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História Poeira e Ossos - Confusões


Escrita por: Popiquim

Notas do Autor


AAAH OFREDO tem gente lendo *-*
~~le dança da vitoria

bom, não vou fazer ninguem perder tempo com as baboseiras que eu escrevo nesse quadrinho aqui, então tá ai mais um capitulo, aproveitem, e me contem o que acharam ;)

Capítulo 3 - Confusões


                                                     1

           

            -Eu não entendi... Amy,você acabou de me dizer que seu pai abusava de você, e por conta disso você resolveu fugir com seu irmão –comentou Mary murchando a barriga para que eu pudesse apertar mais o espartilho – Então por que você trabalha como prostituta agora?

– O dinheiro que tínhamos nos trousse até aqui, o salário, de um emprego que ele conseguiu arranjar em um barzinho, era suficiente para pagar um quarto em uma pensão, a comida era pouca, mas não é como se tivéssemos passado fome...
O tempo passou, e logo os problemas apareceram, Bill ficou muito doente, não me lembro qual era a doença, me lembro de dores de cabeça, alucinações por conta da febre alta... Por faltar em um dia no serviço meu irmão ficou sem emprego, o dinheiro que tínhamos rapidamente se transformou em remédios, e o aluguel vinha acumulando cada vez mais...  Certo dia, o dono da pensão me puxou pra um canto para conversarmos, ele... ele disse que perdoaria as dividas se eu dormisse com ele.
            Fiquei sem reação... Não sabia nem o que responder, quando senti que as palavras voltaram a minha boca, imediatamente neguei e voltei pro meu quarto, mas... chegando lá, me deparei com algo que nunca tinha visto, meu irmão chorando... Foi a primeira vez que vi aquilo acontecer –foi só uma vez, mas foi mais que suficiente pra deixar a cena impressa em minha mente– Foi então que parei pra pensar nas coisas que vinham acontecendo, era um fato que Bill teria se virado melhor se não fosse por mim. Todos os gastos dele seriam reduzidos pela metade, eu era simplesmente um fardo bem pesado então eu...

–Mudou de idéia... Foi atrás do dono da pensão?

–É... tinha dito a mim mesma que seria só aquela vez... Mas as coisas continuavam ruins... era um dinheiro “fácil”...Não demorou até que eu chegasse a esta... “casa”.
O maior problema não foi encarar o fato de que eu viraria uma bonequinha na mão de cada um que viesse aqui, o grande problema foi meu irmão, quando eu finalmente disse o que vinha fazendo, ele...
 
–Não ficou muito contente não é mesmo?

–Ele surtou, disse que não tinha o menor sentido uma coisa dessa, que simplesmente não esperava que eu tomasse uma atitude como aquela, que era loucura... Então ele me largou aqui e saiu, arrumou outro emprego, mas não ficou nem uma semana nele, e o mesmo aconteceu com os outros que ele conseguiu depois.
            Sem alternativa ele “aceitou” as coisas, e veio pra cá, mas nunca mais foi o mesmo, sempre nervoso, inquieto, distante... As vezes sinto que o perdi... mas se é assim que as coisas são...

Mary não disse nada, apenas continuou umedecendo os cachos negros com um pouco de água e creme.
Olhei no relógio, já era quase meia noite, ele ainda não voltou...

–Você tem uma historia e tanto hem?! –falou ela finalmente se virando pra mim – Eu... Que cara é essa? –perguntou arqueando uma sobrancelha – Você ta preocupada com ele né?! Calma ele já ta grandinho e sabe se cuidar.... Amy querida, te peço desculpas pela falta de apoio moral, mas o cara da meia noite me chamou de novo na cobertura – falou me abraçando – Relaxa as coisas vão melhorar.

–Tudo bem... Obrigada por me escutar
–É o mínimo que eu consigo fazer, Amy, se eu fosse você eu iria direto pro chuveiro e me livrava dessa coisa estranha –resmungou Mary fazendo careta– que droga de cara tem fetiche pelo zorro?!

–Eu não to vestida de zorro, eu sou a... Dane-se também não sei o que to usando –comecei a rir e a me olhar no espelho, eu realmente parecia o zorro, com uma mascara preta nos olhos, uma capa preta enorme, acompanhados de uma calça de couro – Er... Mary será que eu posso ficar com seu quarto essa noite?



                                                           2


            –Aquilo foi um tapa cinematográfico! –falei rindo ao me lembrar da cena

–Nhé, nhé, você passa a mão na garota e eu levo a culpa?! – retrucou Slash chutando uma lata vazia no meio da rua

–Não tenho culpa se tenho um rosto angelical enquanto você parece um tarado psicopata – comentei rindo junto com o maluco

Depois que o cara “me salvou” fomos pra um bar, e quando passamos da quarta dose não tenho muita certeza sobre o que aconteceu em seguida, mas com toda certeza me lembro do momento em que Slash tomou um tapa de uma fulana que trabalhava lá, o dono nos “convidou” a sair. Agora vagando pelas ruas, nos apoiando um no ombro do outro. Nunca pensei que faria um amigo de um jeito tão estranho assim.

–Heey eu paro aqui –disse o maluco parando no portão de uma casa– Você vai pra sua ou a moça bebeu de mais e quer parar aqui também?

–Rá-rá, sou auto-suficiente pra chegar até minha “casa” – pelo menos é o que eu acho...

–Ceerto, mas amanhã a gente se vê de novo, naquela praça lá pras cinco da tarde? –perguntou Slash se pendurando no galho da arvore

–Você não ta dando em cima de mim né?! –fingi assustado

–Sabe o que é linda, me apaixonei pelos teus olhos... –declarou Slash em cima da arvore com a mão no coração– Vá se foder retardado, você vai lá ou não caralho?!

–Se eu conseguir me levantar da cama com a memória no lugar, sim – respondi rindo

–É... Tem essa também, a... Foda-se, na hora a gente vê

            Me virei e comecei a andar em direção a minha “casa” deixando Slash dizendo algo como “puta que pariu como é que eu vo sair daqui agora cacete?!”.
A lua cheia iluminava a rua, tudo estava quieto, calmo, uma brisa agitava de leve meu cabelo. Seria uma noite perfeita se não fosse pelo meu estomago se contraindo fortemente, me mandando um aviso de que mais cedo ou mais tarde ele iria por pra fora um pouco das tralhas que eu enfiei nele. A dor de cabeça, e a visão embaçada não ajudavam muito, mas foda se eu ainda conseguia andar e pensar já era um começo.
Depois de um tempo andando, finalmente cheguei até aquela porra de puteiro, abri a porta e fui entrando.
            Como sempre a casa tava cheia e “animada”, não prestei atenção nas pessoas, sempre tive um pouco de medo de entrar ali e encontrar Amy...
Subi as escadas devagar, coloquei a mão na maçaneta do quarto 015, girei, mas não abri. Não queria ver Amy, não agora, amanhã eu falaria com ela...
–Se é assim onde é que eu vou dormir... –perguntei pra mim mesmo enquanto olhava em volta, quarto 017, espero sinceramente que Mary não esteja brava por eu ter a deixado falando sozinha hoje de manhã– Foooda-se, é aqui mesmo que eu vou! –cada veeez pior, eu to realmente falando sozinho.

            Andei até o quarto 017, vi que a luz estava acesa, mas não havia indicação nenhuma de que tinha alguém “trabalhando” abri a porta devagar e entrei.
Havia uma pessoa no quarto, mas não era Mary, ou um de seus clientes, era uma visão boa de mais pra ser verdade. Uma garota com cabelos compridos e vermelhos, vestindo um top preto, botas e uma calça de couro que marcava perfeitamente as curvas de seu corpo, esticava braços para cima, se alongando, enquanto cantarolava
“Crack, crack I'm feeling so sore…”
“ I never should asked fooor… Black leather” – completei resistindo ao impulso de rir da cara de espanto que ela fez quando se virou. O fato de ter me distraído com os seios da garota ajudou bastante a conter o riso...

–Você... O que você está fazendo a...

–Desculpe, não pretendia te assustar, mas não resisti em completar um clássico do Sex Pistols –falei antes que ela resolvesse me colocar pra fora ou coisa assim– Er... eu “moro” no quarto 015 junto com minha irmã, e estou evitando falar com ela, pelo menos até amanhecer...

–Aaah, e o que eu tenho a ver com isso?! – perguntou a fulana dando uns passos na direção oposta a minha.

–Eu não vou pra lá de modo que durmo aqui! Então não se incomode comigo okay eu vou ficar bem quietinho – disse tirando os tênis e pulando em cima da cama.

–Como é que é?! –retrucou a fulana colocando as mãos na cintura – Se você fica com a cama eu durmo onde?!

–Sabia que você fica uma gracinha brava assim?! –comentei rindo, quando a guria ficou vermelha abrindo e fechando a boca sem dizer nada – Se você quiser deixo você dormir aqui comigo – ri mais ainda enquanto batia a mão no colchão

–Vai pro inferno garoto – respondeu a fulana virando de costas.

–He... Acredite em mim, eu já fiquei em um lugar semelhante ao inferno... –disse enquanto as lembranças de todas as vezes em que respirei fundo antes de abrir a porta de casa passavam pela minha cabeça como uma espécie de filme doentio. Bem louca a maneira como a gente filosofa quando fica meio bêbado né?!


–Por favoor –pediu a fulana se virando novamente e fazendo uma espécie de birra – sai da cama e me deixa dormir!

–A qual é?! É uma cama de casal grandinha, nós dois cabemos aqui com folga! E relaxa, eu não vou te estuprar ou coisa parecida, não vai acontecer nada que você não queira –retruquei me sentando para poder encará-la.

–Acontece que eu não estou negociando –falou a fulana chegando perto de mim e apontando o dedo pra minha cara– Você está sendo um mimado aproveitador, e cara de pau também, tomou posse de um quarto que nem é seu e... –antes que o sermão ficasse pior, peguei a fulana pelo braço e a puxei pra bem perto de mim e... caralho, ela tinha um cheiro bem legal, fazia com que eu me sentisse em um campo de rosas.

–Sério... Você fala de mais – sussurrei e a beijei.

No mesmo momento senti o gosto doce de sua boca, e o suave cheiro de rosas que estava emanando dela me embriagava. Acabei induzindo ela a se deitar na cama, e tomei a liberdade de percorrer o corpo dela com as mãos, passando de leve pelos seios, descendo até o abdômen descoberto, parando nas coxas para massageá-las de leve.
            O beijo cessava por breves segundos, apenas o necessário para pegar um pouco de ar, enquanto isso ela fazia o seu próprio tour pelo meu corpo, percorrendo cada centímetro do meu abdômen e ao encontrar a fivela do meu cinto, finalmente nos separamos.

–Já chega... – disse a fulana ofegando – Sai... AGORA!

–O quê?! Eu não en... – comecei, mas ela me interrompeu com uma chuva de tapas que me fizeram sair de perto dela.

–Tudo bem! Eu saio – dito isso ela se levantou depressa e saiu do quarto.

Okay me sinto sinceramente magoado, tava começando a ficar interessante.
–Fulana estranha... – falei pras paredes, apaguei as luzes e deitei pra dormir.


Notas Finais


E ae, algo a declarar?


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