a cabeça com um sorriso cínico. Estou afiando minha língua para o revide enquanto ela continua:― Ele amava a filha mais velha mas, infelizmente, ela só tinha olhos para outro!― Ela terminou num tom agudo de zombaria. Ahá! Captei! Então, você quer dizer que, por causa de onde nasci, eu posso até estar no meio “deles”, mas, na verdade, nunca serei um “deles”, não é? Deixe estar! Você nem vai saber o que lhe atingiu! Hahaha! Eu, acreditando que nosso duelo é verbal, assim como acontece com Varys (afinal, eu sou necessário para os Lannisters, não seria lógico ela tentar algo físico), desferi o golpe que deveria ser um nocaute:

―Quando garotas e garotos vivem na mesma casa, surgem situações muito inadequadas. Às vezes, eu soube, que até mesmo irmãos e irmãs revelam certas afeições...E quando essas afeições são reveladas a todos...―A leoa se inflava de fúria ―Bem,...É uma situação inadequada, de fato, ainda mais numa família importante. As famílias importantes geralmente esquecem uma simples verdade. Eu descobri.― Fiz uma pausa. Ela com certeza prefereria não ter que perguntar. Por fim, ela não resistiu:

―E que verdade é essa?

―Que conhecimento é poder.― Xeque-mate! Esta minha frase é tão boa que, um dia, se tornará célebre! Hahaha Ela ficou em choque, me olhando sem poder argumentar. Os lábios estavam tensos, mas não havia palavras para articular! Seria ótimo se ela pudesse simplesmente correr! Hahaha Mas ela tinha que encerrar a conversa de alguma forma. Ela baixou os olhos e se balançou um pouco, ainda procurando alguma palavra correta, como “Até mais ver!”, ou “Obrigada pela atenção”, “Preciso ir, ago...”

―Prendam-no!―

Não há palavras em minha mente. Tudo aconteceu tão rápido! Me vi tentando fugir como uma presa indefesa. Sem planos. Sem estratégias. Apenas medo. O coração acelerado, os pés, surpreendentemente rápidos. Embora tenham sido abruptamente detidos por um dos quatro brutamontes, enquanto os outros três seguraram meus braços e meus ombros. Não sei por que continuei lutando, tentando me livrar das oito enormes mãos. Ela havia gritado “Prendam-no”, e não “Matem-no”, mas um instinto me alertava que o sentido era bem mais definitivo do que simplesmente me pôr numa cela. Infelizmente, eu estava certo:

―Cortem sua garganta!―

            A lâmina apareceu. Era o fim. Todos os meus ardis e estratagemas iriam ficar sem conclusão! Tanto que eu me organizei! Tanta disciplina e sacrifício para nada! Será que Kat chorará por mim? Na primeira vez em que morri, ela ria! Ela dizia “Bem-feito!” Foi isso que mais me doeu. Desculpe, pai! Nossa casa termina comigo! O sonho dos Baelish se esvaiu! A faca abaixo do meu queixo refletia o céu de Westeros.

―Parem!― Pensei ter ouvido, mas não era possível. Olhei perplexo para ela, ignorando que a faca continuava estática, próxima ao meu pescoço.

― Esperem!― ela deu uma risada e abriu os braços, num gesto displicente― Ai... Eu mudei de idéia! Hi! Podem soltá-lo!―

            Eu fazia tanta força que quando me largaram, eu quase caí para frente. Eu a olhei atônito, um misto de raiva e interrogação.

―Afastem três passos!― Ela ordenou, séria. Eles prontamente obedeceram, formando um círculo ao nosso redor.

―Virem de costas!... E fechem os olhos!―

            O que é que essa puta vai fazer comigo????!!!!!! Espera aí,...eles estão mesmo obedecendo? Ah,... não! Tem um lá, que está espiando. Ela se aproxima...Felizmente, ela só queria dizer mais uma merda:

―Poder é poder.―

            Que redundância mais estúpida! Raciocínio pobre! Poder é poder, uma flor é uma flor e uma loira mimada é muito burra! Ri-dí-cu-la!!!

―Trate de se afastar de suas moedas e putas, pra localizar a garota Stark pra mim! Eu ficaria muito grata por isso.― Então ela se afastou e, depois, os seus guardas. Mal pude acreditar no que havia acontecido!

            Ainda sentia no meu pescoço a frieza da lâmina. Há muitos anos eu não sentia genuíno medo. De modo especial, quando desafiei um espadachim com o dobro do meu tamanho. O que eu queria era que Kat se posicionasse a meu favor, o que não aconteceu. Brandon Stark, por sua vez, fez questão de reafirmar sua superioridade. Deu-me um golpe covarde que quase me matou. Hoje, eu estou vivo e ele morto. Mas ainda o odeio pela sensação de impotência que tive ao enfrentá-lo. E Cersei, ou qualquer outra pessoa que me faça ter a mesma sensação, merece arder no fogo como Brandon ardeu! Hoje você saiu ilesa, leoa! Mas, espere que a hora vai chegar! Eu vou te mostrar o que é poder!

 

 

Cersei

 

            Homens! Hunf! Ele não se lembrou, mesmo! Hoje é aniversário de dez anos da nossa primeira e única noite de amor! Tá bom! Tudo bem, que não teve amor... Mas, que foi uma noite linda, foi! Ah... Vejamos, como foi que me meti nessa encrenca...

            Há exatos dez anos, eu havia dado à luz Tomen poucas semanas antes. Jaime havia sonhado com alguma coisa ou viu algo que o deixou muito impressionado:

―Os deuses irão nos castigar! Não devemos mais nos tocar assim! Somos irmãos!― Ele dizia, parecia até estar delirando um pouco...

            O fato é que ele se comprometeu a fazer uma tentativa séria de não ser mais um homem incestuoso. É claro que eu não entendi nada. Mas, enfim, eu não poderia estuprá-lo. Não, por ora. Entre um irmão ausente e um marido obcecado por uma morena morta, acabei ficando com bastante tempo livre, mesmo amamentando. Tomen havia se revelado um verdadeiro anjinho, não dava nenhum trabalho. Resolvi voltar a explorar a Fortaleza Vermelha, como fazia quando era recém-casada. Lembro que não havia gostado de nenhum dos meus passeios anteriores, e que, muito provavelmente, não iria gostar desse.

            Não é que a arquitetura não fosse maravilhosa, ou que o paisagismo não fosse esplêndido, é que sempre aparecia alguma figura humana desagradável, por exemplo, o duende. Isso sem falar das ladies. Ah, as ladies! Elas tinham que ser sempre tão...ladies? Naquela época, como em todas as outras, eu sabia que devia ter amigas mulheres. Quando não estou subjugando ou tentando subjugar um homem, estou sozinha. Isso não é bom. Acho que muitas das merdas que fiz foram só por causa disso.

            Mas eu não consigo! Não consigo ficar bem numa roda de carcarejadoras, fofoqueiras, sonsas. Nunca sei se estão rindo comigo ou de mim! Eu fico muito irritada! Como se não bastasse, quando cruzam comigo, fazem uma cara absurdamente convincente de virtude! Eu quase acredito que todas elas são santas e eu sou a única pecadora do mundo! Sansa Stark é especialmente irritante nesse sentido. Ela não deve nem ter vagina. Nunca vai menstruar, ou foder. Aonde eu estava, mesmo?... Ah, eu estava caminhando pela Fortaleza Vermelha, evitando os aglomerados das ladies.

            Quando eu ouvia algum burburinho, tomava, logo, o caminho inverso. O que acabou me levando a um pequeno pátio pouco freqüentado, com uma pequena fonte quase inaudível. Ele estava quase vazio, exceto por uma criatura muito concentrada. Tanto que nem notou o som dos passos, meus e de meu pequeno grupo composto por minha aia, aias dos meus filhos, cada uma acompanhando uma criança, e dezesseis dos meus guardas reais. Vinte e três pessoas caminhando e uma cochilando, sonhando com seus problemas de bebê.

            O homem de porte médio e esguio estava totalmente submerso numa operação que parecia ser muito importante. Segurava um grande livro e fazia anotações em folhas avulsas. Vez ou outra, olhava pra cima segurando o queixo, decerto, fazendo algum cálculo. Quando dei por mim, eu estava parada com todos os meus acompanhantes observando feito uma boba os movimentos singelos do homem. O Mindinho de hoje ainda tem uma aparência ótima, mas o Mindinho de dez anos atrás tinha um certo volume e uma estrutura que nunca mais vai ter. E é claro que isso também se aplica a mim.

            Estava lorde Baelish ainda entretido quando uma súbita rajada de vento passou, carregando uma das folhas avulsas diretamente para a fonte! Sobressaltado, ele imediatamente pegou as outras folhas e as guardou dentro do pesado livro, deixando-o no chão, e correu para perto da fonte. A folha estava ainda seca, equilibrada na borda do segundo nível da fonte (o que já era bastante alto para mim e para ele), balançando, ameaçando cair na água a qualquer momento.

―Mas, que merda!― Ele gritou, balançando com força os punhos cerrados. Ele realmente não sabia que estava sendo observado, ri ri ri.

            Depois de suspirar fortemente, ele se pôs a tentar resgatar o pedaço de papel. Equilibrou-se nos joelhos na borda mais larga da fonte, segurando-se com a mão esquerda enquanto a direita tentava alcançar o teimoso objeto balançante. É, ele estava mais ou menos de quatro. Para mim, era uma visão ótima. Ainda hoje, gosto de contemplá-lo quando está de costas. Ele tentava, mas não conseguia agarrar a folha. Era hilário! Jofrey cobriu a boca com as mãozinhas, para que sua risada não fosse ouvida por Mindinho. Parece que meu primogênito não queria que o pobre homem percebesse que podia pedir ajuda. Por fim, eu disse a um dos guardas para pegar o papel.

            Petyr se surpreendeu ao ouvir minha ordem ao guarda, quase perdeu o equilíbrio, mas segurou- se com as duas mãos a tempo de não dar um mergulho na fonte. He he he... Atualmente, lamento não ter tido a oportunidade de vê-lo graciosamente encharcado. Ele se recompôs rapidamente, ficando de pé e recebendo o papel do guarda. Logo depois, ele curvou-se:

―Majestade,... Muito obrigado! Eu não podia, mesmo, perder essas anotações!― Ele dava um sorriso nervoso e escrutinava o grupo. Talvez achasse que era gente demais.

―Disponha, senhor. Você vem sempre a este pátio?― perguntei sorrindo.

―Na verdade, não conheço bem a Fortaleza Vermelha― seu sorriso acanhado fazia-lhe parecer quase fofo.

            Eu sabia que o tinha visto em algum lugar, em algum dia próximo. Franzi a testa e perguntei:

―Você é do Pequeno Conselho, não é?―

―Sim, Majestade. Sou o mais novo Mestre da Moeda!―

―Oh! É muito jovem!―

―Muito me orgulho disto, majestade!―

―Eu lamento não estar presente no dia de sua posse― me desculpei― É que, na data, a minha gravidez estava muito avançada. Eu sentia muitas dores nas costas...―

―Não se preocupe, majestade, compreendo perfeitamente. Só o que lamento é não ter podido desfrutar de sua bela voz antes.―

            Esse sabidinho sabia muito bem o que dizer a uma mulher. Fingi uma timidez recatada (sim, eu posso fazer isso uma vez na vida, não posso?), e depois de um momento de silêncio, eu perguntei:

―Qual o seu nome?―

―Lorde Petyr Baelish, a seu dipor, minha senhora!― Ele disse, encurvando-se.

―Baelish...― uma vaga lembrança chegou à minha mente. ―Eh..., você morou um tempo em Correrio, não foi?― Falei, apontando para ele. O homem pareceu muito espantado.

―...Sim. Mas a senhora não pode se lembrar de mim daquela época!― deu um sorriso nervoso.

―Eu lembro, sim! Os Tully o traziam para o dia do meu... do meu nome e do meu irmão Jaime. Você fazia todas as ladies rirem mas não dançava com nenhuma delas...―

―É porque eu não sou bom nisso.― disse tristemente.

―Mas você vai dançar comigo!―

Ele olhou com ar interrogativo.

―...Um dia!...Um dia vai dançar comigo!―complementei.

Ele deu uma risada curta, como alguém aliviado.―Com sua licença, majestade, eu...―

―Me acompanhe até a entrada da ala leste.―ordenei antes que ele se despedisse.

―É claro, majestade!―

            Enquanto caminhávamos, eu o inquiri a respeito da trajetória dele até ao Pequeno Conselho. Ele contou uma história até interessante mas obviamente mais leve do que a real. Disse que depois que saiu de Correrio (não mencionou o épico duelo com o primogênito dos Starks) foi trabalhar em Braavos e lá teve uma sequência de pequenas vitórias financeiras e sociais que o fizeram um homem bem mais rico do que seu pai havia esperado. Com um bom patrimônio e boa sorte, resolveu vir fazer negócios na capital e, para sua surpresa, (num sei, não) voltou a ter contato com sua velha amiga (?) Lysa Tully, que havia se tornado Lysa Arryn.

Com uma ajudinha do marido de sua “amiga” ele acabou conseguindo dominar o comércio marítimo, e não demorou para o próprio rei Robert conhecê-lo e apreciá-lo (por qual motivo será?)! Então, de comum acordo, o rei e a Mão do rei resolveram fazer do rapaz de Dedos o mais novo Mestre da Moeda.

―Fascinante!― eu disse, realmente impressionada― O senhor é a prova viva de que, com disciplina e trabalho duro, alguém pode chegar muito além do ninguém imagina!―

―É verdade! Só falta casar-me com uma rainha!― ele disse sorrindo.

            Porém, o sorriso dele logo se desfez assim que eu fiquei muito séria. Ficamos assim por um momento. Logo depois, eu soltei uma estridente gargalhada e ele me acompanhou, gargalhando também, mas não na mesma altura.

―Hahaha hahaha haha....Ah...! Lorde Baelish... ha ha O senhor é demais! ha ha!―

―Eu tento ser! Ha ha ha ha―

            Depois que recuperamos o fôlego, eu decidi que era hora da despedida.

―Foi um prazer.―eu disse num tom suave.―O prazer foi todo meu, majestade.―ele respondeu, curvando-se. Logo se virou e caminhou.

            Ele já estava a uns dois metros quando eu o chamei.

―Espere!―ele virou-se com um sorriso gentil, e eu continuei ―Você tinha um apelido, não tinha?

 

 

 

 

 

―――Fim do capítulo um―――


Notas Finais


Causei com a revelação da Cersei, não foi? Um beijo!


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