Ó pequeno e mais belo dos anjos, primogênito e portador da luz
Vejo em teus olhos recolhidos a amargura que lhe conduz
A tua beleza travestida de ego e ódio, a repulsa pelo teu criador
Sinto também a tua dor, tua angústia em ter que admitir que perdeu
O mais perfeito sendo lançado dos céus como pecador
Tuas asas, outrora tão lindas e cheias de luz, agora quebradas, mas sem perder seu esplendor
Vejo em seus olhos a ira, a dor da rejeição, lágrimas de sangue que dizem mais que qualquer emoção
Asas sobrevoando a sua cabeça, aqueles que um dia chamou de irmãos
Agora recusam-se a olhar em teu rosto por simples rejeição
Eles não entendem, são meras criações feitas para obedecer, diferente de você
Que pensou por si próprio, apesar disso tê-lo feito descer
A vergonha explícita de ser rejeitado sendo o mais perfeito, escondida através de sentimentos de vingança, transparecem tua alma como em um espelho
A beleza revestindo os sentimentos de dor misturadas com a angústia da expulsão
Já não és como antes, teu nome agora revela o mesmo significado da escuridão
Mas ainda és o primogênito, o mais belo, talentoso e excêntrico
O pobre filho sendo castigado pelo pai
Seus olhos refletem este “Ai”
Agora caído, carregando o fardo do sentimento da angústia
Vivendo para mostrar ao pai, que foi um erro tê-lo descartado de forma tão humilhante e suja.
- Walaf Coutinho.
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